O Naufrágio - HIATO escrita por Juffss


Capítulo 9
Pássaro


Notas iniciais do capítulo

Comemorando os 100 anos do titanic *-*



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POV Rose

- Afaste-se e não se mexa. – o oficial esbravejou após constatar o pior. Emmett se colocou de pé e se afastou de mim, a segurança que ele me passava também se foi quando ele não estava mais por perto. O oficial olhou para o lado e o homem que o acompanhava já se colocou a correr para chamar o segurança. Levantei-me de vagar ainda com as pernas bambas pelo susto.

Ele me conduziu até um banco próximo e me sentou. Não demorou para que o homem voltasse com um par de seguranças e alguns cobertores para mim. Royce vinha atrás e seu capataz carregava consigo um copo de água. O bebi, não por vontade, mas somente para não ter que falar nada para ambos.

Meu corpo tremia por completo e fazia a agua também vibrar no copo. Quando olhei para Royce o vi virar de costas para mim e avançar contra Emmett de uma forma agressiva, rude. Levantei imediatamente colocando minhas pernas para andar mesmo contra sua vontade.

- Isso é inaceitável! Como ousou pôr as mãos em minha noiva? – ele gritava cada vez mais alto, Emmett olhava para o chão sabendo que não poderia se meter com um homem mais rico, ou talvez pela raiva que sentiria de olhar para Royce uma vez que odiava qualquer ser que usava de dinheiro para conseguir tudo na vida. – Olhe para mim, seu imundo!

- Royce – o interrompi colocando a mão sobre seu braço, ele não me escutava, ou talvez me ignorasse, mas eu estava decidida. – Royce- gritei do seu lado – foi só um acidente.

- Um acidente? – Royce repetiu ironicamente, como se não acreditasse em mim.

- Uma estupidez – garanti – eu me debrucei sobre para ver a... a... a... – a palavra me faltou bem na hora que precisava explicar a primeira mentira que me veio na cabeça.

- Hélice? – chutou

- É... Debrucei-me para veras hélices e escorreguei. Iria cair no mar, mas o senhor McCarty me salvou.

- Ah...- Royce disse com as mãos no bolso e repetiu o que falei com uma voz de idiota. Como ele me irritava.

- Como disse, mulher e maquina não combina – o seu capataz grunhiu atrás dele, quase que voei em seu pescoço.

- Foi exatamente assim que aconteceu? – o oficial perguntou virando Emmett, ele me olhou de canto e eu confirmei para ele.

- Foi. – ele concordou unicamente.

- Então o garoto é um herói, muito bem filho – o oficial o soltou e deu uns tapinhas nas costas dele.

- Vamos voltar pro brunch. – Royce disse acariciando meus braços como se pudesse esquenta-los e passou o braço em torno do meu pescoço.

- Talvez um agrado para o senhor. – o oficial sugeriu enquanto saiamos.

- Acho que vinte está bom... - Royce falou para seu capataz. Minha raiva subiu ao máximo. Emmett não merecia somente isso.

- Vinte? – perguntei indignada. - É esse o preço que da para o homem que salvou a mulher que ama?

Royce se virou pensando. Olhou-me diversas vezes e meu ódio só subia mais a cada vez que ele fazia isso.

- Rosalie esta descontente, o que devo fazer... – ele falou enquanto pensava e caminhou até Emmett – porque não nos regala como sua presença em um jantar para que possamos o homenagear pelo sue feito heroico?

- É... – Emmett concordou sem muita vontade

- Será interessante – a voz do capataz se fez.

Somente pelo jogo entendi que queriam não somente Emmett para homenagear, mas para que possam fazer piadas de mal gosto a suas custas mais tarde.

Segui par o meu quarto não querendo arrumar mais confusão para uma noite. A melancolia ainda me tomava por dentro. Royce não demorou muito para que invadisse minha privacidade e entrasse no meu quarto. Eu estava sentada a minha penteadeira arrumando meus cabelos para uma noite de sono bem pesado.

Ele carregava uma caixa de veludo consigo e se posicionou atrás de mim. Acariciou meus ombros e eu retirei sua mão. Ele abriu a caixa e me mostrou uma joia pelo espelho. Depois a tirou do lugar.

