Pacto Secreto escrita por Annie Felicity


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma vida, finalmente estou voltando com um capítulo novo.

Espero que curtam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/733766/chapter/7

Washington (DC)

Emily o abraçava trazendo-o para perto de si. Por alguns instantes ela conseguiu sentir a paz que jamais havia sentido em anos. Estar nos braços dele era estar segura. E por mais desesperador fosse aquele momento, passar por aquilo com ele a deixava confiante.

Mesmo não querendo, ela desfez o abraço e o encarou.

— Alguma novidade? — ela quis saber.

— Quase nada — ele respondeu disfarçando a apreensão. — O que foi descoberto é que o colega de Wendy, o Freddie, foi internado há dezoito meses numa clínica psiquiátrica e fugiu há duas semanas, coincidindo com os desaparecimento das meninas.

— Então ele está realmente envolvido.

— Ou é outra vítima — concluiu Hotch. — Descobrimos que outro rapaz do círculo de amizade de Wendy na Universidade também está desaparecido, Nathan Wack.

Emily respirou fundo.

— Já tem o perfil? — ela perguntou.

— Temos poucas informações para fazermos um perfil e estamos praticamente de mãos atadas — Hotch falou nervoso. — O detetive do caso nos dá poucas notícias, pois não quer que minha equipe fique palpitando “no caso dele”. Não nos deixou nem ouvir o depoimento das famílias.

— Eu já falei com a minha mãe — Emily fez uma pausa. — Ela contactou o Procurador Geral que logo fará o convite para a BAU assumir o caso — Novamente ela fez uma pausa. — Se tem alguém em quem confio para trazer a Wendy sã e salva, esse alguém é você, Aaron.

Hotch a encarou, se aproximando mais dela.

— Obrigado pela confiança, Emily — ele respondeu aliviado. — Não suporto ser um espectador nessa história.

— Só encontre nossa filha, por favor — ela pediu apreensiva.

Hotch queria dizer muitas coisas a ela, mas o momento não era oportuno.

— Eu vou encontrá-la — ele respondeu firme.

Emily ficou em silêncio encarando Hotch, ele tinha a impressão de que ela queria dizer algo, porém procurava as palavras certas.

— Tem mais alguma coisa que eu deva saber? — Hotch perguntou.

— Sim, vamos nos sentar — ela disse, apontando para uma fileira de cadeiras ao lado.

Hotch respirou fundo, ele já imaginava o que estava por vir. Eles sentaram lado a lado. Hotch ficou com os braços apoiados nas pernas, olhando para frente, esperando a ex-esposa falar.

— Meu pai está vindo com minha mãe, deve chegar nas próximas horas...

— Emily — Hotch falou, mal disfarçando  a sua fúria —, se ele tentar...

— Ele não vai — ela respondeu firme. — Ele me prometeu que não fará nada...

— E dá para confiar nele?

— Eu sei que meu pai fez muitas coisas... digamos, erradas, mas ele ama a Wendy e quer encontrá-la.

— Emi...

— Confie em mim.

Hotch passou a mão no rosto e respirou fundo.

— Certo — ele respondeu. — Mas se ele tentar me atrapalhar, juro que não respondo por mim.

— Aaron... se ele tentar algo que te atrapalhe a achar a nossa filha, ele vai se ver comigo.

Hotch ficou mais calmo, todavia mágoas passadas vieram a sua memória naquele momento.

— Por medo e por ser muito jovem na época, eu deixei ele ditar a minha vida: me separar de você e da minha filha. Agora ele não tem mais esse poder sobre mim — Hotch era enfático e convicto.

— Está tudo bem — ela falou colocando a sua mão sobre a dele.

***

Após a BAU assumir o caso, Hotch pediu que Reid e JJ fossem à Universidade George Washington falar com a Samantha Flynn, uma mulher de cerca de cinquenta anos que era madrinha da Irmandade Zeta há cerca de quinze anos.

