Do Outro Lado do Véu escrita por Miahwe


Capítulo 9
Para o outro lado do véu


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, quanto tempo, sentiram saudades?
:D
Quero agradecer a todos que comentaram e favoritaram sz, você são uns amores.
Quero me desculpar pela demora :/.
Quero também... deixa eu ver... quero desejar um feliz natal muito prospero a todos!
Quero dizer para vocês não terem medo de comentar, viu? Eu não mordo.
Quero desejar uma boa leitura também ^^
Ah! Quase esqueci, quero dizer que a play list desse capitulo é o álbum: M Best, de Miliyah. :3



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Algo bateu na porta do quartinho duas vezes e Chihiro encolheu-se de medo a cada sacolejar da maçaneta. O frio na barriga piorava a cada instante de suspense naquele local escuro cheio de vassouras, panos velhos e baldes.

            Tirou o telefone do bolso e reparou que estava trancada ali fazia cinco minutos, além de que tinha perdido o toque de início da aula.

            Era só o que me faltava.

            A maçaneta sacolejou mais uma vez e Chihiro escutou uma voz masculina do lado de fora. Franziu as sobrancelhas e deu alguns passos para perto da porta.

            — Não está abrindo, Ren, como vamos pegar as vassouras e as pás para limpar aquela sujeira? — um rapaz falou.

            — Vamos falar com um professor, alguém deve ter trancado.

            — Ah, então vamos logo, já estamos atrasados para a aula.

            Logo os passos que ecoavam no chão do corredor foram desaparecendo aos poucos.

            Chihiro expirou, tomou coragem e abriu a porta. Olhou rapidamente para todos os lados possíveis, afim de ter certeza de que o youkai não estava mais por ali.

            Saiu, fechou a porta e correu para dentro da escola. Se tivesse sorte iria conseguir entrar na sala de aula.

            — Senhorita Ogino! O que está fazendo fora da sala essa hora? — um dos professores perguntou quando Chihiro quase esbarrou nele ao dobrar em um corredor.

            — Eu... estava no... banheiro.

            — Tem permissão?

            Engoliu em seco e desviou o olhar. Nunca mentia muito bem, mas não custava tentar uma vez ou outra. — É que eu ainda não fui para a sala, senti-me mal no intervalo e fui para o banheiro vomitar...

            — Sente-se melhor?

            Chihiro abriu a boca para responder e dizer “sim”, mas lembrou-se que a última aula iria ser de geografia. — Não, senhor.

            — Então é melhor que vá a enfermaria, senhorita Ogino.

            — Sim, senhor, obrigada — falou e começou a andar em direção a enfermaria com um pequeno sorriso no rosto. — Não acredito que deu certo, quem diria que minto tão bem? — murmurou para si mesma enquanto caminhava.

                                                           ***

            Na noite passada, poucas horas após Haku chegar no lago Kohaku, escutou vozes conhecidas, tão conhecidas quanto as presenças espirituais que sentiu.

            Será possível? Passei o dia de ontem atrás deles e eles aparecem-me logo aqui?

            Suspirou e nadou até a margem do rio em sua forma espiritual. Torcia para que aqueles youkais não o notassem ali e fossem embora.

            — Você conseguiu a joia? — escutou o kitsune falar e franziu o cenho.

            — Sim, consegui — o ayakashi de voz fina falou e Haku sentiu o coração parar.

            Como? Como eles conseguiram pegar? Eu falei... eu pedi para Zeniba enviar uma mensagem para o Deus Oeste...

            — Ótimo, onde está? — o kitsune perguntou de forma ansiosa.

            — Não o trouxe, passe mais tarde em minha morada e eu lhe darei. Achei muito perigosos trazer na luz do dia.

            — Pensou bem.

            — E agora posso escolher o que eu quero de você? Disse que se eu pegasse a joia do Deus Oeste você faria o que eu quisesse.

            — O que você quer?

            — Quero que mate aquele humano depressível depois de pegar teu nome de volta — o youkai da voz fina falou imperativo. — Não podemos deixar que esse conhecimento sobre nós se espalhe por esses mundanos imundos.

            — Farei, com certeza farei — o youkai kitsune jurou. — Até depois.

