Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

Alguns segundos após ela complementa:

— Talvez nós mulheres sejamos mais sensíveis ao cheiro de sangue porque estamos mais expostas a ele do que os homens. Eu me lembro que eu também tinha essa reação ao cheiro de sangue e Bella também disse que sentia o cheiro mesmo quando ainda era humana.

— E a visão de vocês, quero dizer, como vocês vêem?

— Podemos ver pequenos detalhes que os humanos não podem enxergar. Nossos olhos são telescópios e microscópios ao mesmo tempo. É só ajustar o foco para o que desejamos ver. Quando corremos vemos nitidamente as árvores e objetos ao nosso redor e por isso não batemos e nem esbarramos em nada.

Fico imaginando se eu tivesse aberto os olhos enquanto ela corria comigo no colo. Eu não veria nada mais que borrão, mas talvez tivesse ficado enjoada e com medo. Ainda bem que me esforcei para não olhar.

— Também temos um sentido de localização que nos permite sentir onde está um objeto. É muito tudo isso... Não seria necessário termos tudo isso, mas temos tudo isso porque fomos criados para sermos caçadores implacáveis e letais. Tudo o que temos é feito para capturar nossas presas, mas nós escolhemos não caçar pessoas, só animais. Eles tentam se defender, podem resistir mas sempre levamos a melhor. É instintivo, os animais lutam pela sobrevivência assim como nós também. Geralmente é uma luta perdida para eles.

'Não entendo porque caçar pessoas se elas não podem resistir a nós, nem se quisessem, pois por mais que tentassem eles não possuem armas naturais como garras e dentes como os animais para lutar. Não que teriam alguma chance, mas ao menos tentar. Não vejo qual a emoção em caçar pessoas. Só sádicos mesmo; eu não entendo, porque não sou assim.'

'Sim, eu sei que em certo sentido também as pessoas são animais como todos os outros, mas porque deveríamos matar seres humanos? Não vejo sentido nisso. Não é nada difícil nem desafiante para nós – ela olha para mim - me desculpe a franqueza querida. Talvez devêssemos mesmo, para controlar a superpopulação. Isso é uma função de todos os predadores, e nós somos os únicos predadores do homem...

'Mas se as pessoas se adaptaram para viver em todos os lugares do mundo. Não cabe a nós impedir... Ou se deveríamos porque somos os únicos que podemos, pois somos mais fortes que vocês – ela fala olhando para mim. Não me sinto fraca, embora realmente eu seja frágil. Me sinto privilegiada por ter caído na graça dela. Ela me ama por alguma razão e eu sou grata por isso. – Deixa isso para os outros vampiros, nós não queremos matar ninguém. Escolhemos viver pacificamente em meio aos seres humanos.'

'Podemos escolher o que queremos, não podemos? Não somos obrigados a caçar pessoas só porque somos vampiros. Não obrigamos eles a caçar animais ao invés de pessoas, eles não tem o direito de nos dizer para caçar pessoas se não queremos. Desde que mantenhamos nossa existência em segredo. Fazemos o que consideramos certo, fazemos nossa parte independente do que os outros fazem ou não. Desde que não queiram machucar nenhum humano que protegemos... – ela diz se lembrando de quando James tentou matar Bella.'

— Sim Esme, vocês não são obrigados a ser maus só porque são vampiros – digo para tentar apaziguá-la. – É muito louvável o modo que vocês vivem, o esforço que fazem. Não digo isso apenas porque sou humana e o fato de vocês não matarem pessoas me afeta e me beneficia, mas também agradeço por todos os seres humanos. E se vocês escolheram viver assim é por consciência e isso é bom.

— Desculpe falar tudo isso, querida. Você não precisava ouvir. Eu e meu marido temos conversas assim, deveria ter guardado isso para falar com Carlisle...

Penso: Como se eles já não tivessem tido essa conversa... Ela me disse mesmo assim.

— Tudo bem mãe. Todo mundo precisa desabafar e você pode contar comigo. Vou manter o nosso segredo – nunca a vi falando tanto e tão brava não sei com quem. Mas não era comigo com certeza. – Mas porque mesmo foi que os Volturi quase mataram vocês? Não acredito que não foi por nada.

