Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 34
Confissões de uma bruxa em crise




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— Não sei por que quer saber disso

— Por que bruxas sinistras te levaram daqui a um ano e você ressurgiu com aspecto de doente. Preciso saber o que fizeram com você.

Damon tinha a deixado em paz no dia anterior e se contentado em saber que ela estava bem e de volta em casa, contudo, agora ele fazia questão de saber o que tinha acontecido.

— Ainda não faz sentido contar o que aconteceu, já passou, estou aqui de volta e é o que importa.

— Bonnie, só de te olhar sei que não foi uma coisa agradável da qual queria se lembrar... – ela ergueu os olhos para ele, não havia nenhum resquício de medo neles, e de coisa nenhuma – Ainda nem tocou na comida, coma.

Não ter tocado era exagero, ela tinha bagunçado toda a comida e feito um rostinho sorridente. Só não tinha comido.

— A comida deles me fazia mal – disse – Então me alimentavam com magia. Recebia nutrientes suficientes para me manter viva. Não tinha motivo para me deixarem forte já que iam me matar. Acho que vai levar um tempo para me readaptar as coisas normais.

Damon foi cauteloso ao fazer a próxima pergunta, não queria que ela simplesmente voltasse a ficar calada sobre o que tinha lhe acontecido:

— E o que eles comiam? Ervas venenosa e serpentes?

— Não sei, só sei que não era nada parecido com qualquer coisa que eu conheça. Ah! Tinha as coisinhas de tentáculos que parecia uma água-viva com olhos e dentes – ela fez uma careta ao lembrar – Cheirava ovo podre e tinha gosto enjoativo.

— Você comeu algo com gosto de ovo podre?

— Quando se esta com fome cheiro e gosto são irrelevantes, Damon.

— E como sobreviveu todo esse tempo sem comida? Água e pão?

— Magia. Quando esteve preso pela Agustine você e Enzo sobreviviam de pequenas doses de sangue, certo? Eu sobrevivi de pequenas porções de magia. Falando em Enzo, como estão todos por aqui?

Damon demorou a responder, tentou achar um meio termo entre a verdade e a mentira, mas era complicado omitir informações sobre como tudo deu tão errado desde a partida da bruxa. Contou sobre como os Viajantes tentaram encontrar Tom Avery usando Stefan, forçando-o a desligar a humanidade quando não conseguiram achar o outro doppelgänger.

— Tentamos força-lo a religar a humanidade, mas as coisas não deram certas e ele acabou matando Vicki.

— Vicki? Que droga. Matt e Enzo?

— Se juntaram para caçar Stefan. As coisas ficaram bem críticas por aqui. Seus amigos da Gemini vieram para impedir os viajantes. Quase começamos uma guerra em Mystic Falls.

— Eu não tenho amigos na Gemini.

— Não foi o que eles disseram. Liv e Luke disseram que eram da gemini e que tinham as mesmas intenções que você, manter os viajantes longe dos doppelgänger e do mundo dos mortos.

— É, pelo menos isso em comum tínhamos. Stefan ainda está desligado?

— Não. Ele voltou quando Enzo matou Elena.

— Enzo fez o que?

— Não se preocupe, ela está bem – a expressão de Bonnie era de descrença – Ele estava furioso pela morte de Vicki, depois que Matt derrubou Stefan com verbena Enzo ia mata-lo, mas Elena entrou no caminho para detê-lo e Enzo quebrou o pescoço dela.

— E isso foi forte suficiente para trazer a humanidade de Stefan de volta?

— Não. Ele morreu. Seu feitiço, segundo os gêmeos loiros, conectava os doppelgänger.

— Claro! Tinha me esquecido disso, então funcionou? Eles voltaram à vida?

— Sim. Algumas horas depois. Mas antes disso ainda tínhamos que lidar com os viajantes, quero dizer, eles estavam cuidando dos viajantes eu estava empenhado em matar Enzo, fui atingido pelo Donovan e quando eu acordei os viajantes já tinham abandonado a cidade. E a parte assustadora, Stefan e Elena estavam sentados na sala de visitas de casa conversando como se nada tivesse ocorrido.

