Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

Assim que saímos do hospital, Esme segura minha mão.

— Para onde vamos agora, mamãe?

Esme sorri ao me ouvir chamá-la de mãe assim tão prontamente, ela pensava que eu iria demorar mais e a surpreendi. Surpresa agradável. Nossa ligação não começou hoje nem ontem, já tem algum tempo, mais de seis meses.

— Vamos para nossa casa filha. Não é muito longe e podemos ir á pé mesmo.

— Mas eu ando muito devagar, espero que não se aborreça.

— Não iria me aborrecer se fosse necessário, mas você não precisará dar um passo sequer. Você ainda está com a perna machucada e não poderia andar nem muito menos correr.

— Mas então como vamos? Chamar um táxi de novo?

— Não, Carol. Eu vou carregar você.

— Eu sou pesada - lembro que ela me ergueu facilmente ontem com apenas um braço então não será problema para ela o quanto eu peso.

Contornamos o hospital até chegarmos no estacionamento vazio. Esme verifica e não há mesmo ninguém e então olha para mim e me diz:

— Suba nas minhas costas querida, ou posso levar você no colo como um bebê, se preferir – Como assim? Ela parece tão pequena e frágil.

— Tudo bem, pode ser no colo – percebo que ela não tem nada de frágil, é só aparência mesmo. As aparências enganam alguém disse certa vez e isso confirma a frase.

Esme rapidamente pega minhas pernas e costas com os braços e me levanta do chão. Imediatamente estamos correndo e antes que meu coração batesse 10 vezes ela me coloca no chão.

Não vi nada, não faço ideia de qual direção a gente pegou depois que saímos do hospital. Instintivamente eu fechei os olhos e só abri agora quando senti meus pés tocarem no chão.

— Chegamos! – ela me diz ao pararmos em frente a uma casa magnífica. Deduzo que é onde ela e Carlisle moram.

A casa é muito linda! Tem dois andares com varanda por toda a extensão, e janelas francesas, acho, enormes. Um bosque fica atrás do muro oeste da casa. Parece uma fazenda no meio da cidade e dá até para ouvir o barulho da água no rio próximo caindo em cascata.

Eu estava contemplando a paisagem atônita tentando apreender todos os detalhes como se tivesse memória fotográfica.

— Você gostou, filha?

— Sim, é muito bonita.

— Não se preocupe em ver tudo agora, pois você terá bastante tempo para conhecer cada detalhe. Agora, vamos entrar?

— Sim – digo e a acompanho enquanto ela abre o portão para mim e faz as honras da casa. Me sinto muito querida, como se eu estivesse sendo esperada.

O que é verdade.

Quando passamos pela porta da sala, eu ainda retraída por estar em um lugar desconhecido, como se invadindo a casa de alguém, caminho respeitosamente. Fico fascinada com a amplitude da sala. O sofá é branquíssimo quase cega os olhos, deve refletir a luz do sol quando se põe, o assoalho é do mesmo modo claro todo feito em mármore. Mas o mais incrível é a parede, ou a falta dela, toda feita em vidro e com cortinas. Pode-se dizer que é uma espécie de janela que deixa apenas a luz entrar e não o vento. Através da transparência era visível os fundos da casa com uma ampla piscina.

Parecia que da sala poder-se-ia ir direto pular na piscina ou que da varanda do segundo andar poderiam pular nela. Me pergunto se Esme e Carlisle já fizeram isso. Será?

— Oh! É tão clara e tão aberta!

— Acho que já ouvi isso antes – Esme diz sorrindo.– Bella disse a mesma coisa quando viu a nossa casa em Forks.

— Então elas devem ser parecidas.

— Exatamente. Eu que projetei as duas casas então elas se parecem sim por causa do meu estilo.

— Você é arquiteta?

— Sim, sou arquiteta e decoradora.

— Muito bonita sua casa, parabéns.

— Obrigada querida. A partir de hoje é sua casa também...  - Ela toca meu queixo gentilmente. - Você esperava algo diferente, mais assustador? Sinto muito desapontá-la...

— Tudo bem, mãe.

Cada vez que eu chamo Esme de mãe eu percebo que ela fica emocionada. Ela quase se afoga em satisfação.

— Talvez um pouco na verdade, eu esperava algo tipo um castelo medieval.

— Eu prefiro morar em algo mais simples e aconchegante como uma casa – como se um castelo não pudesse ser aconchegante se fosse bem decorado. Claro que castelos são meio claustrofóbicos, mas ainda tem seu charme.  Reviro os olhos, essa ‘casa’ não é simples de nenhum modo. É uma mansão, um palacete. Um suntuoso palácio.

Esme parece não ter notado ou não se incomodou com meu gesto pouco amistoso. Eu me arrependi quase instantaneamente, mas quando percebi já tinha virado os olhos. Escapou. Ainda bem que ele foi compreensiva e não brigou comigo por isso. Por qualquer coisinha, como eu respirava, meu pai já achava que eu o estava afrontando. Hoje sei que ele era assim porque tinha 'teto de vidro'.

