Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 37
Rumplestiltskin


Notas iniciais do capítulo

O titulo é só por causa dos contratos mágicos.



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Ela parecia bem, mais do que bem. A adolescente estava depositando flores em túmulos esquecidos e “revivendo” flores murchas.

— Está atrasada Bonnie – ela disse sem olhar para eles que acabaram de acha-la.

— Eu não sabia sobre você. Como se sente?

— Plena – ela se virou com um sorriso no rosto – Poderosa. Invencível. Uau! É tão brilhante...

Ela olhava para Bonnie, mas nem parecia nota-la. Se aproximou rápido demais, mais rápido que um vampiro e parecia tocar algo em torno de Bonnie.

— Davina, se concentre em mim. Esquece as linhas.

— Bonnie! que bom te ver – ela gritou entusiasmada e sussurrou – Sabia que tem umas linhas bizarras á sua volta? Parece uma pintura abstrata cheio de purpurina e luz.

— Davina. Há quanto tempo não dorme? Não come? Não descansa.

O sorriso sumiu, ela pareceu de repente muito zangada.

— Descansar? Eu descansei por um mês e sabe o que aconteceu? O Klaus aconteceu. Eu tenho que destruí-lo.

— Não há por que começar uma guerra contra Klaus, Davina, podemos resolver isso conversando.

— Não há meios de conversar com ele, Klaus é tão... irritante. Ah! Me ajude a mata-lo, Bonnie.

— Claro que ajudo – Damon olhou para Bonnie que se aproximava devagar de Davina – Mas precisamos planejar como fazer isso, não precisamos?

— Um plano – a bruxa de Nova Orleans pareceu se animar – Claro, precisamos de um plano.

— Sim. Precisamos. O que acha de vir comigo para a casa de Marcel? Você descansa e depois planejamos como destruir Klaus.

— Vamos.

Caminhavam para fora do cemitério, tinha sido tão ridicularmente fácil que parecia até um truque. E antes de saírem do cemitério Davina parou.

— O que houve? – Bonnie perguntou.

— É isso o que vocês querem não é? Que eu durma. Querem que eu baixe a guarda para me matarem, vocês só querem meu poder, só querem me usar.

Damon sentiu a terra tremer aos seus pés, Davina estava provocando um terremoto. Coisas começaram a voar na direção deles e ele puxou Bonnie para fora do cemitério onde Davina gritava furiosa que eram todos traidores. Bonnie usou um feitiço para impedir que a bruxa saísse e se virou para eles preocupada.

— Plano B.

— Temos um plano B? – Damon quis saber

— Ainda não, mas temos um tempo até ela sair do cemitério. Precisamos fazê-la dormir para que eu possa mexer com a cabeça dela.

— Não dá pra fazer isso com ela acordada? – Josh perguntou.

— Nem consigo chegar perto dela antes dela recuar.

— Algum feitiço do sono? – Damon sugeriu.

— É mais simples droga-la, só que preciso chegar perto para isso também.

— Ninguém vai drogar a Davina – disse Marcel irritado.

— Nesse caso, plano de emergência.

— Não gosto de planos de emergência – Damon comentou mais para si que para o grupo, Bonnie sorriu.

— Explica de novo. Você quer despertar Kol Mikaelson para que ele salve o que resta de Davina? – Klaus já tinha rido daquilo, ameaçado Bonnie e agora só estava incrédulo.

Ela não estava brincando.

— Quem é esse Kol? – Josh quis saber.

— Alguém que não vai ser revivido – disse Marcel.

— Eu não posso fazer nada pela Davina, ela é instável. Não vai permitir que nenhum de nós se aproxime dela.

— E por que tem que ser o Kol?

— Charme – Rebekah respondeu, ela pelo menos estava acompanhando – Meu irmão já conseguiu dobrar a vontade de bruxas muito mais poderosas e perigosas que Davina ao longo dos séculos. Ele consegue curá-la.

— Ou os dois se aliam e nos destroem – o tom de Klaus era claro, não confiava no plano de Bonnie.

— Vamos pelo menos tentar.

— Não! Assunto encerrado, se quiserem eu mesmo quebro o pescoço daquela bruxinha, mas ninguém vai acordar Kol e dar á ele acesso á poder.

— Não é você quem decide isso, Klaus – Bonnie disse se levantando, fechou os olhos – Kol Mikaelson.

Ela estalou os dedos e sumiu.

— Cadê ela?

— Ela pode se teleportar? – Josh foi o único que pareceu maravilhado com aquilo, os outros temerosos.

Klaus xingou em voz alta e correu para onde deixava os caixões da família. Foi seguido pelos irmãos, Marcel e Damon.

Bonnie estava ajoelhada olhando para o rosto adormecido de Kol, pálido e cadavérico. Tinha alguma coisa no ar que os impediu de se aproximar.

— Bonnie não se atreva a fazer isso – Klaus a ameaçou

— Quem é a favor de libertar Kol para ajudar a Davina diga sim. Freya?

— Sim.

— Elijah?

— Não.

— Marcel... É pela Davina.

Ele hesitou antes de responder.

— Sim.

— Rebekah?

— Sim.

— Damon?

— Não.

— Somos quatro a favores e três contra. Boa sorte para nós – disse e puxou a adaga do peito do vampiro que abriu os olhos.

Depois de alimentar Kol e explicar a razão de tê-lo acordado – deixando claro a oposição de uns – Bonnie estendeu a mão para o irritante vampiro que olhava para eles com desconfiança e desprezo.

— Aceita arriscar seu pescoço?

— O que eu ganho com isso? Outra punhalada quando não precisar mais de mim?

