Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 18
Jovens Bruxas




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Ela estava voltando da escola, onde estavam organizando o baile dos anos 60, passou no Grill para ver á quantas andava a calmaria do lugar. Depois de concluir que estava tudo melhor do que fora em uma vida já não existente, despediu-se dos seus conhecidos presentes ali e ia embora. Mas assim que saiu do pub, foi barrada por Jules e Mason.

— O que querem? – perguntou já imaginando qual seria o assunto.

— Quero saber o que fez com meu sobrinho – exigiu o lobisomem.

Ela gostaria de ter uma resposta clara para essa questão, mas sendo sincera com si mesma, Bonnie Bennett tinha um espaço em branco que coincidia com a semana que passou em Nova Orlenas. Tinha uma vaga impressão de que estava tudo bem, mas a razão de estar tudo bem lhe escapava.

— Nada. Ligue para ele se não acredita em mim, Tyler está bem. Longe de sua má influência.

— Minha má influência? Você e seus amigos mataram Katherine.

— E daí? Vingar-se não vai mudar o fato dela estar morta. E se agir como um psicopata matando os amigos de Tyler não é ser má influência, o que é?

Mason deu um passo á frente e caiu de joelhos junto de Jules. Bonnie se curvou á altura deles com um meio sorriso divertido:

— Se tivesse ligado para Tyler antes de vir atrás de mim, saberia que minha magia voltou.

Os lobisomens tentaram olhar para ela, mas a dor era insuportável. Stefan que passava por ali, indo para o Grill, parou ao ver os inimigos ameaçadoramente perto da bruxa e se surpreendeu quando eles caíram diante dela.

— Não disse que sua magia voltou – disse o vampiro já ao lado da bruxa.

— Ninguém me perguntou nada – e para Mason – Você e Tyler são os últimos Lockwood vivos, seria um desperdício ter poupado sua vida antes para mata-lo agora. Em nome da sua família, me deixe em paz.

O feitiço da bruxa tinha sido interrompido, mas ela os manteve ajoelhados por cautela. Mason olhou fixamente para Bonnie que segurou o olhar, então o lobisomem baixou a cabeça com um movimento imperceptível de rendição, e foi liberado do feitiço com sua companheira de alcatéia. Uma vez em pé, Mason garantiu que não sairia de Mystic Falls e que enquanto a bruxa mantivesse os vampiros longe da orla da floresta onde os lobisomens acampavam, eles conviveriam pacificamente.

— Em fim trégua – disse Stefan quando os lobisomens se afastaram.

— Entre nós e Mason talvez, mas e os outros?

— Eu também não gostei do modo com que Jules reagiu á decisão de Mason – Stefan concordou sabendo á que a amiga se referia – Espero que ele tenha pelo menos um pouco de controle sobre os outros.

— Um grupo de lobos desgarrados seguindo a liderança de ninguém? Isso parece prenúncio de guerra.

— Se queres paz prepara-te para a guerra – filosofou o vampiro fazendo a bruxa rir – E então? Já consegue se lembrar do que aconteceu quando ficou fora de Mystic Falls?

— Podemos fingir que eu estou guardando segredo sobre o assunto? Não quero que saibam que estou tendo falhas de memórias.

— Não quer que o Damon saiba, estou certo?

A bruxa olhou para o vampiro e deu de ombros.

— Não é assunto dele. E o que importa é que eu me lembre dos feitiços que possa ajuda-los.

— Isso não é verdade, Bonnie.

— Não é? Assim que souberem que eu recuperei a magia irão querer saber se não posso ser o plano B deles contra o Klaus.

E obviamente a negra tinha razão, assim que contaram para os outros sobre ter conseguido a magia novamente, Damon questionou se ela estava disposta á ser útil ou continuaria agindo contra eles. Bonnie não respondeu, quem o fez foi Stefan.

— Bonnie está lidando com outros problemas agora, vamos ter que cuidar da proteção de Elena, sozinhos.

Elena se virou para a amiga, arregalou os olhos e perguntou:

— Que outro problema você tem? Achei que impedir Klaus fosse prioridade.

— Para mim Klaus nunca foi prioridade, se dependesse de mim já teria te dado sangue de vampiro e afogado na banheira.

— Bonnie! – Caroline interrompeu – Não precisa falar assim com Elena, só queremos saber o que anda ocupando tanto seu tempo para nos negar sua ajuda.

— Estou trabalhando numa maneira de neutralizar os efeitos da mordida de lobisomem em vocês. Ou acha que salvar a pele de Elena é mais importante que acabar com a vantagem que eles têm?

