Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 2
Inesperado




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Casar? Oh, meu Deus! Você vai casar com o senhor crápula? – Caroline perguntou, quase gritando.

— Shh, Caroline. Fale mais baixo – pedi notando alguns olhares das pessoas presentes na cafeteria.

Quando Damon me dispensou da sala, eu corri para a minha mesa e falei para Caroline que precisávamos conversar. Achei que seria melhor ter ido para um local onde não houvesse tanto público.

— É que eu não estou acreditando! – Caroline exclamou. – Você vai mesmo se casar com Damon Salvatore?

— É um casamento de mentira, Care. Com tempo certo para terminar. – tentei explicar mais uma vez.

— Mesmo assim, Elena. É um casamento! – ela falou, parecendo preocupada. – E você vai ter que passar um ano com Damon! Isso poderia ser pior?

— E que opção eu tive? Você preferia que eu tivesse deixado minha irmã morrer? Porque eu não sei onde conseguiria esse dinheiro se não fosse Damon. Eu sei, essa ideia é terrível. Passar um ano com Damon me assusta. Mas, Care, a vida de Anna vale muito mais do que qualquer repulsa que eu possa sentir por esse cara – desabafei.

— Oh, Elena – Caroline lamentou, segurando minha mão. - Saiba que estou aqui por você, amiga. Você não vai passar por isso sozinha.

Sorri para ela. Era bom ter esse tipo de consolo. Eu não poderia contar a Bonnie, porque, por mais amigas que fôssemos, ela não conseguiria manter a discrição.

Eu só poderia contar com Caroline nesse jogo.

*

— Você está bem, Elena? – Bonnie perguntou assim que eu cheguei. – Sua irmã está bem?

— Vai ficar – respondi com um sorriso.

— Como você conseguiu... – Bonnie interrompeu a pergunta, quando o elevador se abriu, revelando Damon Salvatore.

Imponente como sempre, desta vez ele não fez o seu caminho direto para a sala, ele desviou para a minha mesa.

— Bom dia, Elena – ele cumprimentou-me com um sorriso cordial. – Acompanhe-me até a minha sala.

Sua voz deu a entender que era um pedido, mas eu sabia que era uma ordem.

Levantei-me com um sorriso e o acompanhei sob olhares curiosos.

— Vamos sair hoje à noite – Damon comunicou ao entrarmos na sala.

— Como?

— Vamos sair hoje à noite – ele repetiu, sentando-se em sua cadeira.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a porta se abriu revelando uma Caroline muito descontente.

Damon olhou para ela, incrédulo.

— Posso saber quem é você e com que direito entra na minha sala assim?

— Eu sou Caroline Forbes – ela apresentou-se sem se intimidar. – Acho bom o senhor lembrar o meu nome, pois vai me ver muito durante um ano.

— Ela é minha melhor amiga – avisei depressa. – Contei sobre o nosso acordo.

Damon apenas olhou para ela sem demonstrar nenhuma emoção.

— Srta. Forbes, espero que mantenha a discrição quanto a isso – ele falou, frio. – E espero também que não entre mais na minha sala sem ser convidada.

— Só queria me certificar de que estava tudo bem – Caroline falou, não demonstrando um pingo de medo.

— Como você pode perceber, está tudo ótimo – Damon retrucou, parecendo entediado.

Caroline olhou de Damon para mim um pouco desconfiada. Fiz um sinal com a cabeça, garantindo que estava bem.

— Srta. Forbes, creio que tem muito o que fazer – Damon falou, apontando para a porta. – E Elena, estamos acordados sobre hoje à noite, certo?

— Na verdade... – comecei a falar, mas fui interrompida por Caroline.

— Desculpe, Sr. Salvatore, mas Elena já tem um compromisso para hoje à noite. Vamos sair. Noite de meninas.

— Desmarquem – Damon disse simplesmente.

— O quê?! – Caroline exclamou.

— E se eu não quiser? – enfrentei-o. – Não tenho obrigação de sempre te dizer "sim", Damon.

Ele ergueu uma sobrancelha e apoiou o cotovelo na sua mesa, olhando diretamente para mim.

— Elena, acho que você não está entendendo algumas coisas. Você precisa mais de mim do que eu preciso de você – ele falou com sua voz gélida. – Não compareça ao encontro hoje e eu corto o tratamento pós-operatório da sua irmã e arranjo outra idiota para fazer isso por mim. Fui claro?