Morgan e Elle foram mandados até Cassidy Woods, a única componente da irmandade de Wendy que não havia desaparecido ainda.

Hotch e Gideon, por sua vez, foram falar com o Detetive Martin, que não ficou nada feliz em ter que entregar o caso. Depois ambos iriam à clínica onde Freddie ficara internado por 18 meses.

***

Quando entravam nas dependências da Universidade, JJ percebeu que o amigo estava bem mais nervoso do que antes.

— Spence, o que está te deixando tão apreensivo? — perguntou ela, tendo o silêncio como resposta. — Eu percebi que vocês ficaram bem próximos quando trabalhamos naquele caso em Nova Iorque, tanto que só foi por sua causa que conseguimos dar um passo largo nessa investigação.

— Eu não quero falar disso. A gente nem se falou tanto assim.

— Reid, o que vocês conversaram naqueles dias pode ser importante para resolvermos esse caso. Nós, melhor do que ninguém, sabemos que qualquer detalhe é importante.

— O que tinha de importante eu já disse. Não tenho mais nada para falar.

— Okay, então — JJ proferiu, nada convencida. — Vamos falar com a Senhora Flynn.

Eles chegaram à casa da irmandade e deram de cara com Samantha Flynn.

Ela era uma senhora baixinha, robusta, com cabelos tingidos de acaju onde já era possível ver as raízes brancas. Bem vestida, mas com um rosto cansado. Samantha os levou para seu escritório que ficava dentro da casa da Irmandade.

Ela sentou-se à mesa segurando uma pasta grande. Reid e JJ sentaram-se nas cadeiras em frente.

— Vejamos, vocês querem saber das vadias que entraram na irmandade em 2011?

— O que disse? — perguntou JJ, se sentindo desconfortável.

— Perdão — respondeu a Senhora Flynn sem graça. — Eu as chamo assim não com intenção de ofendê-las. É uma brincadeira interna.

— Ok... ok — falou JJ impaciente enquanto a senhora abria o livro —, nos fale das meninas.

— Eram cinco meninas, digamos, peculiares — respondeu a Senhora Flynn. — Por qual quer que eu comece?

— Megan Summers, a primeira desaparecida — respondeu Reid.

— Acha mesmo que ela desapareceu? — indagou Flynn.

— Por quê, a senhora não acredita? — perguntou JJ.

— Sinceramente, não sei. Esse desaparecimento repentino de Megan me surpreendeu. Ela era muito ligada a família, ao namorado e as amigas para sumir por tanto tempo sem dar ao menos notícia. Mas como se tratava de uma menina pobre da Philadelphia e não acharam corpo ou sinais de crime, a polícia não deu importância e arquivou o caso.

— Como foi a reação das outras meninas? — indagou Reid.

— Foi muito estranha, de repente todas viraram “santas”, pelo menos nos primeiros meses. Mas a reação mais estranha foi de Wendy.

— Da Wendy? — indagou Reid curioso.

— Sim, ela abandonou a irmandade e foi morar num apartamento fora do campus, nunca mais veio aqui e nem falou com as outras garotas. Tentei falar com ela para descobrir se havia acontecido algo, principalmente se tinha alguma coisa a ver com o sumiço da Megan, mas aquela garota não fala de jeito de nenhum, nem se eu pegasse e a torturasse até a morte, ela não falaria.

Ela ria com nervosismo,o que fez com que JJ e Reid se entreolhassem.

— Talvez ela apenas não confiasse em você— retrucou Reid.

— Olha — ela respondeu agitada. — Eu estava tentando ajudá-la e também descobrir o que aconteceu com a Megan. Eu tenho quase certeza de que ela sabe de algo, porém, ela não se abria e nem procurava ajuda. Eu solicitei à Universidade que enviasse todas as garotas para um grupo de apoio psicológico, lutei com todas as minhas forças por todas elas, mas foi em vão.

