Deitei na minha cama,mas antes passei uma pomada no braço,para tirar o roxo dali.Acabei pegando no sono e acordei com a Caah me chamando.

                -Mandy,acorda.

                -Humm...-Murmurei.

                -Mandy,o Edward quer falar com você.Ele está no telefone.-Ela disse e me passou o telefone.

                -Alô?-Atendi.

                -Mandy,você está bem?-Ele perguntou.

                -Tô.Sai mais cedo porque senti um pouco de tontura.-Menti.

                -Ah...Posso ir te buscar que horas?

                -8,pode ser?-Perguntei.

                -Ok,te busco as oito então.Beijos.

                -Beijos.-Desliguei o telefone e deixei ao meu lado na cama.Olhei a hora no meu celular e...18:00!CARAMBA! Como eu dormi!Tomei mais um banho e escolhi minha roupa,coloquei uma calça jeans clara,meu all-star,uma blusa preta,e uma jaqueta por cima.Estava um pouco frio lá fora.Sequei meu cabelo com o secador e fui esperar na sala.Enquanto ele não chegava,fiquei assistindo TV com a Deb’S e começamos a falar coisas banais.Pouco tempo depois escutei o carro de Edward lá fora.Me despedi de todos e sai de casa.

                A viajem seguiu silenciosa, pela minha visão periférica vi que Edward estava com os lábios em um pequeno sorriso, filho da mãe! Eu aqui, desesperada, eu estava com a mão suada. Ok! calma respira, ele não mord... deixa eu ficar quieta que eu ganho mais. Ele gargalhou, filho da mãe!

                -E então? Você me promete que não conta pra ninguém? Tudo o que você ouvir aqui?

                -Não se preocupe Mandy, eu não vou contar.

                -Bom você pode contar somente para a Bella para mais ninguém ouviu bem Edward.

                -Sim senhorita.

                Chegamos mais rápido que eu pensei, é ele realmente corre, mais eu não ligo eu AMO velocidade. A maitre nos levou em uma mesa mais  reservada, e eu agradeci a Edward em pensamento, e ele sorriu, preciso dizer que meu coração disparou? Droga Edward, você mexe muito com meu sistema.

                Assim que sentamos, e fizemos nossos pedidos, eu encarei Edward, e ele me encarou.

                -Bom Mandy, pode começar.

                -Na verdade Edward, er... eu não sei como começar, por isso vou te passar tudo por pensamento.

                Fechei os olhos, e as lembranças vieram.

                Flash Back ON!

                Eu estava em uma festa de 3 anos, mas não era uma festa qualquer era a minha festa, eu estava muito feliz, minha família inteira estava lá.

                Logo a imagem muda para eu um pouco mais velha, eu tinha cinco anos.

                Eu via meus pais brigando, a única coisa que eu poderia fazer era chorar, não tinha outra solução, peguei meu irmão de 9 meses no colo e sai de lá, e meu pai com um chute abre a porta do meu quarto e a porta fica amassada.

                Um tempo mais tarde a imagem muda para eu com sete anos.

                Estava na pisciana de plástico brincando com varias amigas, quando eu vejo meu pai, arrumando os armários e tirando suas roupas, a principio pensei que estávamos mudando, mas logo eu descubro que eles estavam se separando, e lagrimas correm pelo meu rosto.

                Depois da separação de meus pais, eu me mudo para a casa da minha avó no sitio, eu era muito feliz, até que a mãe do meu avô fica doente, e em um ano ela morre, eu sofro muito, choro noites, afinal eu adorava minha bisavó, ao contrario da minha prima que nem chorou em seu enterro.

                Nesse mesmo ano, eu me mudo para a cidade, minha mãe se junta com um cara, ele era super legal com a gente até com meu irmão mais novo, mas não sei o que aconteceu, do nada ele para de vir na minha casa, até que descubro que um cara fez várias coisas para eles se separarem e é onde que minha vida muda.

                Eu tinha apenas oito anos, era uma criança, quando minha vida fica de cabeça para baixo, esse cara briga direto com a minha mãe, quando está nós três ele é uma pessoa totalmente diferente, briga com a minha mãe direto, se eu deixei o sapato na varanda é motivo de briga, mas quando tem mais gente ele não é assim, ele é um lobo na pele de cordeiro.

                Minha mãe não agüentando mais, se muda de cidade, vai morar na cidade próxima, mas ele descobriu e como não tem mais parentes para minha mãe socorrer a coisa aumenta, piora cada vez mais.

