Segunda-feira braba já começou me castigando com Biologia.
E lógico que eu matei aula com meu parça, Gray. Claro que deveríamos estar assistindo a aula, mas fala sério! É segunda-feira! Nem o professor devia estar prestando atenção em suas próprias palavras!
Decidimos invadir a aula de natação do 3B, a turma do Leo.
—Meu namorado é tão gato!-Gray disse babando enquanto encarava Leo que fazia os aquecimentos necessários antes de entrar na piscina.
—É mesmo.-provoquei sabendo do ciúme possessivo de Gray. Sorri travesso.
—Você tem seu boy, saí do meu!-Gray reclamou ciumento. As vezes eu tenho dúvidas sobre quem é mais ciumento: ele ou Leo.
Estávamos escondidos atrás da arquibancada para que o professor não nos visse e nos mandasse pra nossa aula com nossa turma. Francamente, é muito mais interessante olhar um bando de gente bonita de roupa íntima do que ficar em uma sala onde todos estão quase dormindo.
Observei aquele tal de Troy, o mesmo que havia feito um barraco no dia em que eu e Gray estávamos na detenção, ele propositalmente deu um baita empurrão em Leo, o fazendo cair na piscina. Se fosse comigo, eu não deixava!
—Desgraçado!-Leo cerrou os dentes com raiva ao sair da piscina.
—Ops!-Troy se fez de inocente.
—Griffin, eu não lhe dei permissão para entrar na piscina!-o professor brigou.-Vá dar uma de rebelde na diretoria!

Leo fez uma cara de quem ia dar um escândalo, porém apenas mordeu o lábio inferior e ficou muito vermelho como se o capeta tivesse possuído ele.

—É, apressadinho.-Troy provocou dando um sorriso de lado.

—Eu vou te quebrar!-Leo falou ainda com o demônio no corpo indo pra cima de Troy.

—Deixa ele, Leo.-Vick o puxou para uma distância razoável de Troy.-Sabe que é um babaca...-revirou os olhos.

—Que foi? Deixa o viadinho vir com tudo!-Troy disse com coragem aumentando o sorriso.

Leo deu um sorriso malicioso e deu um passo a frente.

— Sério mesmo que me chingou disso?- Leo rio olhando para Troy. - Isso não é nem ofensa.

—Sem brigas na minha aula!-o professor apitou.

Troy revirou os olhos e se afastou de Vick e Leo.

—Argh! Odeio esse Troy!-Gray se irritou apertando os punhos, imagino que ele imaginasse a cabeça de Troy em quanto apertava suas mãos.

—Podíamos dar um jeitinho nele...-sugeri sorrindo maléfico. Pense comigo! Eu gosto de treta, e aquele Troy estava querendo treta! E se é isso que ele queria, é isso que ele vai ter!

Gray fez uma cara pensativa que logo se tornou em uma expressão travessa.
—Topo.-Gray sorriu malvado.

—Beleza! - falei começando a pensar no que faríamos, olhei pelo local e vi uns garotos saindo do vestiário. -Vamos pegar as roupas dele!-falei e logo saímos de trás das arquibancadas com cautela para que ninguém nos visse.

Entramos no vestiário com o máximo de cuidado e procuramos o armário do Troy.
—Bem, essa é fácil.-me aproximei dos armários procurando o de Troy, o achei e imediatamente o destravei de olhos fechados.-A senha é 4582.

—Como sabe?-Gray sorriu duvidoso com uma sobrancelha arqueada.

—Eu li os arquivos na diretoria.-ri irônico.

—Esperto!-Gray me parabenizou rindo também.

Abri a porta do armário e tirei de lá uma toalha, uma calça jeans, uma camiseta vermelha, uma jaqueta de couro, um par de meias chulezentas e encardidas, um par de tênis e...Uma cueca escrito: "Fuck". Tão nojento!
—Que nojo!!!-falei jogando a cueca atrás dos armários e batendo uma mão na outra em seguida para desinfectá-las. Com sorte não devo ter pegado nenhum vírus da babaquice!

—Bora pendurar essas roupas no alambrado do terraço!-Gray riu. Ah, Troy ia adorar! Certeza! Nada melhor do que a roupinha dele no alambrado pra todos verem!

Chutei a porta do armário para fechá-la.

