Teen Titans - Caminhos Traçados escrita por Donzela de Ferro


Capítulo 8
O Extermínio




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Após a noite incrível que passei com Dick, acordei ao lado dele na manhã seguinte. Era uma manhã bem fria para o normal de Jump City, estava chegando o outono. O maior dos problemas naquele momento era o fato de que nós estávamos praticamente sem roupa, eu estava tremendo de frio. Dick estava totalmente nu, porém, meio coberto pelo meu cobertor, mas eu estava sem nada, estava descoberta e usando apenas uma calcinha nada aconchegante. Eram mais ou menos umas 5:30 da manhã quando abri os olhos pela primeira vez, mas percebendo que estava muito frio e que Dick ainda não estava acordado, voltei a dormir como forma de tentar esquecer a temperatura. Resultado: fracassei. Eu estava tremendo demais, ao passo que não consegui voltar a dormir, mesmo que ainda estivesse morrendo de sono. Virei de lado e me encolhi para me esquentar, já que eu não queria acordar Dick ao puxar o cobertor. Nesse momento, senti um movimento na cama, um braço tomou conta de minha cintura e me puxou para debaixo do cobertor.

Era a melhor coisa naquele instante, ficamos os dois, abraçados debaixo da coberta, estava bem quentinho, perfeito para apreciar junto a ele. Dormimos mais um pouco e depois levantei para ir tomar um banho. Projetei meu quarto com um banheiro dentro porque tenho sérios problemas em dividir um, tenho meu tempo para usá-lo e compartilhar com os outros seria um desastre. Entrei debaixo do chuveiro com a água bem quente, estava perfeito, só uma coisa melhorou, e foi o fato de que, logo em seguida, Dick também entrou, tomando um banho junto comigo. Os detalhes que aconteceram no banho serão poupados, mas posso dizer que foi bem excitante. Quando terminamos e fomos descer para tomar um café. Chegando lá, ainda não tinha ninguém, estavam todos dormindo ainda, por isso, sentamos de frente um para o outro e resolver o que viria depois daquela noite.

— Então... e agora? -perguntei.

—O que VOCÊ quer fazer, Vic?

— Sinceramente, não sei... Quer dizer, eu amo você, Dick, mas será que seria bom assumir isso? -respondi.

— Não sei você, mas eu pretendo levar isso a diante, nos levar a diante. -disse ele, segurando minha mão e me olhando nos olhos.

— Não, eu também. -falei, sorrindo- Estou dizendo que não sei se seria a hora certa para assumir algo "público", sabe? Afinal, somos super heróis, todas as relações sociais são um risco. Sem falar que, acho que ainda não é o momento certo para expor isso para a equipe, pelo menos não oficialmente. -concluí.

— Entendo. Por mim, tudo bem. Então, deixamos isso no ar? Como já estava, só que mantendo algo somente entre nós? -perguntou ele.

— Isso! Se você concordar, é claro... -respondi.

— Ótimo, menos dor de cabeça para ambos, hahaha! E você tem razão, não podemos deixar segundos descobrirem isso. Seria algo como um ponto fraco. Isso não é bom. -disse ele.

Nos olhamos como dois amantes que éramos e logo, nos beijamos. Claro que já era algo que previmos que poderia acontecer, mas nesse exato momento enquanto nos beijávamos, Cyborg entrou na área da cozinha, que era onde estávamos. Demos quase um pulo de susto.

— Falaaaa galeraaa! Dormiram bem? Já estão acordados há muito tempo? -perguntou Cyborg, animado.

— Eh...claro Victor! Por que não teríamos? Não, acordamos por agora. -respondemos, totalmente constrangidos.

Por sorte Cyborg não notou nada, mas tínhamos acabado de resolver a situação, e já não estávamos começando o acordo de manter segredo, mesmo que temporariamente muito bem com aquilo, não é mesmo? Com a manhã passando, os Titãs foram acordando e indo para onde estávamos. Estava tudo bem, na maior tranquilidade, até Garfield chegar. Ravena sabia que eu e Dick tínhamos saído na noite anterior, e sabia que provavelmente tinha rolado alguma coisa, mas ao contrário de Mutano, Rachel era discreta e ficava na dela, ou seja, por mais que ela soubesse de algo concreto, ela não falaria a ninguém, pois ela assumiria que o acontecimento não era da conta dela. Porém, Garfield não era assim. Ele chegou, olhou para nós dois, que estávamos conversando com os outros e soltou:

— Olá, tudo bem com vocês dois? -numa voz e com um olhas extremamente sugestivos.

