Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

— Vamos descer, filha? - Esme me pergunta.

— Claro mamãe – ando rumo à porta do quarto atrás dela.

Nós duas descemos as escadas e encontramos Carlisle que havia acabado de entrar, na sala.

Eu corro para abraçá-lo, mais animada do que eu costumava ser, talvez eu queria ter feito isso antes com o meu pai mas eu não podia me expressar e estava guardando dentro de mim. Ou é gratidão por ele ter cuidado de mim. Eu sei que ele é bom. É quase como Deus.

Ele me pega no colo e rodopia no ar, depois coloca-me de volta no chão.

— Criança! – ele diz emocionado, mas sem chorar.

— Papai! – olho para cima para ver seu rosto. Nunca vou me cansar de admirá-lo. Ele é realmente meu herói.

— Mesmo sabendo que eu sou um vampiro você ainda gosta de mim?!

— Sim, papai. Isso é mais uma prova de que você e mamãe merecem todo o meu carinho. Vocês não são maus, se fossem não teriam me dito o que são de verdade. Vocês dois não são como meu pai era, apesar de  ele ser aparentemente humano era um monstro na forma que me tratava.

'Para ser humano não basta ser um ser humano. Não é preciso necessariamente ser da espécie humana. Vocês dois são tão bondosos e por isso são humanos. Ele era biologicamente falando, mas não agia humanamente. Vocês dois são humanos porque agem de forma humana mesmo não sendo exatamente da espécie humana. Vocês dois eram humanos e lutam para manter a humanidade em vocês. Vocês são pessoas de verdade e por isso eu os adoro.'

— Ah filha! – diz Esme emocionada. Sinto que ela está a beira das lágrimas mas não chora.

— Mamãe, papai – olho alternadamente para eles dois. – vampiros não podem chorar? Sei que mamãe está quase chorando, mas não. Nunca vi vocês dois chorar. Eu sei que estão emocionados, mas não demonstram desse jeito.

— Não podemos chorar, querida - responde Carlisle.

— Ah, mas então como vocês expressam suas emoções?

— Na verdade os vampiros não deveriam ter sentimentos, dizem que não temos alma. Isso é suposto, só nos atrapalharia.  Os vampiros nômades que se alimentam do sangue de pessoas não tem nenhuma emoção, não sentem pena de suas vitimas.

— Mas vocês são diferentes, mamãe me explicou tudo.

— Verdade, nós temos sentimentos sim porque queremos preservar nossos traços de humanidade. Somos exceção, somos aberrações diria sua irmã Rosalie. Fugimos à norma. Não deveríamos existir.  Somos diferentes até mesmo no mundo dos vampiros. Somos a aberração dentro da aberração.

— Não, pai. Vocês tem de existir não pode haver apenas vampiros maus. Precisa haver vampiros bons para compensar.

— Somos poucos para compensar. Os anjos que são suposto serem o contrário de nós vampiros.

— Vocês são como anjos por terem escolhido viver assim. Sei que não é fácil e Deus deve ter muito orgulho de vocês.

Eles são imortais como os anjos.

— Obrigada, filha – Carlisle me faz um cafuné.

— Eu acredito que vocês tem alma. Sem alma era meu pai que não tinha pena nenhuma quando me espancava. Ele não tinha nenhuma clemência, nenhuma misericórdia. Minhas lágrimas não o comoviam, na verdade, quanto mais eu chorava parece que ele mais tinha prazer em me ver sofrer.

'Eu não entendia como Deus permitia isso se Ele é misericordioso. Meu próprio pai não era um exemplo de Deus para mim, como eu posso vê-lo através de você Carlisle. Você é tão compassivo e bondoso como eu imagino que Ele seja. Através de sua compaixão eu conheci Deus de verdade.'

— Obrigada, querida. Também amo você como minha filha legítima. – Carlisle diz realmente enternecido pela minha declaração. – Jamais imaginei que eu poderia ser imagem de Deus.

Ele não se esforça para isso? Então porque acha que seria?

— Eu falei isso várias vezes para você, querido – intercorre Esme – E aposto que seus pacientes no hospital também dizem isso quase todos os dias para você.

— Minha pequena... Você sabe que é tendenciosa e suspeita para falar – Carlisle vai ao encontro de Esme e a beija para meu delírio.

—  Eu sou tendenciosa? - reclama Esme. - Tanta gente diz, eu acho que isso prova que eu não estou errada.

— Vou me esforçar para nunca decepcioná-los – olho para ele e depois para Esme.

