Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza
Ela estava voltando da escola, onde estavam organizando o baile dos anos 60, passou no Grill para ver á quantas andava a calmaria do lugar. Depois de concluir que estava tudo melhor do que fora em uma vida já não existente, despediu-se dos seus conhecidos presentes ali e ia embora. Mas assim que saiu do pub, foi barrada por Jules e Mason.
— O que querem? – perguntou já imaginando qual seria o assunto.
— Quero saber o que fez com meu sobrinho – exigiu o lobisomem.
Ela gostaria de ter uma resposta clara para essa questão, mas sendo sincera com si mesma, Bonnie Bennett tinha um espaço em branco que coincidia com a semana que passou em Nova Orlenas. Tinha uma vaga impressão de que estava tudo bem, mas a razão de estar tudo bem lhe escapava.
— Nada. Ligue para ele se não acredita em mim, Tyler está bem. Longe de sua má influência.
— Minha má influência? Você e seus amigos mataram Katherine.
— E daí? Vingar-se não vai mudar o fato dela estar morta. E se agir como um psicopata matando os amigos de Tyler não é ser má influência, o que é?
Mason deu um passo á frente e caiu de joelhos junto de Jules. Bonnie se curvou á altura deles com um meio sorriso divertido:
— Se tivesse ligado para Tyler antes de vir atrás de mim, saberia que minha magia voltou.
Os lobisomens tentaram olhar para ela, mas a dor era insuportável. Stefan que passava por ali, indo para o Grill, parou ao ver os inimigos ameaçadoramente perto da bruxa e se surpreendeu quando eles caíram diante dela.
— Não disse que sua magia voltou – disse o vampiro já ao lado da bruxa.
— Ninguém me perguntou nada – e para Mason – Você e Tyler são os últimos Lockwood vivos, seria um desperdício ter poupado sua vida antes para mata-lo agora. Em nome da sua família, me deixe em paz.
O feitiço da bruxa tinha sido interrompido, mas ela os manteve ajoelhados por cautela. Mason olhou fixamente para Bonnie que segurou o olhar, então o lobisomem baixou a cabeça com um movimento imperceptível de rendição, e foi liberado do feitiço com sua companheira de alcatéia. Uma vez em pé, Mason garantiu que não sairia de Mystic Falls e que enquanto a bruxa mantivesse os vampiros longe da orla da floresta onde os lobisomens acampavam, eles conviveriam pacificamente.
— Em fim trégua – disse Stefan quando os lobisomens se afastaram.
— Entre nós e Mason talvez, mas e os outros?
— Eu também não gostei do modo com que Jules reagiu á decisão de Mason – Stefan concordou sabendo á que a amiga se referia – Espero que ele tenha pelo menos um pouco de controle sobre os outros.
— Um grupo de lobos desgarrados seguindo a liderança de ninguém? Isso parece prenúncio de guerra.
— Se queres paz prepara-te para a guerra – filosofou o vampiro fazendo a bruxa rir – E então? Já consegue se lembrar do que aconteceu quando ficou fora de Mystic Falls?
— Podemos fingir que eu estou guardando segredo sobre o assunto? Não quero que saibam que estou tendo falhas de memórias.
— Não quer que o Damon saiba, estou certo?
A bruxa olhou para o vampiro e deu de ombros.
— Não é assunto dele. E o que importa é que eu me lembre dos feitiços que possa ajuda-los.
— Isso não é verdade, Bonnie.
— Não é? Assim que souberem que eu recuperei a magia irão querer saber se não posso ser o plano B deles contra o Klaus.
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E obviamente a negra tinha razão, assim que contaram para os outros sobre ter conseguido a magia novamente, Damon questionou se ela estava disposta á ser útil ou continuaria agindo contra eles. Bonnie não respondeu, quem o fez foi Stefan.
— Bonnie está lidando com outros problemas agora, vamos ter que cuidar da proteção de Elena, sozinhos.
Elena se virou para a amiga, arregalou os olhos e perguntou:
— Que outro problema você tem? Achei que impedir Klaus fosse prioridade.
— Para mim Klaus nunca foi prioridade, se dependesse de mim já teria te dado sangue de vampiro e afogado na banheira.
— Bonnie! – Caroline interrompeu – Não precisa falar assim com Elena, só queremos saber o que anda ocupando tanto seu tempo para nos negar sua ajuda.
— Estou trabalhando numa maneira de neutralizar os efeitos da mordida de lobisomem em vocês. Ou acha que salvar a pele de Elena é mais importante que acabar com a vantagem que eles têm?