Fiz um sinal a ele, algo do tipo "fecha a matraca senão eu arranco sua língua", mas ele fez questão de me ignorar e continuar falando:

— Como foi a noite de vocês ontem? Porque a minha foi ótima!

Com isso, Ravena, irritadíssima, fez uma magia que tampou a boca dele por tempo indeterminado, até quando ela decidisse que permaneceria daquele jeito. Eu e Dick ficamos aliviados, enquanto Estelar e Cyborg não entendiam nada. Como sempre, coisas acontecem em momentos inesperados e dessa vez não foi muito diferente. Era de manhã ainda, por volta de umas 10h quando ouvimos uma explosão ensurdecedora, que não vinha de nenhum lugar menos do que a nossa garagem. Corremos para lá para ver o que era. Era a moto de Robin. Quando entramos na garagem, ela estava destruída, junto com tudo que tinha lá, incluindo a moto de Robin, o carro de Cyborg, a minha moto e algumas armas que estávamos desenvolvendo. Tinha algo errado, por isso, fomos conferir o sistema de segurança da torre, porém, não havia um registro sequer de alguém ou algo que houvesse entrado ali. De todas as coisas, acho que eu e Cyborg só conseguíamos pensar em uma coisa: o trabalho que teríamos para planejar uma garagem nova e contruí-la, só que daquela vez, à prova de explosões, pois não poderíamos ter mais tantas perdas de equipamento como dessa vez, estava fora de questão.

No chão do que restou da garagem, achei algumas peças da moto de Robin. A moto dele era uma Ducati, um tipo de moto que eu já estava familiarizada a mexer, tal como a minha, que era da Harley-Davidson. Após analisar todos os sistemas de segurança, pude finalmente concluir, conjuntamente com Victor que a explosão partiu da moto de Dick, mas por quê? Um sistema como o da Ducati, principalmente equipado como a de Robin era para ser praticamente extinta de possibilidades de pane, ainda mais um desse porte.

— Temos que analisar melhor o que restou de material na garagem, vou mandar meus sistemas realizarem uma busca avançada na área. -disse Cyborg.

— E eu vou analisar o tipo de material encontrado nessa peça, posso quase te afirmar que isso não foi um acidente. -respondi.

Me tranquei em meu quarto pelo resto do dia, realizando exames e pesquisas sobre aquele material explosivo. Aquilo não era pólvora, ou cobre, ou algum material normalmente utilizado em bombas, muito menos em sistemas de funcionamento de motos. Era altamente mortal, algo que não poderia ser apagado nem com água, e sim, com sorte, somente com querosene. Poderia levar uma pessoa à morte em minutos, uma tortura agonizante que só poderia ser utilizado por alguém cruel, sádico. O material me parecia fósforo branco, e eu só conhecia uma pessoa que já tinha utilizado fósforo branco em experiências: Slade Wilson. No instante que cheguei a essa conclusão, Cyborg bateu em minha porta, me trazendo uma espécie de temporizador. Quando o liguei, vi que estava programado para explodir no exato momento em que eu e Dick estávamos na estrada, voltando para casa, mas por sorte, ele falhou, explodindo muitas horas depois em nossa garagem.

Supus que ele havia nos seguido na noite anterior e plantado essa bomba na moto no estacionamento do local. Mas, como? Tudo bem que Slade sabia minha identidade, meu paradeiro, mas por que me seguir e planejar isso tudo ao invés de simplesmente me atacar? Por que tentar matar Dick junto? Afinal de contas, ele sabia que Dick era o Robin? Isso me preocupou. Imediatamente me dirigi a Dick e contei a ele. Ele tentou me acalmar, dizendo que estávamos seguros na torre, mas o lembrei sobre o que havia acontecido há uns tempos atrás entre mim e o Exterminador, sobre ele ter invadido a torre, mas ele manteve seu pensamento, continuando a me acalmar.

Eu conhecia Dick, sabia que ele não estava numa boa como aparentava estar e também sabia que ele iria atrás de Slade. Meu palpite não estava errado, chegou a noite e ele de fato foi, e sozinho, sem avisar a ninguém. Obviamente, fui atrás, por mais impertinente que isso poderia ser. Chegando lá, o parei e falei:

— Você está louco? Ele vai te matar!

— Acha mesmo que não sei me cuidar, Donzela? - respondeu ele, e de uma hora para outra o atacou.

A luta foi feia. Slade já estava preparado e, não somente isso, isso tudo era um plano dele para atrair Robin até ele.