—Ei...Não quer que ele saiba quem o trollou?-sorri desafiador. É, eu sei que é estupidez! Mas, amores, eu sou o Nathaniel.
—Bem...Estaremos pedindo para morrer...-Gray retribuiu o sorriso.

Dei de ombros demostrando que não estava nem aí. Tirei uma caneta preta permanente do bolso e escrevi na porta do armário: "Nath e Gray estiveram aqui! P.S.: Troy bitch.".

Causamos danos a um bem escolar? Sim, mas que se dane. A gente quem faz a lei! Provavelmente estamos ferrados.
Corremos rindo baixinho, saindo do ginásio sem ninguém nos ver. Assim como Gray disse, fomos até o terraço e penduramos as roupas de Troy no alambrado que servia de proteção. Elas ficaram balançando com o vento como se fossem bandeiras.
Batemos nossas mãos como se dissessemos: "Mandamos bem!"

—Cara...Vamos zoar a comida dele!-Gray sugeriu maligno. Por isso que eu adoro esse garoto! Não somos malvados, só queremos rir da cara do Troy do mesmo jeito que ele riu do Leo. Sorri.

—Legal! Vamos trocar o energético dele pela água do balde que fica o esfregão do zelador!-estalei os dedos. Eu sou um gênio! Brilhante idéia!

Afinal, você é aquilo que come!

Nos entreolhamos determinados e lá fomos nós até a sala do 3B.
As salas ficavam trancadas ou com algum professor dentro vigiando, para evitar roubos ou travessuras. No caso da 3B, estava com um professor dentro.
Adentramos a sala com carinhas angelicais.
Reparei que era o mesmo professor que tomou conta de nós na detenção. Seria fácil enganá-lo.

—Senhor Cal, um aluno do 3B, Troy Ferb, nos pediu para pegar sua garrafa de energético!-Gray disse com um tom meigo.

—Ele não pode sair da natação no momento, pois o professor está explicando novos aquecimentos!-falei com uma cara inocente.

—Tá. Peguem.-o professor deu de ombros e como de costume estava com a cara no celular. Como esse professor é lerdo!

A carteira do Troy era toda rabiscada e estava escrito: "TROY, O REI". Revirei os olhos. Bem, já que ele é o rei, deve gostar de ter uma bandeira em sua homenagem!
Peguei sua mochila pendurada em sua cadeira, abri e tirei de lá a garrafa de energético.
—Sério que ele bebe isso todo almoço?-fiz uma careta azeda. Que troço nojento!

—Ele é tão marica que precisa de uma bebida pra ter energia.-Gray riu.

Saímos de lá direto pro armário do zelador, ele não estava por lá, pois costumava tomar um cafezinho com as tias da limpeza antes do almoço.

Jogamos o energético em um frasco de produto de limpeza e a água suja do balde do esfregão dentro da garrafa.

—Eu vomitaria se bebesse isso...-Gray murmurou fechando a garrafa.

—Esse negócio fede pra caramba, imagina o gosto!-sorri travesso.

Aquilo devia ter gosto de chulé com pelo de cachorro molhado de suor. Nojento! Igual ao babaca.

☆☆☆

Bem, devolvemos a garrafa em seu devido lugar. Logo decidimos ir pra aula de química onde eu e Gray não fizemos nada. Só fingíamos prestar atenção porque o professor é daqueles que vive de TPM.

Chegou a hora do almoço, então eu e Gray corremos para dar um jeito de manter Troy no nosso campo de visão. Queríamos ver o show de perto.
Ah, sim, falando em Troy...Ele era o único mané andando pelo refeitório de calção de banho.
Todos estavam rindo discretamente e cochichando sobre ele. E ele? Ah, ele estava FU-RI-OSO mil vezes FURIOSO! Mas nem sei o por quê dele estar furioso! Não era ele que se achava um rei da beleza?

—V-Você fez mesmo aquilo com o Troy?-Jane cutucou Gray com um pouco de hesitação.

Gray assentiu na cara dura.

—Corre! Ele quer matar vocês!-Jane arregalou os olhos.

—Gata...Aqui a gente bate de frente com o perigo!-sorri cínico e convencido.

—O Troy é quem vai bater em vocês!-Jane alertou.
—E daí? Acha que não damos conta?-Gray revirou os olhos.