                Estava tentando estudar para a prova, mas escuto barulhos de pratos na cozinha, vou ver e minha mãe e ele estão brigando, eu falo para pararem mas eles continuam, ele briga comigo, fala coisas que eu não entendo, xinga minha mãe com nomes baixos, ela não agüentando mais manda eu ligar para a minha avó, e logo ela vem, elas só me esperam fazer a prova e volto para o sitio.

                Mas ele não agüenta, vai lá e chora dizendo que se arrepende e que não vai mais fazer isso que ama a minha mãe, e então por pressão minha mãe volta com ele, mas eu vejo em seus olhos que ela está triste.

                Um mês depois, chego da escola e está tudo quieto, mas não por muito tempo, deixo minha mochila na mesa, e corro para o banheiro, e mais uma vez eles brigam, mas não foi minha culpa, dessa vez eu não sei o motivo já que qualquer coisa é motivo de briga. Minha mãe quebra tudo, copos, pratos, até a sua cômoda, nesse dia temos que dormir no colchão no quarto dela, pois tanto eu como meu irmão não queremos que ela sofra.

                No outro dia cedo eles saem de casa, não sei o que aconteceu, só sei que quando eu acordo a casa esta trancada, e não encontro a chave, e quando minha mãe chega percebe que ele trancou a casa, e levou a chave, ele chega atrás dela e diz na maior cara cínica que ele não esta com a chave,minha mãe liga para a policia.

                Eles procuram no carro dele e encontra a chave e entrega para minha mãe, seguimos na delegacia e fazemos um B.O. e assim se seguiu minha vida, eu tinha que controlar todos os meus passos, minhas respirações, minhas falas, tudo, qualquer coisa que eu fizesse era motivo de briga, mas não era somente isso, eles brigavam por qualquer coisa,e eram infinidades de pratos, copos, até filtro minha mãe já quebrou.

                Minha vida era um verdadeiro inferno, em uma dessas brigas minha mãe ficou amiga de um dos policiais, ele disse que a minha mente era de uma garota de dezoito anos, claro que ele estava mentindo, eu pensava como uma criança de dez anos.

                Na escola eu tentava camuflar a imagem triste, eu sempre mostrava que estava contente, e nunca triste, eu sempre escondia o que eu realmente sentia, e com isso fui me afastando, e essa foi a minha vida até meus treze anos quando minha mãe finalmente se separou daquele cara, e eu? Bom fiquei super feliz, até respirar era mais fácil.

                Mas ai veio a desilusão do amor, eu amava o Thalles e ele nunca soube, ou era o que eu pensava, afinal minhas amigas chegavam nele e eu nem sabia, isso me deixava com muita raiva, eu sofri, sofri mais do que deveria, como pode uma pessoa ser assim? Por que eu tenho que sofrer tanto? Não mereço ser feliz?

                Mas um dia, em umas sessões de filme na minha casa, vimos o filme que mudou a minha vida, eu já tinha lido o livro e me encantei com a história, mas nunca imaginei que sairia o filme, e quando eu assisti, foi inevitável eu me encantei pelos personagens Edward e Bella, não que eu não era antes, mas agora tudo aumentou, já que eu sempre gostei do ator Robert Pattinson, e assim me desliguei do mundo, de tudo.

                Quando Thalles percebeu que estava “me perdendo” começou a querer ficar comigo, mas eu não queria, e para piorar a situação minha mãe é amiga da mãe dele, e da irmã dele, e elas faziam de tudo. Não agüentando mais toda essa pressão, resolvi procurar uma agencia de intercambio, e vir pra cá, e assim eu e o Ricardo com a Karla viemos pra cá.

                Flash Back OFF!

                Respirei fundo, e percebi que lágrimas escorriam por meu rosto, nem percebi que a comida havia chegado. Edward limpou minhas lágrimas e eu me acalmei.

                -Mas Mandy, eu não entendi o por que você me contou isso.

                Respirei fundo, a verdade é que nem eu entendi, olhei pra ele que sorriu e eu sorri também.-Sabe Edward, acho que eu te falei porque você é o único que me entenderá, muitas vezes quando eu ainda gostava do Thalles eu queria um simples abraço, nada de mais, mas eu nunca tive. E eu quero que você me ajude a não sofrer como eu sofri.

                -Tudo bem, eu te ajudo Mandy.

                -Mas prometa que você só contara para a Bella...

                -Bom Mandy, a partir do momento que você decidiu que contaria para a Bella, Alice também soube.

