O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 3
Capítulo 2: O lugar especial.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :D



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Você mal sabe que eu estou desmoronando

Enquanto você cai no sono

Você mal sabe

Que ainda sou assombrado pelas memórias

Oito anos atrás:

— Babydoll, eu lhe apresentou o lugar especial onde você fará magia. – Rocket abriu a porta de um cômodo.

Este ‘’lugar especial’’ é um quarto. Um quarto com uma cama de casal no formato de coração. Meu coração disparou. Será que este lugar fazia as mulheres se prostituir? E elas gostavam?

— Nã-o e-ntendi. – gaguejei.

— É estúpida por acaso garota? Tão simples entender. Aqui é a onde você ira agradar seus clientes. – Sweet Pea revirou os olhos. Que mulher ignorante.

— Esse é o melhor quarto. As iniciantes sempre ficam com o melhor quarto. Olha essa cama que maravilhosa. – Blondie correu em direção à cama e começou a pular em cima dela. –É tão macia.

— Eu não queria nunca sair desse quarto. – Rocket subiu em cima da cama e começou a pular junto.

— Nem eu. – Amber se juntou com elas.

Ficamos eu e Sweet Pea olhando, a diferença era que no meu olhar tinha desespero e medo. No dela havia diversão e até mesmo paz. Eu me segurei para não chorar. Eu queria tanto a minha mãe. Eu não estava preparada para este mundo. Eu não era forte igual a ela. Deus, até a minha irmã mais nova era mais forte do que a mim.

— Vamos parar agora meninas. A diversão acabou. – Sweet Pea fez com que elas descessem de cima da cama.

— Ahhhh. – elas resmungaram fazendo com que parecesse um coral.

— E então gostou do quarto? – perguntou Rocket me encarando com uma animação.

— Se eu gostei? Está louca? O que esta passando na cabeça de vocês? Que eu vou amar isto daqui? – meu tom de voz demonstrava o quanto eu estava brava.

— Não é preciso amar. Apenas aceitar. É assim que sua vida será daqui para frente. - a voz de Sweet Pea saiu sarcástica.

— Como vocês podem aceitar isso? Por que alguém iria gostar de se prostituir? – a minha vontade era de quebrar aquele quarto inteiro. Pedaço por pedaço.

— Nenhuma de nós gostamos, Babydoll. Só que se não fizermos isto, iremos morrer. – Amber falou olhando para baixo.

Então essa seria minha vida daqui para frente? Se eu não vendesse meu corpo, morreria. Mas talvez a morte fosse melhor do que viver assim, porque na minha visão isto aqui não seria viver. Seria uma maneira de sobreviver. Qual seria o motivo de eu continuar lutando sendo que perdi tudo? Talvez eu mesma devesse fazer o trabalho de me matar. Não daria o sabor de alguém fazer isto.

— Não, não iríamos morrer Amber. Iríamos sofrer algo pior do que a morte, eles nos forçariam a ficar vivas até estivermos acabadas. Eles não irão querer mulheres feias e sem utilidades. Ai sim estarão mortas. – Sweet Pea falou com total frieza.

— Por que vocês simplesmente não se matam? – Seria tão fácil e menos dolorido pensei.

— Porque não podemos desistir. Temos que pensar que haverá algo melhor. Que alguém verá que este lugar é errado e irá denunciar. Ai enfim estaremos livres. – Blondie tinha esperanças. Algo que eu não tinha. As minhas haviam acabado quando encontrei o corpo morto de minha irmã.

— Posso te dar uma dica para você continuar em lutando? – perguntou Rocket me olhando com um sorriso de lado.

Apenas dei de ombros. Seria difícil algo me convencer a permaneça viva e lutando contra esses monstros que eu iria enfrentar.

— Eu vi aquele homem que te trouxe. Também vi o ódio que você sentia por ele. Eis aqui a minha dica, permaneça lutando para que quando sair daqui consiga vingança contra aquele homem.

Não estou falando colocá-lo atrás das grandes. Seria bom de mais para ele. O melhor seria torturá-lo até que ele implore pela morte e então você vai continuar o torturando pelo resto da vida dele até que o coração dele pare. – seu sorriso de lado aumento mais ainda, ela parecia psicopata.

— Você é louca? – perguntei.

— Todos nos somos. Só que alguns escondem bem sua loucura. – ela continuou com o sorriso intacto.

