Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

Ouvimos alguém bater na porta. Eu me sobressalto, mas tento disfarçar e fingir que não me assustei. Esme claramente já sabia que alguém estava se aproximando.

— Pode entrar – eu e Esme respondemos quase ao mesmo tempo. Minha voz horrível entrelaçada com a voz melodiosa e suave dela. O contraste é evidente; me sinto acanhada, vou tentar falar mais bonito.

Carlisle entra com minha bandeja de comida num dos braços enquanto abre a porta com o outro. Geralmente é uma enfermeira quem traz a comida, mas ele deve ter encontrado ela no corredor e pedido a minha bandeja para trazer.

Ele é muito gentil fazendo isso. Me comove pensar nesse gesto, nunca fui tão cuidada quanto agora sou por Esme e por ele. Talvez porque eles não querem me assustar e querem que eu fique, ou porque também eles me amam. Essa última opção me deixa com um nó na garganta. Será que eu os amo o suficiente para retribuir tanto carinho que eles têm por mim?

Meu estômago me trai e ronca audivelmente para meu extremo constrangimento:

— Não precisa ficar envergonhada querida – Esme diz percebendo minha expressão encabulada. – Está tudo bem, isso é absolutamente normal.

— Carlisle, obrigada – fico pensando se falei o nome certo ou se eu não devia chamá-lo pelo primeiro nome não somos tão conhecidos ainda, mas eu já fui tomando intimidade. Ele pareceu não se incomodar e colocou a bandeja sobre meu colo.

Eu não me afastei dele nem mesmo agora que sabia o que ele realmente é. Ele não é perigoso e não iria me fazer nenhum mal. Ele jamais me machucaria, muito pelo contrário ele cuidou de mim e dos meus ferimentos. Isso é incrível, ainda mais agora que eu sei que ele é um vampiro.

Esme também teve problemas ao ver meu ferimento, agora eu percebo e entendo o que aconteceu.

— Já contou para ela meu amor? – Carlisle pergunta para a esposa ao ver que eu não me afastei quando ele se aproximou de mim.

— Já sei de tudo Dr. – digo me intrometendo. Espero uma reprimenda por isso, mas não acontece. Eu não podia evitar pensar assim, meu pai me teria dado um tapa por ter me metido na conversa entre ele e minha mãe.

— E mesmo assim você quer ficar conosco? – pergunta Carlisle dessa vez olhando para mim e surpreso com minha segurança. Até mesmo eu estou surpresa comigo mesma. – Você parece uma menina muito corajosa para a idade que tem.

Ele é um vampiro e eu deveria ter mais medo dele, pois tinha mais medo do meu pai que da minha mãe. Quero dizer, como homem ele deveria me assustar mais, mas não.

— Sim. Meus pais humanos eram muito mais monstros do que vocês – tento não vacilar com seu olhar para mim, mas não consigo e ele deve ter percebido um pouco de hesitação em meu tom de voz.

— Podemos ser muito maus quando preciso – Carlisle ainda me olha fixamente e Esme olha apreensiva para o marido e para mim.

Não tenho dúvida que eles podem mesmo ser perigosos se quiserem. Será isso um teste? Será que eu vou conseguir passar?

— Eu sei, ou imagino que sei disso. Estou ciente. – Carlisle pode perceber o tremor na minha voz, ele está me deixando nervosa, quase com medo. – Mas eu tenho certeza que vocês não me machucariam, estou errada?

— Carlisle, que é isso? O que você está fazendo? Não vê que está assustando a menina? – Esme pergunta indignada com a atitude do marido. Jamais esperava isso dele. Ele não era assim. Nunca foi.

Hoje ela deve agradecê-lo por ele ter feito isso que ela deveria ter feito comigo. Mostrar a verdade nua e crua. Diretamente. Mesmo que me assustasse eu tinha que saber da verdade para decidir corretamente. Era mesmo um teste como eu imaginava e eu consegui passar.

— Confie em mim, querida, eu sei o que estou fazendo. É necessário.

— Não precisava ser tão rude, Carlisle.

— ‘Tá’ bem, o teste acabou - Carlisle desfaz então a expressão severa e sorri para mim.

— Claro que não, querida. Jamais iríamos machucá-la – responde Esme, para mim. Eu já tinha me esquecido da pergunta que fiz. eu sou tão medrosa que devo ter espírito de galinha.

Ouvir eles dois assim quase tendo uma DR (discussão da relação) na minha frente me fez quase desistir de ficar com eles. Foi quase como se eu estivesse em casa vendo meus pais brigando. E eu não gosto disso. Mas não foi isso, eles estavam apenas conversando. Alguma coisa, não sei o que exatamente, me fez ficar.

Eu fico mais relaxada quando ele sorri, pois estava muito tensa.

— Nós poderíamos mesmo te machucar seriamente ou até mesmo te matar se perdêssemos o controle. Por isso que temos que ter muito cuidado com você, sweetie — Esme diz para amenizar as palavras do marido, mas eu ainda fico pensando no que ele disse.

