O Naufrágio - HIATO escrita por Juffss


Capítulo 7
Os primeiros sentimentos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73640/chapter/7

 

 

 

POV Emmett

 

Tenho que admitir que eles não são mesquinhos, pelo menos não ainda.

- Desculpe, Molly eu não sabia..._Rose falou com sua voz de anjo (Eu a chamei de Rose?)

- Não,_ a senhora riu_ ninguém sabia..._ ela fez uma pausa_ Querem escutar uma história? A minha história?

- Oh! Podemos, podemos, Emm?_ a baixinha da minha irmã pediu.

- Se Margaret quiser que nós escutemos, por mim tudo bem..._ falei.

- Oh, menino Emmett, me chame apenas de Molly_ pediu_ e é claro que gostaria que vocês escutassem, eu não sei, mas eu gostei de vocês_ ela sorriu.

- Conte Molly, eu adoro suas histórias_ Rosalie disse que nem uma criança feliz, eu sorri. Ela ficava tão graciosa.

- Rosalie_ Jazz (eu disse Jazz? Ok! Eu estou estranho) a repreendeu.

- Qual é o problema, me deixa ser feliz_ ela pediu ficando ao lado de Molly.

- Ok, me deixem contar_ ela disse rindo e encostando-se à barra de proteção._ Eu nasci em 1864, era uma época bonita e muito verde. Como vocês já sabem, eu não nasci rica, eu virei rica.

‘Meus pais eram fazendeiros ao sul da Inglaterra. A princípio eu era um presente para meus pais, mas com o passar dos anos eu fui me tornando um estorvo, algo inapropriado para a pobreza. Mal havia completado 7 anos e meus pais me colocaram para trabalhar, algo que nunca me dei bem, confesso. Eu plantava, colhia, cuidava dos animais... E não me importava de fazer isso.

‘Lembro de milhares de discussões dos meus pais. Mamãe achava que deveriam me doar a alguém logo, doar não, vender... Mas papai achava que eu dava mais lucro trabalhando para ele, afinal eu fazia todo o trabalho e pouco me importava... Pouco eles sabiam que eu entendia cada olhar que eles trocavam.

‘Eu fiquei um pouco deprimida no inicio, mas como em um sonho eu comecei a estudar sem que eles me vissem fazendo isso. Eu ia até a biblioteca da cidade e passava horas me dedicando aos livros. Com 15 anos eu já sabia ler e escrever perfeitamente, além de saber coisas como psicologia, política, direito...

‘Mas minha história mesmo começa aqui. Em um dia de chuva eu acabei ficando presa na biblioteca. E ele estava lá. Parado frente a imensa janela de vidro olhando as gostes de água se desfazerem ao chão. Foi algo que não entendi, mas eu senti que ia ter que ir até ele.

- E você foi?_ a baixinha da minha irmã intrometida interrompeu a história.

- Eu caminhei em passos lentos e medidos até a janela, mas não tive coragem de falar com ele. Não naquele instante. Mas aqueles olhos claros me chamaram a atenção de uma forma que não podia simplesmente ignorar, eles eram como um pote de ouro líquido. Sua boca era vermelha como o sangue e seus cabelos claros..._ Molly suspirou lembrando-se da provável imagem do homem_ Era algo que eu não poderia esquecer... Jamais. Ele me chamou a atenção de uma forma impressionante.

 

POV Jasper

 

Molly passou suas mãos sobre as mechas escuras e sorriu. Um sorriso doce e terno, até um pouco materno.

- Era um amor platônico. Ele era casado e era bem mais velho... _ argumentou_ mas eu me prendi aquela imagem. Ele era perfeito e quando ele finalmente me disse um “oi” rouco e com um sorriso nos lábios eu quase me derreti. Naquele dia não passou disso, apenas ficamos ali, ele encarando a chuva cair e eu o olhando enquanto ele estava desatento.

‘Depois eu passei sempre a ir à biblioteca naquele horário, e ele nunca me decepcionava. Ele sempre estava lá. Com o passar dos dias eu descobri quem era ele. Anthony Fattueli, um rico qualquer daquela cidade. Aquilo só me fez admira-lo mais.

- Mas..._ Rose interrompeu.