- Sei que está melancólica e não fingirei saber o motivo. – ele se sentou sobre a penteadeira e me mostrou de frente a joia que era um exagero por si só. – Eu planejava guardar isso até o casamento na semana que vem, mas... Acredito que esta noite seja uma boa lembrança dos meus sentimentos por você.

- Meu Deus! – soltei junto com o ar que havia prendido involuntariamente. Ele riu achando que o meu arde impressionada fosse realmente porque a peça era a mais bela da humanidade e realmente fosse exageradamente fútil para gostar daquilo, mas o meu suspiro foi exatamente o contrário. Suspirei porque não entendia como alguém gastaria tanto dinheiro com um adorno. – É um...

- Diamante? – ele completou – é, é sim... – contou sorrindo e se preparando para colocara joia em mim. – e de 56 quilates para ser exato – se vangloriou.

Era um colar pesado, grotesco. Tinha um diamante azul centralizado e lapidado em forma de coração com uma armação em prata bordada com diamantes menores. De tudo não era feia, mas exagerada de mais para ser bonita.

- Foi usado por Luís XVl e se chama ''Le Coeur de la Mer''. - contou

- O Coração do Oceano.

- Sim.

- Chega a ser ofensivo para os olhos - soltei sem fazer caso do que falava. Não me arrependi.

- Foi feito para a realeza. – justificou – Nós somos a realeza, Rosalie. – comentou. Ele sabia que eu gostava de me sentir uma rainha as vezes, era um momento que me sentia bem - Eu poderia dar qualquer coisa a você. Não negaria nada se você não me repelisse. – sugeriu. O ato que ele fez depois fez com que me afastasse - Abra seu coração para mim.

Pov Emmett

- Nós vivemos sozinhos desde que nossos pais morreram... Desde então andamos por ai, sem nem lugar para ficarmos direito. – a contei enquanto caminhávamos pelo convés na manha seguinte ao pequeno acidente que ela sofreu. Minha vontade era perguntar o motivo real dela querer pular naquele oceano escuro no meio da noite. O porquê de ela desejar morrer. E só de pensar no motivo eu me assustava. Só a ideia me assustava. – Bem Rosalie, nós já andamos uns dois quilômetros pelo convés e somente eu falei aqui.

- Senhor McCar...

- Emmett, por favor.

- Emmett... – ela falou meu nome de uma forma tão... Não havia palavras para descrever. – Não há muito que falar sobre mim que já não deve saber de alguma forma, isso é o ruim de ter uma vida publica. O que posso falar é que sou grata, não só por ter me salvado, mas também pela sua discrição.

- Disponha.

- Olha, sei que deve estar pensando “Pobre menina rica, o que ela entende de sofrimento”...

- Não- fui honesto – não estava pensando nisso... Sabe no que estava pensando – a vi negar – no que te levou a achar que tudo isso era um beco sem saída.

- Bem... – ela pensou mil vezes antes de responder – é a minha vida toda, as pessoas que estão nela... É a inercia da minha vida, eu não tenho como controlar.

- Olha, é isso? – disse risonho – E você ia pro fundo do mar.

- A Filadélfia toda estará lá, milhares de convites foram mandados. E eu estarei no centro de uma sala lotada gritando a plenos pulmões e ninguém me verá.

- Por acaso você cogita ama-lo no futuro? Disse que o odiava somente porque não quer casar agora, ou porque realmente o odeia? – perguntei esperançoso, não sabia direito o motivo, mas eu estava.

- Perdão?

- O ama? – repeti

- Está sendo indiscreto! Isso não é uma pergunta que se faça... – ela falou ofendida.

- É só uma pergunta... Só precisa falar sim ou não...

- Olha... – ela riu de nervosismo- Nossa conversa não esta adequada!

- Porque apenas não responde a minha pergunta?

Ela riu novamente colocando a mão sobre a testa e andou uns passos na minha frente, a segui.

- Isso é um absurdo! – falou por fim. – Olha, eu não te conheço e você não me conhece. Nós não nos conhecemos e não estamos tendo essa conversa, então eu vou embora. Você é um indiscreto, presunçoso e arrogante!

Ela poderia estar nervosa, eu não ligava, ela ainda estava linda e não me passava a arrogância de uma rica. Eu acabei começando a me divertir com as atitudes dela no ponto que ela começou a rodear. Ela apertou minha mão com firmeza e continuo a falar.

