Perfect Soulmates escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 5
Impulsos


Notas iniciais do capítulo

Hm... Oi? ~Desvia das flechas em chamas dos leitores~ DESCULPA! Foi sem querer eu juro!
Bora lá, para aqueles que vão perder um tempinho lendo minhas desculpas:
1- Eu tive muitas provas. Muitas tipo muitas mesmo. Agora? Acabaram! ufa!
2- Sabe aquele bloqueio? Aquele que vem de uma vez e sem avisar? Ele passou pra tomar um chá comigo
3- Meu povo, vocês já assistiram 13 reason why? eu sim! É ótimo!
4- Alguns conhecem minha lendária preguiça que atravessa dimensões
Vou parar por aqui pq já tá ficando chato.
Ah sim, não pensem que fui negligente apenas como autor não, nesse último mês não tive tempo nem de ler as fics que acompanho! Nesses dias irei atualizar todas e comentar também ( aqueles comentários que todos amam)
Última observação. Nesse meu tempo de bloqueio muita gente nova deu as caras nos acompanhamentos, então se aparecerem e deixarem suas opiniões eu agradeço! Críticas são muito bem vindas.
Ah, só uma última coisa mesmo! Alguém pegou a referência a Percy Jackson no capítulo anterior? digam nos comentários!
~Boa leitura!



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Adrien

Estava impaciente. Os dedos tamborilavam rapidamente contra a madeira da carteira. Cada vez que alguém passava pela porta meu coração parecia perder uma batida, mas meus olhos se reviravam ao perceber que não era ela. De fato, não sabia ao certo o motivo de minha ansiedade, era apenas um encontro com uma amiga, ou melhor dizendo, um encontro com meus amigos. Não podia me esquecer que Nino e Alya nos acompanhariam e apesar de gostar imensamente dos dois, procurava dentro de mim um motivo para estar tão

Se pudesse definir meu dia em apenas uma palavra? Provavelmente seria “nervosismo”. Pelo menos até o momento. Pela primeira vez na vida, estaria indo contra as ordens diretas de meu pai e parando para pensar bem, nunca ninguém ousara contrariar Gabriel Agreste. Tinha que admitir, ser o primeiro a desafia-lo chegava a ser excitante. Não podia negar, desde que aceitara o convite de Alya uma onda de adrenalina parecia percorrer o meu corpo, pelas minhas veias e me dando uma ótima sensação de vida.

— Cara, tu tá pensando mesmo em abrir um buraco na mesa com os dedos? – A voz de Nino me trouxe de volta a realidade. Só então percebi que ainda não havia parado de bater os dedos contra a carteira e o barulho se tornara um tanto incômodo.

— Desculpe, é que eu acho que estou um pouco... hm... Ehr...

— Nervoso? – Questionou com um sorriso maroto nos lábios. Assenti rapidamente com a cabeça, sentindo as bochechas queimarem levemente enquanto adquiriam certo brilho avermelhado.

— Não precisa se preocupar com nada parceiro! Só vamos assistir um filme e quem sabe você e a Marinette não iniciam uma seção de amassos no cinema! – Ótimo. Senti a vergonha se alastrar até meu último fio de cabelo. Ele se virou e abraçou as costas movimentando as mãos lentamente, simulando o que aconteceria a tarde. Não sabia se ria de suas palhaçadas ou procurava um buraco para enterrar a minha cabeça.

Enquanto presenciava a pequena cena de meu amigo, não notei as duas figuras que se esgueiravam pela porta. Pelo menos, não até a sala inteira se calar e se virar em direção a entrada. Nossos olhos se encontraram e senti meu corpo inteiro se arrepiar, não consegui quebrar o contato visual e não era a primeira vez que me deixava perder em seu belo par de safiras. Estava estonteante, usando um vestido vermelho sem mangas que atingia a metade de suas coxas, justo apenas na parte superior, valorizando os mínimos detalhes de seu corpo, todas as suas curvas bem definidas. Suas pernas eram esguias e torneadas, sem falar em sua maravilhosa... Céus Adrien! Você está parecendo um depravado! Em sua cintura repousava um cindo negro. Assim como da última vez que lhe vi, o cabelo estava preso num rabo de cavalo e algumas mechas azuladas lhes caiam sobre os olhos. Estava linda. A necessidade de me levantar e abraça-la gritava dentro de minha cabeça, precisava toca-la, sentir sua pele contra a minha. Então ela sorriu e meu corpo esquentou, aquele sorriso poderia iluminar o lado escuro da lua.