- Eu era interesseira na época_ Molly a cortou_ na época_ frisou_ Bem os anos forram passando e ele me contratou para trabalhar em sua casa. E eu fiquei na duvida entre ele e meus pais. Acabei escolhendo ele. Eu tinha 17 anos na época e eu me julgava apaixonada, aquilo seria o mínimo que eu poderia pedir. Então eu me mudei e comecei a trabalhar como domestica na casa dele.

‘Mas não era isso que ele queria._ se lamentou_ depois de alguns messes que eu estava fazendo meu trabalho ele começou a me usar. Para o que vem queria... Minha salvação foi o jardineiro da mansão que fugiu comigo e me levou para a casa da irmã.

‘Ela era uma mulher tão generosa. Sinto pena de não me lembrar o nome ou quem ela era ao certo. Eu a amava, e ela era como uma mãe. Seu filho era uma preciosidade em pessoa. Foi ele que me ajudou a superar Anthony.

‘Aos poucos eu fui me envolvendo com ele e bem aos poucos eu fui gostando mesmo dele. Ele era tão lindo e tão perfeito que me bate a angustia de lembrar-me dele apenas como uma fumaça..._ ela fez uma pausa e nos encarou_ Acho que vocês devem ter percebido que eu não me lembro muito das coisas agora.

‘A próxima coisa que me recordo vagamente era de estar em um navio. Era o ano de 1897 e eu segurava com todas as minhas forças uma caixinha com uma jóia. Acredito ser o famoso coração do oceano. Eu me lembro daquela peça como nunca me lembraria de alguém.

‘Era digna da realeza, devia valer milhões aquela época, hoje então... Era uma pedra azul, pesada e lapidada em forma de coração. Ao seu redor haviam milhares de diamantes de sua forma mais minúscula. Era uma jóia horrível, mas para todos era a mais perfeita.

‘Eu estava admirando a pedra no dia do acidente. Ouve um baque e todo o navio tremeu. Uma caldeira havia explodido e a água começou a entrar por lá. Houve uma correria para ver quem pegaria os botes salva-vidas. Muitas pessoas se salvaram e eu seria uma dessas pessoas se não desse a vez para uma mulher grávida que chorava escondida em um canto.

 

POV Alice

 

- Nessa época você não era mais arrogante?..._ perguntei curiosa, tudo aparentava que Molly era uma ótima mulher.

- Não, aquele homem..._ ela sorriu_ ele me mudou... Eu passei a cuidar do próximo e não só a pensar em mim... Ele era minha vida.

- Molly_ Jazz chamou ao ver a feição entristecer_ como oi que você continuou viva?

- Bem o navio foi virando e antes de cair na água eu bati a cabeça._ ela passou a mão em sua cabeça_ E é por isso que não me lembro de muita coisa. A água estava cortante, fria...

‘Bom, mas eu me forcei a nadar até uma ilha que tinha por lá. Eu não sei o motivo, mas sabia que ele existia e era tão forte que me ajudou a prosseguir. Eu tinha 28 anos e estava acabada. Os sobreviventes daquele naufrágio prestaram cuidaram dos familiares das vitimas, da família dos mortos...

‘Mas eu não estava nem viva nem morta. Eu estava numa ilha deserta. Aprendi a sobreviver e encontrei ouro naquele pedaço de terra. O resgate veio de um navio que passou por lá alguns anos depois, nessa época eu já tinha 32 anos e sabia de tudo que poderia se saber. No navio estavam o senhor e senhora Hale e seus filhos.

- Nos tínhamos 7 anos e eu me lembro._ Rosalie contou_ Você conversava com agente todas as tardes e contava historias diferentes...

- Me admiro por lembrar historias naquela época, eu não lembrava mais nada..._ ela sorriu tímida_ com o passar desses anos que me lembrei desse pouco que sei sobre minha historia.

- E o que aconteceu depois?_ perguntei interessada.

- Depois?_ ela repetiu_ Depois eu comprei a ilha com as pedras de ouro que carreguei para o navio e comecei a explorar. Mas eu não me sentia completa. Algo me faltava e eu não sabia o que era. E todas as noites eu lembrava os meninos Hale e sabia que era alguma coisa relacionada. Havia se passado um ano e eu me mostrei presente para eles.

- Mais presentes que nossos pais_ Jazz comentou.

