Como A Luz No Mar escrita por JuMaravilha


Capítulo 9
Quando menos esperamos


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por ter demorado a postar!!
Espero que gostem!
Ah, e esse cap é do PONTO DE VISTA DA KUSHINA!!



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Dois meses atrás

O dia estava agradável. Era o meio da tarde e o sol expunha seu brilho naquele vasto céu azul; o vento corria levemente, arrastando a fina camada de areia pelo piso de madeira. Era um ótimo dia para relaxar enquanto se lê um livro na beira da praia, e era isso que Kushina fazia.

Seu marido saíra cedo para trabalhar e seu filho aproveitava as férias com os amigos, deixando-a sozinha. Ela gostava desses momentos, mas os mesmos não se comparavam às horas que passava com seus meninos. Ocasionalmente, ela pensava na possibilidade de voltar a trabalhar mas logo descartava a idéia pois, apesar de gostar de trabalhar, ela também gostava de poder estar a disposição das pessoas a sua volta e com tempo livre para fazer o que quisesse.

Eu devia ir visitar Jiraya, pensou, fechando o livro em suas mãos e olhando pensativa para o horizonte.

Seus devaneios foram interrompidos pelo toque da campainha, a qual ela foi atender depois de guardar o livro na estante da sala de estar.

— Itachi! – ela exclamou, assim que abriu a porta. – Que bom que apareceu, não agüento ficar sozinha nessa casa enorme.

— É, eu sei – ele sorriu, gentilmente. – Vim entregar a vasilha que tinha pegado emprestada.

— Ah, sim – Kushina, então, reparou na vasilha que ele trazia em suas mãos, pegando-a de volta. – Mas não fique parado ai fora, entre. Aceita um chá? – ela falava enquanto se dirigia até a cozinha, sabendo que Itachi a seguia.

— É claro.

— Como vão os negócios? – ao falar, ela andava pelo cômodo, preparando as bebidas.

— Muito bem – Itachi sorriu, sentando-se ao balcão. – O movimento aumenta bastante durante as férias.

— Nem me fale, minha carteira chega pedir socorro às vezes, de tanto que Naruto a abre – revirando os olhos, ela entregou o chá de Itachi e, após pegar um para si, sentou-se ao seu lado.

— Por falar nisso, se lembra quando te contei sobre meu irmão?

— Sim – Kushina assentiu. – Sasuke, não é? Uma graça de menino.

— Uma gracinha – confirmou Itachi, rindo. – Enfim, meus pais me ligaram hoje dizendo que vão mandá-lo para morar comigo.

— É mesmo? – surpresa, ela sorriu com a notícia. – Isso é ótimo!

— Pois é – ele tinha uma expressão nostálgica no rosto. – Não acredito que o idiota não veio me visitar nem uma vez desde que me mudei.

— Adolescentes – ela suspirou. – Acha que ele e Naruto vão se dar bem?

Itachi, então, arqueou a sobrancelha, olhando-a com um sorriso no canto dos lábios.

— Acho que Sasuke vai adorar conhecer o Naruto.

— Por que está fazendo essa cara? – perguntou Kushina, desconfiada.

— Bom, eu não devia estar te contando isso, já que nem mesmo o próprio Sasuke sabe que eu sei, mas não acho que ele esteja tentando esconder tampouco...

— Fala logo! – Itachi riu ao vê-la tão impaciente.

— Sasuke curte garotos...

Por um momento Kushina parou, com a boca levemente aberta.

— Como sabe?

— Ele é meu irmão, oras, eu o conheço.

— Sabe, – ela soltou uma risadinha – algumas vezes já desconfiei de Naruto também. Ele sai com meninas e tudo o mais, mas não acho que ele realmente tenha interesse nelas. Sem contar que quando era pequeno vivia perguntando por que diabos meninos não podiam se casar com outros meninos – ela riu. - Eu dizia que aquilo não era verdade, que as pessoas deveriam se casar com quem quisessem, mas como ele não via casais do mesmo sexo andando por ai não conseguia entender muito bem como isso poderia ser normal.

— Ele parecia ser uma boa criança.

— Ele era – ela assentiu, orgulhosamente. – Vivia dizendo que não fazia sentido namorar uma menina quando meninos eram tão mais divertidos – os dois riram.