— Bem, eu sei que é quase um palácio de tão luxuosa. Mas é o único lugar em que podemos ser nós mesmos sem precisar disfarçar nem fingir... Só os Volturi moram num castelo mesmo, lá na Itália, querida.

— Lembro que você falou deles antes... – a menção do nome dos guardas vampiros mesmo que de forma despreocupada me faz sentir arrepios de pavor. Eu tento disfarçar, mas talvez Esme tenha percebido meu coração vacilar.

— Venha, filha, vou lhe mostrar – Esme coloca a mão sobre meu ombro e me conduz escadas acima.

Entramos numa sala repleta de livros nas prateleiras e com diversos quadros na parede.

— Onde estamos mãe? – Esme sempre sorri alegremente sempre que eu a chamo de mãe. Ela está satisfeita e eu me sinto contente por fazê-la feliz.

— Aqui é o escritório de seu pai, querida.

— Quantos livros! – analiso as lombadas dos volumes, são muitos livros de anatomia, doenças... Medicina em geral.

— Temos tempo de sobra já que não precisamos dormir...

— Sei disso, mãe – sei que pode soar repetitivo, mas não me canso de agradar Esme. Faço tudo que puder para vê-la sorrir.

Esme procura pela parede um quadro especifico até que o encontra:

— Aqui, veja – ela me mostra um quadro que retrata pessoas olhando para cima, para uma varanda em que estão quatro homens. Um deles eu reconheço: é Carlisle. Sorrio para a imagem como uma boba ao encontrar alguém que conheço. Ou pensava que conhecia, naquela época. Mas hoje ele não é tão diferente do que eu imaginava. Na verdade tudo que descobri depois fez com que o admirasse ainda mais.

Mas ele está cabisbaixo, triste. Por que será? Não gosto de vê-lo assim.

— Um deles é meu marido, claro. Você já deve ter percebido. – Esme diz ao perceber que eu reconheci ele. - E os demais são os Volturi. Bom, os líderes, eles tem uma guarda e outros membros do clã.

— Por que será que ele está assim? Não gosto de vê-lo triste.

— Não sei exatamente, mas acho que por que ele se sentia muito só. Nessa época ele não havia encontrado ninguém que tivesse hábitos parecidos com os dele. Na verdade, ele nunca encontrou até poucos anos atrás quando conhecemos nossos primos do clã de Denali, eles não são nossos primos de verdade mas por afinidades os consideramos; por solidão meu marido decidiu criar nossa família. Primeiro nosso filho Edward, depois eu, Rosalie, Emmett, Alice e Jasper que se juntaram a nós por vontade própria e foram transformados por outros vampiros não por Carlisle, e mais recentemente Bella e Renesmee.

Me aproximo mais da parede para olhar a pintura como estão fazendo as pessoas embaixo do balcão. Carlisle parece o único que parece estar verdadeiramente olhando para baixo, para as pessoas, e seus olhos parecem olhar diretamente para mim. Sorrio encabulada quando me dou conta. Sei que parece bobagem reagir assim a um quadro. A pintura não está olhando para mim de verdade, só parece, e essa sugestão é suficiente para me constranger. Não há nada mais provocante que essa sensação curiosa de ver e ser visto.

Me esforço para desviar o olhar dele, é incrível que o olhar dele tenha tamanho poder mesmo em uma representação. Talvez porque eu conheço de verdade a pessoa retratada na imagem e já senti esse poder quase hipnótico.

Olho então para as três outras figuras que mamãe identificou como sendo os líderes Volturi, mas a que mais me chama a atenção é o homem moreno no meio. Provavelmente porque ele está na frente em primeiro plano e com as mãos sobre a varanda de maneira imperiosa, altiva. Depois dele o que se destaca é o homem de cabelos quase brancos no canto oposto aonde está meu pai, Carlisle.

Nenhum deles parece, no entanto, realmente ver, como se estivessem enfadados ou fazendo apenas algo por dever ou aparência social, sem realmente gostar. É um olhar estranho, como posso dizer, eles vêem sem enxergar. Parecem enfastiados como se fossem superiores e tivessem plena consciência disso e não se importassem com mais ninguém.

[OK, eu concordo que os vampiros realmente são em alguns aspectos superiores aos humanos, mas não precisa se gabar disso.

Hoje sei que Marcus o outro moreno é sempre assim, entediado. Por causa do que aconteceu, ter perdido a companheira. Isso é algo muito impactante para os vampiros. Alguns prefer morrer, como Victória e Irina. Acho que ele também.]

Olho para os olhos dele mais de perto e vejo que são vermelhos. Fico assustada e imediatamente dou um passo para trás cambaleando. Esme me segura para que eu não caia:

— O que foi filha? Não precisa ter medo, não vou deixar que ninguém te machuque de novo.

— Os olhos deles são vermelho cor de sangue – digo com a voz trêmula.

