Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

Esme continua:

— Sim, os transfiguradores podem nos matar como qualquer criatura que possa nos dilacerar.  Mas você ainda quer ser uma vampira assim mesmo, filha?

— Sim, mãe – de que outra forma eu poderia ficar com ela para sempre? – Tenho tanto medo de morrer e depois desaparecer para sempre. – vou agarrar a chance que eu tenho na mão, não tenho certeza se depois que a gente morre vai reviver algum dia. - Não quero ficar sempre com medo de que o meu pai volte para me machucar ou ‘terminar o serviço’.

— Eu e Carlisle não permitiríamos ele chegar perto de você. Agora você é nossa filha – Esme toma uma atitude protetora, eu gosto disso, não me assusta se deveria me assustar. Eu me sinto segura com ela. E mais amada do que jamais fui.

— Mas na escola ele pode ir lá e me esperar na saída... – digo apavorada. Não questionando Esme, mas apenas com medo.

— Ele está preso por enquanto até o julgamento, depois ele será condenado a  não sei quantos anos de reclusão, você não precisa ter medo que ele volte – Esme sabe perfeitamente o que estou sentido, ela também passou por essa sensação quando fugiu de casa. Ela sempre tinha pavor de que Charles a encontrasse e executasse ela e o bebê que estava prestes a nascer. – Para você ficar mais tranquila, vou te levar e te buscar na escola todos os dias.

Você não pode sair no sol, mãe.

— Isso é verdade, querida, mas eu arriscaria ser vista por você. Por sua causa. Ninguém entenderia o que eu sou mesmo. Talvez me confundissem com uma celebridade.

— Mas pelo que eu entendi, mãe, os Volturi não vão ter essa compreensão e se irritam facilmente – são como meu pai humano era comigo, imagino. Mas são muitas vezes pior porque são vampiros e podem te matar sem que você sequer perceba.

— Não se preocupe comigo, meu bem – ela toca meu queixo levemente. – Vou sempre te buscar com nosso carro escuro. Nem precisarei descer.

Fico mais aliviada sabendo que ela não vai se colocar em risco por minha causa. Eu não valho a pena.

— Não mamãe. Não quero que você morra por minha culpa – eu ficaria muito mal por isso. De novo, eu estou pensando no pior que poderia acontecer. Devemos esperar o melhor, mas estar preparados para o pior.

— Não fique nervosa, querida. Eu vou ficar bem. Alice veria se os Volturi nos ameaçarem novamente.

— Você mesma disse que ela pode errar, se eu entendi direito, e ainda assim confia em suas previsões? – espero que Esme não entenda errado e pense que fui grosseira demais.

— É a nossa melhor chance, é tudo que temos – parece que ela não pensa que fui atrevida. Fico mais tranquila. Esme é tão compreensiva! Ela é incrível!

— Mas não seria melhor então ficar todo mundo junto? Separados assim talvez os Volturi podem capturar alguém – penso em mim mesma, como eu seria um alvo fácil sendo ainda humana. Fico mais atemorizada sabendo de tudo que os vampiros são capazes de fazer e ainda mais quando não tem escrúpulos nem clemência como esses parecem não ter.

— Talvez você tenha razão, filha. Mas por enquanto vamos ficar assim. Eles não virão atrás de nós por nada. O tempo para nós não tem o mesmo significado que tem para os humanos, talvez porque eles não vivem tanto tempo quanto nós podemos viver para sempre se não formos mortos, é claro... O que quero dizer é que vai demorar alguns anos para nos reencontrarmos, imagino. Nos encontramos bastante nos últimos dois anos.

— Quero me tornar uma vampira logo, mamãe. Não quero prejudicar nem você, nem papai, nem ninguém da nossa família.

Esme afaga meu rosto ternamente.

— Obrigada pela consideração, querida. Eu não quero ver você sofrer, é muito doloroso o processo de mudança. Você é muito doce, uma boa menina e não merece passar por tamanho sofrimento.

— Mas você também era Esme, tenho certeza. E continua sendo. Quero ser como você e viver sem ter medo de morrer. Eu não mereço morrer, mereço?

— Não, filha, você  não merece morrer. Mas quem sabe se nós já não estamos condenados ao inferno?

— Não acredito que vocês estejam. Talvez os vampiros que bebem sangue humano. Mas vocês acho que não.  Mas quem de nós está certa? Não sabemos.

— Por isso que não quero condená-la mesmo que não saiba que estou condenando.

— Condenada eu já estou. Condenada a morrer por um pecado que eu não cometi e também não cometeria se estive lá no Éden.

— Você só pensa que não comeria a fruta porque sabe das consequências.

Adão e Eva foram sim alertados por Deus.

— Não apenas. Eu sempre fui muito obediente. Desde que me explique as razões e eu entenda e ache justo o seu cumprimento.