            — Até depois.

            Depois que se afastaram, Haku deixou-se se levado até a margem pela correnteza e ficou lá, deitado, metade dentro e metade fora da água, os olhos presos nos galhos da alta árvore que tapavam o céu logo a cima.

            Não acreditava no que havia escutado, aquilo era definitivamente terrível.

            Duas joias foram roubadas.

            Duas joias.

            E Haku não tinha nada para pegar o maldito mundano que estava causando todo aquele caos e consternação. Se os dois Mundos se cruzarem seria o fim da harmonia feita a milênios para que os mundanos e os seres espirituais vivessem em paz.

            Kohaku precisava falar com Zeniba. Ele sabia que caso fosse falar com a bruxa iria acabar sendo enviado como mensageiro para falar com os outros dois Deuses que ainda possuem suas pedras, fora o que Zeniba tinha pedido para ele fazer da última vez que fora visita-la, mas ele disse que uma mensagem iria bastar, todavia não bastou e a joia do Deus Oeste fora roubada. Haku não podia se dividir em dois e isso o incomodava, pois se fosse para tal viajem não poderia cuidar de Chihiro, como garantiria a segurança dela perante o ladrão de joias?

            Eu sei a resposta... mas não gosto muito dela. Mas não está mais na hora de meus gosto serem satisfeitos.

            Balançou a cabeça e levantou-se. Precisava parar com as lamentações e desocupar a mente por um instante de Chihiro. Subiu aos céus e foi a perseguição dos dois youkais que conspiravam com o ladrão das joias.

                                  

 

                                                           ***

            No final das aulas, Misaki e Mugi encontraram com Chihiro na enfermaria.

            — Você está bem, Hihiro? — Misaki perguntou de forma dramática ao se aproximar da amiga.

            — Estou — Chihiro respondeu sorrindo com a expressão dramática da amiga.

            — O que ouve? Por que saiu correndo na hora do intervalo? — Mugi perguntou com as mãos nos bolsos.

            — Eu senti uma estranha vontade de vomitar — mentiu. Contudo, como explicar para o amigo que tinha um espírito a perseguindo?

            — Você mente muito mal, Ogino — Mugi falou.

            — Não é mentira.

            — Desculpe, mas então eu tenho asas.

            — Eu sempre soube que tinha — Misaki falou para o namorado que a encarou sem palavras. — Deixe a Chihiro quieta, se ela não quer contar a gente respeita.

            Mugi ergueu uma sobrancelha. — Cadê a minha namorada? Você com certeza não é a Misaki que eu conheci, onde foi parar a curiosidade?

            — Oras, deixe de ser bobo, Mugi — Misaki falou e deu uma cotovelada de leve no garoto que soltou uma breve risada.

            — Obrigada — Chihiro falou agradecendo pela compreensão dos amigos.

            Misaki deu de ombros. — Vamos para casa? Se demorarmos mais aqui provavelmente o seu Kohaku vai ficar cansado de esperar.

            — Não é meu Kohaku — Ogino protestou levantando-se e pegando a mochila ao lado do sofá onde estava deitada.

            — Seu Kohaku? Que interessante... — Mugi falou sorrindo.

            — Até você Mugi? Eu esperava mais de você — Chihiro comentou brincando com o amigo.

            — E de mim não esperava nada? — Misaki questionou de braços cruzados enquanto cruzavam pelos corredores.

            Chihiro sorriu e abraçou a amiga sem nada a dizer.

            Quando chegaram no lado de fora, não havia sinais de Kohaku e Chihiro sentiu-se levemente triste por não ver o amigo ali.

            — Acho que ele realmente cansou de esperar — Misaki comentou e Chihiro suspirou levemente magoada pelo comentário, mas nada disse.

            — Bem, vamos indo? — Mugi perguntou.

            — Sim — Ogino respondeu antes de começar a andar. Sabia que podia ter acontecido algo com Kohaku que o fez não ter tempo de ir busca-la na escola. Era isso, com certeza.

            Perto das quatro e meia da tarde, Chihiro decidiu ir ao Grande Parque. Depois de dias e dias vendo Kohakunushi direto, tendo-o sempre presente nas tardes, ficar aquele dia quase inteiro sem notícias dele era estranho e Chihiro estava bastante preocupada com o amigo.