- Prazer Emmet... Não, senhor McCarty – ela disse de nariz em pé – agora que já te agradeci...

- E insultou – corrigi

- Você mereceu – ela soltou – Eu só vim agradecer, e já agradeci!

- Certo – falei

- Certo – ela falou ainda apertando minha mão, não soltava.

- Pensei que estava indo. – falei

- E eu estou! – ela falou se virando e finalmente soltou minha mão. Não a segurei embora os músculos insistissem em apertar a mão dela e traze-la para mim. Mas ela voltou com uma cara divertida – Espera, eu não preciso ir, essa é minha área do navio. Você vai! – ordenou. Eu gargalhei.

- Ora, ora, ora... Quem foi rude agora? – ela me olhou e segurou o riso. Que coisa é essa que você está carregando? – ela puxou uma pasta da minha mão, abriu deu uma lida por cima e se sentou nas cadeiras do convés – Muito bom.

- Não gostaram em Paris...

- Paris? – ela perguntou surpresa – Você viaja bastante para um po... – se interrompeu para continuara frase de um modo mais politico – Pessoa de recursos limitados.

- Pode falar pobre – me sentei do lado dela.

- E esse desenho? Foi a Alice que fez?

- Do meu livro? Não... Tudo fui eu! – ela sorriu

- Você é bom! Você tem um dom... Você enxerga além das pessoas! – ela falou.

- Eu enxergo você – falei mais baixo somente para ela. Ela se constrangeu.

- E...

- Não teria pulado. – completei me aproximando um pouco mais.

- Ora, ora... – ouvi a voz de Jasper atrás da gente, nós dois nos viramos para olhar e pude avistar minha irmã ao seu lado.

- Estávamos procurando vocês! – a baixinha disse

- Como se sentem de estarem no navio mais rápido do mundo? – Jasper brincou – Ismay sugeriu ao capitão que ascendesse as ultimas quatro caldeiras para impressionássemos a imprensa com a velocidade do nosso navio – ele tentava fazer graça. – Disse que a viagem inaugural precisava fazer manchetes não somente pelo tamanho e luxo. Papai concordou com seu parceiro.

Rosalie secou com a notícia. Pareceu congelar.

- O capitão não aceitaria! – ela jogou.

- O convenceram falando sobre se aposentar com chave de ouro. – Jasper a desiludiu.

- Emmett iria me ensinar a cuspir que nem homem – ela falou mudando de assunto para se distrair, via que se sentia arrasada por dentro. Franzi o cenho.

- Eu ia?

- Agora vai! – ela mandou entregando a pasta para o irmão e se levantando. Esticou a mão para mim e foi irresistível não segura-la.

- Rosalie, porque quer agir que nem homem? – seu irmão a perguntou.

- Vou aproveitar oras... Depois ele vai me ensinar a montar feito um homem... Sem a cela de um lado só! Alice... Você vai estar lá não é? Vai fazer tudo também... Temos que aproveitar... – ela se aproximou da minha irmã e a puxou para a atividade também. Jasper se sentou rindo e olhando para nós.

Mostrei para ambas como fazia sem muitas delongas.

- Que coisa nojenta – Alice fechou a cara

- Façam – desafiei.

- Como que faz? – Rosalie me perguntou

- Junte bastante catarro, aspire com força. Use os braços. Curve o pescoço. Mira bem longe... – ela fez uma vez e eu ri – Patético! Limpe a garganta pra ficar bem escarrado – parece que a minha fala deu mais vontade dela continuar e ela tentou de novo. – Melhorou – falei.

POV Jasper

Vi minha mãe se aproximar com algumas amigas e Molly junto. Sorri para a mesma que retribuiu o sorriso prontamente. Pelo contrario que achei, todos os outros foram gentis com os irmãos McCarty em consideração ao feito de Emmett noite anterior. Mas minha mãe parecia olhar para eles com repulsa, a mesma que ela tem por insetos ou animais peçonhentos. Senti algo ruim subir em relação à atitude dela. Talvez ódio.

- Parece que você sabe o que fazer na hora do aperto. – jogou com desdém. O sinal para o jantar tocou e Molly riu.