— Mas eu estou condenada sim, filha, eu já matei uma pessoa por engano. Bom, eu era nova nessa vida ainda, eu queria mesmo me alimentar, mas me arrependi tarde demais para voltar atrás. Quando percebi já tinha roubado uma vida.

— Deus pode perdoar você mamãe, se você se arrepende sinceramente e nunca mais matou.

— Não, nunca mais eu matei ninguém. Essa morte que eu cometi por um deslize, me impressionou tanto que eu nunca mais farei isso novamente. Faz quase cem anos, mas a lembrança daquele dia horrível está nitidamente em minha mente. Posso fechar os olhos e ver perfeitamente. As memórias dessa nova vida são mais nítidas do que as lembranças humanas. Eu queria esquecer disso mas não. De certa forma é bom recordar para nunca mais repetir esse erro. Se eu pudesse dormir acho que teria pesadelos.

— Se eu entendi bem, mamãe, você não pode ter toda a culpa por ter feito isso enquanto era recém-criada. Quando vocês são novos é mais difícil se controlar.

— Obrigada pela complacência, querida. Mas eu não quero ver você passar por isso também, ver você sentir dor, gemer e gritar e saber que a culpa é minha de tudo que você está passando e sentindo. Imagino como foi difícil para Carlisle me ver me contorcer e não poder fazer nada para aliviar.

— Mas no fim você está bem e nunca mais morrerá. Vocês ficarão juntos para sempre. Eu também quero ficar para sempre com vocês. Eu aguento a dor que tiver que aguentar.

— Você é muito corajosa, sweetie— corajosa eu? Na verdade eu sou a maior covarde desse mundo. Eu tenho medo de morrer e por isso eu quero ser imortal.

— Eu não me importo o quanto vai doer. Eu já senti tanta dor, chorei e gritei muito quando meu pai me batia e nada o fazia ter qualquer piedade, ninguém fazia nada para me ajudar. Eu estava totalmente só. Até Deus permitia isso, não sei porque. O que eu fiz para merecer? Minha mãe via tudo e fingia que não estava acontecendo nada de anormal. Parece que quanto mais eu chorava mais ele me batia, mas eu não podia não chorar, pois estava doendo.

Esme fica me olhando atônita sem dizer nada realmente sensibilizada com minha trágica história.

— E papai? – digo quebrando o silêncio alguns minutos depois. – Ele pode fazer algo mais?

— Depende se você considerar a resistência ao sangue humano uma habilidade – ela pisca e volta como se tivesse com o pensamento longe.

— Você me disse que isso não é normal. Que o cheiro de sangue deixa os vampiros enlouquecidos de sede. Então pode ser – hoje que já passei pelo primeiro ano de recém-criada posso ver exatamente o significado dessas palavras. O poder de atração do sangue humano é tão forte, muito mais do que palavras podem descrever.

— Não é algo que nasceu com ele quando ele despertou como vampiro, como a capacidade de nosso filho ler mentes. Com o tempo Carlisle aperfeiçoou essa habilidade. E todos na nossa família temos essa capacidade, nos controlamos. Exceto Jasper que foi transformado por uma vampira mais ‘selvagem’, mas ele tem feito muitos progressos... – será que eu vou ter que ter cuidado com ele?

— Então nem você e nem papai tem algo diferente dos outros vampiros?

— Não. Ou talvez eu seja muito amorosa e meu marido muito compassivo.

— Isso é incrível de toda forma, mãe. Vampiros geralmente não são assim, você disse que eles não se importam com as pessoas e vocês dois se importam. Isso é magnífico! Admirável!

— Talvez o nosso estilo de vida mais pacato favoreça esses dons mais sutis.

— O amor é poder, mamãe.

— Eu sei querida. Eu já ouvi isso antes de você me dizer. Mas se você não tiver nenhum dom quando renascer, não importa. Não queremos só poder, outra coisa que nos diferencia dos Volturi. Principalmente um dos três líderes que vive assediando seus irmãos e agora até nossa neta.

Ao menos enquanto os pais da Bella estiverem vivos ela será minha cunhada, depois será como irmã. Já a tratamos como parte da família, não importa qual nome.

— Ele quer o poder deles? Eles são pessoas, não são coisas para se colecionar.

— Aro não pensa assim. Ele quer porque quer, parece uma criança mimada. Mas não se engane ele parece bom quando está bem humorado, mas é perigoso exatamente por isso- tento imaginar alguém pior que meu pai que parecia não ter alma. Nada o comovia. Nada.

— Papai ainda vai demorar mamãe?

— Ele já deve estar chegando – assim que ela diz isso faróis de um carro iluminam a casa.

Vou até a janela e vejo um veículo escuro estacionado na frente da casa.

A porta se abre e Carlisle desce, ele olha para cima e nossos olhares se cruzam.

Eu sorrio e ele sorri de volta como se estivesse me vendo e eu sei que ele está enxergando nitidamente. Nesse momento Esme me chama:

— Vamos descer filha?

...XXX...


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