Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 20
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As coisas saíram do controle quando Mason tentou impedir que Klaus usasse Tyler no seu ritual. Os lobisomens atacaram durante o ritual de sacrifício, foi uma luta sangrenta que resultou em morte de vários lobisomens. Mas de nada adiantou. Mason foi morto de modo violento por Klaus o que deixou todos receosos do poder que Klaus podia realmente possuir uma vez que a mordida de lobisomem não fez efeito algum sobre ele. Damon quase morreu por causa de uma mordida de lobisomem, infelizmente Stefan se sacrificou para ajuda-lo e agora estava sabe-se lá onde com Klaus. Tia Jenna morreu de um modo violento e Jeremy... Com Bonnie afetada por causa de sua paramnésia, Jeremy estava morto. Elena tinha entrado em depressão por causa disso e se mudado para a casa dos Salvatore, razão por qual ela abriu a porta na manhã de seu 18º aniversário vestindo uma camisa do Stefan.

— E isso é o traje de uma aniversariante infeliz – disse Caroline empurrando Elena para dentro, como se alguém pudesse vê-la como estava.

Elena nem se importou com a ofensa, por que estava com os olhos focados em Bonnie que entrou no casarão com cautela.

— O que faz aqui, Bonnie? – quis saber a humana.

— Que pergunta! – começou Caroline – É seu aniversário, sei que sempre toma seu café em família nos aniversários. Infelizmente única família que te resta somos as amigas.

— Não precisavam vir. Eu quero ficar sozinha.

— Bom dia, Damon – Caroline gritou e o vampiro respondeu da cozinha que não era surdo – Está mesmo muito sozinha, aproveitando o sumiço de Stefan para colocar as garras em cima do cunhado gato.

Elena arregalou os olhos, fazendo-se de muito ofendida.

— Eu amo o Stefan, como pode insinuar que estou aqui para ficar com Damon?

— Eu não disse isso, se foi isso que entendeu problema seu. Agora vamos falar sobre sua festa...

— Não! Caroline eu não quero festa, não tenho nada para comemorar.

— Como não? – questionou a bruxa – É seu 18º. Hoje está oficialmente no mundo dos adultos.

— E como eu posso comemorar isso, Bonnie? Tia Jenna e o Jeremy estão mortos e Stefan foi levado por Klaus.

— E por isso vai ficar chorando o dia todo? Já faz uma semana, Elena. Está na hora de começar a reagir.

— Eu não consigo mais lutar, Caroline, dói tanto. Eu queria que minha vida fosse como era antes, quando meus pais estavam vivos. Lembram-se?

— Vamos embora – Bonnie pediu á vampira – Ela quer ficar sozinha com seus dramas.

— Dramas Bonnie? Minha família toda está morta e você diz que é um drama?

— Quando seus pais morreram eu compreendi seu luto que durou mais tempo que o necessário, mas agora está sendo dramática sim por que até onde eu consegui entender você foi quem arrastou o que sobrou de sua família para o sobrenatural que eles desconheciam. Caroline, se você quer ficar aqui escutando as lamentações da Elena, tchau.

Bonnie se virou para ir embora, ouviu Caroline gritar e antes de se virar foi derrubada por Elena que estava furiosa. Damon surgiu com uma espátula na mão. A bruxa não reagiu a agressão da amiga, nem tentou se defender. Foi Caroline e Damon quem tirou Elena de cima de Bonnie que se levantou com a calma de uma artista. Se aproximou de Elena que percebeu o que tinha feito e começou a chorar.

— Tudo bem Elena.

Elena, chorando ainda, se atirou nos braços de Bonnie pedindo desculpas e a bruxa segurou o rosto da garota entre as mãos.

— Engula as lágrimas – Bonnie sussurrou e a aniversariante gritou sentindo uma súbita dor nos olhos e caiu desacordada.

— O que fez com ela? – perguntou Damon agressivo.

— Se fiz certo devo ter desligado a fonte das lágrimas. Se errei devo ter apagado a memória dela. Mas quem se importa?

A bruxa ia saindo quando o vampiro entrou no seu caminho a impedindo de passar.

— Você tem causado problemas demais, Bonnie. Não vai sair daqui até eu ter certeza que Elena está bem.

Bonnie cruzou os braços e com a suavidade de uma ameaça informou:

— Eu nem queria vir á sua casa, só vim por que Caroline disse que eu e Stefan fomos amigos em algum momento antes do branco que me deu e, como Elena o ama tanto, seria um bom presente de aniversário localizar o namorado dela, só que a Elena da qual eu lembro não era assim e, se sou amiga mesmo do Stefan vou dar á ele a dádiva de ficar longe de uma garota mimada. Invisiqüe.

