E realmente foram interessantes todos os dias que Gilbert passava com Break mesmo sendo apenas um relacionamento baseado em diversão (lê-se: sexo), os dois, ou melhor, Gilbert se via cada vez mais envolvido com o albino e isso o fez levar a pensar na possibilidade de estar apaixonado por Xerxes. O que seria um problema, já que este provavelmente não corresponderia... Ou corresponderia?

Gilbert estava mais uma vez na sua cozinha e lá estava Oz sentado a mesa brincando com a tigela cheia de cereal com leite; o moreno já tinha perdido as contas de quantas vezes já o vira daquela forma, e isto o estava deixando-o preocupado com o menor, geralmente em plena sexta feira ele nem estaria ali, mas sim enfiado na casa de Alice, se bem que também achara estranho a ausência da morena esses dias, não que ela fizesse tanta falta, porém, preferia ela ali mil vezes do que ver seu loirinho triste.

— Pensei que estivesse com Alice. — ele comentou para fazer Oz notar sua presença.

— Ela está ocupada procurando um vestido para a formatura. — ele respondeu.

— Achei estranho ela não te fazer nem uma festa de aniversário. — ele queria saber de uma vez por todas o que estava acontecendo entre eles. — Está tudo bem entre vocês mesmo?

— Sim, está. — suspirou Oz já prevendo aonde aquela conversa o levaria, então, decidiu deixar de ser o assunto principal. — Me diga quando o Break vai vir morar aqui?

— O quê?! — exclamou Gilbert quase deixando seu café cair no chão, enquanto colocava na xícara.

— É visível que você está apaixonado por ele, aposto que até ele sabe disso. — Gilbert corou, estava assim tão óbvio? — Só estou perguntando, porque daí preciso saber os dias em que não poderei vir para cá.

— Você é injusto. — disse Gilbert olhando seriamente e Oz lhe encarou de volta.

Um silêncio se alastrou; Oz sabia que estava sendo injusto; os dois sempre contavam tudo um para o outro e dessa vez o loiro manteve-se em silêncio.

— A gente se vê no colégio. — disse pegando sua mochila e saindo.

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Os gemidos eram pouco audíveis vindos da sala do pedagogo do colégio. Já fazia dois dias no mínimo que eles estavam fazendo isso durante o trabalho, o que surpreendeu Gilbert no inicio, pois Break era do tipo que levava seu trabalho muito a sério, mesmo mantendo aquele sorriso gozado e macabro nos lábios.

O albino mordia o lábio inferior com força para que seus gemidos não pudessem ser escutados até que finalmente desmanchou-se na boca do moreno, que por sua vez engolira o sêmen inteiro e com vontade, depois voltou aos lábios finos e macios de Xerxes, que o correspondeu com volúpia e sentiu seu próprio gosto.

— Você está... Melhorando. — elogiou Break, o que era raro, de forma ofegante quando eles se separaram precisando de oxigênio.

— Um elogio? Isso não é todo dia. — comentou Gilbert com a respiração um pouco alterada e sentando-se na cadeira giratória de Break, enquanto o albino se levantou da sua mesa e começou a ajeitar suas vestes.

Então, veio o silêncio e apenas as respirações descompassadas que aos poucos se normalizavam eram ouvidas. Break ainda estava de costas para Gilbert e terminando de colocar seu casaco, já o moreno o observava e viu que realmente estava apaixonado por ele, pois não bastava mais o sexo, queria sua companhia todos os dias e a sua maior dúvida, e temor também, era se o albino sentia o mesmo. Xerxes Break não demonstrava muito os seus sentimentos, que não fosse à luxúria. Sua personalidade fria jamais o deixaria demonstrar qualquer outra coisa, muito menos algo como amor.

Gilbert resolveu sair dali, abotoou sua camisa de volta e se levantou para ajeitar a calça, colocando novamente o cinto, e Break ao dar meia volta e ficar de frente para o moreno achou aquilo estranho, na verdade, vem observando bastante os olhos dourados e, ele tinha mudado e isso incomodava o mais velho.

— Aonde vai? — ele perguntou para o mais alto.

— Eu preciso fazer as minhas atividades. — respondeu o mais novo sem olhar o mais velho.

— Hm. — resmungou Break cruzando os braços e o olhando, não tinha gostado da mentira.

Gilbert é um nerd também em quesito a trabalho. Ele já tinha feito todas as atividades antes de se encontrar com o de olhos vermelhos, então, para que a mentira?

— É mesmo? Pois não creio nisso. — completou o olhando severamente e foi quando Gilbert o fitou.

— Por que está bravo? Você costuma sorrir, um sorriso diabólico, mas é um sorriso e não faz essa cara emburrada. — falou o moreno; Break perguntou-se mentalmente desde quando o moreno conseguia falar com ele sem o usual nervosismo, sem corar... Ele já estava nesse nível?

— Eu não estou bravo.

— Certo. Então, eu vou indo.

Quando Gilbert notara estava com a mão pousada na maçaneta e não conseguia de maneira alguma ir embora sem antes saber o porquê de Break estar com aquela cara, será que ele estava sentindo o mesmo que ele? Ou será por causa da mentira de agora a pouco? O moreno realmente precisava ser mais criativo no quesito de “desculpas esfarrapadas”. O dono de olhos vermelhos, apenas sentou na sua cadeira giratória e olhava para o outro paralisado na porta e de costas para ele.