Antes mesmo que pudesse pensar em qualquer consequência, levantei rapidamente e caminhei em sua direção, só então notando Alya ao seu lado, ela sorriu para a amiga e se voltou para Nino iniciando uma conversa animada com o próprio. Meu rosto esquentou, não sabia ao certo o que lhe falar. Poderia lhe dizer que estava linda, mas.... Não aparentaria estar demasiado desesperado? Afinal, a quem quero enganar? Não sabia como agir perto da mestiça, era como estar perto de My Lady, meu cérebro parecia virar geleia.... Forcei minha mente a deletar a imagem de Ladybug, a última coisa que queria no momento era pensar nela. Não precisei forçar um sorriso no rosto quando falei:

— Você está linda, Marinette! – Por um segundo seus olhos pareceram brilhar um pouco mais, suas bochechas coraram levemente e um sorriso mínimo surgiu em seus lábios.

— O-Obrigada, Adrien. Você também é maravilhoso... digo, lindo! Isso, você também está lindo! – Suas bochechas se tingiram de vermelho. Ela mordeu levemente o canto de seu lábio inferior. Era a gota d’água. Provavelmente teria lhe jogado na parede e lhe beijado ignorando o mundo ao meu redor, mas ao que parece, o universo conspira contra minha pessoa. Senti dedos firmes me agarrarem pelo braço e me arrastarem para fora da sala. Me deparei com os olhos esverdeados de Lilá, estavam vermelhos e inchados, algumas lágrimas ainda fluíam livremente pelo seu rosto.

Não podia dizer que não sentia afeto pela garota a minha frente, era praticamente o único amigo que ela possuía em toda a escola e sabia o quanto era terrível ser ignorado por todos ao seu redor, sabia como era não possuir ao menos uma única amizade verdadeira. Cerquei sua cintura num abraço apertado, encostando sua cabeça em meu peito e deixando minha camisa se encharcar com suas lágrimas, afaguei sua cabeça, entrelaçando meus dedos em seu cabelo enquanto a esperava parar de soluçar.

— Shh, calma Lilá... – Massageei lentamente suas costas e segurei uma de suas mãos, entrelaçando seus dedos aos meus, estavam trêmulos. – Quer me contar o que aconteceu? – Ela afirmou num leve movimento com a cabeça.

— M-Meus pais... E-Eles brigaram comigo novamente, foi horrível! As coisas que eles me falaram... Disseram que tudo o que sentiam por mim era nojo, que não passo de um erro e que nunca devia ao menos ter nascido. Jogaram na minha cara que tudo o que eu faço apenas lhes envergonha. – As lágrimas voltaram a fluir pelo seu rosto, borrando a camada de maquiagem que lhe cobria as imperfeições, mas ela não pareceu se importar e continuou a falar. – Me compararam a Lisandra, assim como sempre fazem, “ Por que você não pode ser como a sua irmã mais velha? Na sua idade ela já era uma modelo famosa e namorava com um importante ator de cinema. Mas você? Você não passa de uma garota feia e gorda, nem ao menos inteligente você é! Tão inútil que não possui nenhum amigo! ”. Entende Adrien? Não tenho ninguém por mim, até meus pais me odeiam, eu sou mesmo um lixo...

Levei meus dedos até seus lábios e os toquei levemente, lhe fazendo parar de falar. O toque que indicava o início das aulas soou agudo, ignorei o som e ergui seu queixo. Quando nossos olhos se encontraram senti toda a sua dor e mágoa invadirem meu peito, como se perfurado por uma adaga. Vi na garota a minha frente uma parte de mim, temendo e calculando cada movimento para não desagradar os pais. Também me senti envergonhado, ao passo que Gabriel Agreste fazia tudo o que fazia com a desculpa de que seria pra o meu próprio bem e que acima de tudo me amava, os pais de Lilá pareciam lhe oferecer uma dose generosa de ódio gratuito sem motivo algum.