Atualmente:

Apesar de eu ter saído do Time Arrow por um tempo, não quer dizer que não iria trabalhar na empresa. Aquela empresa dependia de mim para tudo. Depois de correr por duas horas estava

pronta para enfrentar Oliver. Provavelmente ele iria ficar no meu pé e forçaria a voltar para o Time, a empresa não era a única que não funcionava muito bem sem mim. Mas como eu sou uma mulher independente chutarei suas bolas de empresário e heroísmo para longe de mim.

Pratiquei minha higiene matinal como faço todos os dias. Coloquei a roupa mais colorida que tinha em meu guarda-roupa. Para ser sincera eu queria colocar roupa de luto, mas Oliver estranharia e já me basta ter mentido sobre estar namorando, provavelmente terei que achar alguém para fingir esse papel de namorado. Ou talvez eu finja que terminei o namoro, não importava. Eu saberia criar algo para desviar qualquer atenção minha dele.

Bem, agora era a hora. Sentei em meu carro e comecei a dirigir para ir ao meu trabalho.

Antes de entrar na empresa eu conferi meu visual: Roupa, ok. Maquiagem, ok. Rosto de feliz, ok.

Não havia nada de estranho ou diferente em mim, apenas por dentro, o que ninguém nunca irá perceber. Na hora que entrei na empresa todos olhavam para mim, era como se alguém tivesse algum papel colado em minhas costas. Conferi para ver se eu tinha deixado passar alguma etiqueta de roupa, vai saber. Não tinha nada. Então apenas voltei a caminhar. Quando a porta do elevador se fechou eu pude respirar mais aliviada. Por que as pessoas estavam me encarando daquele jeito?

As portas do elevador se abriram o que significa que eu tinha chegado ao andar. Caminhei devagar e os únicos sons que podiam ser ouvidos eram dos meus saltos. Quando avistei a minha mesa tinha um certo deus-grego encostado nela e com uma cara de impaciente.

—Bom dia. – o cumprimentei, só queria vê-lo irritado. Aquilo iria deixar mais ainda o meu dia delicioso.

— Por que demorou tanto? Sempre é pontual. – revirou os olhos. Um ponto para mim e menos dois para Oliver Queen.

Era por isso que as pessoas estavam me encarando, eles devem ter percebido o quanto

Oliver estava estressado e iria descontar em mim. Eles estavam com pena de mim. Bem, considerando que eu adoro vê-lo desta maneira, eu estava de boa com esta situação.

— É que é difícil eu fazer combinações de roupas Ollie. – dei uma girada para mostrar a minha roupa.

— Felicity pare, eu não estou para brincadeira. – ele suspirou.

— Eu também não estou Oliver. O que precisa? – dei a volta para me sentar na cadeira.

— Você sabe do que eu preciso.

— Se for pra voltar para o Time Arrow, nem pensar. – comecei a digitar para ver o que teríamos hoje na empresa.

— Tudo isso é por causa de um namorado? – o tom de decepcionado em sua voz fez meu coração doer. Ele deveria me conhecer, eu não largaria por um motivo tão bobo.

— Não é por causa disso, Oliver. Eu apenas preciso de tempo. – parei de digitar e o encarei.

— Não tem como eu a convencer? – apenas se você me beijar e como sei que nunca fará...

— Não tem como me convencer. – dei o meu melhor sorriso. Eu não era apaixonada por ele, apenas sentia uma leve quedinha. Duvido que alguém não iria sentir uma queda por esse homem.

— Esta bem. Quando quiser voltar, já sabe. – arrumou sua gravata e foi para a sua sala que era do lado da minha, a única que nos separávamos era uma parede de vidro.

Voltei a minha atenção ao computador. Já estava tudo resolvido com Oliver, agora o plano era consegui evitá-lo enquanto tentaria resolver o meu problema do passado. Minha atenção foi desviada quando as portas do elevador se abriram e uma certa loira apareceu caminhando em minha direção.

— Ola Srta. Smoak, prazer sou a Srta. Wayne. – SweetPea só podia estar de brincadeira comigo. Quando ela falou que nos víamos em breve, achei que seria a noite. Não em pleno dia.

— Sweet Pea, o que faz aqui sua idiota? – tentei não gritar, mas o meu desespero era maior. Ela só podia estar me sacaneando.

— Estou aqui para conferir que você conseguiu sair do Time Arrow. – ela falou baixo com um sorriso no rosto.

