Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 21
Perdida




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A porta se abriu com um estrondo e só perceberam quem era a invasora quando ela se jogou no sofá largando a bolsa no chão, evidentemente aborrecida.

— O que houve? – Elena perguntou ainda surpresa com a invasão.

— Meus parabéns – Caroline estava zangada e com muitos motivos – Klaus e companhia estão retornando para Mystic Falls.

— Que ótimo, o Damon vai ficar feliz quando souber que Stefan está voltando.

— Está brincando não é? Depois de tudo o que passamos para te manter á salvo você foi se exibir para Klaus que aparentemente ainda quer seu sangue.

— Caroline, entenda que eu precisava ver o Stefan...

— Pra que? Damon é vampiro sabe lidar com isso melhor do que você. Mas não foi para isso que vim até aqui, eu vim para confirmar sua presença no trote dos veteranos.

— Eu não vou.

— Vai, nem que eu tenha que obrigar a Bonnie á te enfeitiçar para isso, mas você vai e pronto final.

E foi, Elena estava abatida e mais fragilizada do que nunca, mas não teve muitas opções além de aceitar a sugestão – ameaça – de Caroline e ir á escola onde seus amigos a esperavam com papel, tinta e sorrisos travessos de crianças que vai aprontar. Pela primeira vez em meses os estudantes estavam agindo com a irresponsabilidade de sua juventude, divertiam até a inesperada chegada de Klaus que depois de um desnecessário ato de violência levou Elena.

— Ela vai ficar bem – garantiu Bonnie – Klaus precisa dela viva.

— Ele é um lunático que vai acabar a matando – Damon estava furioso por só ter sido comunicado do retorno do irmão com o híbrido a cidade depois de terem levado Elena – Por que deixaram que fizesse isso?

— Não deixamos nada – interferiu Caroline encerrando a ligação para a mãe – Tentamos impedi-lo, só que...

— Só que? O que houve?

— Klaus mandou Stefan matar a todos nós caso Elena não fosse com eles e como ela é uma estraga prazeres, foi com eles.

— Temos que acha-los, ela está em perigo.

Bonnie revirou os olhos, estava começando a ficar irritado com aquilo, passar pela paixão desenfreada de Delena uma vez era o suficiente para mil encarnações, não precisava ter que suportar todo o drama adolescente da amiga de novo.

— Trago a Elena de volta com uma condição – propôs á Damon – Nunca mais me pedirá para salvá-la das burradas que ela ou você cometerem.

Damon olhou para bruxa com certa duvida de suas palavras, seria ela capaz de ignorar mesmo um pedido de socorro dos amigos? Certo de que a bruxa nunca negaria ajuda á quem lhe pedisse, aceitou seus termos.

Klaus tentou mandar Bonnie ir embora, nem mesmo sabia como ela tinha o encontrado, a bruxa se recusou a ir embora sem Elena e ante seu argumento, o híbrido não teve outra opção além de permitir que a humana fosse “devolvida”. Matt que acompanhava a amiga levou Elena que estava ligeiramente zonza, para o carro, Bonnie olhou ao redor com um vinco na testa e debochou de modo irritante sobre o gosto peculiar de um homem de quase mil anos por hotéis, comentário á qual Klaus ignorou com um gesto de descaso, como se não se importasse com as instalações.

— Ah! E antes de ir informo que sequestrei o Stefan.

— Você o que? – Klaus se adiantou para a bruxa que o parou com um aneurisma.

— Não me faça ameaças, você tem o Tyler. Agora vou indo, preciso religar a humanidade de um estripador e torna-lo imune ao seu charme.

— Isso não vai ficar assim – disse o híbrido quando Bonnie saia.

Bonnie movida de uma súbita sensação de normalidade, como se tudo não passasse de uma briga à lá Sr. & Sra. Smith, voltou até onde o híbrido estava a se levantar, se curvou á altura em que se encontrava e com um tom divertido falou:

— Aguardarei ansiosa pelo nosso reencontro – e sem embaraço beijou-lhe os lábios.

Klaus sorriu malicioso dizendo que da próxima vez seria ela quem ficaria de joelhos e com um sorriso igualmente pervertido, a bruxa saiu do quarto. Elena que estava semiconsciente no carro junto de Matt, á sua espera, sussurrou:

— Por que demorou?

— Estava me despedindo.

No porta-malas, um Stefan amarrado, amordaçado e enfraquecido pelo excesso de verbena ao seu redor, tentava ficar acordado e na posição desconfortável em que Matt e Bonnie o colocaram naquele espaço minúsculo, tentava em vão se desamarrar.

Damon estava preocupado com a reviravolta dos acontecimentos. Primeiro a irmã de Klaus, que ele nem sabia existir, passa a frequentar a escola na mesma turma de Elena e seus amigos. Bonnie sequestra Stefan. Tyler vira híbrido e Elena fica cada vez mais próxima á ele. Ele estava se sentindo no meio de um filme de suspense tendo que lidar sozinho com todas as improbabilidades do destino causadas por um vilão que nem era tão assustador, quase um Hannibal Lecter brincando com a comida.