- É..._ ela admitiu._ e eu me senti mais completa... Mas ainda havia um buraco em meu coração e eu não sei até hoje o motivo..._ ela fez uma pausa e olhou para cima_ Rosalie, qual foi a desculpa que usou para fugir do seu noivo.

- Falei que estava passando mal e não iria sair da cabine. Por quê?_ ela perguntou.

- Porque eu acho melhor você se esconder_ ela disse divertida_ Ele ainda não te viu, mas..._ ela parou parecendo pensar em alguma coisa_ Fica parado Emmett_ pediu e puxou Rosalie.

Molly puxou Rosalie pelo braço e colocou atrás do meu irmão. Eu ri. Tudo bem que ele é um armário em forma de gente, mas o esconderijo que Molly arrumou foi no mínimo engraçado.

- Assim ele não vai te ver_ ela riu quando soltou o braço de Rose_ fiquem quietos_ mandou._ Vamos fingir conversar.

 

POV Rosalie

 

Porque o Royce tinha que aparecer agora? Eu estava me divertindo tanto...

Minha mão roçou na de Emmett e eu arrepiei. Aquilo foi no mínimo estranho já que nunca aconteceu isso comigo.

- Jasper_ escutei a voz repugnante do meu noivo chamar_ viu Rosalie?

- Deveria, Royce?_ Jazz perguntou segurando o riso.

- Ela é sua irmã, você tem que saber onde ela está_ Royce esbravejou.

- Ela é sua noiva, você deveria saber onde ela está_ Jazz respondeu no mesmo tom.

- Com quem acha que está falando Hale?_ ele disse nervoso.

- Royce King?_ Jazz perguntou divertido.

- Jasper sem fazer ele descer_ murmurei.

- Rosalie está em sua cabine, não está se sentindo bem e não quer receber visitas_ Molly gritou na tentativa de apaziguar.

- Deveria prestar mais atenção em sua Noiva_ Jazz provocou_ idiota_ murmurou.

E nesse momento meu mundo se resumiu aquele toque. Emmett segurou minha mão e agora eu estava alheia a discussão com Royce.

Que poder esse homem tinha sobre o que eu escutava ou não... Mas agora eu só queria que sua mão permanecesse apertando a minha como se falasse “eu estou aqui e ele na vai encostar um dedo em você” ou apenas era isso que eu queria que ele falasse. Meus sentimentos pareceram parar e eu não conseguia respirar mais... Então meu coração começou a bater descompassado e minha respiração pareceu ficar irregular.

Fechei meus olhos e a única imagem que veio foi a do seu rosto. Seus cachinhos e suas covinhas... Sorri esperando mais algum movimento de seu corpo. E assim ele o fez, seu dedão começou a acariciar a palma de minha mão em um movimento único e particularmente o melhor.

- Idiota..._ escutei Jazz resmungar e meus olhos vagaram para o lado, sem sair do meu esconderijo.

Alice segurava Jazz pela cintura como se o impedisse de sair dali. A baixinha até era bem forte e enquanto murmurava algumas palavras eu vi meu irmão se acalmar.

- Ele já saiu de lá?_ perguntei bem baixo e só Emm me escutou.

- Já_ ele responde no mesmo tom e depois ele disse alguma coisa baixo de mais para que eu escutasse.

- Rosalie_ meu irmão gritou tão nervoso que eu me assustei e agarrei ao braço de Emm como se pedisse para ele me proteger.

A outra mão passou sobre as minhas e ele riu. Uma risada doce e infantil tão perfeita que eu me assustei com o barulho que ela fazia aos meus ouvidos. Olhei para ele e seu cheiro penetrou meu nariz tão perfeitamente acabou cobrindo cada átomo do meu corpo. Jazz também riu.

- Não vou te bater, eu nunca fiz isso, fiz?_ ele perguntou quando olhei para ele_ eu iria perguntar se poderia matar seu noivo idiota.

- Manda ao mar, mas manda a idiota da sua noivinha também... E a família deles... Fúteis_ grunhi e Alice voltou a rir. Lembrei-me do que ela havia me falado e não contive a graça para mim, comecei a gargalhar enquanto segurava os braços fortes de seu irmão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entao gente do meu core...

Voces já notaram que estao surgindo algumas coisas entre eles...

E quem gostou da historia da Molly levanta a mao...

Bem... até domingo e Beijoooos

Juuh