            Enquanto caminhava pelo parque, indo em direção ao local secreto dela e de Misaki próximo ao rio Kohaku, a garota observava pensativa os galhos altos e cheios de folhas bailantes no vendo. Ali era tão bonito.

            Eram cinco horas quando chegou ao rio de águas límpidas. Sorriu, esperançosa para ver o amigo.

            — Haku! Haku! — chamou enquanto se aproximava da margem. — Você está aqui? — ela chamou olhando para todas as direções que o rio seguia.

            Não teve respostas. Entristecida, Chihiro decidiu esperar um pouco. Sentou-se ali na margem de pernas cruzadas e esperou enquanto observava as águas brilhantes refletirem os últimos raios de sol do dia.

            Fechou os olhos cansada.

            — Quando eu era pequena eu caí em um rio, Haku, e perdi meu sapato. Eu lembro, Haku, eu lembro, você me salvou... e o nome rio era... rio Kohaku! Kohaku, seu nome é Kohaku! — Chihiro falou sentindo lágrimas se formando no rosto enquanto falava. Estava em cima das costas do dragão, voando tão alto que só via nuvens a baixo de deles. Aos poucos o vento começou a levar as levar escamas do dragão como se fosse mágica e no lugar do dragão a forma mundana de Haku apareceu. Chihiro estava surpresa demais para gritar diante da queda que ambos estavam sofrendo, mas logo Haku acordou e antes que Chihiro raciocinasse, Haku segurara as suas mãos e entrelaçou os dedos com os dela. Então a queda não pareceu grande coisa comparado ao olhar cheio de lágrimas e ao sorriso agradecido que Haku a dera. — Kohakunushi, é meu nome. Chihiro, obrigada por lembrar o meu nome — ele falou enquanto as lágrimas escapavam dos olhos e eram carregadas pelo vento.

            Ela também chorava enquanto compartilhava da felicidade com ele.

            Então aos poucos, quando chegaram próximo do oceano, Haku fez com que flutuassem sobre ele e tudo aquilo era tão mágico que fazia Chihiro sentir uma felicidade inenarrável...

            Ao abrir os olhos, Chihiro os arregalou surpresa pela visão tão vivida em sua mente. — O que...? Eu... aquilo foi uma lembrança? — perguntou-se e sentiu o rosto molhado por lágrimas que não paravam de escorrer pelos olhos castanhos. Transbordando cada vez mais sem controle. — Por que eu estou chorando? — sussurrou para si mesmo e sorriu brevemente enquanto a lembrança se repetia em sua mente.

            Passou as costas das mãos no rosto para limpar as lágrimas descontroladas, mas nem isso as impediu de continuar transbordando.

            “Chihiro, obrigada por lembrar o meu nome...”. Eu lembrei uma vez... como pude esquecê-lo?

            Suspirou tentando acalmar-se, mas antes que o suspiro saísse por completo de seus lábios um arquejo de susto os tomou quando algo negro tapou sua visão. Remexeu-se desesperada, mas algo forte a fez cair no chão e então sentiu os braços e as pernas sendo amarrados por algo áspero. Uma corda.

            — Solte-me, solte-me! — pedia tentando mexer-se.

            — Vamos leva-la logo — escutou uma voz falar.

            — Quem é você? Solte-me, por favor, por favor... — Chihiro implorou.

            Sentiu algo sendo amarrado na corda entre os punhos e gritou quando sentiu as costas sendo arrastadas pelo chão. Remexeu-se o máximo que pôde, mas de nada adiantava, apenas piorava os arranhões que estava sofrendo sendo arrastada daquela forma. Continuou gritando por ajuda, o medo crescendo no peito e o desespero se espalhando pelas veias.

            — Alguém me ajude... — choramingou após sentir algo duro de encontro as costas.

            — Ela faz muito barulho — uma voz comentou. — Temos que ir logo antes que o ocassus termine e ela não consiga ir para o Outro Lado.

            Outra voz resmungou algo que Chihiro não entendeu, mas o que quer tenha sido perdeu a importância quando a velocidade com que era arrastada aumentou.