— Sessenta minutos – Bonnie explicou – Eu tinha conectado mesmo as três cópias e, com Tom Avery deixei algo muito parecido com aquele anel dos Gilbert que os trazia de volta quando mortos por meio de magia. O anel que deixei com Avery fazia a mesma coisa só que servia para sobrenaturais em vez de humanos. Quando ele voltasse traria os dois conectados com ele. Não achei que fosse funcionar.

— Não sabia que ia funcionar? Stefan podia estar morto agora?

— Podia. E considerando que ele matou a Vicki talvez fosse até melhor para ele, se bem lembro Enzo tende á não esquecer seus planos de vingança. Mas e depois? O que aconteceu?

— Nada, como já disse quando acordei Stefan e Elena tinham voltado e os viajantes tinham partido. Os gêmeos disseram que o clã deles ia continuar atento aos movimentos dos viajantes. Depois que religou a humanidade Stefan saiu da cidade. Elena e Caroline estão em Whitmore hum... só.

— Damon. Você está tentado esconder alguma coisa de mim?

— Eu? Não.

— Whitmore... O que pode ter em Whitmore que atraia a atenção daquelas duas além de festas e garotos bonitos? Agustine? Tsc! Tinha me esquecido deles.

— Eles mesmos. Uma colega de quarto delas tinha conhecimento sobre vampiros e alguma coisa relacionado com o pai de Elena, mas ela morreu e as duas resolveram investigar.

— Me diga que Enzo não está envolvido.

— Difícil seria impedi-lo.

— Dr. Wes... O último médico que esteve com Enzo, ele ainda está vivo?

— Está. Aparentemente ele está fazendo uma importante pesquisa relacionada com sangue de vampiro e cura do câncer. Essa foi a razão por qual Enzo ainda não fez nada contra ele ainda, segundo Caroline.

— Isso e o fato de que até acabar a pesquisa Enzo está proibido de tocar no cientista.

— Então é coisa sua.

— Faz parte de um acordo entre mim e o médico, eu o deixava viver e ele descobria algo realmente útil em vez de tentar descobrir como gente rica pode viver mais tempo sem virar sanguessuga. Sem ofensas.

— Não me ofendeu. Imagino que pela determinação de Enzo em mantê-lo vivo, você prometeu que seria ele quem o mataria.

— O meu acordo com o médico era claro, estaria sob a minha proteção desde que ele continuasse a pesquisa com sangue de vampiro focando apenas na cura de doenças terminais. Só não falei por quanto tempo essa proteção se estendia ou contra quem ele estava protegido.

— Mentiu?

— Manipulei. Então está tudo bem, viajantes fora de ação. Avery protegido. Elena viva. Stefan lidando com complexo de culpa... E os Mikaelson? Voltaram para Nova Orleans?

— Sim. Pouco depois que você foi levada, eles simplesmente foram embora. Ligam as vezes para saber noticias do seu paradeiro, mas felizmente não fizeram nenhuma visita ainda.

— Bom. E você?

— O que tenho eu?

— Damon.

O vampiro olhou para o prato dela, não queria soar vulnerável diante da garota que estava mais frágil do que jamais tinha estado, não ia enganá-la também por que sabia que uma ligação pra Caroline e a bruxa teria todas as respostas que ele omitia.

— Faça uma pergunta objetiva, eu respondo se você comer.

— Frutas e leite, que tal começar por algo leve?

Damon concordou e pegou algumas bananas e leite na geladeira.

— Vou comprar mais algumas coisas saudáveis depois, comece.

— Como está se sentindo, de verdade? – ela tomou um gole de leite fazendo uma careta que se suavizou aos poucos.

— Estou feliz.

— Damon.

— Perguntou como eu estou. Eu estou feliz. Desde que o médico disse que você ia ficar bem que me senti aliviado, capaz até de cantar se eu cantasse.

Ela tentou não sorrir, mar era difícil ignorar o efeito do sorriso dele.

— E antes disso? Antes de meu retorno, como estava? – outro gole de leite acompanhado de careta.

— Triste, magoado, frustrado, irritado, letal.

— Por quê? – desta vez não houve careta.

— Por que eu não tinha meus amigos, nem Elena. Por que Stefan tinha partido. E por que toda vez que Liz me encontrava ela tentava me animar de um jeito tão maternal que era difícil não notar a piedade dela por mim.

— Entendo.