— Liberdade, se for merecedor. Eu mesma providencio para que seus irmãos não te achem á menos que você queira ser achado.

Ele riu debochado, mas a inexpressividade da bruxa o fez se calar.

— Pode fazer isso?

— Posso. Então? Aceita?

Ele esticou a mão, mas não segurou a mão estendida de Bonnie, antes disso quis saber:

— Se pode me manter escondido de Klaus por que não consegue salvar sua amiga?

— Por que ela está em estado máximo de alerta e desconfia de mim. Ela que se livrar de Klaus. E eu tenho outra prioridade que não inclui ficar correndo atrás de uma adolescente problemática no cemitério á meia noite.

— O que pode ser mais importante que sua amiga para te fazer me despertar, já que é obvio que nem todos concordam com seu plano.

— Minha filha é importante. Sua tia maluca quer tirá-la de mim, mas depois Freya te conta isso. Responda logo, vai ou não ajudar?

— Se essa garota é poderosa, se ela está com a magia da colheita então ela é um perigo ambulante. Assim que me ver ela vai saber quem sou e vai me matar achando que estou á mando de Klaus.

— E é ai que entra a minha magica – Bonnie disse sorrindo – Vou esconder isso dela. Tudo o que Davina verá é um bruxo.

— O que? – ele se levantou e afastou dela – Não. Isso é perigoso.

— Não é não. Vou só mascarar o vampirismo, não vou te transformar em humano.

— Vai me deixar vulnerável, fraco demais.

— Humm... parece promissor isso – Klaus fingiu-se de interessado – Conte mais sobre seu plano, Bonnie.

— Eu já contei. Vou esconder o vampirismo dele e ele vai se aproximar de Davina. Ao que consta já teve experiências passadas com bruxas e saberá lidar com Davina.

— Uma bruxa poderosa e descontrolada que não hesitaria em matar para se defender? Não, obrigado.

— Então você volta para o caixão – Marcel disse, fazendo uma expressão irritada estampar o rosto de Kol.

— Escuta, Kol. Se você for um pouco tão esperto quando aparenta, ela não vai te machucar e... – Bonnie fechou os olhos com força.

— O que houve? – Damon perguntou já ao seu lado.

— Não sei, alguma coisa em Mystic Falls. Depois ligo para o Matt e pergunto – e voltou a atenção para Kol – Decida logo, pode ajudar ou Klaus deve te esfaquear novamente?

O vampiro resmungou lançando um olhar para Klaus e se sentou na frente de Bonnie esticando a mão para ela.

— Não tente me enganar, bruxa, eu conheço contratos mágicos.

— Não vou enganá-lo. Vou te conceder um pouco de minha magia por que Davina vai sentir a essência sobrenatural em você, mas vai estar conectado á mim, então nem pense em me trair por que além do contrato eu estarei ligada á magia que você vai usar. Entende?

Ele assentiu. Ela começou a recitar o feitiço. Ao lado de Freya, que tinha uma expressão surpresa, Damon perguntou:

— O que ela está fazendo?

— Feitiço de ocultação, espelhamento, submissão.

— Submissão?

— Para o caso dele me trair – Bonnie respondeu soltando a mão de Kol – Vai ser uma dor tão horrível que o caixão e a faca parecerão agradáveis.

Kol ficou gesticulando com as mãos por um tempo, então se levantou e se espreguiçou.

— O quão humano ele é? – Klaus quis saber.

— Não o bastante. Ele pode usar feitiços, os mais básicos e inofensivos. E bom, talvez tenha uns efeitos colaterais.

— O que? Como assim talvez tenha uns?

— Eu nunca fiz um contrato. De qualquer modo – se adiantou antes que alguém mais falasse algo – Não vai durar para sempre, acho que três meses é o bastante para trazer a Davina de volta.

— Isso supondo que ele consiga se aproximar dela – Marcel opinou.

— Supondo isso – Damon concordou passando por Kol para ir ficar junto de Bonnie – E supondo que ela queira ser salva.

Uma ruga se formou a testa de Bonnie que olhava para Kol, e quando ele viu a expressão dela pareceu constrangido:

— O que é? Por que está me olhando assim?

— Você ainda é um vampiro, não dá para sentir isso, mas é. Então pelo menos uma vez por dia beba sangue, não terá as presas, nem tudo o que é útil nos vampiros. E... eu sei que vai demorar um pouco para se adaptar ao efeito do espelhamento por que é um feitiço sobre qual eu não tenho muito controle. Mas tente não olhar para Damon como se ele fosse uma fatia de pizza suculenta e você uma pessoa famita.

— E-eu... eu não olhei ninguém assim – ele corou violentamente.

Os outros tentaram ocultar o riso, menos Klaus.

— Isso vai ser divertido.

— Quanto tempo isso dura?

— Umas horas. Amanhã já terá passado e você será o de sempre, versão bruxo.

Estranho definiria bem as coisas. O importante era que Kol tinha ido se arriscar á encontrar Davina, causalmente, e depois de uma conserva isolada com Klaus que durou horas, Bonnie entrou no quarto com Hope nos braços e um sorriso no rosto.

— Vamos?

— Para onde? – Damon quis saber.

— Visitar minha mãe, não era esse o plano?

— E Klaus permitiu?

— Sim. Enquanto Nova Orleans não for segura para nossa filha ele concordou em me deixar partir com ela. Só que impôs algumas condições.

— Quais?

— Ligar pelo menos uma vez por dia. E morar aqui quando os problemas amenizarem, por que se tratando de Bennett, Mikaelson e Salvatore os problemas nunca terminam.

Algo no sorriso de Bonnie fez Damon acreditar que os planos dela não incluíam se submeter as vontades de Klaus. Isso era algo bom.


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