Jane saiu dali rapidamente feito um gato assustado.
Observei Troy que estava encostado na parede com uma cara de morte, ele não estava nos vendo. Ele pegou sua garrafa de energético. Dei uma cotovelada em Gray e apontei discretamente para que ele olhasse.
Troy deu um super gole na bebida e engoliu de uma vez, logo em seguida ele arregalou os olhos e cuspiu tudo com nojo, começou a socar a barriga para que seu organismo rejeitasse aquele troço. E todos riram do patinho engasgado! Ele estava tão ridículo!

Eu e Gray caímos na gargalhada!

—Bora sentar? Quero comer logo!-Gray disse após rir litros.
Depois de me recuperar dos risos, caminhei com Gray pelo refeitório, mas todas as mesas estavam cheias. E sempre que eu me aproximava as pessoas me olhavam com ar de ironia. Eu não precisava sentar com esse nível de gente.

Andei mais um pouco procurando um lugar, mas sempre que eu via um livre, as pessoas pareciam ocupar de propósito.
Desagradável.

—Nathaniel! Gray!-ouvimos a voz de Leo distante.

Ele estava sentado em uma mesa junto de várias pessoas que gostavam dele. Vi Victor sentado ao lado dele tomando sua bebida olhando pra nós e para minha surpresa Arthur também estava lá! Arthur parecia não se importar com nada, estava comendo um sanduíche e mexendo no celular.
Caminhamos até lá.

—Sentem aqui!-Leo pediu sorrindo pra nós.
Notei que algumas pessoas da mesa olharam pra Leo meio surpresos.
—Sério?-perguntei arqueando uma sobrancelha, sabendo que aquele povo não me queria perto.
Só que...Eu adoro ser um incômodo para quem não gosta de mim.

—Óbvio!-Leo disse dando uma mordida em seu sanduíche.

—Por que ele vai sentar aqui?-uma loira exageradamente maquiada perguntou.-Leonardo, você não sabe quem é ele?
Todos sabem.

Me senti um pouquinho incomodado. Só um pouquinho, eu juro! Quase nada.

—Tudo bom? Ele é meu amigo. E daí?-Leo disse com tom superior a olhando com tédio enquanto sugava seu refri pelo canudinho.

—S-Seu amigo?! Mas ele é o maior fofoqueiro da escola!-ela me olhou brava. Coitada! Como se eu tivesse medo de palhaço.
—Tá... E o que eu tenho a ver com o que ele faz? Ele é meu amigo e pronto! Se eu quiser que ele sente aqui, ele vai e pronto. -Leo deu de ombros.
Toma!
Sorri cínico.
—Não tem espaço pra ele!-ela falou e sorriu irônica para mim.-A mesa tá cheia!-fez um biquinho convencida, parecia uma galinha.

—Tá mesmo, né? Dá pra levantar? Quero meu amigo e meu namorado sentados comigo! Levanta e vaza daqui se não gosta da presença deles!-Leo mandou friamente e colocou os pés em cima da mesa.
—... Está falando sério?!-a palhaça estava incrédula.
Leo revirou os olhos e olhou para outras duas garotas que se levantaram e tiraram a loira dali.
—Senta!-Leo mandou sorrindo e eu e Gray sentamos de bom grado! Sorri satisfeito, vantagens de ter o Leo como amigo.
—Não entendo...-um garoto de olhos azuis falou.-Você é amigo dele? Por que? O que ele tem de tão legal?-perguntou curioso assim como todo mundo daquela mesa.

—Ah, o Nathaniel é muito mais do que um simples fofoqueiro!-Leo deu de ombros.

—Valeu...-sorri e Leo piscou pra mim.

—É MESMO?!-o povo perguntou ao mesmo tempo.

—Ele só é sincero demais! Mas não levem tão a sério!-Leo bebeu seu refri e começou a conversar com Gray.