— Está com fome filha? É hora do jantar – Esme diz subitamente como se houvesse se lembrado de que eu estaria com fome por não ter aceitado o lanche que ela me ofereceu hoje à tarde e não comi nada desde o almoço. Sou uma humana ainda e não posso ficar tanto tempo sem comer, devo estar ‘morrendo’ de fome.

— Não precisa se incomodar comigo mãe, eu sei que vocês não comem e eu sei cozinhar. Posso me preparar algo. Só me diz onde estão as coisas que eu me viro.

— Não é incomodo nenhum – ela diz indo para a cozinha e vou atrás dela por reflexo. Sinto um leve arrepio ao dar as costas para Carlisle, mas ignoro e sigo adiante apesar disso.

— Fui ao mercado ontem e comprei algumas coisas para você, as que tínhamos aqui em casa já estavam estragando... Você sabe que eu e seu pai não comemos essas comidas humanas – até Esme também me aceitou rapidamente como filha e já me trata assim mesmo antes da adoção oficial. Ela já me adotou no coração. E eu também os adotei. Fico sensibilizada com a forma tão carinhosa que ela me trata, isso que eu queria. Isso mesmo. É um sonho; estou vivendo um sonho!

— Mas então porque comprar muito, mamãe? Eu não vou comer tudo sozinha... – não quero virar uma bola de tão gorda.

— Nós precisamos comprar comida para manter a aparência normal. Você sabe como é importante para nós não levantarmos suspeita. Assim dessa maneira me vendo fazer compras a cada poucos dias – geralmente no final da tarde ou bem de manhã cedo ou de noite. – os vizinhos não ficam desconfiados e passamos desapercebidos e somos vistos como um casal comum. Também ajudamos os pobres mendigos a se alimentar com o que jogamos no lixo. Eu não gosto que haja pobres, isso é tão injusto... A riqueza do mundo deveria ser mais bem distribuída. Ao menos os alimentos deveriam ser melhor repartidos. Alguns tem tanto e tantos tem tão pouco. Se eu pudesse fazer alguma coisa... eu não queria que houvesse pobreza no mundo.

— Que lindo mamãe! Você realmente é uma boa pessoa. Você já faz o que pode, uma boa ação ao lhes dar comida para que se alimentem melhor. Os governos é que deveriam olhar mais atentamente para essa questão. De toda forma você já faz a sua parte, mãe.

— Obrigada pelas palavras animadoras, filha... Agora não sobrará muito para eles com você morando aqui. Não que eu esteja reclamando, quero dizer... eu a quero aqui comigo, estou muito feliz é claro.

— Não se preocupe, querida, podemos comprar mais. Dinheiro não é problema, é solução – diz Carlisle atrás de mim. Eu não senti ele se aproximar. Geralmente secretamente eu me gabava por perceber uma pessoa se aproximando mesmo que não visse. Mas ele não é uma pessoa humana então não preciso ficar desapontada comigo mesma.

Claro que dinheiro para eles não falta. Eles são milionários.

— Eu entendo, mãe. Não se preocupe, eu não como muito mesmo.

— Não se restrinja, filha – diz Carlisle. – Podemos comprar mais.

— Não se incomode com o que eu disse, foi imprudência minha... – diz Esme – Me desculpe. Você quer comer lasanha?

— Sim, pode ser.

Esme tira a caixa da geladeira e coloca para assar no micro-ondas.

Até agora não havia visto a cozinha e fico admirada com o design requintado vejo a piscina lá fora com a água brilhando na luz prateada da lua.

Esme percebe a direção de meu olhar:

— Quer nadar antes de jantar, filha? É melhor ir antes de comer porque você pode passar mal se for depois. Embora tenha um médico em casa não devemos abusar.

— Sim, mãe. Não devemos abusar. Eu não quero nadar, não, mãe; eu não sei nadar.

— Amanhã eu posso te ensinar – ela diz animada e mais entusiasmada do que jamais havia visto. – posso te ensinar de tarde depois da sua aula e você pode me ver no sol, claro, se não chover...

— Acho melhor deixar para outro dia, por causa dos pontos na minha perna. Não quero estragar... Papai?

Antes que eu pudesse chamar de novo ele já estava ao lado da esposa.

— Sim, filha?

— Posso nadar amanhã, mamãe quer me ensinar?

— Claro que pode, não há problema nenhum.

...XXX...