- Por que anunciam o jantar como um ataque da cavalaria? - comentou

- Vamos nos trocar! – mamãe falou para mim e para Rose já se virando.

- Vejo vocês no jantar – falamos juntos e nos olhamos

- Só porque é meu irmão não pode roubar minhas frases – Rose brincou bem humorada. Apesar de saber que a noticia que o navio estava indo mais rápido tivesse a abalado.

- Meninos? – Ouvi Molly chamar os dois enquanto nos afastávamos – Sabem o que vestir? Têm ideia do que vão fazer?

- Não exatamente. – ele respondeu e coçou a nuca. Foi tudo o que pude ver antes de virar o convés.

Eu estava mais feliz ao me arrumar, eu me sentia assim, como se tivesse um motivo de verdade para que fizesse tal ato. Eu sorria sabendo que mais tarde, por fim, encontraria uma bela mulher em trajes maravilhosos e tinha certeza que ela ficaria mais bonita assim, mesmo achando um pouco impossível. Assim que terminei senti uma pressa incrível de descer as escadas do salão de jantar correndo para esperá-la. Rosalie saiu do quarto junto comigo e ofereci meu braço para que ela segurasse. Ela sorriu me entregando o braço e somente assim contive meus passos para não serem rápidos e desajeitados.

Ao descer as escadas tive a mais bela visão que um homem poderia ter. Alice estava ali, parada, de braços dados com seu irmão mais velho olhando para os lados, maravilhada. Meus olhos se congelaram nela apreciando o que via. Aproximei-me dela e fiz uma pequena reverencia oferecendo o meu braço. Ela sorriu e se soltou do irmão para vir comigo. Sorri para ela enquanto Emmett dava o braço para Rose completamente sem jeito. Ela achava graça enquanto o ensinava.

- Querido, lembra-se do Sr. McCarty? – Ouvi minha irmã falar para Royce ele riu –

- Incrível! Quase poderia passar por um cavalheiro. – Royce falou nada simpático.

- Essa é a irmã dele, senhorita McCarty – disse para todos.

- Extraordinário.

- Você está linda. – falei baixo para Alice após todos se afastarem um pouco. Ela corou. Para distrai-la comecei a mostrar as pessoas e a comentar quem era. – Aquela é a condessa de Rothes. E aquele é Edward Masen, um dos homens mais rico a bordo. A esposa dele tem minha idade, e seu estado é interessante. Está tentando esconder, viu? – Alice olhou apreensiva.

- Acho bebês interessantes... - ela comentou e eu limpei a garganta.

- Aqueles são Mike Nilton e a sua amante. A Sra. Nilton está em casa com os filhos. Ah, aquela é de seu interesse... Lucille, ela é estilista de lingeries erótica... Quem sabe não pode mostrar seus desenhos para ela? – o rosto de Alice pareceu se iluminar.

- Não é difícil, certo? – ela me perguntou.

- Eles adoram dinheiro, é só fingir ser rico, e será bem-vindo. – sorri para ela brincando.

- Edward, Isabela – minha irmã cumprimentou – Esses são Emmett e Alice McCarty – apresentou.

- Como vai? – Edward disse cortes

- Prazer. – sua esposa respondeu

- São os Dawson de Boston? – ele perguntou.

- Não, somos os Dawson de Chippewa Falls. – Alice respondeu

Eles deveriam estar nervosos, mas não vacilaram. Eles os aceitaram como iguais. Herdeiros de ferrovias, talvez. Um novo-rico, claro, mas, mesmo assim, membro do clube. Naturalmente, mamãe logo se fez notar.

- Fale das cabines da terceira classe, senhor e senhorita McCarty. Ouvi dizer que são

boas neste navio.

- As melhores que já vi. – Emmett respondeu convicto – Quase não tem ratos.

- O Sr. Dawson está nos visitando. Ajudou minha noiva ontem. – Royce a ajudou.

- Ele revelou ser um excelente artista. Mostrou-me o seu trabalho hoje. Assim como sua irmã – Rose argumentou.

- Rose e eu discordamos ao definir o que é arte. Sem querer desmerecer seus trabalhos. – Royce logo jogou.

Alice cochichou algo como “Todos estes talheres são pra mim?”.

- É só começar de fora pra dentro. – a ajudei

- Sim. – concordou.