Todo mundo me encarou. Eu sei, sou o centro das atenções. Ri com esse pensamento.
O pessoal da mesa começou a puxar assunto comigo para confirmarem se era verdade o que Leo havia dito.
Fiquei...Feliz.
Sabe por que? Porque era raro alguém conversar comigo! Só Gray e Leo eram meus amigos! Já o resto, nem queria se envolver com medo de eu acabar com sua reputação!
Dizem que sinceridade é uma qualidade...Em mim é um defeito!
—Ei! Foi você quem pegou as roupas do Troy?!-um garoto me olhou surpreso.
—Eu mesmo!-disse exibido.
—Cara, que incrível!-ele sorriu maravilhado.
—Bem que o Troy merecia uma lição...-uma garota murmurou.-Ele é tão ridículo.
—Ninguém nunca me deixa bater nele.-Leo franziu a testa.
—Vocês iam se matar.-Gray riu comendo sua batata frita.
—Aposto que o Leo vence fácil.-Victor disse comendo seu sanduba.
—Concordo com o Vick.-Leo sorriu. Eles deram um toque.
—Aquele cara tem mil vezes a força da Nancy...-Gray franziu a testa.
—Argh!-me arrepiei ao ouvir esse nome.-Não diga esse palavrão em voz alta...-encolhi os ombros.
—Parece que o Larsen ex-loiro oxigenado está com medinho!-Victor provocou.
—Eu não tenho medo dele.-Gray franziu a testa.
—Ah, é?-Victor arqueou uma sobrancelha.
—Nem eu tenho medo dele.-falei.-Entraria numa briga com ele sem questionar, mesmo que tivesse a probabilidade de perder. E Gray faria o mesmo. Ele não foge de briga!
Gray sorriu cínico.
Desviei o olhar e vi que Troy estava se aproximando e que passaria atrás de mim se continuasse pelo caminho que estava.
—Gray...Te dou duas opções.-falei tomando meu suco.-Ou você bate no Troy ou corre.
Gray estranhou minha fala.
—Segunda opção.-sorri de orelha a orelha.
Troy nem suspeitava que era eu naquela mesa, já que eu nunca seria bem-vindo no grupo dos populares. Então, assim que ele passou atrás de mim, me levantei rapidamente e dei uma cotovelada em sua bandeja, fazendo ela ir contra seu rosto.
Todo mundo gritou agitado.
Gray me encarou de boca aberta.
—DESGRAÇADO!-Troy gritou jogando sua bandeja no chão. Sua cara estava cheia de comida, até tinha macarrão saindo de seu nariz.
—Leo, tira uma foto disso!-Gray disse se levantando e subindo em cima da mesa. Vi Leo já com o celular na mão e rindo.
—Falou!-falei piscando um olho e subindo em cima da mesa como Gray, correndo sem me preocupar com as bandejas.
Saída com estilo!
Pulei da mesa pro chão e corri pra fora do refeitório junto de Gray, Troy atrás de nós lógico!
Que desespero! Pernas pra que te quero! Eu e Gray demos no pé, viramos o corredor com tudo que quase caímos pelo chão estar escorregadio.

—EU VOU MATAR VOCÊS!-aquele brutamontes veio correndo, mas ele era uma lesma comparado a nós, nem parece que era do time de futebol, se antes eu tinha alguma dúvida sobre o Leo ser melhor que ele no futebol, essa dúvida sumiu agora.

—Aqui!-falei puxando Gray pra um corredor qualquer, somente para desviar da lesma chamada Troy.

—Vamos nos esconder ali!-Gray me empurrou pra dentro do armário do zelador e trancou a porta rapidamente.

Estávamos ofegantes e com os corações acelerados.
Aquele lugar era apertado, úmido, abafado, escuro e fedido!

—Não me toque.-Gray disse ameaçador.

—Meio impossível! Que sabichão você, nos trancar aqui!-falei sarcástico.

—Tira essa mão daí!-Gray reclamou.-Sabe que só o Leo pode tocar...A-AI! NATHANIEL!
Ri malicioso.

—Vou te castrar!-Gray disse me socando na cara.
—Parei!-franzi a testa.-Aprenda a brincar!