Nesse momento, o barulho da porta da frente batendo interrompeu a conversa.

— Voltei! – a voz de Naruto foi ouvida, e logo em seguida o mesmo apareceu na cozinha, observando a cena à sua frente. – Mãe, quantas vezes eu já te disse que andar com pessoas mais jovens não necessariamente faz de você uma mãe descolada?

— Quer mesmo começar a me provocar na frente do seus amigos? – desafiando-o, Kushina olhou para os garotos atrás dele; Gaara, Lee, Shikamaru e Neji se encontravam ali, de pé. A expressão debochada de Naruto logo mudou. – Boa tarde, meninos – ela os cumprimentou, recebendo alguns boa tarde de volta.

— É sempre um prazer vê-la, senhora – disse Lee, animado.

— Por favor, não me chame de senhora, querido – ela o respondeu, gentilmente.

— Ela gosta que a façam se sentir jovem, cara – Naruto murmurou, fazendo sua mãe encará-lo.

— Acho melhor sairmos daqui antes que ela se irrite – advertiu Gaara.

— Tem razão – disse Shikamaru. – Vem logo – ele puxou o loiro pela camisa, desaparecendo de vista, assim como os outros.

— Acho que se mudar para cá vai ser bom para o Sasuke – Itachi concluiu, sorrindo.

— É, se o Naruto não acabar espantando ele – Kushina suspirou.

                                                           ...

 

No dia em que Sasuke chegou a Konoha

— Então, o que achou do seu novo amiguinho? – Kushina perguntava com uma voz de criança, apertando as bochechas do filho enquanto entravam em casa. Haviam acabado de voltar dos Uchiha.

— Pare de falar como se eu tivesse cinco anos – ele revirou os olhos. – Sabe, hoje mais cedo, quando o encontrei na praia, ele ficou me olhando esquisito. Pensei que fosse querer arranjar confusão porque esbarrei nele, mas não fez nada.

— Olhando esquisito como?

— Você sabe, me encarando, me olhando de cima a baixo.

— Sei... – ela assentiu com um sorriso.

— Por que ta fazendo essa cara?

— Nada não – ela saiu cantarolando, indo se sentar em frente a TV, na sala.

Naruto a seguiu, deitando-se no sofá e apoiando a cabeça em sua perna.

— Que cansaço – ele falou, bocejando logo em seguida.

— Está cansado não sei de que, não fez nada o dia inteiro! – Kushina exclamou enquanto passava os canais com o controle remoto.

— Para a sua informação, eu fiz várias coisas.

— Ah, é mesmo? Como o que, por exemplo?

O que eu fiz não é relevante para essa discussão – Naruto retrucou numa voz debochadamente formal, recebendo um peteleco na testa como resposta. – Ai! Mas que coisa mais infantil de se fazer, mulher!

— Infantil, é? – sorrateiramente, ela pôs uma das mãos sobre as costelas dele.

— Não ouse – ele a encarou.

O sorriso no rosto de Kushina dizia que sim, ela ousaria. Começou, então, a fazer cócegas em Naruto, levando-o a uma crise de risos, que em pouco tempo o deixou sem ar.

— Por favor, não mate meu único filho – a voz de Minato fez a brincadeira dos dois parar. Ele estava de pé ao lado do sofá, observando-os.

— Chegou bem na hora – Naruto dizia, tentando recuperar o fôlego. – Pensei que ela fosse se vingar por ter sido obrigada a cuidar de mim por todos esses anos.

Kushina revirou os olhos enquanto Minato se sentava ao seu lado, sorrindo.

— Como foi que tivemos um filho tão dramático? – ela se virou para o marido.

— Não faço a mínima idéia. Tem certeza de que não o trocamos na maternidade? – ele perguntou, sério.

— Hm, pensando bem...

— Ah, fala sério! Lá vêm vocês com esse assunto, de novo – Naruto os interrompeu, reclamando.

— Mal educado, ainda por cima. Acho que realmente houve algum engano.

Ao verem o filho revirando os olhos os dois caíram na risada. Kushina segurou o rosto do dele em sua mãos, depositando-lhe vários beijos.