— Sim. Nossos olhos também seriam dessa cor se ingeríssemos sangue de pessoas. Eram dessa cor quando éramos vampiros novos por causa de nosso próprio sangue ainda em nosso corpo.

— Mas o sangue animal não é amarelo, porque vocês tem olhos amarelos?

— Boa pergunta, filha. Eu nunca pensei nisso. Mas acho que é para mostrar a diferença entre nós e o outro tipo de vampiros.

— Então é como num semáforo? A luz verde indica que pode ir, amarelo atenção e vermelho pare. No caso de vocês seria mais ou menos perigoso.

[Os felinos como o leão e o tigre, animais que são predadores tem os olhos amarelos, mesmo que o sangue não é dessa cor.]

— Acho que você pode pensar assim. Nunca havia pensado dessa forma.

— Eu não quero ser má. Quero ser uma vampira do bem como você mamãe.

— Oh querida! Obrigada pela consideração – Esme sorri com minha declaração espontânea, mas seu olhar rapidamente se torna pesaroso.

— Não quero que os Volturi matem você se souberem da sua existência filha. Eles são intolerantes.

Exatamente como mostra a tela, isso é bem perceptível. São arrogantes e mesquinhos.

[É claro que não seria inteligente falar isso abertamente para eles, mas eles sabem o que pensamos deles, qual a mensagem que eles passam com sua atitude. E devem querer bem isso mesmo. Submissão e respeito por medo, não reverência por respeito.]

— Então me transforme agora mãe.

— Vamos fazer isso daqui algum tempo, sim. Mas vampiros podem matar vampiros, não adiantaria muito – hoje eu sei que Esme se lembrou nesse dia daquela vez em que assassinaram a inocente recém-criada Bree. Ela tinha se rendido, mas os Volturi tinham que matá-la para não perderem a viagem e mostrar que fizeram alguma coisa. Como eu disse são  egoístas e autoritários.

[Igualmente mataram Irina para não perderem o costume. São sanguinários. Ao menos Caius o vampiro loiro do quadro é.]

— Vampiros podem morrer? – pergunto perplexa. – Vocês não são imortais?

— Não exatamente. Podemos ter uma existência indefinida e não perecemos das causas naturais que os humanos podem sofrer, mas podemos ser mortos.

— Como vampiros podem ser mortos? Com estaca e água benta? – recorro a minha memória de mitos e lendas sobre vampiros.

Sinto um arrepio na espinha ao perguntar. Será que essas lendas são verídicas e alguém fez mesmo o que dizem que funciona?

Por que então eu iria querer ser vampira se não posso viver eternamente? (Você pode viver muito tempo se não fizer nada para se arriscar)

— Não minha filha, isso é mito. Nenhum ser humano seria ágil e forte o suficiente para nos atingir nem para lutar conosco. Essas histórias são apenas ilusões para as pessoas pensarem que teriam alguma chance contra nós e assim ficarem mais tranquilas. As pessoas acreditavam cegamente nas lendas mais na Idade Média, hoje não muito. Pode-se até dizer que consideram apenas estórias, algumas inventadas para justificar infidelidade.

— Mas então...? – Preciso saber como vampiros podem morrer para evitar ser morta quando me tornar uma.

— Para nos matar é preciso decapitar, esquartejar e queimar os pedaços.

Fico arrepiada ao imaginar mamãe e papai numa fogueira. Consigo dizer com a voz fraca:

— Li em algum lugar que as pessoas são inflamáveis, por isso podemos morrer carbonizados. Imagino que seja uma morte muito dolorosa e cruel – assim como ser enterrado vivo, morrer sufocado aos poucos. – Imagino como foi a Inquisição Espanhola. E a guilhotina então, sempre tive horror. Ninguém merece morrer decapitado – sei que dói mais para quem vê porque a guilhotina foi criada por um médico para ser indolor. Mas é um espetáculo macabro. Empalado também é outra forma de matar horrenda que eu vi na televisão numa reportagem sobre o Conde Drácula.

— Não tenha medo filha – Esme vem me confortar, pousando minha cabeça em seu peito. É duro como mármore e gelado como um iceberg, mas é aconchegante. O gesto é mais importante do que a constituição física dela.

Começo a soluçar e chorar. Sei que não devia, que não tem motivo, mas só de imaginar perder meus pais dói muito. É horrível. Eu já os amo muito, apesar deles serem vampiros, renegados, que seriam rejeitados por qualquer pessoa no mundo para mim eles são pessoas como nós. Eles se esforçam para ser humanos então merecem uma chance, um voto de confiança.

Minha imaginação sempre foi tão fértil que eu mesma me faço ver o que eu gostaria que fosse verdade ou até mesmo coisas que poderiam acontecer, que eu não gostaria que ocorresse. [Parecido com o dom da minha irmã Alice; mas eu não tenho esse dom de criar ilusões e fazer os outros verem o que vi como minha sobrinha Renesmee]

...XXX...


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