— Eu estou aqui, entendeu? Estou com você e nunca irei lhe abandonar. – Seus olhos se iluminaram quando sorriu, parecia olhar feliz para algum ponto atrás de mim, mas não dei importância. Ela se pôs na ponta dos pés e me deu um beijo estalado na bochecha.

— Obrigada Adrien... Você é incrível! Vou no banheiro arrumar esse desastre. – Falou apontando para o próprio rosto. – Não precisa me esperar, pode ser que eu me atrase um pouco e você não tem chegado exatamente no horário certo esses dias. Mais uma vez, obrigada... Não sei o que seria de mim sem você. – Após isso, ela saiu correndo em direção ao banheiro feminino. Quando me virei em direção a sala de aula, pude ver um vulto passar correndo pela porta, na direção em que Lilá olhava antes de ir, provavelmente algum curioso e desocupado, interessado na vida alheia. Não me levem a mal, mas para espionar minha vida pessoal já bastavam os paparazzi.

Consegui entrar na sala poucos segundos antes da professora Bustier, esperei ser recebido por um sorriso de Nino, ou talvez, até mesmo um de Marinette. Mas o primeiro me olhava com reprovação, balançando a cabeça lentamente. A segunda havia enterrado a  cabeça entre os braços e parecia tentar ignorar o mundo ao seu redor, Alya a sacudia pelos ombros e quando me viu cerrou os punhos e trincou os dentes, seus olhos se estreitaram e fez menção de se levantar, no entanto a professora ordenou que todos se sentassem e permanecessem calados. Quando me sentei pude escutar um rosnado baixo vindo da garota atrás de mim, logo foi seguido por um resmungo baixo de sua companheira. O que diabos eu havia feito?

— Certo pessoal, se acalmem. Tenho um aviso importante para lhes dar. Nesse semestre estarei passando a vocês um trabalho que valerá 40% de sua nota de literatura, 20% de gramática e 30% de redação. – A turma inteira explodiu em reclamações e lamentos, mas a sra. Bustier não pareceu se compadecer, ergueu a mão num pedido mudo de silêncio e continuou. – O seu objetivo é adaptar uma obra literária de grande prestígio histórico para os dias atuais, seja filme, livro ou novela, e no fim trazer uma lição de moral baseada obviamente no tema inserido por vocês na adaptação. Para aqueles que ainda não compreenderam, darei um exemplo. A Cinderela pode ser trazida como uma crítica a violência doméstica ou o preconceito em relação a união de duas pessoas pertencentes a classes econômicas distintas. Não vai ser maravilhoso? – Questionou com as mãos no peito e um olhar sonhador.

Mais uma vez a turma explodiu em reclamações, o barulho se tornou infernal. Enquanto a professora tentava acalmar os ânimos da turma, percebi a porta se abrir vagarosamente e Lilá tentar se esgueirar sem ser vista. Mas quando ela passou ao lado de Nino um barulho estrondoso chamou a atenção de todos.

— Ops... – Disse Alya se virando para o lado e apanhando o enorme livro que deixara cair no chão. – Foi sem querer. – O sorriso que tentava conter demonstrava que definitivamente era uma péssima mentirosa.

— Senhorita Ross? Será que podemos saber qual o motivo de seu atraso? – Questionou a mais velha com a sobrancelha erguida, fazendo com que uma ruga de cansaço se destacasse em sua testa.

— Problemas pessoais, professora. – Sussurrou em resposta, podia ver que a mesma parecia tentar estrangular a avermelhada com os olhos. Se ela fosse o ciclope dos X-men, com certeza Alya estaria morta.