Ela desapareceu deixando um Damon irritado olhando para os lados. Caroline estava sentada no sofá olhando para Elena desacordada ainda no chão.

— Bonnie perdeu de vez o controle – disse Damon, acusador.

— Me pareceu que ela tem absoluto controle de si mesma, a diferença é que ela parece ter amadurecido uns cinquenta anos em pouco tempo. Talvez uma pancada na cabeça a traga de volta.

Damon observou a expressão de Caroline que parecia estar falando muito sério sobre dar uma pancada na cabeça de Bonnie, ele não teve tempo de refletir sobre a sugestão da loira por que Elena acordou.

— Como você está? – o vampiro perguntou se ajoelhando ao lado da jovem.

— Bem. Um pouco tonta. Onde está a Bonnie?

— Provavelmente avisando á Klaus que ela pode rastreá-lo via GPS e que ele deve trocar o celular e não ligar mais para ela – Caroline respondeu com grosseria – Se lembra de como agiu feito idiota ou convenientemente se esqueceu disso?

— Não esqueci e lamento profundamente por isso eu... eu... – Elena queria chorar, mas era como se de repente suas lágrimas tivessem secado – O que ela fez comigo? O que a Bonnie me fez?

Caroline achou engraçado o fato de Elena não conseguir chorar por mais que tentasse ou sentisse vontade, Damon achou crueldade de Bonnie fazer algo assim.

— Precisamos fazer a Bonnie se recuperar, ela sem memória consegue ser pior que um vampiro com humanidade desligada.

— Não contem comigo para isso, estou gostando dessa Bonnie fria.

— Gostando? Caroline, ela me enfeitiçou.

Não que Caroline se importasse com o fato de Elena não consegui chorar, até gostava de saber que isso era possível por que assim não precisava aturar as lamentações infinitas dela, ainda que a personalidade continuasse insossa.

— Tudo bem, eu vou ajuda-los a transformar nossa amiga em capacho novamente.

Damon estava na estrada com Elena em busca de Stefan quando recebeu uma ligação inesperada de Bonnie:

“Obrigada, meus sinceros agradecimentos”.

— Não por isso, mas por que me é grata mesmo?

No banco do carona, Elena observava curiosa a expressão e o tom do vampiro, incomodou-se pelo sorriso amigável no rosto dele quando começou a falar e não demorou a entender que era Bonnie do outro lado.

“Por não ter ido atrás de Mikael. Vi que minha mensagem foi enviada e Vicki disse que não pediu para ela o endereço”.

— Isso já faz semanas e eu não fui por que as coisas ficaram complicadas depois da mensagem e precisei priorizar as coisas. Espera se lembrou da mensagem?

“Sim, eu disse que era passageiro, não disse? Aliás, Caroline foi pega numa armadilha, Tyler e a xerife estão cuidando disso. Matt está bravo comigo e Alaric está ficando esquisito”.

— Esquisito como? E por que Donovan ficaria bravo?

“Por que Vicki está do outro lado do país e ele não sabe a razão disso. Alaric está numa fase de superproteção que incomoda, é como se ele quisesse colocar todos nós em uma bolha onde nenhum mal possa nos atingir. Ele está paranoico, por que diabos você não o levou consigo para Chicago?”

— Não pensei nisso, quando recebi uma pista de Stefan sai apressado demais para informar outras pessoas.

“Não o bastante para deixar Elena. Levar Elena na direção de Klaus, você tem idéia da estupidez que estão cometendo?”

— Eu posso proteger a Elena...

“Não foi capaz de proteger o Stefan”.

Damon apertou a mão no volante e ignorando a presença de Elena pisou fundo no acelerador, tentando focar á frente para não gritar contra Bonnie. Elena se agarrou em seu banco, apertando os olhos com força e dando um grito que ecoou vazio, perdendo o resto da conversa do vampiro que tinha momentaneamente se esquecido de sua frágil presença.

— Eu fiz o possível – disse com firmeza – Mas Stefan não é nenhuma criança que precise de minha proteção.

“Um eternidade de sofrimento, não foi o que prometeu á ele?”.

— Está achando que tudo o que tem acontecido é por que eu prometi algo num momento de raiva há mais de cem anos?

“Eu te conheço Damon Salvatore e... Oi, Dra. Fell...” – e uma voz que Damon desconhecia disse algo sobre os exames da bruxa – “Eu preciso desligar, Damon. Continuamos essa conversa quando voltarem”.