                Respirei fundo.-Tudo bem, só espero que a Bella fique com o escudo em vocês dois. Antony não pode saber disso e nem o Thalles.

                Edward ligou para a Bella, avisando para colocar o escudo na Alice e no Edward, já que eu consigo não pensar nessa situação. Sabe nunca disse isso para ninguém, pois não gosto que os outros sintam pena de mim.

                Assim que chegamos em casa, depois de cinco minutos chegamos na casa do Edward, e por incrível que pareça estavam todos lá: Caah,Dean, Maah , Tom, Deb’S, Luuh, Robert, Alice, Jasper, Rosalie, Emmett, Carlisle, Esme, Thalles Bella e agora eu e Edward, Antony chegou cinco minutos depois, com duas marcas de batom na camisa, cabelo todo desarrumado, olhou para o Thalles e sorriram cúmplices, e eu bufei, claro que era sobre alguma aposta que eles fizeram, ele passou os olhos por todos na sala, mas quando seus olhos se pousaram em mim, e fez careta.

                -Você aqui? Não tem casa não?

                Eu sorri sarcasticamente.-Ter casa eu tenho mas que culpa eu tenho se sua família gosta de mim?

                -Tem certeza?

                Ele levantou uma sobrancelha, e eu já imaginei que Bella estava com seu escudo no Thalles já que ele também sabia da minha vida, e eu me senti protegida mentalmente o que traduzindo: eu também estou com o escudo.

                -Por que é meio difícil alguém gostar de você, você é chata, mimada, briguenta, sem coração que só pensa em si mesma...

                Ele começou a falar, mas eu não escutava mais nada, a raiva me consumia, meu corpo tremia, lá fora que não havia chuva começou a dar trovões e relâmpagos, minha visão estava em foco, eu andava lentamente em direção de Antony, lá fora a tempestade já caia.

                Depois de uma certa distancia eu simplesmente pulei em cima dele, eu sei que era a mesma coisa que bater em uma pedra, ou na parede, mas minha raiva era tanta que eu nem percebia, ele não tinha o direito de falar aquilo de mim, ele não tem o direito de dizer que eu só penso em mim, não tem mesmo, ele não sabe nada da minha vida, eu só escutava o desespero deles.

                -Alice, o que esta acontecendo?

                -Não sei Jazz, o tempo mudou do nada, e a decisão da Mandy foi repentina e...

                Não queria escutar, eu só pensava em bater, e bater, ele tentava segurar meus braços mas não conseguia, na verdade ele estava assustado com a minha atitude, e por causa das minhas lagrimas.

                Mas de repente eu sou puxada para longe dele, agora que eu percebia que meus pulsos estavam doendo mas eu não me importava, nada me importava.

                -Você ficou louca?

                -Louca eu? Claro que não.

                Ri sarcasticamente enquanto Emmett me colocava no chão, apontei o dedo para o Antony. –Você não sabe nada da minha vida, nada mesmo, e eu não sou nada daquilo que você falou.

                Agora quem riu foi ele.-Ta, ta já sei... e agora você diz: eu vou te provar que você esta enganado e blá...blá...blá... me poupe Amanda.

                Eu ri, mas ri com vontade, e todos me olharam pensando que eu estava louca.- Eu não vou te provar nada, você mesmo tira suas próprias conclusões sobre mim, não posso agradar a todos, se você me odeia, ótimo, o sentimento é recíproco. Se algum dia pensei que você pudesse ser meu amigo, você acabou com esse pensamento.

                Me virei para a porta e comecei a sair, todos estavam em choque pelo que eu disse, mas não me importei, não agüentava mais ficar ali.

                -Mandy, onde você vai?

                Me virei e sorri para Esme.-Ainda não sei Esme, mas tenho um aviso: não quero que ninguém me siga, e Alice não adianta procurar meu futuro que nem eu sei aonde eu vou.

                E sai pela porta, não agüentava mais ficar naquela casa, eu andava pelas ruas, até que cheguei perto de uma boate, entrei na área vip, e logo me animei, esses lugares são ótimos por causa disso, ninguém se conhece, você pode estar sozinha ou acompanhada que todos te respeitam.

                Fui para o bar, e comecei a beber, e eu ri comigo mesma, sendo que este era um sonho que eu sempre quis quando morava no Brasil, quando brigasse com a minha mãe viesse para uma boate e bebia todas, até cair de bêbada, ri mais ainda, já que eu não sou dominada pelo álcool.