— Seria impossível não reconhecer essas bochechas lindinhas e toda essa cabeleira loira – dizia ela, entre beijos.

— Tudo bem, mãe, já entendi! – Naruto tentava se desvencilhar do carinho exagerado enquanto Minato apenas ria, admirando a cena. Assim que os dois se aquietaram, ele perguntou:

— E então, como foi o dia de vocês?

— Sasuke chegou hoje – levantando-se do colo de Kushina, Naruto falou, entusiasmado.

— O irmão de Itachi?

— Uhum.

— Ele é uma graça, não é? – Kushina indagou, ao que o filho apenas revirou os olhos.

— Ele parece ser legal – Naruto deu de ombros, um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

legal? – ela o pressionou.

— É, mãe, – ele disse, impaciente, olhando-a com desconfiança. – O que mais quer que eu diga?

— Hm, nada – aconchegando-se ao lado do marido, ela voltou seu olhar para a TV, fingindo assisti-la.

— Sei – Naruto suspirou. Mesmo que soubesse que ela escondia algo ele preferiu não lidar, com o quer que fosse, naquele momento. – Bom, se me dão licença, eu preciso dormir.

E, levantando-se sonolentamente, após um breve boa noite, Naruto desapareceu escada acima.

— O que foi isso? – Minato perguntou à esposa logo que se viram sozinhos. Kushina apenas sorriu e, aproximando lentamente seu do rosto dele, selou seus lábios, fazendo-o esquecer-se do que havia acabado de perguntar.

                                                  ...

Dias atuais

— Mãe!

Kushina ria, divertindo-se como uma criança ao fazer uma travessura enquanto ouvia o grito do filho que, sendo delicado como era, deixava claro que descia as escadas a passos apressados. Rapidamente, ela escondeu o celular que segurava no meio das almofadas ao seu lado.

— Quantas vezes – o loiro agora entrava na sala, vindo em sua direção – vou ter que te pedir pra parar de me mandar essas fotos? – ele mencionava o celular em suas próprias mãos, claramente irritado.

— Quais fotos? Não sei do que está falando – ela o olhou inocentemente.

— Você sabe, sim... – suas bochechas agora tinham uma leve coloração rosa.

Kushina apenas o observava com um sorriso.

— Por que está me olhando assim? – Naruto franziu o cenho. – Quer saber, não importa, só quero saber por que insiste em me mandar essas fotos quando você sabe que eu apago toda vez.

— Esse é o típico estágio da negação, meu filho.

— Negação...? Por favor, mãe, será que pelo menos uma vez na vida você pode me responder normalmente, sem nenhuma maluquice?

— Para a sua informação, nada do que eu digo é maluquice, o seu cérebro é que não funciona tão bem quanto o meu.

— Meu cérebro ta perfeitamente bem – Naruto protestou.

— Se realmente estivesse nós não estaríamos tendo essa conversa. Não negue seus sentimentos – Kushina se segurava para não rir ao vê-lo confuso. Ela se levantou de onde estava sentada e andou até ele, segurando o rosto do mesmo com as mãos. – O amor não escolhe gênero, Naruto, e ele aparece quando menos esperamos.

— O que...?

Ele começara a perguntar, quando uma voz os interrompeu:

— Por que está demorando tanto, Naruto? Vamos acabar nos atrasando – era Sasuke que entrava pelo porta dos fundos, já de mochila nas costas.

— Sasuke, bom dia! – Kushina se virou para cumprimentá-lo.

— Bom dia – ele respondeu com um pequeno sorriso.

— A manhã está linda hoje, não é mesmo? – ela cutucou Naruto, discretamente.

— É, eu... – Naruto parecia meio atordoado, alternando sua visão entre o moreno e Kushina. – Eu vou... pegar minhas coisas... – e assim saiu do cômodo.

— Qual o problema dele? – perguntou Sasuke.

— Nada que não possa ser resolvido – ela lhe lançou uma piscadela.

Antes que Sasuke pudesse fazer mais perguntas, Naruto apareceu novamente e, com uma rápida despedida, os dois se foram.

— Boa sorte, meninos – ela cantarolou, voltando a se sentar, feliz consigo mesma.


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