Entre o Coração e a Honra [Em Hiatus] escrita por Carol Stark


Capítulo 3
Um invasor no palacete


Notas iniciais do capítulo

Em meio a guerra.... Uma invasão nos aposentos reais!
Divirtam-se!



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China 221 a.C.

Territórios Zhou

 

Tambores tocavam retumbantes ao alto de uma colina no campo de batalha Hao, em um triste prenúncio da maior guerra até então vivenciada naquele império decadente da dinastia Zhou.

As tropas, prestes a iniciarem a batalha, viam-se sedentas pela vitória e seus tambores, agora ainda mais fortes, chamavam a derrota para uns e a vitória para outros. Nas fortalezas Zhou os soldados estavam a postos e aguardavam o momento certo para o primeiro ataque.

— Soldados! – Gritou uma voz rouca que se aproximava com o galopar de um cavalo – Vim liderar esta guerra como prova do meu poder e força! - Então, todos puderam ver, abrindo caminho entre os milhares de homens, o grande Qin Shihuang que apontava sua espada avante. – Serei eu vosso grande imperador e após esta guerra, – suas vestes tremulavam ao vento – este será o marco de nossa história! LUTEM! Seremos um povo unificado sob minha glória! ATACAR!

Muitos sentiram-se temerosos ao vê-lo, pela sua imponência e poder exalante, mas ao mesmo tempo, foram instigados ao ataque e à luta pela vitória e unificação do povo.

A primeira flecha foi atirada em meio ao turbilhão de vozes que retumbavam campos e montanhas além do que a visão pudesse alcançar.

Então, neste momento houve silêncio.

A tensão era quase palpável e gritos abafados foram ouvidos em seguida, saindo das fortalezas desse território inimigo; soldados da infantaria dos Zhou atacavam.

Sem demora, ao alto de rochedos próximos às fortalezas, os arqueiros das tropas Qin lançaram suas flechas em chamas como chuvas de um fogo horrendo. Sangue derramado ensopava o chão e soldados de ambas as tropas caíam a cada segundo. Enquanto a artilharia utilizava-se de seus recursos de guerra contra as tropas Zhou, a infantaria, guiada pelo próprio Shihuang e demais soldados, invadiram as fortalezas.

O caos se alastrou e o Estado dos Zhou decaía.

É o início de um novo império.

***

— O que quer que façamos, Alteza? – Questionou Quon. - Neste momento, uma guerra acontece lá fora e este palacete corre perigo. Precisamos protegê-la! Yin, vá até nosso campo de treino e proteja os que ficaram e preparem-se para o que ocorrer.

— Sim, senhor! – Yin montou em seu cavalo e seguiu rumo às possíveis tropas que deram ouvidos às ordens do general Quon e não às imprudências anunciadas pelo Chanceler Li Si.

A princesa analisava o general.

— O que pretende fazer, general?

— Alteza, temo que este lugar seja invadido...

— Poupe sua vida, general. A minha não vale a pena. Meu tio é um tirano doente por poder e eu, não tenho família. Serei um fardo para você. – Min Chong caminhou em direção a uma janela lateral e avistou o céu avermelhado naquele início de noite.

O general a observava agora que ela estava de costas para ele. Percebia a dor daquela mulher da qual sempre ouvira falar, porém, que somente agora pôde ouvi-la falar.

Ela continuou:

— O céu está avermelhado, general Quon. Sangue está sendo derramado. – A tristeza parecia fazer parte de seu íntimo.

— Alteza, - o general saía de seus devaneios – que ajuda posso oferecê-la, além de proteção? Sacrifico minha vida pela sua e pelo meu povo. – A voz de Quon era pesada e compenetrada. Um verdadeiro guerreiro.

Min Chong virou-se para ele e seus olhares se encontraram. O general não resistiu em observá-la e mirou o olhar profundo e firme daquela admirável mulher. A princesa ao ver que o general não desviara o olhar franziu o cenho e aproximou-se lentamente.

Quon meneou a cabeça novamente para baixo sentindo sua face arder. Seu coração acelerou diante de Min Chong.

— Ajude-me a fugir, general Quon.

Sobressaltou-se o general olhando-a rapidamente:

— Não posso fazer isso! Isto feriria nossa honra, Alteza. Meu dever é protegê-la.

— Me protegerá se me tirar daqui! – Ao proferir estas palavras a princesa sentiu como se estendesse as mãos para uma ainda distante liberdade.

Neste segundo um zumbido foi ouvido à medida que uma lança atravessava o local fincando-se na parede oposta.

A princesa abafou um grito com as mãos e correu para o canto do aposento.

— Abaixe-se, Alteza! – Gritou Quon e estrondos foram ouvidos em uma pequena distância dali.

Na parte externa do palacete, os guardas lutavam bravamente para proteger o local e os poucos das tropas Zhou, que fugiram da guerra em direção ao palacete Qin, já feridos, não resistiam aos ataques dos guardas.

Um, porém, conseguiu invadir o palacete em um momento de embate entre um dos seus e o guarda do grupo inimigo. Com sua espada adentrava os aposentos a procura de alguém como alvo de sua vingança e ira. Estava disposto a lutar até a morte, se assim fosse preciso, em honra ao governo Zhou.

— Ora, o que temos aqui... – Falou o altivo general Quon ao ver o soldado adentrar os aposentos reais. – Alteza, mantenha-se afastada! – O general proferiu posicionando-se para o ataque à medida que seu semblante mudava completamente. Assemelhava-se a um animal que cerca sua presa.

Assim, começou a caminhar em círculos e defendeu-se da primeira investida do outro afastando-se para a lateral. Em um passo cruzado, apoiou-se bem ao chão, preparando-se para um chute surpresa, no mesmo segundo em que levantava a espada ameaçadoramente em um gesto entre luta e dança, emanando uma estranha beleza em meio aquela situação atroz. Ele pôde ouvir outro grito abafado proferido pela princesa. Olhou-a de relance.

Tilintares de espadas eram as únicas coisas ouvidas naquele lugar, e em meio a um contra-ataque do general, o inimigo foi mais rápido perfurando-o com a ponta da espada na região de sua costela.

— GENERAL! – Gritou a princesa Min sobressaltando-se para trás.

Com um urro de dor, Quon lançou sua espada contra a mão do oponente, perpassando-a por completo que, por sua vez grunhiu, e em um giro curto Quon cortou o oponente mortalmente. Em seguida, caiu desmaiado.

— General Quon! General... – Foram as últimas palavras que ouviu, à medida que a princesa Min Chong corria em sua direção.

Logo, tudo virou trevas.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando?
Mais suspenses no próximo capítulo... Indícios de um novo inimigo, mais próximo do que se imagina!
Acompanhem e não deixem de comentar, hein?!
Até breve! ♥



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