— Nesse caso está perdoada – disse a vampira – Afinal, Elena já tem protetores mais que o suficiente.

— Obrigada, Caroline. Fico feliz que pelo menos alguém me apoie aqui.

— Eu te apoio – disse Stefan que estava com o braço em volta de Elena – E se precisar de ajuda contra os lobisomens pode contar comigo.

E se precisar de ajuda pode contar comigo.

Ele tinha mesmo ouvido aquilo? É claro que tinha afinal quem o disse foi Stefan. O irmão perfeito. Olhou para Bonnie para ver como ela reagia á gentileza de Stefan. A bruxa olhava para os lados, como se tivesse perdido alguma coisa.

— Algum problema Bonnie?

— Onde está o Alaric?

— Não sei, na verdade eu não o vejo desde ontem. Por quê?

— Mau pressentimento, eu acho melhor ir procura-lo.

E sem esperar qualquer argumento sobre assunto, Bonnie foi embora. Damon a seguiu, pedindo que os outros deixassem que eles encontrassem Alaric.

— Por onde começamos a busca? – ele perguntou segurando-a pelo braço antes que entrasse em seu carro.

— Pelo Alaric? Em parte nenhuma, não estou indo atrás dele só disse isso para poder ir embora sem começar uma discussão inútil.

— Foi o que imaginei. O que está acontecendo com você? Anda muito evasiva.

— Eu estou bem, estou apenas tendo que aprender á lidar com situações novas.

— Que situações?

— Situações emocionais que eu não esperava viver.

Damon arqueou a sobrancelha, esperando por uma explicação mais convincente.

— Amo um vampiro de quase duzentos anos que está apaixonado pela cunhada que por acaso é uma de minhas melhores amigas e que precisa de minha ajuda, e toda vez que ouço o homem que amo dizer que preciso ajudar essa minha amiga sinto vontade de queimá-los vivos. Viu só? Nada de mais, só drama de adolescente.

O vampiro abraçou a bruxa. Sabia que ela tinha sido franca em cada palavra e isso o deixava mais indeciso ainda. Sentia atração por Elena, e se envolvesse com ela mesmo que só sexualmente, ia magoar Bonnie. Tudo o que ele não queria era magoar a jovem bruxa.

— Conversei com Elijah sobre Elena – disse inseguro de que fosse o momento para isso.

Bonnie desfez o abraço e recostou no carro.

— Finalmente decidiu aceitar a ajuda dele?

— Não confio nele para tanto. Mas ele me contou sobre uma mulher chamada Tatia, sobre Katherine, sobre a maldição do sol e da lua e o que tudo isso tinha haver com o irmão dele. É uma história familiar digna de biografia.

— Vai logo para o que interessa. Elena.

Damon resumiu do seu modo peculiar tudo o que Elijah contou sobre as doppelgänger e a ligação que elas tinham com a criação dos vampiros, finalizando com o poder dos feitiços quando feitos com o sangue magico de Elena ou suas cópias. Enquanto narrava os dados, o vampiro prestava atenção á cada reação da bruxa que o ouvia atenta, um vinco de preocupação na testa e o dedo repuxava a fita verde no pulso num gesto que estava se tornando compulsivo.

— Você já sabia disso tudo, não sabia? – questionou depois de terminar narração de sua conversa com Elijah.

— Que Elena era uma doppelgänger? Sim. Mas eu não podia contar á vocês.

— Por que não? Ela é sua amiga e está em perigo. Todos nós estamos.

— Damon eu não quero mentir para você então não me faça perguntas difíceis.

— O que está escondendo Bonnie?

Ela se calou, olhando para ele com receio antes de responder.

— Sabe os pesadelos que eu tenho? São premonições. Eu sonho todas as noites com um monstro destruindo Mystic Falls e matando vocês. Eu sou o monstro que faz isso e cada decisão que eu tomo faz o pesadelo ficar pior. Eu prendi Q’rey numa prisão dimensional, mas ele continua me afetando.

— Quem é Q’rey?

— Alguém que com muita sorte nenhum de vocês precisará enfrentar. Preciso ir, tenho coisas para fazer.

Damon deu um passo para trás e ela entrou no carro.

— Nos veremos amanhã no Baile dos anos 60? – ele perguntou quando ela girou a chave.

— Claro – e abrindo um largo sorriso – Quem vai te salvar se seu plano der errado?

O vampiro riu alto.

— Meus planos nunca falham eles são perfeitos.


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