— Sim. Eu já sai. Agora pode dar meia volta e ir embora desse local. – apontei para a porta do elevador.

— Felicity isto são modos? – Oliver surgiu do nada. Ele deve ter visto que a presença da loira havia me incomodado. Porra.

— Oh, Sr. Queen. Que prazer conhecê-lo. Sou a Srta. Wayne. – ela estendeu a mão para se cumprimentarem.

— Digo o mesmo Srta. Wayne. Desculpe a pergunta, mas você é casada com Bruce Wayne? Porque não vi nenhuma noticia do casamento dele. – ele falou um pouco desconfortável.

— Na realidade, apenas noiva e mantendo em segredo a data do nosso casamento. Mas eu tenho permissão para usar o sobrenome dele. – ela deu um sorriso sem mostrar os dentes.

— Entendo. Peço desculpas pela minha secretária, ela não é assim. – ele olhou para mim por meros segundos e depois voltou para Sweet Pea.

— Não se preocupe. Eu e Felicity nos conhecemos há tempos. Somos grandes amigas não é mesmo, Felicity? – agora os dois me olhavam esperando uma resposta.

— Sim. Srta. Wayne é amiga das antigas. – dei um sorriso. Eu teria que seguir a onda dela.

— Eu aproveite que estava na cidade para conversar com o maior empresário de Starling City e com a minha melhor amiga. – ela puxou a minha mão fazendo carinhos. Pelo menos aos olhos de Oliver pareciam carinhos, mas na realidade ela estava machucando minha mão. Que fofa.

— Melhor amiga? – perguntei sarcástica.

— Felicity, achei que tivesse superado. – aquilo despertou a curiosidade de Oliver.

— Se me perdoem a interrupção, mas o que Felicity teria superado? – Ele estava bem animado em saber das coisas. Deve ser porque eu era muita vaga quando me perguntavam algo sobre meu passado.

— Não tem problema. É que antes de eu ser noiva do Sr. Wayne, ele e Felicity namoravam, até claro eu aparecer e fisgá-lo. – um sorrisinho de lado apareceu. Querendo ou não, aquela historia era verdade.

— Você o roubou de mim, não fisgou coisa nenhuma. – afirmei brava. Oliver não precisava saber disso, obrigada por me fazer parecer infantil perto dele, coisa que eu mesma fazia sozinha.

— Pelo visto ainda não superou. – seu sorriso aumentou, eu sabia que aquilo estava a divertindo.

— É claro que superei. – revirei os olhos.

— Que bom. Adoraria ter você como madrinha do meu casamento então. Junto com Oliver. – o encarou e ele parece surpreso com a proposta.

— A Srta. quer que eu vá ao seu casamento? – ele olhou para mim como se tivesse pedindo ajuda, oras oras, olha quem ele tem que recorrer.

— Sim. Como acompanhante da Felicity. Bom eu tenho que correr, nos falamos em breve, até mais. – ela olhou para o relógio e dava para ver claramente que estava fingindo estar apressada. Uma boa mentirosa. 

Eu estava perplexa. Como ela podia ter jogado aquela bomba em meu colo e simplesmente vazado? O que eu e ela iríamos ganhar com Oliver sendo meu acompanhante? A desculpa de eu ser madrinha seria boa para sair quando eu quisesse. Mas Oliver serviria para que?

— Você nunca disse sobre essa sua amiga. – Ele me tirou dos meus pensamentos.

— Não achava necessário. – falei curta e grossa.

— Só por que ele roubou seu namorado? – um sorriso abriu-se em seu lábio. Ele também gostava de me ver irritada.

— Não. Por que você acha que eu dependo de homem? – coloquei as minhas mãos na cintura.

Eu não era uma garota indefesa, longe disso. Ele abriu a boca para falar algo, mas depois fechou, parece que ele repensou em sua resposta. Provavelmente não queria entrar em uma discussão na qual sabia que iria perder.

— Enfim, não poderei comparecer naquele casamento. – ele falou preguiçoso. Mas havia algo nos olhos dele, uma chama de tentação. Talvez ele quisesse ir. Comigo. Ou talvez fosse apenas uma ilusão minha, como sempre.

— Pode deixar que eu a aviso. Não creio que fará muita diferença. – falei sarcástica e desviando meus olhos dos dele, para ele não perceber que eu queria que ele fosse. Queria muito.

— Obrigado, Felicity. – ele revirou os olhos, arrumou sua gravata como sempre fazia e voltou para sua sala.


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