— Pois pode acreditar, filha. Foi quase por nada mesmo. Na verdade, foi um mal-entendido que quase terminou muito mal para nós.

— Como assim?

— Eles pensaram que Renesmee era uma Criança Imortal.

— Ahn? – pergunto confusa.

Esme explica melhor:

— Uma Criança Imortal era um humano, um bebê ainda, transformado em vampiro sem consciência suficiente para preservar nosso segredo. Por isso sua criação é proibida e é como um tabu no mundo dos vampiros.

— Por que, mãe?

— Alguns vampiros há muito tempo, inclusive antes de eu nascer, transformaram alguns bebês em vampiros. Eu sinceramente não entendo o porque de se fazer isso com uma criança, por mais que se tenha algum afeto nada justifica fazer isso. Não entendo – Esme balança a cabeça negativamente.

— Por quê?

— Porque a transformação em vampiro é muito dolorosa, tanto para a pessoa quanto para o vampiro; se o vampiro é como nós que se abstêm de sangue humano. Poucos de nós conseguem parar para que a pessoa possa se transformar, é muito difícil.

— Mas você está aqui Esme.

— Sim. Carlisle é um dos poucos com capacidade e força de vontade suficientes para parar no momento certo. Ele diz que quando a pessoa está morrendo é mais fácil porque o sangue fica mais fraco e o poder que ele exerce sobre nós fica menor. Mas eu acho que isso foi por causa do vampiro que o transformou. Ele precisava esperar até a noite para se alimentar, e passou essa habilidade para meu marido. Por isso nosso filho Jasper tem mais dificuldade em resistir à tentação causada pelo cheiro de sangue humano do que nós porque ele não foi transformado por Carlisle ou qualquer vampiro que se controlava.

— Como papai foi transformado?

— Ele foi atacado. Não estava morrendo como eu. Ele e Jasper, foram atacados. Somente depois eles perceberam no que haviam se transformado. Não foi uma escolha, mas seu pai aprendeu a viver com o que o destino lhe reservou.

— Como foi? Você pode me contar?

— Claro que eu posso. Seu pai é filho de um pastor anglicano e quando o pai ficou mais velho e não podia sair para caçar monstros incumbiu o filho dessa tarefa. Naquela época as pessoas acreditavam nas lendas, mas Carlisle não era tão rápido para julgar as pessoas e ver monstros onde não havia, ele não acusava inocentes.

'Ele era tão inteligente que encontrou um grupo de vampiros de verdade e organizou uma turba para surpreender os monstros. Um deles apesar de estar faminto não era fraco e quando viu a multidão avisou os companheiros e partiu para cima de meu marido, mas como os outros estavam se aproximando a criatura deixou Carlisle e fugiu. Meu marido conseguiu se arrastar até um galpão abandonado e ficou ali enterrado em batatas podres até que a transformação se completasse. Ele suportou a dor em silêncio e isso é incrível. Quando acordou ele percebeu no que havia se transformado e ficou completamente desgostoso de si mesmo.'

'Carlisle tentou acabar com a própria vida várias vezes, - a voz de Esme treme um pouco ao lembrar disso. - mas ele não conseguiu, pois era um vampiro jovem e poderoso. Ele tentou então se matar de fome se escondendo em uma caverna longe das pessoas para não pôr a vida de ninguém em perigo. Um dia um rebanho de cervos passou por onde ele estava e os atacou, não suportando mais a sede. Assim ele percebeu que poderia viver sem ser um monstro. E dessa forma surgiu nossa dieta 'vegetariana'.

— Que interessante! Papai é mesmo muito admirável!

— Ele é incrível, me sinto muito honrada por ele ter me escolhido dentre todas as mulheres que ele conheceu antes de mim.

— Ele ama muito você mamãe. Você é muito especial!

— Obrigada, filha. Acho que sim... Mas voltando ao assunto. Não entendo por que transformar um bebê. É crueldade demais.

— Mas Renesmee não é imortal, ela é?

— Ela é sim. Como nós vampiros ela não morre tão facilmente como os humanos, embora ela possa ficar doente por causa de sua parte humana.

— Como os Volturi ficaram sabendo? – será que eles tem espias? Eu olho para os lados desconfiada e apavorada de que possam estar nos observando agora.