— Pois bem, sente-se e não volte a interromper minha aula. Onde estávamos? Oh sim, o trabalho. Como tenho plena consciência da complexidade que isso irá envolver, faremos o seguinte: A data de entrega será para daqui a três meses, tempo o suficiente para pensarem e escreverem, sem que atrapalhe os seus estudos em outras disciplinas. Peço que por tudo que é mais sagrado se mantenham em silêncio quando fizer a próxima observação... Tudo deverá ser feito em duplas, pré-determinadas por mim. – Os gritos não vieram, mas os burburinhos de indignação se fizeram presentes. Ela simplesmente ignorou revirando os olhos e continuou a falar. – Por fim, as adaptações serão avaliadas por mim e mais um grupo de professores, aquela que obter o maior destaque servirá como texto-base para a peça teatral realizada no final do semestre pela escola. O prefeito Bourgeois nos ofereceu uma quantia generosa em dinheiro para fazermos o nosso melhor. Espero que não me decepcionem. Ditarei quais são as duplas e não poderão trocar de parceiro sob hipótese alguma...

— Ei cara. – Sussurrou Nino com as feições mais leves, mas com o olhar de reprovação ainda escondido sobre suas pálpebras. – Espero que a gente fique junto...

— Adrien Agreste e... Alya Cesáire

— O QUÊ? – Berrou a garota atrás de mim, alto o suficiente para fazer meus ouvidos latejarem. – Professora, peço que reconsidere, eu não sou uma boa opção e...

— Concordo plenamente professora! – Disse Chloé indignada, batendo os punhos contra a mesa e chamando a atenção de todos para si. – Como alguém como ela está fazendo par com o meu Adrien? Ele merece coisa melhor que a Moby Dick ruiva! – Devo dizer que nunca amei tanto alguém como a sra. Bustier, ter de passar mais do meu tempo com Chloé era a última coisa que precisava, mas o comentário da loira parecia ter iniciado a terceira guerra mundial, ali mesmo naquela sala. E quem seria louco o suficiente para se meter numa briga entre Alya e Chloé? Aparentemente, apenas o Nino.

— Alya... Pense bem no que você vai falar, não se rebaixe...

— SE REBAIXAR É O CARALHO! – Rosnou a ruiva se erguendo com ambos os punhos cerrados, pude ver os lábios de Marinette se entreabrindo, mas ela ergueu a mão exigindo silêncio, seus olhos pareciam queimar em chama líquida. – OLHA AQUI, SUA GALINHA DA CRISTA OXIGENADA, TÁ VENDO A MINHA MÃO? ESSA MESMA! ELA QUE VAI VIRAR NA SUA CA...

— Senhorita Cesáire! – A professora gritou assustada quando viu a avermelhada se aproximar da loira, uma ruga de raiva e descrença atravessava toda a sua testa, no seu pescoço, uma de suas veias parecia pulsar. – As duas me acompanhem até a sala do diretor, agora! O restante de vocês, faça uma leitura do capítulo 4 de nosso livro. Se eu ouvir um único pio que seja, a sala toda receberá suspensão coletiva!

                                                                               ~X~

— Fala sério? Você leva uma suspensão, mas a filhinha do papai recebe só uma advertência?! – Nino agitava os braços freneticamente enquanto saíamos da escola, bradando para os quatro ventos o quão indignante a situação era. Talvez também me sentisse injustiçado pelo ocorrido com a morena, mas no momento estava mais preocupado em entender o motivo pelo qual Marinette resolvera me ignorar durante toda a manhã.

— Já é a segunda vez Nino! Segunda! Estou com tanta raiva que eu... que eu... Argh! Um dia eu vou expor toda e qualquer verdade que tentarem encobrir de mim, ou eu não me chamo Alya Cesáire!

— Tenha calma Alya, não queremos repetir o incidente com Ladywifi não é? – A voz de Marinette surgiu baixa e abafada, Alya travou de uma vez quando chegou ao final das escadarias da escola, quando observei o rosto da mestiça percebi que a mesma máscara cabisbaixa com que ela me encarara durante toda a manhã ainda estava lá.

— Droga Marinette! A escola telefonou pra minha mãe e ela me proibiu de sair de casa até o fim da minha suspensão. Sinto muito mesmo, não vai dar pra acompanhar vocês.

— Sem problemas Alya, podemos remarcar para outro dia, não tem problema algum. – Mal pude terminar de falar e a avermelhada me lançou um olhar fulminante, daqueles que atravessam a alma.