— Entendemos. Nos fale mais sobre as outras garotas — pediu JJ. — Como elas se relacionavam entre si, havia muitas brigas, rivalidades...?

— Claro que sim — ela respondeu séria. — Jéssica era a mais bonita e popular, a chamada “Abelha Rainha”. As outras meninas agiam como súditas, sempre faziam o que ela queria — a Senhora Flynn fez uma pausa para respirar e continuou. — Jéssica também era cruel, sempre pegava pesado em suas brincadeiras, apesar de que no fim nunca acontecia nada demais.

— Que tipo de brincadeiras ela fazia? — quis saber Reid.

— Foram tantas — ela respondeu pensativa. — Vejamos: ela já cortou o cabelo de uma aluna enquanto esta dormia. Já forçou outra garota a ingerir bebida alcoólica até desmaiar. Já chegou a filmar e divulgar vídeos íntimos das colegas...

JJ e Reid ficaram atentos escutando todas as histórias a respeito de Jéssica e de como as outras meninas eram passivas em relação a isso.

— Queremos uma lista com todos os nomes das vítimas dos trotes da Jéssica — falou JJ.

— Okay... eu vou tentar, mas não garanto que me lembrarei de todos.

— Escreva os nomes que se lembrar — retrucou JJ. — Caso lembre de algum depois, vou deixar meu cartão para que me ligue.

Após terem a lista que queriam, Reid e JJ saíram da Universidade, voltando para a delegacia.

***

Logo que todos os agentes saíram para realizar as atividades que foram passadas para cada um, Hotch e Gideon foram falar com o detetive Martin, que passou todas as informações que havia apurado até então.

Após a reunião Hotch ficou ainda mais preocupado; já ia fazer 24 horas que Wendy havia sumido e as chances de achá-la de viva iam diminuindo. Sem pistas e com um perfil incompleto, o que fazer para recuperar a esperança?

Por isso ele precisava ver Emily, estar perto dela lhe renovava as esperanças e o fazia acreditar que logo, logo a encontrariam.

Ele chegou na sala de espera e a encontrou a falando ao celular. Hotch esperava o que ela terminasse quando, de repente, ouviu uma voz feminina o chamar.

— Hotch!

Ele virou-se para ver quem era e quando se deu conta, ela já o abraçava. Era Beth, sua ex-namorada.

— Eu vim correndo assim que soube — ela falou apreensiva.

Hotch ficou confuso, enquanto Emily continuou falando ao celular, todavia estava atenta ao que os dois conversavam.

***

Uma dor corrosiva no braço direito fez Wendy readquirir a consciência. O local continuava escuro, ela então tentou levantar-se, mas recebeu um golpe nas costas que a fez cair e ficar sem fôlego por alguns instantes.

Com o coração acelerado e respiração ofegante, ela arregalou os olhos na esperança que pudesse enxergar algo, qualquer coisa que fosse, mas seus esforços de nada adiantaram. Após alguns instantes, percebeu que não havia nada de errado em seus olhos, pois sentiu algo áspero roçando seu pescoço e ombros, então entendeu que um capuz cobria-lhe a cabeça.

— Vamos começar novamente — ela ouviu a voz grave falar.

Wendy logo sentiu uma mão puxar-lhe pelo braço e a arrastá-la sem nenhum cuidado, obrigando-a a descer uma escada sinuosa de degraus desiguais. A garota começou contando o número de degraus que descia, queria ter uma noção da profundidade que estava sendo levada, porém logo perdeu a conta, quando sentiu a cabeça pesar e doer.

Ela chegou a tropeçar e a quase sair rolando escada abaixo, mas o desconhecido a segurou com força. Todavia ela ia perdendo a consciência, já não sentia seus pés tocarem o chão.

Hotch estava sentado no sofá da sua sala e Wendy, aos cinco anos, estava sentada nas pernas dele com a cabeça encostada no seu peito. Ele a acalentava para fazê-la dormir, mas a garota queixava-se de dor de barriga.

