Teen Titans - Caminhos Traçados escrita por Donzela de Ferro


Capítulo 7
A Ocorrência




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Depois de nos reconciliarmos, eu e Dick nunca mais nos desgrudamos. Estávamos o tempo todo fazendo coisas juntos, até mesmo resolvendo missões, o que era meio incomum, já que ele preferia trabalhar sozinho às vezes e eu também, por minha parte. Mas estávamos fortemente conectados o tempo todo. Mesmo com isso, quase todas as noites eu mantive meu "ritual" com Garfield, de ficar até tarde conversando no meu quarto. Numa dessas, que estávamos falando sobre algumas experiências sexuais de nossas vidas, ele me contou sobre Ravena. Eu sempre soube que por baixo dos panos tinha alguma coisa estranha entre os dois, mas não imaginava isso.
Mutano e Ravena constantemente mantinham umas relações sexuais, as quais, como já disse, eu já imaginava, porém, quando Garfield me contou, eu vi na forma dele falar que estava começando a se apaixonar por Ravena. Meu coração apertou fortemente. Eu sabia que ele estava começando a criar sentimentos por ela... e também sabia que ela não correspondia. Quer dizer, podia até corresponder, mas ela nunca admitiria isso... nunca assumiria uma relação com ele. Por isso, fui sincera e falei:
— Gar, você tem noção de que, pode ser que vocês nunca tenham nada, não é mesmo?
— Eu nunca disse que queria isso. - respondeu ele, com um tom meio sério, porém, com olhos tristes.
— Eu te conheço, eu sei que quer... e eu também quero muito que você tenha isso, mas estou tentando te ajudar, evitar que você se machuque...
— Pode ficar tranquila, eu não vou. Eu sei o que eu sinto, e você não está errada, mas acima de tudo, eu conheço a Ravena. - respondeu ele.
— Ah, tudo bem então... me desculpe.
— Tudo bem, eu te entendo. Falando nisso... e você e o Dick, hein? O que tá rolando? Tá todo mundo sabendo que rola alguma coisa...- ele disse.
— Nossa, pelo visto as pessoas sabem mais da minha vida do que eu mesma, hein! Hahaha, não tá rolando nada, juro.
— Ah, me poupe, nada? Até parece.- respondeu ele.
— Sério, não rolou nada entre a gente... bem que eu queria, na verdade.
— Vocês enrolam demais, meu deus!!! É óbvio que vocês são doidos um pelo outro, então me façam o favor de irem logo pra um canto se pegar, senão eu mesmo dou conta de induzir isso!!! - disse ele, entusiasmado.
— Hahaha, Garfield!! Só você mesmo para me fazer rir a essa hora da noite! Vamos dormir agora, amanhã eu penso nisso, ok?

Nesse momento me deitei, deixei meus cabelos soltos pelo travesseiro. Garfield deitou ao meu lado e lá ficamos, até o amanhecer.

No dia seguinte, logo cedo, bate alguém à minha porta. Quando abri, vi que era Robin, morri de vergonha, eu ainda estava de pijama, mas percebi que ele não ligava. Ele entrou em meu quarto, viu um cachorro em cima da minha cama e começou a rir. Me deu um beijo na testa de bom dia e logo perguntou se eu tinha algo para fazer mais tarde.
— Não, por que?
— O que você acha de irmos a aquele parque de diversões que passamos na frente outro dia? - me perguntou.
— Nós dois? Eu adoraria! -respondi.
— Combinado então, mas dessa vez, vamos do meu jeito! Ok?
— Moto? -perguntei entusiasmada.
— Sim! Você adora que eu sei!
— Abri um sorriso de orelha a orelha e falei:
— Agora você já pode ir, preciso me trocar né? Hahaha, vamos tomar café, já está quase na hora do nosso treino.

Ele então sorriu para mim e saiu pela porta. No momento exato que ele saiu, falei:
— Ok Garfield, já pode parar de fingir, eu sei que você escutou tudo claramente!!!
— Que droga Victoria! Isso é muito chato! - respondeu ele, voltando à forma de humano.
— Eu te conheço, rapaz! Pare de ser bisbilhoteiro!!!
— Agora vai hein!!! Já está até de encontro marcado. Se não rolar hoje eu juro que peço para a Rachel fazer uma daquelas feitiçarias malucas para achar a pessoa amada em 7 dias em vocês. -falou ele rindo, animado.

Para quem não sabe, Rachel é o nome real da Ravena, mas ela sempre gostou mais de Ravena mesmo. Mas Garfield amava o nome dela. Ele praticamente só chamava ela de Rachel, mesmo que isso a constrangisse de vez em quando. Acredito que fiquei o dia inteiro pensando no que seria naquele dia mais tarde. O treino rendeu bastante, consegui ganhar de Estelar facilmente naquele momento. Não que eu não conseguisse nas outras vezes, mas Estelar era de fato, uma oponente à minha altura, em questão de poderes e de combate. Geralmente era bem mais difícil, mas acho que eu estava tão contente com aquilo que tomei certo impulso para lutar com mais vontade.

Horas passam, e nada do momento chegar. Para isso, resolvi tirar um cochilo, assim as horas passariam voando. E não foi diferente. Não acordei por espontânea vontade. Acordei com uma chinchila verde sentada na minha frente cutucando meu nariz e dizendo:
— Vai mesmo perder o momento da sua vida??? Anda, levanta e vai tomar um banho, se arrumar.