Ela deu de ombros, terminou de tomar o leite e foi ver a filha que tinha começado a chorar. Damon mandou uma mensagem para a xerife, ia precisar de ajuda para fazer a bruxa falar.

Liz tinha passado para ver como estavam e preparou o jantar para evitar que Damon “se arriscasse” na cozinha outra vez, não que ele não fosse capaz de seguir as instruções de como fazer macarrão com queijo que achou em um site culinário, ele só não tinha talento na cozinha. Agora estavam sentados á mesa, Hope dormia no quarto da mãe dentro do berço que o vampiro havia comprado naquela tarde, Liz observava Bonnie com atenção.

— O que foi xerife? – ela perguntou deixando o potinho de iogurte de lado.

— Devia comer algo, está tão magra.

— Eu tentei, juro que tentei. Mas não consegui.

E tentou mesmo, Damon praticamente a chantageou para que comesse, mas depois dela vomitar pela quarta vez só em mastigar uma maça ele desistiu.

— Aos poucos ela vai se readaptando á comida – disse o vampiro – Enquanto isso eu usarei os gatos da vizinhança como cobaia.

— Está me comparando á um bichinho de estimação?

— Eu não disse isso, só que é melhor ver se não causarei uma intoxicação alimentar em você.

Liz revirou os olhos, ela tinha dito que a comida de Damon serviria para intoxicar a cidade toda, ela mudou de assunto antes que ouvisse outro comentário do vampiro.

— Não entendo a lei das bruxas, mas não vejo razão para te prenderem por tanto tempo se estava apensas se defendendo.

— Eu tentei argumentar isso, mas quem daria bola para uma bruxa comum Nível 5? Sem treinamento adequado, sem clã, sem conhecimento suficiente e aliada de vampiros? Para eles eu era uma criminosa mui perigosa que precisava ser detida antes que causasse danos irreversíveis para todos.

— Quantos Níveis de Bruxaria existem?

— Onze. Não sei como eles classificam isso, nem pretendo saber. Só sei que ficaram muito ofendidos com minha capacidade sobrenatural.

— Se você é uma bruxa... hmm, inferior, por que te deram tanta importância?

— Politica, eu era a prova de que a rainha deles, Mina, tinha relações perigosas fora do reino. Eu perigosa, Mina é dez vezes mais letal que todos os sobrenaturais que já conheci e acham que eu sou perigosa.

— Mas você está livre, eles provaram o contrário, não provaram?

— Não. Só estou viva por que o executor era aliado de Mina e se recusou a me matar enquanto eu estava gravida, por isso me mantiveram presa, quando Hope nascesse iam manda-la de volta para cá e me matar.

— Então você fugiu?

— Fui resgatada, alguns meses antes dela nascer. Depois ajudei Mina a recuperar o trono e ela pode finalmente abrir o portal que me trouxe de volta. Fizemos um acordo de selar o portal para que não houvesse chance de virem atrás de mim. Por isso afoguei o livro, sem rastros sem perseguição.

— Mas você usa magia deles – disse Damon depois de um breve silencio – Mina te acha quando você usa a magia.

— Por isso não usarei mais magia negra, só a boa e velha magia ancestral Bennett. Inofensiva.

A xerife ainda vez outras perguntas mais até o fim do jantar. Enquanto secava os pratos que Damon lavava, ela comentou séria:

— Eu devia estar muito zangada com sua artimanha, mas agradeço por insistir.

— Não sei do que está falando – ele mentiu.

— Usar a xerife para me interrogar, uma jogada suja.

— Está mesmo chateada?

— Sinceramente? Ficaria se não fosse você, mas te conheço o bastante para saber que ia ter suas respostas de qualquer modo e confio o suficiente de que não irá falar mais do que deve á ninguém.

— Eu te amo – ele disse num tom tão sério que Bonnie sentiu-se arrepiar.

— Eu sei – ela respondeu voltando sua atenção para o prato.

Só muito depois, quando se preparava para dormir foi que percebeu que disse “eu sei” em vez de “eu também”.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse final ficou imprevisivel, é que me cansei de Bonnie sempre correndo atrás dos outros e resolvi que ela tinha que ser mais madura agora que é mãe.

Falando nisso, no capitulo seguinte ela e Klaus se reencontrarão e...



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