Engoli em seco. Esse crápula tinha razão.

— Sim. Claríssimo – respondi, ignorando o "idiota" em sua fala.

— Elena, você não pode...

— Podemos marcar outro dia, Care – falei com uma súplica em meu olhar.

Caroline bufou.

— Ok.

— Srta. Forbes, acredito que já tenha mandado você sair, não? – Damon falou, olhando diretamente para a minha amiga.

Ela direcionou-se para a porta e eu a acompanhei.

— Elena, você fica. Ainda não está dispensada – Damon falou, indiferente.

Caroline olhou para ele, incrédula, e eu sentei-me na cadeira em sua frente.

Bufando, minha amiga abriu a porta da sala e quando pôs os pés para fora, ela se esbarrou em alguém. Em um rapaz.

— Me desculpe – ele pediu, sorrindo para ela.

— A culpa foi minha. Desculpe – ela murmurou, afastando-se depressa.

O rapaz observou-a ir e entrou na sala com um olhar distante.

— Quem é ela? – ele perguntou.

— Caroline Forbes. Uma das minhas funcionárias – Damon respondeu. – Extremamente inconveniente e abusada. Não vá querer sair com ela, Stefan.

— Damon! Olha como você fala, ela é minha amiga! – reclamei.

Ele apenas me olhou, surpreso pela minha reclamação.

— E quem é você? – o tal de Stefan perguntou, parecendo um tanto divertido.

­– Essa é Elena Gilbert. Também é uma das minhas funcionárias e também é inconveniente, mal educada, abusada, antipática e muito mandona – Damon descreveu-me, olhando no fundo dos meus olhos. – Ah, é com ela que eu vou me casar.

Observei-o completamente chocada. Como ele ousava? Mal educada? Antipática? Mandona?

Stefan riu, olhando para Damon e depois para mim.

— Sou Stefan Salvatore – apresentou-se, me estendendo a mão. – Sou primo de Damon.

Apertei-a e perguntei logo em seguida:

— Então é o seu pai que quer herdar tudo isso aqui?

Stefan apenas riu.

— Não. Meus pais morreram há dois anos. Tio Zach é o interesseiro. E acredite, ele é tão distante de mim quanto é de Damon.

— Não precisa expor nossa vida familiar a Elena, Stefan – Damon repreendeu-o.

Stefan deu de ombros.

— Não estou fazendo nada demais. E afinal ela vai ser a sua esposa, não é?

Damon olhou-me com uma intensidade que fez minhas pernas tremerem.

— Apenas por um ano – ele respondeu ao primo sem tirar os olhos de mim. – Depois essa farsa acaba e nós seguimos nossas vidas.

— Exatamente – concordei.

Stefan olhou de mim para Damon parecendo ver algo que a gente não compreendia.

— Certo. Agora vamos logo ao que interessa – Damon levantou-se de sua cadeira e veio até mim. Estendeu-me sua mão e eu a segurei, um pouco hesitante.

Nós caminhamos até a porta e ele passou a mão pela minha cintura.

— Damon, o que você... – não tive tempo de completar a frase, pois ele abriu a porta e todos os olhares dos funcionários voltaram-se sobre a gente.

— Parem o que estão fazendo – Damon ordenou com voz calma. – Temos um comunicado a fazer.

Minha barriga gelou. Tentei não prestar atenção em todos os olhares curiosos e foquei em Caroline, que nos olhava um tanto confusa. Sem pensar muito, passei meu braço direito pelo pescoço de Damon, procurando me sentir segura. Deu certo.

— Queremos anunciar que vamos nos casar – Damon falou com um sorriso falso.

Os funcionários se entreolharam, chocados. Seus olhos pararam em mim como se eu fosse uma grande traidora e agarrei-me mais em Damon.

— Sei que vocês podem estar chocados com isso, mas nós temos um romance que não é de hoje. Apaixonei-me por Elena desde o primeiro momento em que ela chegou aqui e ela se apaixonou por mim. Mantivemos isso em segredo durante esse tempo, pois não sabíamos se iria dar certo. Mas agora... – Damon olhou para mim como se estivesse vendo um anjo. Como ele era um bom ator! – Não consigo mais me imaginar sem Elena! A nossa festa de noivado será nesse fim de semana e esperamos todos vocês lá! Ah, e, por favor, não quero questionamentos à minha noiva. Já expliquei tudo que tinha que ser explicado. Ela irá trabalhar aqui até o casamento. Não ficaria bem minha esposa trabalhando para mim.