            Coisas duras batiam de encontro a cabeça da garota e arrastavam-se por suas costas. Provavelmente raízes, pedras, plantas, e nada disso melhorava a situação em que encontrava. As costas ardiam e a blusa parecia que estava rasgando a cada minuto que era arrastada.

            — Ai! Ai! Ai! — gritava a cada impacto que recebia.

            — Olhe! Ali está a ponte do ocassus! Rápido! — a voz falou.

                                                           ***

            Durante a perseguição Haku foi até o mundo espiritual atrás do youkai kitsune. Mas após passar pelo Véu, não conseguiu encontra-lo. Nem se quer havia prestado atenção no tempo e quando viu, já tinha perdido o horário de buscar Chihiro na escola.

            Esperava que a garota estivesse bem, que não tivesse tido nenhum problema.

            Vou aproveitar que estou aqui no Mundo Espiritual e irei falar com Zeniba sobre a joia roubada do Deus Oeste e avisá-la que irei como mensageiro falar com os Deuses do Sul e do Leste.

            E assim fez.

            Quando chegou no Fim do Pântano, foi recebido pelo lampião saltitante de Zeniba, daquela vez o lampião mágico estava sem fogo, afinal estava de tarde. Seguiu-o pelo caminho do pantanal até a casa de Zeniba.

            Antes mesmo que desse alguns toques na porta ela abriu-se repentinamente, assustando o garoto.

            — Dragão, o que você está fazendo aqui? — Zeniba indagou o olhando com os olhos, rodeados de pés galinha, arregalados.

            — Eu vim notifica-la sobre a investigação... a joia do Deus...

            — Pegaram a Chihiro! — a bruxa exclamou.

            — Quê? Onde?

            — Não sei, mas meus mensageiros de papel me notificaram que ela está sendo arrastada pela ponte ocassus e...

            Haku não esperou que Zeniba terminasse de falar e logo tinha ganhado os céus. O que Haku não imaginou foi que a bruxa iria também, quando olhou para o lado, mas nada questionou, se Chihiro estivesse mesmo em perigo, toda ajuda seria bem-vinda.

            Como eu pude deixar isso acontecer? Pensou dando uma última olhadela para o pássaro negro que voava ao seu lado.

            Eu não imaginava que ainda estavam vigiando a Chihiro, como eu pude esquecer disso? Nem se quer deixei aviso... Espero, eu espero, que ela não esteja machucada.

            Ir do Fim do Pântano até a ponte ocassus, que surgia junto ao anoitecer e ligava os dois mundos, demorava um tempo desgastante de viajem e Haku temia que todos aquele minutos intermináveis não o fizessem perder Chihiro novamente.

            O som das asas pesadas de Zeniba ecoavam ao seu lado, cansadas, mas resistentes. Haku olhou para ela, um olhar que perguntava se ele podia ir na frente. A bruxa o encarou e assentiu. O ayakashi balançou a cabeça agradecido, recitou um feitiço e logo foi impulsionado para frente, mas rápido, mais depressa, cada vez mais perto de chegar a ponte ocassus.

            Cada vez que aproximava-se mais do local ia abaixando o voo, os olhos aflitos procurando qualquer coisa que pudesse indicar sinais de Chihiro. Viu a ponte ocassus logo em frente, formada sobre o mar do fim da tarde. Abaixou mais o voou aproximando-se, não havia nada sobre a ponte.

            Talvez...

            Kohaku direcionou o olhar para o caminho que levava direto a cidade, mas logo eliminou a ideia, levar um mundano a cidade não seria boa ideia, já que chamariam muito a atenção por causa do cheiro.

            Olhou para o caminho do bosque surpreendeu-se ao ver pequenas formas caminhando pela campina em direção as árvores.

            Ali!

            Abaixou voou mais rápido que pude enquanto se aproximava dos transeuntes. O pouso foi em demasia brusco que Haku tropeçou e quase caiu, sendo apoiado por uma das mãos que o ajudou a recobrar o equilíbrio.

            Haviam dois youkais e, para seu desespero, Chihiro estava com eles. Conheceria aqueles tênis amarelos em qualquer lugar.