E antes que ele dissesse mais alguma coisa, ela desligou. Damon sabia que a família Fell pertence aos fundadores de Mystic Falls, só não conhecia essa doutora com quem Bonnie falava, se bem que ele não conhecia muitas pessoas ainda que morando a tempo suficiente para isso naquela cidade. Será que a bruxa tinha algo grave? Diminuiu a velocidade e só então percebeu a presença de Elena que estava lívida de medo. Damon se desculpou, mas não conseguiu evitar comparar o temor visível em Elena com o tom despreocupado de Bonnie quando ele tentou assustá-la dirigindo com imprudência. Bonnie estava bem ou quase e isso já era algo positivo.

Bonnie tinha o pressentimento que aqueles flashes iam a perseguir para o resto da vida, compreendia agora o sentido de dupla personalidade que até então era apenas coisas de personagens de livros de mistério ou filmes de comédia. Por três semanas ela ficou fora do ar, foi outra pessoa. Uma que desconhecia seus amigos, que tinha prazer em ser má, do nada ela voltava a ser a Bonnie de sempre e três semanas de sua vida desaparecia de sua lembrança, mas seus amigos se lembravam dos dias em que ela não era a mesma.

Durante esse período sofrendo de “paramnésia”, ela mudou de médico, deixou Jeremy morrer, perdeu a confiança dos amigos e forjou uma aliança perigosa com Klaus. O pior é que estava com aquela mesma sensação de quando voltou de Nova Orleans, a sensação de que estava tudo bem. Só não conseguia lembrar a razão desse bem estar.

— Seus exames físicos estão em ordem – informou Meredith Fell – Talvez precisemos da avaliação de um psicólogo, um especialista talvez nos dê uma visão diferente sobre o caso.

— Você é membro do Conselho dos Fundadores – disse Bonnie interrompendo a explicação da médica – E também é membro da Sociedade Agustine. Então vou poupar seu tempo e informar que o que eu tenho é sobrenatural.

Meredith Fell ficou estática com a informação, que ela era membro do Conselho da Cidade, todos sabiam por que ela era uma Fell, mas ninguém em Mystic Falls sabia que ela era membro da Agustine, só Grayson Gilbert que foi seu tutor quando ainda era aluna de medicina, sabia sobre seu trabalho com sangue de vampiro, foi ele quem a instruiu á não divulgar para o mundo o segredo dos vampiros e a indicou para a sociedade secreta de pesquisadores sobrenaturais. A médica não gastou energia negando qualquer informação, por que era óbvio que a garota sabia.

— Como sabe sobre isso? Sobre a Sociedade Agustine?

— Segredo.

— Você é uma Bennett, eu já devia esperar por algo do tipo, sua mãe também gostava de se meter onde não era chamada.

— Vamos deixar a Abby fora da conversa, eu só não quero que fique especulando por ai sobre mim.

— Sou uma pesquisadora, Bonnie. No campo sobrenatural onde atuo é raro ter uma bruxa por que a maioria tem médicos no próprio clã, e seu caso gera interesse de qualquer pessoa.

— Já assistiu a aquele filme com Adam Sandler, Click? Quando o Controle do Tempo começa a trabalhar em modo automático sempre acelerando tudo e deixando o personagem sem lembranças de como aconteceu? O que acontece comigo é semelhante, uso muita energia com feitiços e enquanto meu corpo recarrega entro em modo automático.

— Quer dizer que não se lembra das coisas que faz?

— Quero dizer que coma, convulsões, desmaios e perda parcial da memória são apenas sintomas do uso exagerado da magia. Sou novata nessa coisa de bruxa, ainda estou aprendendo a lidar com a existência do sobrenatural e com meus poderes. Sem orientação adequada sou como um peixe de água doce no oceano.

— Então sabe de sua condição e mesmo assim se arrisca? Não tem medo de, como no filme, gastar seu tempo antes do tempo e morrer sem ter vivido?

— Medo eu tenho, mas sou a única bruxa em Mystic Falls disposta a se sacrificar para manter os humanos seguros. Ou desconhece as razões de tantos acidentes e incidentes em nossa cidade?

— Vampiros e lobisomens – disse a médica pensativa – Tudo bem, vou guardar seu segredo contanto que guarde o meu, sobre a Sociedade Agustine.

— Certo. Esqueça o que sabe sobre mim e eu esqueço o que sei sobre você.

Um apertar de mãos foi o suficiente para que a médica se tornasse incapaz de lembrar qualquer coisa sobre Bonnie á menos que estivesse diante da mesma. Um erro Bonnie sabia, mas já tinha falado demais e não podia voltar atrás sem cometer erros piores.


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