— Nesse caso está perdoada – disse a vampira – Afinal, Elena já tem protetores mais que o suficiente.
— Obrigada, Caroline. Fico feliz que pelo menos alguém me apoie aqui.
— Eu te apoio – disse Stefan que estava com o braço em volta de Elena – E se precisar de ajuda contra os lobisomens pode contar comigo.
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E se precisar de ajuda pode contar comigo.
Ele tinha mesmo ouvido aquilo? É claro que tinha afinal quem o disse foi Stefan. O irmão perfeito. Olhou para Bonnie para ver como ela reagia á gentileza de Stefan. A bruxa olhava para os lados, como se tivesse perdido alguma coisa.
— Algum problema Bonnie?
— Onde está o Alaric?
— Não sei, na verdade eu não o vejo desde ontem. Por quê?
— Mau pressentimento, eu acho melhor ir procura-lo.
E sem esperar qualquer argumento sobre assunto, Bonnie foi embora. Damon a seguiu, pedindo que os outros deixassem que eles encontrassem Alaric.
— Por onde começamos a busca? – ele perguntou segurando-a pelo braço antes que entrasse em seu carro.
— Pelo Alaric? Em parte nenhuma, não estou indo atrás dele só disse isso para poder ir embora sem começar uma discussão inútil.
— Foi o que imaginei. O que está acontecendo com você? Anda muito evasiva.
— Eu estou bem, estou apenas tendo que aprender á lidar com situações novas.
— Que situações?
— Situações emocionais que eu não esperava viver.
Damon arqueou a sobrancelha, esperando por uma explicação mais convincente.
— Amo um vampiro de quase duzentos anos que está apaixonado pela cunhada que por acaso é uma de minhas melhores amigas e que precisa de minha ajuda, e toda vez que ouço o homem que amo dizer que preciso ajudar essa minha amiga sinto vontade de queimá-los vivos. Viu só? Nada de mais, só drama de adolescente.
O vampiro abraçou a bruxa. Sabia que ela tinha sido franca em cada palavra e isso o deixava mais indeciso ainda. Sentia atração por Elena, e se envolvesse com ela mesmo que só sexualmente, ia magoar Bonnie. Tudo o que ele não queria era magoar a jovem bruxa.
— Conversei com Elijah sobre Elena – disse inseguro de que fosse o momento para isso.
Bonnie desfez o abraço e recostou no carro.
— Finalmente decidiu aceitar a ajuda dele?
— Não confio nele para tanto. Mas ele me contou sobre uma mulher chamada Tatia, sobre Katherine, sobre a maldição do sol e da lua e o que tudo isso tinha haver com o irmão dele. É uma história familiar digna de biografia.
— Vai logo para o que interessa. Elena.
Damon resumiu do seu modo peculiar tudo o que Elijah contou sobre as doppelgänger e a ligação que elas tinham com a criação dos vampiros, finalizando com o poder dos feitiços quando feitos com o sangue magico de Elena ou suas cópias. Enquanto narrava os dados, o vampiro prestava atenção á cada reação da bruxa que o ouvia atenta, um vinco de preocupação na testa e o dedo repuxava a fita verde no pulso num gesto que estava se tornando compulsivo.
— Você já sabia disso tudo, não sabia? – questionou depois de terminar narração de sua conversa com Elijah.
— Que Elena era uma doppelgänger? Sim. Mas eu não podia contar á vocês.
— Por que não? Ela é sua amiga e está em perigo. Todos nós estamos.
— Damon eu não quero mentir para você então não me faça perguntas difíceis.
— O que está escondendo Bonnie?
Ela se calou, olhando para ele com receio antes de responder.
— Sabe os pesadelos que eu tenho? São premonições. Eu sonho todas as noites com um monstro destruindo Mystic Falls e matando vocês. Eu sou o monstro que faz isso e cada decisão que eu tomo faz o pesadelo ficar pior. Eu prendi Q’rey numa prisão dimensional, mas ele continua me afetando.
— Quem é Q’rey?
— Alguém que com muita sorte nenhum de vocês precisará enfrentar. Preciso ir, tenho coisas para fazer.
Damon deu um passo para trás e ela entrou no carro.
— Nos veremos amanhã no Baile dos anos 60? – ele perguntou quando ela girou a chave.
— Claro – e abrindo um largo sorriso – Quem vai te salvar se seu plano der errado?
O vampiro riu alto.
— Meus planos nunca falham eles são perfeitos.
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