— Tenta não pensar na dor que está sentindo — ele falou acariciando os cabelos dela.

— Mas está doendo muito — Wendy chorava compulsivamente.

— Lembra-se do dia que fomos ao Central Park? — a garota balançou a cabeça fazendo o sinal que sim. — Eu, você e sua mãe, e você disse que era o dia mais feliz da sua vida. Pensa nesse dia, em como a gente se divertiu.

Hotch ficou conversando com a filha até que ela adormeceu, esquecendo-se completamente da dor.

Quando Wendy recobrou a consciência novamente, estava sentada em uma cadeira os braços amarrados para trás com uma corda envolvida em seu pescoço. Continuava encapuzada. Apesar de não  poder enxergar nada, ela sentia que havia alguém próximo dela, pois conseguia ouvir a respiração.

— Está pronta para confessar?

— Confessar o que?

O desconhecido enfureceu-se e girou a roldana. A corda que estava ao redor do pescoço da garota se apertou e a sufocou.

— Não brinque comigo — o desconhecido falou enfático, em seguida girando de volta a roldana, afrouxando a corda. Wendy conseguiu voltar a respirar.

— Eu conto o que você quiser — ela respondeu —, mas por favor pare com isso.

— Estamos começando a nos entender.

***

Hotch com muita dificuldade, porém de forma delicada, desvencilhou-se de Beth.

— O que faz aqui? — ele perguntou sério.

— Eu fiquei sabendo da sua filha.

— Sabendo como? — Hotch a encarou desconfiado.

— As notícias correm mais rápido do que pensa.

Hotch olhou para Emily, que desligou o celular e foi se aproximando lentamente.

— Beth, essa é Emily Prentiss minha ex-esposa e mãe de Wendy.

— Emily, essa é a Beth Clemmons… uma amiga!

As duas apertaram as mãos encarando-se. Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.

— Eu estava falando com Daniel — Emily mudou de assunto, encarando Hotch.

— Beth — chamou Hotch —, pode nos dar licença?

— Claro que sim — ela respondeu imediatamente. — Precisando de mim, estarei aqui. Foi um prazer conhecê-la, Prentiss.

Beth despediu-se encarando Emily.

— Então, o que conversou com o rapaz, Daniel? — Hotch perguntou, citando o nome a contragosto.

— Como ele estudou na mesma Universidade de Wendy, eu acreditei que ele poderia saber de alguma coisa. Mas ele só me disse que no dia do desaparecimento da Megan, a Irmandade da Wendy fez uma festa com tema da Idade Média, mas que ele não participou porque estava em Londres.

— Londres no meio do período letivo? — indagou Hotch.

— A mãe dele tem câncer no colo do útero — respondeu Emily. — Já era para ele ter ido embora para Londres, mas a paixão dele por Wendy o faz ficar.

— Por isso é tão difícil para ela terminar com ele.

— Nem me fale, ela está esperando a mãe dele ficar bem para fazê-lo, mas quanto tempo isso vai durar? — Emily lamentou. — E meu pai ainda fica a pressionando para se casar com o rapaz, já que este pretende assumir o lugar do pai na política. Wendy não gosta de contrariá-lo. Eu temo que ela acabe casando com um homem que não ama e ficando infeliz...

— Como a gente — Hotch completou.

— Exato — ela respondeu triste.

— Mas eu não vou permitir que façam com ela o que fizeram com a gente. Na verdade, depois que isso tudo acabar, eu não vou deixar que mais nada me separe de vocês duas.

— Hotch, você sabe que as coisas não são tão simples assim.

— Emily, eu admiro muito tudo o que fez por mim, para me proteger, mas agora eu vou te pedir, vamos parar de fugir, de ter medo e enfrentar as coisas de uma vez por todas — Hotch fez uma pausa, tentando manter o controle. — A minha filha, a pessoa que mais amo nesse mundo, está desaparecida e só consigo me sentir culpado.