Se não fosse pelo Mutano, o que seria de mim, não é mesmo? Imediatamente dei um pulo e entrei para o banho. Quando sai, vi que Garfield segurava uma roupa em suas mãos. Era um dos macacões que Bruce havia me dado de presente. Ele era lindo. Eu havia usado muito pouco, somente em ocasiões bem específicas. Essa não seria diferente. Ele era amarelo, de alças finas, com um decote lindo (não era vulgar, ok?), a parte da calça era uma pantalona que se arrastava pelo chão. Era deslumbrante, nada chique, porém, muito lindo, ou seja, adequado ao momento. Vesti ele, sequei os cabelos loiros, coloquei meus óculos de grau (eu sou cega de perto, acredite, se não fossem as lentes de contato...), não passei maquiagem, afinal, nuca gostei muito. E fui para a garagem da torre. Eu não precisava ser a Donzela naquela noite. Só a Victoria. Só ela, e mais ninguém.

Quando cheguei na garagem, ele já estava lá. Sem máscara. Sem uniforme. Somente ele, o Dick Grayson, assim como eu.
— Você está... -sua fala foi interrompida por um meio sorriso. Eu sorri de volta. Ele descobriu a moto, a colocou no modo disfarce e subiu, me dando o capacete. Em seguida, subi também, e ele arrancou com a moto. Quando entramos na pista, comecei a sentir um frio na barriga, mas um frio bom. Agarrei ele bem forte, eu estava amando aquilo. Percebendo que eu estava segurando bem apertado, Dick acelerou e em questão de segundos, passou de 100 km/h. O trajeto até o parque foi uma das melhores sensações do mundo.

Quando chegamos no parque, não sabíamos por onde começar, mas é claro que, ao tirar no acaso, acabamos na mais radical, a montanha russa com uns 5 loops. Depois dessa, acho que passamos em quase tudo, e ao final, eu o desafiei a ganhar de mim no tiro ao alvo. Acreditem, ele era bom, mas eu era melhor, a prova disso é que eu ganhei um panda de pelúcia para ele, e não o contrário! Irônico, não? Em seguida, estávamos mortos de fome e avistamos um carrinho de cachorro quente, obviamente, como dois esfomeados que somos, comemos uns 50 cada. E acredite ou não, ainda coube espaço para um algodão doce enorme. Estávamos de fato nos divertindo, foi uma noite e tanto. Fomos por fim, caminhando até o píer próximo ao parque.
— Acho que desde que cheguei aqui, esse foi o melhor dia que eu tive. Muito obrigada por isso. -falei.
— Eu que te agradeço por estar aqui. -ele respondeu, pegando a minha mão.
— Acho que nós dois estávamos tão perdidos, que o destino resolveu colocar a gente para se encontrar, algo na vida que não entendemos exatamente o porque, não é mesmo? - falei, enquanto me aproximava dele.
— Acho que estou começando a entender o porque. - disse ele colocando a mão no meu cabelo.

Nesse momento, fomos nos aproximando. Nossos olhos foram se cerrando, nossas mãos se tocavam. Até que finalmente aconteceu. Nossas bocas se encontraram. Foi majestoso. O momento mais feliz de minha vida naquele momento. Aquele beijo durou alguns segundos, que pareceram muito mais lentos do que realmente foram. Foi perfeito. Quando terminamos, nos olhamos nos olhos, era claro o que sentíamos. Nos abraçamos bem forte e continuamos ali por um tempo curtindo um ao outro. Trocando risadas, abraços, beliscões, beijos. Incrivelmente, naquele dia não aconteceu nada.

Lembra que eu disse que na vida de um Titã, nada que é bom dura muito tempo? Acredito que eu estava errada, pois nesse dia, quase tudo conspirou a nosso favor. Era para ser. Quando deu mais ou menos uma meia noite, resolvemos que era hora de voltar para casa, e voltamos. Subimos para nossos quartos. Me dirigi ao meu e ele ao dele. Eu estava colocando minha roupa para dormir quando ele bateu em minha porta para me desejar uma boa noite de sono. Eu não sei o que me deu na cabeça na hora, se era instintivo ou algo do tipo, só sei que lhe lasquei um beijo e cada vez mais fui o puxando para dentro do quarto, até que a porta automática se fechou.

Por algum motivo que até hoje eu não sei, naquela época, quando ele tinha uns 19 anos, Dick dormia de máscara. Ele foi entrando em meu quarto, e quando vi, estávamos nos pegando fortemente, mesmo que de uma forma certamente amorosa. E quando menos esperei, estava acontecendo. Fazia um tempo que eu não transava, mas aquele dia foi algo espetacular. Por vários motivos. Primeiramente porque, após um tempo sem, quando se faz novamente, você se sente renovado. Segundo porque, de todas as pessoas com quem eu tinha tido alguma relação sexual, só por ele eu tinha de fato algum sentimento recíproco, e isso fez com que fosse ainda mais maravilhoso.

Lentamente, fomos tirando a roupa, e em certa altura, tirei delicadamente sua máscara, o que não o incomodou nem um pouco, e que me deu cada vez mais certeza de que aquilo estava totalmente certo. Foi uma noite e tanto. Foi uma transa sensacional. Eu me lembro de cada detalhe como se tivesse sido ontem. Foi nessa noite que começamos um relacionamento amoroso de fato assumido. Me lembro bem de no dia seguinte acordar somente de calcinha ao lado de Dick, que estava nu, somente coberto pelo meu cobertor. Isso foi um marco, o início de algo muito maior do que eu podia imaginar.


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