- Onde, exatamente, os senhores moram? – Irina perguntou

- No momento, meu endereço é o RMS Titanic. – Alice brincou – Depois, vou depender de Deus.

- Como paga suas viagens? – Kate fez cara de duvida enquanto falava

- Ganhamos a passagem no Titanic num jogo de pôquer... Um jogo de muita sorte.

- A vida depende da sorte. – Alice completou a fala do irmão.

- Um homem de verdade faz a sua. – Papai falou.

- Sim, acho. – Emmett falou – Tenho tudo o que necessito aqui comigo. O ar nos meus pulmões, umas folhas de papel. Adoro acordar sem saber o que acontecerá, quem conhecerei, ou onde irei parar. Outro dia dormi debaixo de uma ponte, e agora aqui estou no maior navio do mundo, bebendo em ótima companhia. A vida é um presente,

não vou desperdiçá-la. Nunca se sabe que cartas virão. É preciso aceitar o que vier e fazer todo dia valer a pena.

- Fazer valer a pena. – Rosalie puxou um brinde.

- Fazer valer a pena!

O jantar prosseguiu assim, sempre um das pessoas á mesa tentavam diminuir ambos, mas com a ajuda da Molly, minha e da Rose eles se erguiam por cima de perguntas destrutivas.

- Vai nos acompanhar, menino Hale, senhor McCarty?

- Ou vai ficar com as mulheres? – jogou Royce

- Obrigado, eu preciso voltar. – Emmett falou se levantando. Dei a mão para despedir da Alice enquanto levantava. Ela deixou algo entre meus dedos antes de se despedir formalmente. Seu irmão fez o mesmo enquanto se retiravam. Abri o bilhete enquanto os homens falavam com Emmett o assunto que discutiriam. “Faça valera pena. Estaremos perto do relógio” o bilhete dizia. Esperei que um tempo se passasse antes de olhar para minha irmã.

- Rose, eu lhe acompanho até seu quarto, deve estar cansada. – sugeri

- Claro! – ela sorriu para mim e se colocou de pé para caminharmos. Segui até a escadaria principal.

- Querem ir a uma festa de verdade? – Alice perguntou animada.

Olhei para minha irmã e ela sorriu. Os acompanhamos até o local da festa, e desde os corredores já se podia ouvir a música animada e agitada. Sim, era uma zona aquilo, mas parecia divertido. Parecia que todos estavam se divertindo e muito!

POV Alice

Acordei com um pouco de dor de cabeça após a noite agitada que havíamos tido noite passada. Os irmãos Hale sabiam se divertir como ninguém mais. As imagens de ambos dançando e festejando junto com a gente voltaram a minha cabeça e eu sorri. Sorri de felicidade.

Levantei-me apressada e segui para o convés da primeira classe. Queria poder vê-los novamente, conversar sobre ontem e falar que foi a melhor noite da minha vida. Soube que ambos estavam assistindo a missa celebrada. Fui até o local e tentei entrar. Não podia esperar para estar ao lado de ambos novamente. Ouvi um dos hinos religiosos ecoarem pelas paredes.

- Olá, Sr. Andrews. - cumprimentei

- Olá, senhorita McCarty – coloquei a mão sobre a última maçaneta, mas fui impedida de adentrar a sala.

- Senhorita...

- Só quero falar com alguém. - justifiquei

- Não deveria estar aqui. – ele continuava me bloqueando

- Só quero falar! – o olhei e vi que não mudaria de ideia - Estive aqui ontem, não lembra?

- Não. Agora precisa ir embora. – ele me empurrou um pouco rude. Não pude me sentir bem com aquela agressão, porem segurei firme na minha vontade de entrar.

- Eles vão confirmar. Só preciso falar com...

- Os senhores Hale continuam gratos pela sua ajuda. Pediram-me que lhe desse isto como recompensa. – falou me entregando 50 dólares, olhei para minha mão e a porta

- Não quero dinheiro. Só quero...

- E também que eu dissesse que sua passagem é de terceira classe. Sua presença aqui é inadequada.

- Só quero vê-los um instante!

- Podem levar a senhorita McCarty – ele falou para os seguranças.

Esperei que os seguranças saíssem da terceira classe para voltara subir para a primeira classe, me escondi em um dos botes e esperei que a missa celebrada acabasse e eles saíssem de lá. Foram os últimos.