— Fique.

Foi tudo que o mais velho disse e foi o suficiente para o outro voltar, virando-se para ele. Gilbert sorriu o que fez as bochechas de Xerxes arderem, mas girou a cadeira para que o outro não pudesse lhe ver assim. Odeio esses seus sorrisos sinceros... Pensava o mais velho sorrindo de canto, logo alguém lhe girou novamente e quando se deu conta os lábios do mais alto tocavam os seus, e novamente suas línguas começaram uma dança harmoniosa e aos poucos a luxúria fora os tomando novamente.

Gilbert ainda queria que Break dissesse que gostava dele, mas esperaria o tempo que fosse necessário para isso.

▬

O loiro de olhos verdes procurava por sua morena de olhos violetas por todos os lados, mas a única coisa que achava eram os outros alunos e nada. Estava com uma chave na mão, esta pertencia ao zelador e sempre ficava aos cuidados de Xerxes Break, porém, Gilbert conseguira fazer a façanha de pegá-la e dá-la a Oz, que pretendia usar a velha sala, só faltava achar sua namorada Alice.

Ao passar perto do banheiro feminino pode ouvir a voz de indignação de Alice que parecia repreender alguém, seja quem fosse; Oz não gostaria de estar na pele do ser. Até que descobre ser Lily, aparentemente ela ainda não tinha conversado com a professora Charlotte. Assim, que as duas saíram do banheiro depararam-se com o loiro, e Lily já fora deixando os dois sozinhos para que resolvessem seus problemas de casal.

— Estava me procurando? — perguntou Alice calmamente olhando para uma cara não muito boa de Oz.

— Você. Eu. Sala do zelador. Agora. — ele disse rapidamente.

— Quê? — ela soltou confusa, então, foi puxada pelo punho por ele, que a levou com certa pressa para a sala escura do zelador, abrindo com rapidez e os dois entraram. — Mas o quê?

Ele trancou a porta novamente e pousou a testa na mesma, permanecendo de costas para a morena, que ainda estava confusa, porém, olhava para o local escuro e organizado.

— Você está se sentindo bem, Oz? — ela perguntou preocupada.

Ele virou-se para ela com a face totalmente corada, já fazia algum tempo que os dois não...

— Meu Deus, você está com febre? — ela colou sua testa na dele, apesar de estar um pouco quente, ainda não era o suficiente para estar com alguma virose ou qualquer outra doença.

— Alice... — ele disse colocando uma mão em cada lado da bochecha da morena, que arregalou os olhos um pouco, fazia um tempo que eles não ficavam assim tão perto ou beijavam-se. — Minha Alice. — ele passou a mão direita nos cabelos dela, os acariciando.

Ela logo passou os braços no pescoço dele, se aproximando mais, colocando seus corpos e fazendo um carinho na nuca do loiro.

— Koishiteru, Oz-kun. — ela disse também corando um pouco.

— Eu também, minha pequena doce Alice. — ele disse sorrindo e abraçando-a.

— Você está me deixando ir, não está? — ela perguntou abafado por encaixar sua cabeça na curta do pescoço dele e evitando as lágrimas.

— Só mais um pouquinho. — ele pediu a abraçando mais forte e deixando as lágrimas rolarem por sua face. — Só vamos ficar assim mais um pouquinho, certo?

— Tá. — ela dizia já com a voz chorosa.

Os dois choraram ali, pois estavam apenas começando a se despedir. Eles precisam terminar antes para que pudessem se acostumar à ausência, mesmo sendo algo terrivelmente difícil para ambos, era necessário e os dois sabiam muito bem disso.

Da parte de Oz apenas as lágrimas rolavam, não havia som, já Alice se desabava e os soluços eram cada vez mais altos para o desespero do loiro.

— Por favor, não chore. — ele passava as mãos entre os longos fios negros fazendo carinho e a consolando-a.

— Você não está chorando também, está? — ela perguntou sem tirar a cabeça do ombro dele, sem olhá-lo.

— Eu não estou chorando, não há necessidade, ainda temos algum tempo e também são só alguns anos separados, podemos nos reencontrar algum dia e também estou feliz porque finalmente o amor da minha vida vai realizar o seu sonho, e isto me deixa feliz, muito feliz. — ele falava, mas sua feição era triste e séria.

Secou as lágrimas e forçou um sorriso quando Alice quis vê-lo. Ela por outro lado estava com os olhos e face vermelhos, e ainda as lágrimas teimavam em cair. Eles se separaram do abraço. E a moreno forçou um sorriso também o olhando. O loiro se controlou muito para não chorar de verdade.

— Você será a melhor astronauta que o mundo vai ter. — ele disse isso segurando as mãos dela e beijando-lhe os dorsos. — Você pode ir para os Estados Unidos, aceite a bolsa e seja feliz. É tudo o que eu mais desejo a você... Sua felicidade. — completou olhando-a e depois lhe soltou as mãos para poder abrir a porta novamente.

Mas antes que pudesse girar a chave, Alice o virou para si e empurrou contra a porta, começando a beijar-lhe o pescoço.

— A-Alice... — gemeu Oz.