O QUÊ?! Isso não fazia parte do acordo!

O silêncio pairou no ar e Damon percebeu que já tinha surtido efeito o seu show. Deu-me um beijo no rosto e falou com um sorriso:

— Tenha um bom trabalho, querida.

Forcei-me a sorrir também e o abracei.

— Acho que você tem que me explicar direitinho que história é essa - sussurrei em seu ouvido.

— Te pego às oito – ele sussurrou.

— Você sabe onde eu moro? – perguntei um pouco surpresa.

— Sei tudo sobre os meus funcionários.

Afastamo-nos e ele me deu um beijo na testa antes de entrar novamente na sua sala.

Caminhei até a minha mesa, ciente dos olhares.

— Elena Gilbert, que história é essa?! – Bonnie perguntou assim que me aproximei.

— Ora, Bon, você ouviu o que Damon falou – tentei desviar o assunto.

— Elena! Você espera mesmo que eu acredite que tem um caso com Damon desde que pisou os pés aqui?! Eu te conheço, Elena. Me conte a verdade! – ela insistiu.

Olhei para Caroline em um silencioso pedido de ajuda. Ela apenas me lançou um olhar solidário.

— Você tem razão. Nosso romance não é tão longo assim. Tem apenas três meses que começamos a ficarmos juntos. Eu sempre fui apaixonada por Damon e acabei descobrindo que ele também era – menti com a primeira história que me veio à minha cabeça.

Bonnie me olhou com desconfiança e quando ia falar algo, Caroline a interrompeu.

— Bon, que importa quando Damon e Elena começaram a sair? O importante agora é que eles vão se casar! E Elena tem um encontro com ele hoje à noite. Você não quer ajudá-la a se produzir para o senhor todo poderoso?

— Não. Hoje eu passo – Bonnie respondeu fria e voltou ao seu trabalho.

Ela parecia magoada, mas eu não podia fazer nada. Não podia arriscar contar a ela o segredo. Sabia muito bem que tinha grandes chances dela abrir a boca.

*

Oito horas em ponto, a campainha tocou. Caroline me lançou um olhar encorajador e, apreensiva, atendi a porta.

— Boa noite, Damon – cumprimentei.

Ele não respondeu. Apenas deu uma boa olhada de cima a baixo no meu corpo. Corei.

Eu estava usando um vestido vermelho de alcinha. Ele descia até o joelho e deixava meu colo e minhas costas à mostra.

— Nunca tinha reparado antes. Até que você tem um corpo bonito – ele comentou com os olhos em minhas pernas.

Fiquei ainda mais vermelha e perguntei em voz baixa:

— Damon, será que podemos ir?

Ele finalmente olhou para os meus olhos e respondeu, sem expressar nenhuma emoção:

— Claro.

Ele me ofereceu o braço e me conduziu até o seu reluzente carro importado parado à frente.

— Fiz duas reservas no melhor restaurante da cidade - ele falou enquanto dirigia. - É um perfeito lugar para atrair paparazzi. Se tudo sair como pretendo, nossa foto aparecerá amanhã nas capas de todas as revistas de fofoca.

— O quê?! – exclamei. – Eu vou aparecer numa revista?! E você nem se importou em avisar?!

Ele deu de ombros.

— Não é nada demais.

— Para você. Damon, eu nunca apareci em uma revista antes, não sei nem se estou vestida apropriadamente para isso!

Ele desviou os olhos da pista por um segundo e virou-se para mim.

— Você está perfeita.

Meus olhos castanhos encararam seus olhos azuis apenas por alguns segundos, quando ele teve que voltar a olhar para pista. Encostei minha cabeça na janela e observei o movimento dos carros.

"Você está perfeita".

Essa frase ficou ecoando na minha cabeça por mais tempo do que eu gostaria e, de repente, notei que os paparazzis não me assustavam mais. Tinha uma estranha sensação de que se eu estivesse ao lado de Damon, tudo daria certo.


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Notas finais do capítulo

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