Não fora fácil dar a notícia para Grissom, mas não havia modo de demorar a falar. Tinha que ir logo socorrer Sara. De dentro do laboratório ainda, pediram uma ambulância para lá, e de dentro do carro Nick ligou para Eli. 

— Eli, está com Sara? 

— Sim. 

— Você tem certeza que não há mais ninguém na casa, que a pessoa que fez isso com ela foi embora?  

— Não sei. Eu não vi ninguém. – Ele comentou ainda apavorado. 

— Eli, se esconde. Vai atrás do Arthur e se escondam os dois. 

— Arthur deve estar no quarto. Eu vou ficar aqui na sala com a Sara, não vou deixar ela sozinha. – Ele falou chorando. – Ela parece estar... – Ele deu uma pausa. – Viva ainda. Eu não sei o que eu faço. Ela está respirando... 

— Isso é bom, é ótimo que ela esteja respirando. – Ele comentou aliviado, ainda havia tempo. – Haja o que houver, não mova ela. Deixe ela onde está.  Você é um garoto muito forte Eli, muito forte.  

— Ela ainda tá sangrando Nick. – Ele falou.  

— Nós já estamos chegando Eli, estamos chegando.  

Ao estacionar na casa, Grissom – que ainda tentava manter-se controlado – saiu do carro as pressas e a ambulância também havia chegado. Os paramédicos entraram na casa, e se depararam com uma cena que nenhum dos três esperavam ver. 

Sara estava deitada de barriga para cima, com a cabeça apoiada no degrau da escada, parecia inconsciente. Eli, tinha a um pano sobre a ferida, enquanto fazia força com as mãos para tentar estancar. Ele fazia muita força. Ao seu lado, estava o telefone todo ensanguentado, o menino também estava sujo de sangue, e seu choque era tão grande que nem percebeu a movimentação a sua volta. 

— Eles já vão chegar Sara, eles já vão chegar. – Murmurava baixo repetidamente. 

O paramédico tirou o menino com delicadeza, e logo prestaram os primeiros atendimentos a Sara. Eli quando se afastou e fitou-se cheio de sangue, parecia ter entrado em choque. Grissom acompanhou Sara com a maca até lá fora e Nick levou Eli até ele.  

— Grissom leve Eli junto, ele não parece estar bem, tudo pode ter sido muito forte. – Ele então subiu o garoto junto na ambulância. Em seguida ele virou-se para o garoto. – Eli, você foi um grande herói hoje, não se esqueça disso... Hoje você me lembrou seu pai. – Ele sorriu para o menino. 

A ambulância já havia partido, e Nick chamou aqueles que mais confiava para ajuda-lo. Eles eram CSIs e agora mais que nunca tinham que achar os culpados dessa barbárie. Logo quanto avisados, Greg seguiu para o hospital para ajudar Grissom, Morgan, Julie e D.B. seguiram para a casa de Sara para processar a cena do crime. 

— Está vendo a direção do sangue? Sara se arrastou daqui para lá. – Nick falou para Julie que já havia chegado a cena do crime. Na realidade eles jamais imaginaram que um dia estariam na casa de Sara, onde a sua sala fosse a cena do crime, e ela a vítima. Todos estavam tensos, preocupados com Sara, visto a quantidade de sangue, nem sabiam se ela sobreviveria, precisavam mais do que nunca encontrar o culpado. 

— Não faz sentido. Ela deveria ir para perto do telefone pedir socorro, por que ela se arrastou em direção a escada?  

— Gente, eu não acho Arthur em lugar nenhum. – Morgan falou desesperada. – Ele não está na cama, nos quartos e nem escondido. Algumas coisas do garoto também sumiram. 

— Por que ela não estava preocupada em pedir socorro. – Nick falou abatido. – Ela estava preocupada em proteger Arthur.  

Naquele momento o mundo de todos aqueles que o tinham como sobrinho havia caído, sentiam que não tinham mais forças. O mundo era injusto e cruel, e sentir aquela dor era forte demais. Sara entre a vida e a morte no hospital e o pequeno Arthur, a luz dos olhos de todos, havia sumido.