White Angel escrita por Malina Endou
Notas iniciais do capítulo
Yo!
Como eu tinha dito, ainda hoje publicaria mais um capítulo, por isso mesmo, aqui está ele!
Boa leitura!
Meiko
Saímos da escola mal o treino terminou. O meu tio queria ir comigo visitar a minha mãe só que não podíamos; o meu avô enviou-me uma mensagem a dizer que era o dia em que levariam a minha mãe do quarto para lhe exercitar as pernas, evitando que os músculos prendessem, que parasse a circulação e para quando acordar conseguir pelo menos mexe-las. Mas tinha companhia para casa, o Tenma, só que meio do caminho, quando passamos pelo campo de futebol, ele parou e sentou-se nas escadas a olhar para algo. Estava calado e pensativo. Já imaginava o que lhe estivesse a passar pela cabeça.
—O que estão aqui a fazer?- olhei por cima do ombro e vi que era o Sangoku-senpai sair de cima da bicicleta- Olá.- O Tenma levantou-se e eu voltei-me para o meu veterano, ainda que fosse um pouco difícil encara-lo depois do que disse na sala de reuniões.
—Lamento muito pelo que disse.- Curvei-me. Podia ser muita coisa, mas sabia pedir desculpa quando estava errada.
—Não te preocupes.- Levantei-me e encarei-o, vendo-o sorrir.
—Não te preocupes. Acho que também exagerei um pouco.
—Estás a fazer tarefas?- ele nem perdeu tempo!
—Hoje é a minha vez de fazer o jantar.
—O jantar?- isso fazia-me pensar no que seria que a minha tia tinha preparado para mim. Só de pensar já me sentia maldisposta- Ou seja que também sabes cozinhar?- estava admirada.
—Mais ou menos.- Riu-se- Só quando a minha mãe vai chegar tarde.
—Ah sim?- felizmente nunca tive de me preocupar com algo assim- Com que então sabes cozinhar?- qual era o espanto? O meu irmão sabia e só tinha dez anos- É impressionante!- reparei que o Sangoku-senpai estava a olhar fixamente no meu rosto. Teria alguma coisa na cara?
—Porque não vem jantar?- olhamos um para o outro, espantados.
No final, acabamos por aceitar o convite. Enviei uma mensagem ao meu tio a dizer-lhe que não iria jantar em casa, ele enviou-me logo uma mensagem a reclamar comigo. Sentia pena dele e do meu irmão... Mas pelo menos ia comer bem! Felizmente, não demorou muito a chegarmos ao apartamento do veterano, era bem mais pequeno que a minha casa, mas era simples, bonita e agradável. Bem como o jantar, que assim que ficou pronto, cheirava muito bem.
—Que bom! É quase tão bom quanto a comida do Atsushi!
—Atsushi?
—Ah, sim. É o meu irmão mais novo. Tem dez anos.
—E já cozinha?!- qual era o espanto de ambos?
—Bom... Sim. O meu irmão é dotado.- Podia ter sido eu, mas não...
—É tão novo...- provavelmente referia-se à nossa situação familiar- A tua mãe... Ela ainda está em coma?- ele realmente sabia. Será que todos na Raimon também?
—Sim.
—Lamento.- Não queria ter deixado o ambiente pesado, mas foi inevitável.
—Isto está realmente uma delicia! Parece a comida da Aki!- agradecia ao Tenma pelo que fizera.
—Aki?
—Sim! É a minha parente e está ajudar-me uma mão com tudo.- Bebi um pouco de água antes de voltar a comer.
—É verdade! Agora que me lembro não me tinhas dito que vivias sozinho? Isso não é difícil?
—Tenho a Aki, por isso estou bem! Mas não posso depender sempre dela. Tenho de aprender a desenvencilhar-me como tu.- O veterano levantou-se logo, assustando-me. Mas não se podia comer em paz?
—Isso mesmo! Podes elogiar mais! Vou dar-te um pudim para sobremesa!- eu também queria.
—Ai sim?! A sério?!- no mesmo instante em que ele ia até ao frigorífico, ouviu-se a porta a abrir.
—Já cheguei!- era uma voz feminina, e quando abriu a porta da cozinha, pude presumir que era a mãe do veterano.
—Bem vinda. Hoje vieste cedo.
—A reunião terminou cedo.- Só então olhou para nós- Ah! São amigos teus! Não costuma vir nenhum.- Depois encarou-me- Ou ela será a tua namorado?- o veterano ficou imediatamente corado.
—C-Claro que não.- Ri-me.
—Não sou, não. Sou uma companheiro do clube de futebol.- Levantei-me para a cumprimentar- Chamo-me Goenji Meiko. É um prazer.
—Encantado. Chamo-me Matsukaze Tenma e acabei também de entrar no clube de futebol.
—Meiko e Tenma, não é? Com que então são da equipa. Voltaram do treino?
—Sim.- Respondemos ambos.
—Bem, este ano também esperam poder vencer, não é? O Holy Road!
—Bom... Isto é... É que...
—Sim.- Não compreendia a hesitação do Tenma. Ele queria vencer ou não?- Claro que sim.- A mãe do veterano riu-se antes de se aproximar da mesa para se sentar.