— O Adrien está certo amiga. Não vai ser a mesma coisa ir sem você, além de que você sabe que não estou me sentindo disposta. – Tenho de admitir que esperava que Marinette não concordasse, insistisse para que fossemos mesmo sem nossa colega. Pensamento egoísta? É eu sei, mas tudo o que eu queria no momento era uma chance mesmo que momentânea de esquecer meus problemas. Ter de voltar para casa, numa faixada de aparências e sorrisos falsos era a última coisa que passava pela minha cabeça.

— De jeito nenhum! Vocês vão sem mim, nem que eu tenha que lhes amarrar e atirar dentro de um táxi. – Um sorriso brotou de seus lábios, um daqueles que nós só damos quando um plano dá certo até demais. - O Nino pode me acompanhar até em casa...

— Mas sua casa fica do outro lado da... AI! Quer dizer... É claro! Eu te acompanho até a sua casa, te levo nas costas se quiser! – Exclamou meu amigo enquanto pulava num pé só.

— Não Alya, por f...

— Tchauzinho Marinette! Nos falamos quando você chegar em casa. Vem Nino! Depressa.... Tchau pra você também Agreste. – Não vou negar que um sorriso brotou de meus lábios quando vi os dois indo em direção oposta à escola, Nino sendo arrastado aos tropeços pela morena, mas esse sorriso se desmanchou quando finalmente resolvi lhe encarar.

Não sei ao certo quanto tempo ficamos ali, parados silenciosamente em frente à escola. Ela parecia ter adquirido um interesse repentino pela sola de suas sandálias e não se atrevia a me olhar nos olhos. Estava nervosa, podia ver pelos nós de seus dedos esbranquiçados visto a força com que apertava os punhos, ou até mesmo pela gota de suor que escorria por sua testa, traçando todo seu rosto e despencando pelo queixo. Precisava falar alguma coisa, sabia disso, mas as palavras pareciam ter sido trancafiadas no fundo de minha garganta.

— Então... o sol tá bem amarelo hoje, não é? – Droga Adrien! Que tipo de pergunta foi essa? Está merecendo ganhar o prêmio de idiota do ano. Minhas bochechas esquentaram e procurei um buraco onde pudesse enfiar minha cabeça pelos próximos anos. Mas toda a vergonha desapareceu quando Marinette riu, uma risada curta e contagiante que fez um sorriso brotar em meu rosto.

— Sim Adrien... Re-Realmente o sol está amarelo hoje! – Sorriu enquanto tentava regular a sua respiração, uma das mãos repousadas sobre sua barriga.

— Então... Você tá afim de ir ao cinema? Podemos dar uma volta no parque se preferir. – Cocei a nuca ainda sem jeito, as bochechas ainda ardiam levemente.

— O parque parece ótimo para mim.

Nossa caminhada foi leve e descontraída vez ou outra por uma piada malfeita, conversávamos como velhos amigos que a muitos anos não se viam. Estaria mentindo se dissesse que sentia falta daquela Marinette que mal balbuciava uma frase completa quando eu me encontrava por perto. Era como se não gostasse de minha presença, como se ainda se sentisse magoada por algo que eu houvesse feito...

— Adrien? Ei, Adrien? AGRESTE!

— Hã? Ah, oi Marinette! Desculpe, estava com os pensamentos em outro lugar... o que me falou? – Sorri amarelo para sua cara emburrada e passei a mão pelo cabelo o despenteando. Olhei rapidamente ao nosso redor, havíamos caminhado até a entrada do parque.

— Queria saber como convenceu seu pai a deixa-lo sair, você não é o senhor top model minha agenda nunca está livre?

— Oh, digamos que meu pai pensa que estou na escola fazendo um trabalho de história com um amigo, voltando lá até as três não vou ter problema algum.

— Ao que me parece, o filho prodígio Adrien Agreste não é tão perfeitinho assim. Seria uma pena se alguém espalhasse seus segredos pelos confins de Paris. – Ela ergueu uma das sobrancelhas e cruzou os braços em incredulidade.