— Você não tem culpa...

Emily o abraçou colocando a cabeça dele em seu ombro.

***

— Reid, eu já estou ficando preocupada pela forma que está agindo — falou JJ enquanto dirigia o carro com o colega ao lado.

— Eu estou bem... só estou preocupado com o Hotch.

— Hotch? — JJ arqueou as sobrancelhas desconfiada.

— É... — Reid respondeu sem parecer muito certo. — Ele deve estar sofrendo muito. A filha dele está desaparecida.

— Reid, todos nós estamos, mas você...

— JJ, podemos mudar de assunto? — ele pediu com calma.

— Como quiser.

***

Elle e Morgan aguardavam pacientemente na sala de estar da casa da família de Cassidy. A mãe dela estava um tanto nervosa enquanto o pai foi chamá-la.

— O que ela aprontou dessa vez? — a senhora perguntou irritada.

— Nada — respondeu Elle. — Nós só precisamos falar com a sua filha.

— Cassidy era uma boa menina: inteligente, cheia de vida e sonhos, mas tudo mudou...

De repente eles ouviram gritos e barulhos de móveis indo ao chão. Logo os três saíram correndo em direção ao quarto de Cassidy.

— Ela perdeu o controle — disse o pai de Cassidy, que estava em frente ao quarto da garota com as mãos na cabeça.

Os gritos e os barulhos eram contínuos. Morgan se aproximou olhando da porta do quarto: Cassidy usava um cabo de vassoura para acertar os móveis. Então ele entrou e a deteve, agarrando-a e encostando-a na parede. Ele tentava não usar tanta força para não machucá-la, no entanto a garota se debatia bastante.

— Me solta! Me solta! — ela gritou desesperadamente.

— Cassidy — falou Elle. — Nós estamos aqui para ajudar, por favor, acalme-se.

— A Megan... ela quer me levar também. Ela já levou todos. Só falta eu, só falta eu...

Morgan e Elle se olharam confusos, enquanto o pai de Cassidy abraçava a esposa que chorava compulsivamente por ver o estado da filha.

— Ela quer se vingar, ela quer se vingar...

— Vingança pelo quê? — quis saber Elle.

— Ela não vai me deixar em paz... não vai!

Morgan a soltou, pensativo. A garota abraçou o próprio corpo consolando a si própria.

— Cassidy — Morgan a chamou, fazendo com que ela o encarasse —, você vê o espírito da Megan?

— Sim, mas as pessoas não acreditam... eu falei para todas. Falei para o Nathan, para a Jess, para Wendy, para Ellen... falei para todos eles.

— Eu acredito em você... nos conte o que está acontecendo — disse Morgan.

— A Megan está muito zangada... ela está zangada, por isso quer vingança.

— Por que ela está zangada? — insistiu Elle.

— Eu não posso contar, eu fiz um pacto — ela falava estando bastante confusa —, alguém quebrou o pacto, por isso fomos amaldiçoados. O espírito da Megan se libertou e agora ela quer vingança.

— A Megan não quer vingança — disse Morgan.

— Quer sim!

— Não, tudo que ela quer é saber o que aconteceu com ela...

— Ela sabe, por isso quer vingar-se.

— Cassidy, me escuta — insistiu mais uma vez Morgan. — Os espíritos só passam para o outro plano quando resolvem as questões pendentes s nesse plano. A Megan precisa saber o que aconteceu. Ela quer que a família dela saiba o que aconteceu, vele por ela e a enterre. A Megan só quer dar um ponto final nisso.

— Eu não posso quebrar o pacto.

— Onde está o corpo dela?

— Eu não posso...

— Cassidy, isso não vai parar até você falar.

***

Gideon, Hotch e Emily se dirigiram à clínica onde Fred estava internado. O local era gerido por dois grandes e conceituados psiquiatras do país: Dr. Albert Rosenthal e Drª Elize Harmon.