—Come, senão vai ficar frio.- Claro que o Sangoku-senpai nem queria tocar no assunto. Todos nos sentamos sem dizer nada mais.
—Claro que este rapaz não me fala quase nada de futebol.- Esticou-se um pouco por cima da mesa para falar mais baixo, encarando-me- Será porque chegou à essa idade tão complicada dos rapazes?- sorri um pouco sem jeito nenhum- Eu não tenho marido, por isso também não sei algumas coisas a esse respeito.- Eu e o Tenma trocamos um olhar de estranheza. Creio que nenhum dos dois sabia exatamente o que dizer- É uma grande complicação.- Mas a senhora parecia ser bem simpática- Na vossa casa também acontece o mesmo?!- as mães eram assim tão assustadoras?
No final ambos acabamos por explicar as nossas situações à mãe do veterano, enquanto comias pudim. Ela ficou curiosa com a do Tenma e lamentou a minha, desejando as melhoras da minha mãe e gabando muito o meu pai. Ao que parece era bem popular entre as mulheres.
—Obrigado pelo jantar!
—Obrigada.- Tinha sido uma ótima refeição.
—Em que posição jogam?
—Somos centro-campistas.- Claro que gostava de ser atacante como os meus pais, mas não tinha grande vocação para tal.
—Ah! Esses são... Os que rematam... E marcam golos, não?!
—Rematar?- sorri. Ela parecia não entender grande coisa de futebol- Mais ou menos...
—E qual é a vossa especialidade?
—O meu é o drible! Sei que ninguém me vence na hora de driblar!
—Ou seja que só sabes driblar, Tenma?
—Sim.- Riu-se. De seguida, a mãe do veterano encarou-me.
—E tu deves ter herdado as habilidades dos teus pais, não?!- quem me dera.
—Bom... Na verdade não.- Ri-me mais pelo nervosismo que pela vergonha.
—Então qual é a tua especialidade?
—O meu... Bem...- perguntava-me qual seria- Não tenho exatamente uma especialidade.
—Pois acho que deviam praticar os passes.
—Os passes?
—Driblar e passar é o mais básico do futebol. Se aos dribles juntares uma grande precisão no passes, irás melhoras bastante.- Depois encarou-me- E pelo que vi parece que te dás bem com passes e que tens uma precisão nata para eles.- Fiquei um pouco envergonhada. Não sabia disso- Entenderam?
—Sim.- Realmente tinham sido bons conselhos da parte do senpai.
—Começarei a praticar!- assenti. Não podia ficar atrás.
—Se quiserem, posso ir animar-vos e até podia preparar almoço a mais para vocês os dois!- reparei que o veterano fez logo uma cara de desagrado.
—Não tens porque ir.- Já imaginava o porquê.
—Estão a ver?! É assim desde que começou o secundário! Diz-me sempre para não o ir ver!- tentei rir, mas saiu tão forçado que temia que ela percebe-se. O filho só queria que ela não fosse para que não o veja a perder de propósito- Bem, vou fazer um pouco de chá!- e levantou-se.
—Lamento.- Não entendi o porquê- Sei que vocês gostariam de poder jogar futebol sem limites, mas...
—Mas vocês todos também, não?- por vezes tinha as minhas dúvidas.
—Lamento imenso, não posso ser como vocês.
—Sangoku-senpai, não...
—Entendo...- Não havia mais o que discutir.
—Meiko...
—Entendo que a vossa decisão esteja tomada, mas a nossa também.
Queria que ele tivesse isso em mente. Não ia deixar que o futebol continuasse daquela maneira.
*
—Dribla... Dribla... E passa!- e tornou a falhar a lata de refrigerante.
—Não! Assim está mal.- Não que eu estivesse melhor. Corri até à bola e levei a de volta para onde estava o Tenma. Era a minha vez.
Desde que saíramos da casa do nosso veterano, que decidimos ir a nossas casas trocar o uniforme escolar pelo fato de treino do clube de futebol. Queríamos praticar o quanto antes os passes. Cheguei a casa e contei tudo rapidamente à minha família, antes de subir após o meu tio me dizer para despachar. Tinha bastantes vantagens ter um tio louco pelo futebol!
—Ei! Tenma! Meiko!- do cimo das escadas estava lá o Shinzuke, também ele vestido da mesma forma, correndo até nós- Sabia que estariam aqui! Não conseguia ficar quieto em casa. Sempre sonhei com o Holy Road, e agora, mesmo estando no primeiro, vamos poder jogar!- assenti. Realmente tínhamos tido sorte em relação a isso.
—Eu também tinha pensado que iria demorar até jogar no campeonato, e olha só!- era bem verdade.
—Por isso quero jogar o melhor que sei!- ele estava entusiasmado- Ainda que digam que temos de perder.
—Não vamos perder.- Era teimosa sim, e no que dizia respeito ao futebol era ainda mais- Nós não vamos perder o jogo!
—Assim é. Jogar futebol pensando em perder é muito aborrecido, não é?
—Sabem que mais? Vamos treinar!
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Reviews?!
Kissus!