— Eu tenho vários segredos que muitos desconhecem, minha cara Marinette. Você não seria a primeira a tentar desvenda-los. – Respondi me aproximando, num desafio mudo.

— Está me desafiando senhor Agreste? Pois tenha certeza que não sou a primeira, mas serei a última! – A mestiça se aproximou mais um passo de mim, meus olhos passaram a encarar cada curva que seus lábios faziam, cada rachadura, eles eram perfeitos. Meus olhos se fecharam à medida que nos aproximamos mais. E aí ela veio na minha mente, sua maldita imagem se formou sorrindo a minha frente e eu não poderia traí-la. Me afastei bruscamente da azulada que deu alguns passos para trás, o rosto levemente avermelhado. E lá estávamos nós, naquele mesmo silêncio constrangedor que apesar odiar com todas as minhas forças, não podia negar ser de minha culpa.

— Com licença meus jovens... – Nós viramos rapidamente, dando de cara com uma senhora de meia idade, os curtos cabelos grisalhos eram recobertos por um lenço gasto, usava um simples vestido cinza de mangas e o tempo já parecia ter trabalhado sobre seu rosto. Empurrava um pequeno carrinho, onde acomodava diversos tipos de rosas.  – Vocês não desejam comprar alguma flor e ajudar esta velha e pobre senhora?

— É claro! – Respondeu Marinette de prontidão, observou por um tempo o carrinho até que puxou de lá uma tiara, feita de pétalas de um tipo de flor amarelada, todas entrelaçadas juntamente com os ramos esverdeados, era de um trabalho manual que com certeza exigiu muita habilidade e tempo. – É lindo... lindo não, é maravilhoso! Quanto custa?

— 7 Euros minha jovem. – Respondeu suavemente a senhora, mas antes que Marinette pudesse lhe pagar, arranquei o dinheiro do bolso e lhe entreguei.

— Meu caro, fico lisonjeada, mas aqui tem quase quatro vezes o valor, sem querer ser rude, mas não estou lhe pedindo esmola...

— Não estou lhe dando esse valor como esmola, desculpe se esta pareceu a intenção. Mas o seu trabalho é algo magnífico, vale muito mais que 7 Euros, muito mais do que eu lhe paguei, peço gentilmente que aceite. – Sorri para ela, mostrando que não estava mentindo.

— Poucas pessoas nesse mundo têm tanta consideração como você teve hoje por mim, eu lhe agradeço do fundo do meu coração. – Ela voltou a empurrar seu carrinho, parando mais uma vez para avisar. – A propósito, bela escolha minha filha... A acácia amarela... A rosa dos amores secretos e dos amantes que tardam a ficarem juntos.  – Dito isso, ela se foi, assim como veio, sem chamar atenção e em seu próprio silêncio.

— Adrien, eu poderia ter pago as rosas. – A voz aguda de Marinette soou irritada a minha frente.

— O que?! E que tipo de cavalheiro seria eu se deixasse você pagar pelas flores? – Respondi enquanto me aproximava da mestiça e tomava suas mãos nas minhas. Delicadamente lhe tomei a tiara de Acácias das mãos e pus em sua cabeça. Pela segunda vez naquele dia, nossos olhos se encontraram numa intensa mistura de azul e verde. Ainda com as mãos em seu cabelo aproximei meu rosto ao seu. Seus olhos se fecharam assim que nossos hálitos se misturaram. Dessa vez não hesitaria, minha mente se nublara com seu perfume, estava em estado de inércia, me deixando guiar unicamente pelo impulso... nossos lábios estavam a milímetros de distância... prestes a se tocarem...

Mas aí veio a explosão.

Os gritos de pessoas desesperadas.

Uma multidão surgiu me separando de Marinette.

Um vilão atacava a cidade.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Tão loucos pra que role um beijo do casal né não? Eu sei, as vezes sinto vontade de... nada não, é surpresa haha. Mas enfim, não lembro se tem alguma referência nesse cap. se tiver eu digo nos comentários.
Comentem e deixem um autor feliz! A Alya agradece!
O prox cap. deve sair ainda nessa semana, com margem de erro de três dias, fiquem ligados!



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