Esme percebe meu olhar:

— Não se preocupe, filha. Foi nossa prima que viu um dia minha neta caçando com minha nora e seu amigo lobisomem e antes que pudéssemos explicar ela foi reportar o crime para os Volturi. Ela e as irmãs são muito zelosas principalmente quanto a essa lei porque a mãe delas também foi morta por ter feito uma Criança Imortal.

Um dia vou querer saber mais dessa historia, mas agora eu quero saber outra coisa:

— Lobisomens existem? – não me surpreende caso a resposta seja afirmativa uma vez que ela também é uma lenda sendo uma vampira. Se ela existe porque também não haveria lobisomem? Quer dizer que todas as criaturas das lendas existem?

— Lobisomem talvez não seja a definição correta. Eles não se transformam em lobos gigantes apenas quando a lua está cheia, podem se transformar quando for necessário. Eu nunca conheci um lobisomem de verdade...

— Que tamanho eles podem ficar?

— São quase da altura de uma pessoa mesmo de quatro, em pé sobre as patas traseiras eles podem passar facilmente de três metros eu acho.

— Devem ser assustadores!

— São mesmo! Imagina os lobisomens de verdade! Esses tem algum controle de suas ações, mas os lobisomens não.

— Existem lobisomens de verdade? Balas de prata funcionam? – minha curiosidade sobre o assunto me surpreende porque eu nunca gostei de histórias de terror. Na verdade, sempre ficava com medo quando alguém contava alguma lenda urbana.

— Não, isso é outra lenda. Mas Caius, um dos três anciãos e líder Volturi, aquele de cabelos brancos, quase acabou com todos. Ele caçou os monstros para se vingar por ter sido quase morto por um deles há muitos anos. Os lobisomens são nossos inimigos naturais como cães e gatos você pode dizer.

[Por isso eu posso imaginar o quanto Caius ficou chocado ao ver os Cullen se aliarem com nossos inimigos. É claro que se eles fossem realmente nossos inimigos não teriam se aliado, os Cullen não são idiotas. Somos sim pacíficos, mas não bobos. Porque todo mundo confunde ser pacato com ser bobo?]

— Mas ainda existe algum lobisomem?

— Talvez. Mas você não precisa se preocupar querida porque eles vivem na Europa. Embora não precisem se esconder do sol como nós vampiros, não costumam atacar pessoas, só animais. E preferem atacar de noite, não de dia.

— Aqui no Brasil há a lenda do chupa-cabra, deve ter sido algum lobisomem ou talvez algum vampiro mesmo. Isso dá até medo...

— Seja que criatura for, prefere atacar animais, as pessoas não precisam se preocupar. Ao menos enquanto não destruírem a natureza demais...

— Isso também me preocupa. Sou totalmente pela preservação do meio-ambiente. Estamos destruindo nossa própria casa! As pessoas não podem sobreviver sem a natureza, embora o contrario pode ocorrer. A  Natureza não precisa dos humanos. Na verdade do jeito que estão fazendo, seria mesmo melhor se os humanos sumissem num passe de mágica. - Até mesmo aqueles que não fazem mal ao planeta, ficariam bem, achariam justo terem de sumir para os depredadores também desaparecerem, valeria a pena o sacrifício.

— Não precisa ter medo, sweetie, eu protegerei você. Nada lhe fará nenhum mal.

— Não quero que se arrisque lutando contra um lobisomem por minha causa. Se eu entendi bem, eles podem matar vampiros.

— Sim. Mas eu me arriscaria por você. Além do mais eu não lutaria sozinha. Tenho certeza que Carlisle ajudaria a proteger você. E mesmo se eu lutasse sozinha teria mais chance de vencer do que você.

— Obrigada, mãe – é apenas uma suposição, mas mesmo assim é aterrorizante pensar nessa possibilidade. Por outro lado é bom saber que Esme estaria disposta a tudo para me proteger. Um nó começa a se formar na minha garganta e eu tento desviar os pensamentos para reprimir a emoção.

— Então esses lobisomens que não são lobisomens de verdade poderiam nos matar? – vou ficar longe deles quando for uma vampira.

— Sim, os transfiguradores podem nos matar como qualquer criatura que possa nos dilacerar.  Mas...

...XXX...


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