— Você daria para um ótimo ajudante, sabia Robin? -disse Slade- Aliás, muita coragem sua se dirigir sozinho a mim, não acha? Eu admiro isso, admiro de verdade.

— Calado! Você sabe que eu nunca serviria a você! -respondeu Robin, irritado.

Nesse momento, Slade se irritou, atacando Robin com diversos golpes, e Robin, os revidando de forma íntegra. Até então, cheguei à conclusão, por conhecê-lo, de que eu entrar na luta seria uma forma de atrapalhar Dick. Até que o Exterminador o laçou com uma espécie de corda, o amarrando pelos pés e o arrastando pelo chão. Meu coração apertou, eu estava lá, sem poder fazer nada devido às circunstâncias que mencionei anteriormente. Eu dizia a mim mesma, bem baixinho: 

— Vamos Dick, se levante...vamos...

Até que Slade, em sua covardia, se apoderou da condição de Dick, que estava amarrado, sentou em cima dele e começou a desferir socos na cara dele, até ele ficar inconsciente. Sacou uma arma e disse: 

— Bon voyage, prodígio de merda!

E quando ia atirar, eu rapidamente voei até ele, quebrando a barreira do som e o levei junto comigo. Arranquei a arma de sua mão e desloquei seu punho, depois acertei um soco em seu rosto. Meio tonto, ele disse:

— Ora, ora... por que eu não esperava por isso?

— Que bom, não é mesmo? Quer dizer que ainda não sou tão previsível! -respondi, com a mesma frase que ele havia me respondido naquele acontecimento passado.

Suas pupilas se contraíram. Ele parecia com medo. 

— O que foi Slade, está com medo? Se eu fosse você, também estaria. -falei.

Ele se disparou diante de mim, e quando ia me alcançar, eu desviei e quebrei seu braço oposto do punho deslocado. Cheguei por trás dele, bem perto de seu ouvido, peguei em seu pescoço e invadi sua mente. Eu estava, de fato, puta da vida. Eu o fiz cair no maior dos buracos negros de sua memória, o deixando em estado de choque no chão de seu "esconderijo". Em algumas horas ele sairia desse estado, retomando sua consciência, porém, sempre recordando o que eu o fiz passar. Esse é um dos efeitos mais poderosos dos poderes da escuridão, a loucura, que penetra a alma e faz a pessoa se torturar. Nesse tempo, corri até Dick, que estava com a cara ensanguentada de tantos socos tomados. O desamarrei das cordas e realizei uma pequena checagem de suas funções, que ainda bem, estavam todas regulares. Ele me olhou nos olhos, ainda meio inconsciente e disse:

— Acho que eu deveria te escutar mais, não é mesmo? Deu um pequeno sorriso e desmaiou.

Eu o carreguei para casa, tirei suas roupas que estavam cobertas de sangue e o deixei na enfermaria. Limpei suas feridas e fiz alguns curativos. Resumindo, passei a noite em claro cuidando dele. Ainda bem que estava tudo certo, fora algumas pequenas feridas. Pouco antes de amanhecer, Garfield me encontrou jogada no sofá da enfermaria e resolveu ver o que ocorria. Ele entrou em estado de choque ao saber, mas ficou lá comigo.

— Esse aí realmente gosta de você, hein? Ir sozinho enfrentar um mercenário como Slade não é para muitos, muito menos por alguém. -disse Mutano.

— Nem me fale Gar. Agora é só esperar amanhecer e ver se ele se sente disposto. Mas devo admitir, ele lutou demais. Pena que Exterminador tinha tudo preparado. Ele já deve acordar bem, levando em conta a sua energia e disposição invejáveis... -respondi.

— Ainda bem que você percebeu tudo e foi atrás, senão ele estaria morto. E, posso te fazer uma pergunta, Vic? -perguntou ele.

— Claro. -respondi.

— Essa energia e disposição também se aplicam na cama? -perguntou ele, rindo, com tom sugestivo.

—Garfield! HAHAHA!!! Menos... -respondi, constrangida.

— Você está vermelha, então já sei que isso é um sim. -falou.

— Ok, você me pegou.

A madrugada seguiu dessa forma, comigo e Mutano conversando sobre o que tinha rolado entre mim e Dick. Mas lembrando do detalhe de que eu deixei no ar se estava de fato havendo algo mais do que puro sexo ou mais do que isso, como havia combinado mais cedo com Dick. No momento, tudo que eu esperava era que Dick acordasse logo para, enfim, poder curtir um pouco ele, poder da minha forma, dar atenção a ele naquele momento complicado.


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