Quando eu tinha 12 anos, Gray era o meu amor, eu o queria para mim, eu só queria que ele me amasse. Mas, ele só tinha olhos para o Leonardo. Eu estava na friendzone.
Gray nunca me viu com outros olhos. Por mais que eu tentasse, ele só seria meu melhor amigo.
Namorei com a Bárbara Bianca, irmã de Nancy Dantas, para que pudesse esquecer de Gray. Eu não tinha sentimentos verdadeiros por ela. Eu estraguei tudo. Quebrei o coração dela.
Assim como eu sei que Gray sofreu com o amor não correspondido de Leo, eu também sofri, Bárbara também sofreu. E bem pior.
Gray deixava claro que eu era só seu amigo e que ele amava o Nathan! Gray só me procurava para desafabar sobre Leo! Era doloroso ver ele falando de outra pessoa que ele amava. Era doloroso ver ele sofrendo. Era doloroso não ser amado por ele.
Gray podia ser arrogante e convencido, mas, seu jeitinho me atraía, ele era divertido, gostava de agitar, adorava treta, boa compainha, lindo, defendia seus amigos...Diga se não é apaixonante?
Aos 15 anos, me declarei para Gray na noite de Natal, ele estava namorando com Leo, então obviamente me rejeitou.

—Gray...-falei sério.

—Que?-Gray perguntou sem interesse.

—Por que...Você nunca me deu uma chance?-perguntei.

Gray ficou quieto durante um minuto.

—Não sei...Nunca te vi com outros olhos...-Gray respondeu calmo.

—Na verdade, você só tinha olhos pro Leo.-dei um sorriso fraco.

—Nath, você não ia me aguentar como namorado.-Gray brincou.

—Queria ao menos tentar.-falei sincero cruzando os braços.

—Não deixa o Leo ouvir isso...-Gray disse nervoso.

—Leo é um cara de sorte.-dei um riso abafado.-Mas, eu não gosto mais de você. Você seria insuportável para namorar!-devo ter mentido em alguma parte.

—Aff...-Gray bufou.-O Nath de 5 anos atrás não diria isso...-provocou.

—O Gray de 5 anos atrás estaria chorando pelo cobiçado Leonardo Nathan!-alfinetei.

—Agora ele está comigo e pronto!-Gray bufou novamente.

—E eu estou aqui...Forever alone!-revirei os olhos.

—Tem o Arthur.-Gray brincou.
Rimos disso.

—Mas...Sério, sem ressentimentos, né?-Gray pareceu preocupado.

—De boas, já passou.-dei de ombros, apesar de não me sentir bem após aquela conversa.-Você e Leo se merecem, quem sou eu pra interferir?

—Prometo te ajudar com seu príncipe, afinal, você tem que ir acompanhado no meu casamento.-Gray riu.

—Eu estou solteiro por opção, okay?-falei convencido.-Opção dos outros.
E novamente rimos.
Ficamos lá acho que por uma hora, só jogando conversa do passado fora. É, não almoçamos e nem voltamos pra aula.
Até que...A porta foi aberta repentinamente e...Para nossa surpresa, lá estava o zelador, Leo e Arthur nos olhando pasmos. Por sorte não era Troy.
—Oi...-acenei sorrindo nervosamente.
Leo puxou Gray rapidamente.
—Explique-se!-Leo disse irritado.

—Só estávamos nos escondendo!-Gray disse calmamente.

—Escondendo?-Arthur arqueou uma sobrancelha.

—Do Troy!-Gray respondeu.
—Sei...-Arthur revirou os olhos.-Desculpinha esfarrapada...-resmungou.

—O Arthur não vai confessar, mas achou muito foda vocês correndo!-Leo deu um tapinha nos ombros de Arthur.

Arthur ruborizou, desviou o olhar e empurrou Leo de leve.

—Mesmo?-perguntei interessado.

—Ah, que se dane o que eu achei. Isso por acaso importa?-Arthur me encarou com a testa franzida.-A diretora quer conversar com vocês.

—Por que?-Gray arregalou os olhos.
—Talvez porque vocês tenham envenenado um garoto e ele tenha ido parar no hospital...Não sei...Só um palpite...-Leo comentou colocando as mãos na cintura.

Inclinei a cabeça para trás e relaxei os ombros.

—Tá zuando com a minha cara, né?-murmurei. A Kenzie vai me matar se descobrir!

—Foi incrível o que vocês fizeram, tipo, muito! Tem vários vídeos e fotos rolando, vocês estão famosos! Mas, as consequências batem a porta.-Leo abraçou Gray.
—Eu faria de novo!-Gray sorriu determinado.-Então, irmão, bora levar bronca?-me olhou divertido.
—E eu tenho escolha?-ri.
Ah, estamos muito ferrados.