— Mas eu confio em vocês e vocês não perderiam o controle. Não parece que perderiam.

— Mas sempre temos medo de que isso possa acontecer. Não podemos prever quando irá acontecer. Pode ocorrer em um instante e então... pode ser muito grave para você – diz Esme.

— Nós poderíamos acabar quebrando seu braço se segurássemos mais forte do que o necessário... ou pior - esclarece Carlisle.

— Não tema filha. Jamais vamos machucar você – Esme diz ao ver meu olhar aflito. Carlisle acena concordando com ela.

— Tenho uma boa notícia para você, criança – diz Carlisle. – Vou lhe dar alta e você pode ir para casa com minha esposa depois que terminar de almoçar. Os pontos da sua perna eu vou tirar lá em casa mesmo daqui a dez dias.

— Desculpem, eu nem ofereci nada. Vocês querem? – ergo a colher – podemos repartir. – Aprendi a dividir e também quero vê-los bem.

— Não. Obrigada, querida – responde Esme pelos dois. – Você sabe... nós não comemos comida humana e não nos incomodamos em ver você comendo. Pode ficar tranquila.

— Não quero parecer mal-educada, não sou assim. Me ver comendo não incomoda vocês?

— Não filha – os dois respondem juntos.

...

Termino de comer e coloco o prato na bandeja sobre a mesinha ao lado da maca. Carlisle retira do meu colo o guardanapo enquanto Esme me ajuda a me levantar.

Carlisle beija o topo da minha cabeça e depois troca um beijo com a esposa e eu sorrio emocionada ao ver o gesto. Eu fiquei muito comovida quando ele me beijou na testa, mas foi tão rápido que nem deu tempo de eu ter qualquer reação.

A última vez que eu presenciei um carinho entre um casal foi há quase dez anos quando por acaso vi os pais da minha amiga se beijando um dia de manhã quando eu estava na casa deles, pois havia dormido lá.

Carlisle e Esme voltam-se para olhar para mim ao ouvirem meu coração acelerar. Já começo a me explicar sempre que meus pais me olhavam dessa forma, eu fui criada assim, não posso evitar. Carlisle e Esme não estavam zangados comigo como parecia, eles estavam preocupados e fizeram isso exatamente para que eu visse se não quisessem que eu visse não fariam agora.

— Meus pais nunca se beijaram. Nunca os vi, só os pais de minha amiga quando eu era criança há quase dez anos. Mas eu ainda me lembro, é uma memória que tenho e guardo com carinho.

— Oh sweetie! — Esme diz enternecida e me abraça.

— Eu e Esme nos beijamos frequentemente.- comenta Carlisle, não muito presunçoso, mas claramente demonstrando que gosta de fazer isso. Se não gostasse não faria. -  Nós nos amamos e não temos vergonha de demonstrar, não estamos fazendo mal a ninguém, não estamos fazendo nada errado. Um casamento precisa ter carinho, diálogo e respeito para durar.

— Verdade, querido. Concordo plenamente – pela forma como Esme diz percebe-se que há mesmo isso no casamento deles.

Agora eu sei que é verdade. Sou fã dos meus pais. Eu precisava disso dos meus pais humanos, mas não tinha nada que me fizesse admirá-los como eu admiro Esme e Carlisle.

— Obrigada – digo com os olhos marejados de emoção – Fico tão feliz ao ver vocês dois assim.

— Não precisa agradecer, filha. Nós temos prazer em fazer isso. Nos amamos e isso não é nada proibido – Talvez para vampiros alguém diria que sim, é proibido, mas eu não concordo. – e temos orgulho de mostrar para todo o mundo – diz Carlisle.

— Nada nem ninguém vai nos separar, querido – diz Esme.

— Nunca, Esme – os dois se beijam novamente e meu coração bate tão apressadamente que fico tonta. Vou ao delírio, literalmente.

Sempre que os vejo se tocar, não precisa ser necessariamente um beijo, fico em êxtase e vou às nuvens.

— Você está se sentindo bem, filha? – pergunta Carlisle preocupado. Ele sabe como eu estou melhor do que ninguém.

Ele não sabia que eu poderia ficar assim ao ver eles dois. 'Não para pai. ver você e a mamãe juntos é a melhor coisa'— pareço uma criança implorando. Bem, sou uma criança para eles. Eles são bem mais velhos do que eu. Eu não tenho problemas com isso, na verdade isso me deixa mais admirada por eles.

Mas primeiro meu bem-estar físico e ele para na hora de beijar mamãe.

A preocupação dele me deixa emocionada, pois meu pai nunca se preocupou comigo dessa maneira. Jamais demonstrou, então acho que nunca se importou comigo.

— Sim, eu estou ótima papai – a palavra sai tão naturalmente de meus lábios. Sempre tive necessidade de ter um pai em quem pudesse confiar e agora que tenho me entrego de corpo e alma. Mergulho de cabeça e me entrego totalmente ao sentimento.

Carlisle também parece aprovar que eu o chame de pai e sorri grato.

...XXX...


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