Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 8
50 tons de Liberdade




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Caroline e Matt tinha se tornado o assunto predileto de Elena, e Bonnie estava começando a ficar entediada com isso. Bonnie tinha saído do hospital naquela manhã e ainda planejava o que faria em relação aos vampiros da tumba, se lembrava deles e o que aconteceria. Caos, morte e destruição. Kaherine ia retornar em breve, Damon teria que ser paciente por que ela decidira não abrir a tumba.

Mas quais seriam as consequências de não abrir? Tinha desmaiado. Já tinha ficado em coma. O que podia acontecer de pior se não abrisse a tumba? Virar a bela adormecida? Que fosse, ela não ia abrir e ponto final. Sua confiança oscilou quando Damon entrou no Grill, caminhando na direção dela. Por que ele tinha que sorrir daquele modo? Como se estivesse feliz em vê-la? Ele cumprimentou Elena de modo formal, desinteressado e se voltou para Bonnie esticando a mão aberta para ela.

— Vamos?

— A-agora? – gaguejou

— Combinamos ao por do sol – ele apontou para fora – O sol se pôs há uma hora.

— Vão para onde? – questionou Elena – Bonnie devia estar descansando e não saindo com você.

— Não precisa ficar com ciúmes – disse Damon se aproximando de Elena e sussurrando em seu ouvido – Bonnie e eu somos apenas bons amigos.

Elena o afastou com um empurrão, mas estava corada e tinha um sorriso incontido no rosto quando disse que não sentia ciúmes, só estava preocupada com a saúde da amiga.

— Claro que está por isso me arrastou para o Grill assim que me viu dê pé – resmungou Bonnie puxando o vampiro pela camisa o levando para fora, ainda gritou por cima do ombro à Elena – Tenta pelo menos fingir.

— Por que a mudança de humor? O que está rolando entre você e a Elena? – Damon perguntou quando entraram em seu carro.

— Nada que você possa compreender. Pode dirigir mais rápido? Quero ir para casa antes das nove horas.

Damon se virou para ela, uma sobrancelha erguida e aquele sorriso torto que ela tanto gostava. Ainda olhando para ela, ele acelerou.

— Isso não me impressiona – ela disse olhando-o – Vampiro.

— O que não te impressiona, Bruxa? Eu ser irresistível ou ser perfeito?

— O fato de dirigir assim, se fosse um humano eu estaria apavorada e maravilhada. Mas um sobrenatural brincando com a própria segurança é... chato.

— Nem está com medo?

— Por mim? Não, você não arriscaria minha vida assim.

— Confia tanto assim em mim?

— Confio que quer sua vampira livre e que vai levar tempo até achar outra Bennett disposta á te ajudar. Outros 150 anos?

Damon ficou sério. Bonnie sentia a boca seca e desejou que seu coração não estivesse soando tão alto, por que parecia que ia rasgar o peito e cair no seu colo á qualquer batida. Então o vampiro desviou o olhar, voltando a atenção para o caminho. Ela olhou para fora, pela janela e fez uma anotação mental, aprender exercícios de respiração. Ela mal registrou quando chegaram á tumba, pois ficara distraída tentando não parecer aflita.

Segurou o medalhão de Emily entoando um feitiço que servia para coisa nenhuma, era mais um mantra para meditação. Estava ganhando tempo, dissera para o vampiro que não precisava do cometa, e de fato não precisava. Não precisou da primeira vez. E parou de repente, usando sua melhor expressão de confusão.

— Quantos vampiros disse que estavam na tumba?

— 27.

— 26 vampiros. Sua Katherine não está aqui.

Damon olhou-a desconfiado.

— Eu a vi sendo aprisionada com os outros. Abra logo essa...

— 26 – a bruxa o interrompeu – Sabia que tem outros vampiros além de você e seu irmão aqui? Um deles tem parentesco com alguém na tumba.

E antes que o vampiro dissesse qualquer coisa, Bonnie começou a andar. Ele a seguiu tentando fazê-la parar, mas um movimento dela, e ele sentiu a cabeça doer.

— Eu sei o que estou fazendo, Damon, confie em mim.

Damon se deixou ser guiado pela bruxa até a biblioteca onde encontrou Jeremy e uma garota cujo rosto ele tinha certeza conhecer.

— Jeremy, precisamos conversar com sua amiga, pode sair? – Bonnie perguntou

— Por quê? Sobre o que? – questionou o rapaz – O que querem com Anna?

— É sobre sua mãe, Anna – disse a bruxa para a vampira mostrando o medalhão – E os outros.

— Jeremy, pode nos deixar á sós? – pediu Anna – É importante.

— O que aconteceu com sua mãe? – quis saber o rapaz ignorando a tensão repentina.

— Dá o fora daqui moleque – adiantou Damon já o empurrando para fora.

Contrafeito, Jeremy foi embora informando que depois ligava para Anna. Assim que se viram sozinhos com a garota, Anna olhou primeiro para Damon, depois para o objeto que Bonnie segurava. Ela sabia o que era e o que significava o colar estar em posse de uma Bennett.

— Você abriu a tumba?

Bonnie perguntou:

— Onde está Katherine?

— Eu não sei – foi a resposta da garota – Ela devia estar na tumba com minha mãe e os outros.

Então Damon a reconheceu, estava diferente, mas se lembrava dela seguindo a mãe por todos os lados, em 1864.