            Apressou-se por terra até eles.

            — Ei! Soltem-na! — gritou enquanto procurava lembrar de alguns feitiços. Os youkais pararam e o encaram, falaram algo entre eles, mas antes que começassem a correr, um deles caiu de joelhos e sentou-se no chão. Kohakunushi franziu o cenho ao reconhecer aquele feitiço.

            — Adiante, Dragão, antes que eles fujam com a menina — escutou Zeniba falar atrás de si flutuando a poucos metros do chão já transformada em sua forma original.

            Haku assentiu, assim que virou novamente para encarar o ayakashi que carregava Chihiro, quase o perdeu de vista, pois o mesmo tinha levantado voou.

            — Haku! — escutou Chihiro gritar em socorro. Ela estava bem...

            — Em nome da água, do vapor, das pétalas em queda e do ar, eu ordeno que solte-a — Haku recitou, com os olhos fixados no youkai que segurava Chihiro, enquanto corria. — Em nome da água, do vapor, das pétalas em queda e do ar, eu ordeno que solte-a.

            O ayakashi de cor azulada e com três braços abandonou Chihiro em meio ao ar, como se os braços tivessem parado de obedecê-lo.

            — Em nome do ar, da água quente, das brisas de solstício e do mar, eu ordeno que flutue — recitou enquanto corria em direção a Chihiro, talvez não fosse conseguir segurá-la, então um feitiço para fazê-la flutuar parecia o bastante. E assim como foi ordenado, a garota flutuou e foi rapidamente em sua direção. Haku a segurou nos braços e caiu no chão de joelhos quando o feitiço dissipou e o peso da garota cresceu em seus braços. Kohaku retirou a venda dos olhos de Chihiro que o encarou com os olhos vermelhos como se tivessem prestes a transbordar em lágrimas. — Chihiro, Chihiro, está tudo bem? Está machucada? — perguntou enquanto desatava o nó que prendia a corda nos punhos dela.

            Ela assentiu com a cabeça e quando os punhos foram soltos, Haku se surpreendeu ao ser abraçado com força. — Chihiro...?

            — Eu estava com tanto medo, eu estava com tanto medo, eu estava com tanto medo — ela repetia enquanto chorava. — Eu pensei que... — ela começou mais a frase foi tomada por um soluço choroso.

            Kohaku olhou para a bruxa que havia se aproximado sem saber o que fazer. Zeniba apenas assentiu brevemente após mexer os dedos da mãos cheia de anéis para fazer com que a corda nos tornozelos de Chihiro se desatassem.

            O que eu faço...?

            Engoliu em seco e sentou-se direito no chão, abraçando-a de volta.

            — Haku... — ela choramingou em seu peito. — Eu não queria ter te esquecido, nunca, nunca.

            — Chihiro, está tudo bem agora — falou e a abraçou mais forte.

            — Para quem você está trabalhando? — escutou Zeniba indagar atrás de si. — Por que querem a menina?

            Kohaku, ainda abraçado com Chihiro, olhou para trás para ver se o ayakashi iria dar alguma informação.

            — Não sei o nome dele, eu juro, eu não sei — o youkai falou tentando se levantar.

            — Por que querem a menina? — Zeniba perguntou novamente ficando sem paciência.

            — Não sei, ele apenas pediu para nos livrarmos dela sem deixar pistas no Mundo Mundano.                     

            — Ei, Haku... — Chihiro chamou e o rapaz olhou para ela. — Por que isso está acontecendo?

            — Eu não sei — respondeu calmamente. — Sinto muito, Chihiro, mas a ponte ocassus sumiu, terá que passar a noite aqui, neste Mundo.

            — Estamos do outro lado do véu? — ela perguntou afastando-se do abraço e olhando ao redor.

            — Sim, bem-vinda de volta ao Mundo Espiritual.


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Notas finais do capítulo

Iai?

Curiosidade:
Ocassus é uma palavra antiga para definir o que chamamos de anoitecer, dura apenas alguns minutos e algumas pessoas dizem que é o momento em que os mundos se cruzam. Eu achei bastante interessante usar deste artificio na história :p, caiu como uma luva. hehe

Beijos, até o próximo :3



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