- Por que há dois timões? – o pai deles perguntava para o capitão.

- Um é usado só perto do porto. – ele respondeu enquanto passava perto dos botes.

- Senhor, outro aviso sobre icebergs. – um dos oficiais chamou - Este é do Noordam.

- Não se preocupem. É normal nesta época do ano. – o capitão deve ter falado no intuito de acalmar os Hale.

Levantei um pouco a cabeça olhando onde eles estavam. Deixei que os pais passassem e o capitão também para tocar o braço de Jasper. Ele olhou para mim.

- Preciso falar com você – cochichei – em 10 minutos ali – apontei a sala agora vazia.

- Impossível – ele me respondeu. – Não podemos nos encontrar.

Sai do bote e o puxei para a sala que indiquei o jogando contra a parede um pouco nervosa e ofendida.

- Preciso falar com você! – repeti.

- Não, Alice, não! – ele resistiu, eu realmente me magoei com o jeito que ele falou e involuntariamente senti que logo começaria a chorar – Olha... Não é nada com você. Eu só... Olha Alice, eu sou comprometido... Eu não posso continuar, sinto muito... Não podemos nos envolver!

Estávamos envolvidos? Meu coração parou no exato momento que ele falou sobre esse assunto. Talvez não quisesse admitir que estivesse sentindo algo mais, mas eu estava, e era forte. Era mais do que somente admiração ou amizade, e ele falando daquele jeito fazia meu coração apertar.

- Já estou envolvida de mais... – falei depois de um tempo pensando.

- Você é a garota... A mulher mais incrivelmente maravilhosa que eu já conheci, e...

- Jasper, eu... Sei como o mundo funciona. Tenho 10 dólares no bolso. Nada tenho a oferecer e sei disso. Entendo isso, mas agora estou envolvida demais.

- Eu tenho que ir Alice – ele tentou resistir, eu via isso nos seus olhos - Mas eu não posso ir sem saber se ficará bem...

- Acho que não. – falei olhando pra trás. – eles te prenderam de mais... E se continuar assim Jasper, logo esse fogo que eu vi ontem e que eu tanto... – minha boca não fez relutância em falar a próxima palavra, mas eu tive que parar para ter certeza que queria dizer ela - amei em você vai morrer!

- Você não pode me salvar Alice.

- Tem razão – concordei – Só você pode.

- Eu vou embora – ele fez menção de sair, mas sua noiva vinha caminhando pelo convés e ele voltou me pressionando contra a parede para que ela não nos visse. Minha respiração ficou desregulada assim como meu coração. – Não faz isso – ele roçou o nariz pela minha bochecha e somente assim percebi que estava chorando.

- Esquece!

- Não... Não posso... – ele puxou minha mão para o peito dele, o coração batia forte. Engoli seco e ele me puxou pela outra porta existente ali. Levou-me até o convés e me abraçou. –Eu também já estou envolvido de mais. Dê-me sua mão. – ele pediu e sem pensar suas vezes a estendi para ele. – Agora feche seus olhos. – ele mandou e eu fiz – Agora feche os olhos. Vamos! – ele riu baixo no meu ouvido. Meu corpo se arrepiou –Suba aqui. Segure-se e não espie.

- Não estou espiando. – falei.

- Suba no balaústre. – fui subindo lentamente cm medo de cair - Segure-se. – ele lembrou. – Fique de olhos fechados. Confia em mim?

- Minha vida – respondi.

- Certo. Agora abra os olhos. – mandou.

A imagem que vi foi uma das mais belas que podia imaginar. Existia um lindo pôr-do-sol, e o vento batendo contra nossas peles como se estivesse voando.

- Estou voando – comentei e olhei para ele. Era como se meu coração estivesse completo. Ele segurou minhas mãos as abrindo contra o vento e eu não consegui parar de o olhar. Ele sorriu, um sorriso lindo e maravilhoso. E minha boca se aproximou lentamente da dele, como se elas fossem atraídas uma a outra. O beijo que nos tomou por completo foi iniciado lentamente. Aquilo era muito mais do que podia sonhar.


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Notas finais do capítulo

Gente, em breve teremos mais um capitulo! Podem esperar! E chegamos ao meio da fanfic *-*
Beijoos, Juuh