— Anna – dizia Bonnie – Eu sou uma bruxa, mentir para mim pode ser prejudicial á sua mãe. Onde está Katherine?

— Da última vez que a vi foi em Nova Iorque, na década de 90.

— Impossível – Damon arregalou os olhos, incrédulo e num impulso encurralou Anna contra uma parede, pendurando-a pelo pescoço.

— Solta ela – Bonnie mandou tentando puxar a mão do vampiro

— Não até que ela diga a verdade. A Katherine está na tumba ou não?

— Não. Nunca esteve.

Damon a soltou, não sabia o que dizer, ficou encarando o vazio. Perturbado.

— Está dizendo isso por que a Bonnie mandou? É algum acordo que fizeram?

Anna não respondeu de imediato, mas a expressão furiosa o vampiro a fez reconsiderar.

— Vi a Katherine pela primeira vez no fim de 1893 na Carolina do Norte, mas não tinha certeza. Então outra vez em Chicago em meados da década de 1920, quando reagi á sua presença ela fugiu. E da última vez foi em Nova Iorque em 1995, você também estava lá e eu pensei que tivesse aberto a tumba, consegui me aproximar dela e perguntei, mas quando ela soube que você estava na mesma cidade, ela desapareceu e eu voltei para cá. Ela fugiu de você. Nunca esteve presa.

Damon estava em estado de choque, olhando para a vampira na sua frente.

— Abriram a tumba? – ela questionou outra vez – Eles estão bem?

— Mortos – anunciou Bonnie soando distante – Como qualquer vampiro que fique aprisionado por tanto tempo – e olhando para Damon – Acho que não precisa mais de mim. Lamento decepcioná-lo.

Algo no tom a bruxa o deixou em estado de alerta, ela não disse “lamento decepcioná-lo” com ironia ou diversão ou piedade ou qualquer emoção referente á um “eu te avisei”. Em vez disso ele notou mágoa e tristeza. Bonnie deixou o colar de Emily com ele e saiu correndo, dizendo um feitiço e desaparecendo antes de chegar á porta.

Ele não vira Bonnie nos dias seguintes, questionou Stefan por falta de opções. Já que o irmão perdia tempo estudando, pelo menos podia usar isso para algo de seu interesse.

— Bonnie tem ido á escola? – foi direto ao assunto.

— Sim – a resposta soou vazia.

— Como ela está?

— Bem.

— Ela falou alguma coisa ao meu respeito?

Stefan o encarou. Damon brincava com o copo de Bourbon em pé diante da lareira, enquanto ele tentava ler, sentado no sofá.

— Que tipo de coisa?

Damon podia ter ficado quieto. Podia ter sido grosseiro. Podia ter bebido seu Bourbon e deixado o assunto morrer ali. Ele também podia ter ido procurar Caroline que seria mais receptiva á suas perguntas depois de hipnotizada ou só ligado para Bonnie e falado com ela pessoalmente. Mas ele se sentia desconfortável quando pegava o celular para ligar, uma pontada de inquietação tomava conta dele e o fazia se perguntar coisas bobas como, e se ela não o atendesse ou pior atendesse e pedisse que não ligasse mais? Eram pensamentos estúpidos, ele sabia. E quando percebeu o que fazia, já tinha contado á Stefan sobre Emily, Anna, Bonnie e Katherine.

Stefan estava surpreso em vários graus. Primeiro pela disposição do irmão em lhe dizer a verdade. Depois por saber que todos esses anos Damon tencionava libertar Katherine. A surpresa maior foi a revelação de que Katherine nunca estivera realmente presa e isso o incomodava. Mais de um século e ela conseguiu se esquivar dos dois, por onde ela andou e o que fez todo esse tempo?

— O que pretende fazer? – questionou depois de um longo silêncio – Sobre Katherine? Vai procura-la?

Damon estreitou os olhos. Ele a esperou por mais de cem anos e ela o evitou todo esse tempo. Por que idiotice ia procura-la agora? E se a procurasse e encontrasse o que faria? Mataria? Conversaria? Ela fugiria de novo ou o enfrentaria? Não. Ele não estava pronto para tal encontro, ainda não. Um dia, talvez.

— Ela sabe onde estou se quiser ela que venha – anunciou sem entonação na voz.

— E quanto a Bonnie? Por que tanto interesse por ela?

Damon terminou sua bebida sem pressa, não tinha uma resposta para aquela pergunta. Enquanto bebia o celular do irmão tocou e pela expressão dele só podia ser Elena. Revirou os olhos quando escutou o tom do outro ao atender e logo apurou o sentido quando o sorriso de Stefan se apagou. Ouviu a pessoa do outro lado:

“Até que ela se parece mesmo com a Katherine, só que menos poderosa”.

— Quem fala? O que fez com Elena?

“Pergunte para seu irmão quem sou e se você quiser sua namorada viva, tem até o amanhecer para convencer Damon e a bruxa dele a libertarem minha mãe”.

Os lábios do mais velho se moveram em um nome e Stefan assentiu.

— Anna? Não faça nada com Elena ou eu juro que...

A vampira desligou. Não precisava ser sobrenatural para sentir a raiva que Stefan emanava quando se colocou em pé. Damon o imitou.

— O que vai fazer?

— Conversar com a Bonnie – respondeu o mais jovem.

Damon não pensou no assunto, apenas acompanhou o irmão.


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