— Como o Fred conseguia pagar internações nesse lugar? — indagou Gideon surpreso.

Logo foram recebidos por uma bela mulher na casa dos 30, morena, cabelos longos e ondulados. A garota tinha um sorriso largo, ela mantinha a postura altiva, entretanto esbanjava simpatia. Eles caminhavam pelos corredores da clínica.

— Olá, eu sou Mary Chelsea, secretária do Dr. Albert Rosenthal.

— Eu sou o agente especial Aaron Hotchner, esses são agente especial Gideon e a tenente da Interpol, Emily Prentiss.

— É um prazer conhece-los. Infelizmente nem o Dr. Albert Rosenthal e nem a Drª Elize Harmon podem atendê-los, pois ambos estão em uma conferência em Copenhague, mas eu consegui falar com ele e o próprio autorizou que eu lhes entregassem as fichas de Freddie quando soube do número de jovens desaparecidos. O Freddie é um rapaz tão doce, difícil acreditar que está envolvido nisso.

Ela então parou em frente a uma sala.

— Aqui estão os nossos arquivos, esperem um minuto enquanto vou pegar a ficha dele.

Ela entrou na sala. Os três ficaram aguardando quando minutos depois, ela voltou apreensiva.

— Todos os arquivos a respeito de Freddie sumiram.

— Sumiram? — indagou Emily.

— É, usaram a senha da Drª Harmon há dois dias para retirada dos documentos. Todavia, faz uma semana que ela e o Dr. Rosenthal estão para Copenhague.

— Quem mais poderia ter acesso a essa senha?

— Eu não sei dizer, mas...

— Mas? — perguntou Hotch.

— A secretária da Drª Harmon, Sarah Mendez, não veio trabalhar ontem e nem hoje. Se alguém usou a senha da Drª Harmon só pode ter sido ela.

O celular de Gideon tocou.

— Com licença — ele falou, afastando-se para atender.

— Sabe o endereço de Sarah Mendez? — perguntou Hotch.

— Sim, tem na ficha dela de funcionária, eu vou pegar — respondeu Mary.

— Não temos tempo — falou Gideon. — Morgan conseguiu uma pista forte com Cassidy, temos que ir agora.

— Nossa analista entrará em contato com você para pegar o endereço de Sarah Mendez — disse Hotch.

— Tudo bem.

***

Ela via o mundo a sua frente girar; tentava focar no rosto que via a sua frente, mas não conseguia.

— Wendy... Wendy — ela escutava enquanto sentia batidas leves no seu rosto. Então conseguiu ver o rosto de quem lhe tocava: Freddie.

Ela estava em um terreno baldio. Olhou para o lado e viu um tronco de madeira fincado no meio, estava em chamas. Olhou para o seu corpo e viu que estava vestida num hábito franciscano encharcado que rescendia à gasolina.

A dor no braço continuava forte queria gritar de dor, mas a voz não saia. Ela só ouviu um barulho longe, que depois foi ficando mais forte. Era a polícia em conjunto com o FBI que chegava.

— FBI, coloque as mãos na cabeça e se afaste dela — Wendy reconheceu a voz, era de seu pai.

Freddie estava nervoso e parecia não ouvir o que diziam, por isso quando perceberam que ele não possuía nenhuma arma a vista, Hotch o conteve e em seguida o algemou. Ele gritou em protesto, mas foi em vão.

O primeiro rosto familiar que Wendy viu foi o de Reid, que correu para socorrê-la assim que o pai da garota deteve o suspeito. Ele tocou em seu rosto e a encarou aliviado quando percebeu que ela o olhava de volta.

— Spencer — ela falou com o sorriso fraco.

— Um médico — gritou Reid no mesmo tempo que conferia a pulsação de Wendy com as mãos trêmulas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam?

Vocês sabem que a opinião de vocês é muito importante para o andamento da fanfic, não sabem? Logo comentem o que acharam.

Beijão e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pacto Secreto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.