 

No dia seguinte eu estou nervosa quando mamãe vem me buscar no colégio. Será que eu vou conseguir aprender a nadar? Sou tão desastrada andando não sei se poderei aprender a nadar.

Na escola ainda ninguém sabe o que aconteceu e que eu não estou mais morando com meus pais biológicos. É triste que não saibam da tragédia, mas por outro lado também é bom que seja assim que ninguém fica me fazendo muitas perguntas.

Quando Esme chega com o carro de papai para me buscar todos os alunos que estavam na saída ficam de queixo caído ao me verem embarcar no luxuoso Mercedes. Eu também tive essa mesma reação a primeira vez que a vi, não os recrimino nem julgo. Não tem como não 'babar' por um carro desses. O design do carro é feito para isso mesmo, para causar admiração por onde passar.

— Como foi sua aula, querida? – Esme me saúda assim que entro no veiculo.

— Tudo bem, mãe.

— Você está pronta para a nossa aula de natação?

— Quase. Estou ansiosa não posso negar. Precisamos passar na minha antiga casa para pegar meu maiô.

— Não precisa, eu comprei um novo para você hoje de manhã.

— Obrigada, Esme.

Após alguns minutos chegamos em casa. Hoje vou almoçar mais tarde quero ver mamãe brilhando no sol primeiro. Descemos do carro e subimos para o quarto:

— Seu maiô está encima da cama filha – Esme diz para mim indo em direção ao seu quarto se trocar.

Antes que eu pudesse tirar toda a minha roupa para vestir o traje de banho ela bate na minha porta já pronta:

— Sim, mãe?

— Vou esperar você lá na piscina, querida.

— Está bem, mamãe.

Coloco o maiô então, não sou tão magra nem tão gorda, mas tenho alguns quilinhos a mais. Estou hesitante, como será que Esme vai me ver? Será que ela vai achar que eu sou feia? E como será que ela está?

Desço as escadas da casa lentamente, adiando o máximo que Esme me veja assim semi-nua. Sei que não será uma visão muito agradável. Antes que me visse ela já percebeu que eu estava chegando, pelo cheiro. Meu perfume característico. Ela disse que cada pessoa tem um odor diferente, é como sua impressão digital. Ninguém tem igual.

— Venha querida, não tenha receio.

Quando saio de casa ainda receosa vejo Esme sentada na borda da piscina com um biquíni azul. Ela é estonteante, deslumbrante, fico fascinada. Entendo perfeitamente o quanto Carlisle acha a esposa bonita. Ela tem um corpo espetacular!

[Mesmo tendo acabado de ter um filho antes de ser transformada. Na verdade isso longe de deixá-la menos bonita, a deixou mais torneada. Minha mãe é escultural!] 

Abaixo a cabeça para não ousar ficar olhando demais e parecer inconveniente. Mas nesse momento um raio de sol brilha intensamente e a luz que incide sobre a pele de Esme faz com que eu levante o rosto para ver.

Ela brilha como se várias pedras preciosas estivessem cobrindo em seu corpo. Minha expressão admirada não preciso dizer nada e ela já sabe o que eu estou pensando:

— Mamãe! - exclamo aflita.

— Eu estou bem, filha. Não se preocupe – ela diz ao ver meu olhar admirado, mas ao mesmo tempo preocupado.

— Isso é magnífico! – não sei o que dizer.

— É por isso que não podemos nos expor diretamente à luz do sol e não podemos morar em paises tropicais como o Brasil.

— Mas vocês vieram para cá, por que?

— Sim, mas para o sul, onde o clima é sub-tropical - o verdadeiro motivo foi para me buscar. Mesmo se eu morasse em Salvador ou em Fortaleza eles iriam me buscar de qualquer forma.

Deixo a toalha na beira da piscina e entro. Vou em pé na direção de Esme:

— Vou tentar lhe ensinar a nadar, não sei se vai dar certo.

— Você foi professora antes não foi, mãe? – digo olhando em seus olhos mais segura do que eu jamais estive. Mas logo eu fico constrangida e olho para  baixo.

— Sim, eu fui, meu anjo. Mas é diferente ensinar a escrever e ensinar a nadar.

— Quero dizer, mãe, que se você tem o dom de ensinar pode ensinar não importa o quê. De qualquer maneira você sabe mais do que eu que nem sei nadar.

— Não sei se vou conseguir porque nadar não é o mesmo para nós vampiros que para vocês humanos. Mas vou tentar.

— Eu acredito que você vai conseguir, mãe.

— Então vamos lá...

...XXX...


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