E o que ele podia considerar parcialmente melhor era o fato de Elena ter voltado para casa com intenção de ficar longe de Klaus que achava que o sangue mágico dela era sua propriedade. Alaric assumiu a responsabilidade de cuidar de Elena como se fosse seu tutor, Bonnie informou para a amiga antes de sair de Mystic Falls que a casa dos Gilbert estava protegida do sobrenatural com um amuleto poderoso. Damon conheceu o poder de tal amuleto quando foi visitar Elena e Alaric, como precisou que fosse convidado á entrar pensou que aquilo era tudo, mas o entrar na casa sentiu um frio anormal percorrer seu corpo e a magia foi bloqueada, durante as horas que ficou dentro da casa ele se tornou inteiramente humano. Elena ficou obcecada por aquilo á um nível psicótico e permaneceu todo tempo livre de seu dia procurando por algum objeto diferente ou fora do lugar, estava tão obcecada por aquilo que por breve período se esqueceu de Stefan que tinha sido “sequestrado” por Bonnie, para quem ela ligava á cada hora na esperança de que a bruxa se desse ao trabalho de ligar o celular.

Depois de uma longa e perturbadora semana, Damon estava finalmente descansando em companhia de uma garrafa de Bourbon, tinha até desligado o celular para evitar que o tirassem de seu momento de lazer, quando ouve o som característico do motor de um carro, fica atento e depois de alguns segundos quem entra em casa é um Stefan com aspecto cansado, como se não dormisse há um século e meio. Sua primeira ação e pegar a garrafa de uísque e beber como se fosse o último sangue da terra, então se larga no sofá jogando o casaco de lado e deitando a cabeça para trás e fechando os olhos.

— Stefan? – Damon parou buscando algum sinal de agressividade no outro.

— Olá, irmão.

— O que aconteceu?

— Fui sequestrado.

— E a Bonnie? – Damon olhou de modo mecânico para a porta como que esperando que a bruxa entrasse.

— Ela não veio comigo.

— Percebi, quero saber como ela está.

— Quando nos separamos ela estava bem, comemorando por ter religado minha humanidade e me livrado do controle de Klaus.

Diante da informação Damon se sentou, tomando a garrafa do irmão e bebendo.

— Ela levou menos tempo do que eu levaria para te trazer de volta, o que ela usou como chave?

— Morte. Ela me fez recordar cada pessoa que matei ao longo dos anos enquanto estava sem humanidade, me fez sentir o que de cada um deles sentiu nos últimos minutos de vida, como se formasse um elo com fantasmas que criei ao longo de 150 anos. Mesmo depois de religar a humanidade ela me manteve naquele pesadelo emocional até sentir a dor de todas minhas vitimas. Preciso descansar.

— Descanse pelo tempo que precisar, eu vou visitá-la.

— Bonnie não está em casa. Ela não veio comigo.

— E onde ela está? O que fez com ela?

— Não fiz nada, modere o tom acusador. Bonnie disse que precisava de um tempo longe de nós e decidiu ficar com a mãe.

— A mãe dela não está morta?

— Não, Abby abandonou a cidade quando Bonnie era criança só se reencontraram agora.

— E onde essa mãe mora?

Stefan abriu a boca para responder, mas percebeu que não se lembrava. Em menos de uma hora a noticia de seu retorno já tinha se espalhado e muitas perguntas sobre Bonnie e sua mãe foi feita, mas quase nenhuma resposta foi dada por que Stefan passou muito tempo em estado de sono revivendo a morte de milhares de pessoas e quando despertou foi apresentado á Abby que ainda estava se habituando a presença da filha e tentando se atualizar do que acontecia em sua cidade natal. Depois de se certificar que Bonnie estava bem, ele voltou para casa, deixando todas as lembranças sobre o paradeiro da bruxa para trás.

— Mas e a escola? É nosso último ano – Caroline se preocupou com o fato.

— Ela se transferiu para uma escola local.

— E nem nos avisou, nem se despediu. Juramos que nos formaríamos juntas, as três.

— Bonnie disse que não quis correr o risco de convencê-la a ficar e por isso vai manter o celular desligado até ter certeza que ouvir qualquer um de nós não a faça arrumar as malas e voltar.

Damon ouviu tudo num silêncio amargo, significava tão pouco assim para Bonnie para que ela nem se desse ao trabalho de informar para ele sua decisão de partir? Enquanto Stefan era interrogado por Elena e os outros, Damon se afastou e resolveu ir procurar sangue fresco. O celular vibrou informando o recebimento de uma mensagem e ia ignorar pensando que era Elena ou Alaric, mas o número era de Bonnie e ele se adiantou á ler:

“Volto logo, só não sei quando. Cuide dos outros. E não arranje problemas maiores que sua capacidade de resolver”.


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Notas finais do capítulo

Sinceramente, acham que exagerei?



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