A Profecia escrita por Capitu


Capítulo 6
VI - Capítulo Quinto


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.

Primeiramente, quer pedir mil desculpas! Eu me atrasei MUITO para postar capítulo, mas eu tenho uma boa (Ou talvez nem tão boa, mas verdadeira) justificativa.

Minhas aulas começara, e esse ano é meu ano de vestibular, o que exige ao menos o dobro do meu esforço. As coisas estão mudando muito, tudo está extremamente agitado e difícil de acompanhar, de todas as maneiras que possam imaginar, na minha vida.

Os capítulos são revisados e alterados muitas vezes antes que eu poste, epassam por uma revisão final no dia da postagem. Normalmente nada é alterado, mas desta vez eu precisei mudar agumas coisas maiores, e só agora tive tempo de sentar e me dedicar a ele até ficar satisfeita com o resultado final.

Obrigada a todos que estão acompanhando! Adoro ver a quantidade de views e pessoas que estão acompanhando, os comentários, o gráfico de estatísticas. Isso tudo é a comunicação que tenho com vocês, é como falam comigo, algo que me arranca um sorriso sempre.

Então chega de falatório e vamos ao que interessa.



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Na mãos de Hermione Granger, o globo profético, na Sala da Profecia num Ministério parado no tempo, irradiou uma luz forte e transmitiu a mensagem que guardava por uma voz feminina e rouca, que parecia pertencer a alguém de muita idade. 

 

O dia do fim da magia chegará 

No tempo em que a treva a nova luz se tornar

Os filhos da cobra e do leão

Inimigos de sangue e coração

A ampulheta enfeitiçada deverão girar 

Os marcados no cúbito pela guerra  

Voltam no tempo 

Quando a última minguante de quatro se dissipar

Começam a jornada

Quando o fogo sagrado arder

Os nascidos no espaço de três 

Voltam antes do mês seis 

Para a profecia decisiva restaurar 

A ignorada, não realizada na Batalha

Que coloca os ofidioglotas para lutar até um ou outro matar 

Antes que tudo seja permanente imutável

 

E a bola se apagou, simplesmente. Uma quietude mortal pairou sobre eles.

—  Nós somos o leão e a cobra… - Hermione pensou alto logo em seguida.

—  Como?

—  Nós somos o leão e a cobra, Malfoy. Você é da Sonserina e eu, da Grifinória.

—  Bem observado, Granger. Aliás, quem mais além de nós dois é da Sonserina ou da Grifinória? Ah, sim, só mais uma centena de alunos e ex-alunos de Hogwarts! 

Draco começou uma marcha até o fim do corredor. Hermione foi atrás, tagarelando.

—  Inimigos de sangue e coração! Lutamos em lados diferentes da guerra, você é um sangue puro e eu sou uma nascida trouxa! É muito simples! Essa profecia tem a ver com a gente, senão por que raios Dumbledore nos mandaria aqui?! - ela falava rápido, a voz cada vez mais aguda.

—  Porque ele era um velho caduco e porque essa droga de carta foi escrita há muito tempo! - ele respondeu, sem diminuir o ritmo.

—   Que droga, Malfoy! Aquele Átrio inteiro está simplesmente parado no tempo! Eu e você somos os únicos nesse lugar que não estão congelados e você acha que isso não tem nada a ver com a gente?! É claro que tem! Ela obviamente fala de mim porque eu a abri, e de você porque está comigo!  - ela não desistia, e ele somente ignorava. Chegavam ao fim do corredor. 

Bem observado. Você conseguiu ouvir a profecia, ela fala sobre você, não tenho nada com isso. 

Mas é óbvio que tem! Pare de ser tão cabeça-dura! 

E você, pare de ser tão insistente. 

Em que mês é seu aniversário? - ela tentou mais uma vez, conectando outros pontos das palavras que ouviu. 

Junho. 

“Nascidos no espaço de três!”. Meu aniversário é em setembro! Três meses!

 

Ele simplesmente continuava sua caminhada agitada e frenética. Ela ia atrás. 

 

Levante sua manga. - a última tentativa. 

 

Draco parou, de súbito, bem no meio do corredor principal. Aquelas palavras foram o suficiente para gelar-lhe o corpo todo. Ele sabia onde ela queria chegar. 

 

Levante a manga, Malfoy! 

 

Ele não moveu um músculo. Hermione deu a volta, parou na sua frente e arregaçou a manga do seu braço esquerdo. Draco não queria que ela visse aquilo. Não sabia o porquê. Simplesmente não queria.

 

Essa é a sua marca de guerra no cúbito. - ela arregaçava a própria manga agora. - E essa é a minha. 

 

“Sangue-ruim” era o que estava arranhado, exposto na pele dela, como um rótulo. Um rótulo que ele próprio tinha visto ser posto. Aquilo nunca mais sairia, ele sabia. Uma cicatriz tão eterna quanto a dele mesmo. 

 

Ela olhava para ele, e ele olhava para o antebraço dela, depois para o seu, e de volta para o dela. 

 

Agora acredita? - ela perguntou, num tom calmo e baixo. 

 

Ele teve o ímpeto de desviar dela, mas Hermione segurou seu braço. O toque foi estranho, negativamente eletrizante. Eles só haviam se tocado enquanto ela cuidava dele, quando estava com hipotermia. A mente de ambos foi carregada para aquela lembrança, a pele fria contra a quente.

—  Me escute, por favor. - o olhar dela era quase de súplica. - Se não se tratasse de nós dois, não teríamos conseguido ouvir a profecia. Você precisa entender que…

—  Meu Deus! - os olhos desviaram dela para o fundo da Sala. 

 

Hermione também virou-se para essa direção, para dar de cara com um paredão de chamas. Ambos puseram-se a correr para o lado oposto.

O fogo lambia as prateleiras de madeira e estourava as bolas de vidro por conta do calor. Era muito rápido e eficaz, seguia-os bem de perto enquanto incendiava tudo ao redor. A fumaça começava a encher o ar, a invadir seus pulmões. Corriam a toda velocidade, o que era suficiente por ora. 

 

Entraram no espaço confinado e estreito que guardava as escadas. Ar quente. Fumaça. Escuro. Aquilo penetrava e queimava as narinas, suava a pele. Sufoco. Calor. Desespero. Toc toc toc, os sapatos, insignificantemente ao fundo de todas as sensações, faziam contra os degraus estreitos de pedra. Toc toc toc. Interminavelmente toc toc toc. 

 

As escadas chegavam ao fim. Toc toc toc. A luz amarela e incandescente do Átrio se revelava. Toc toc toc. Toc. 

 

O Átrio era um gigantesca câmara de paredes de fogo, com um centro límpido. 

Hermione viu de relance Draco sair correndo, não para o centro, mas sim em direção aos elevadores, sendo constantemente interrompido por novas paredes de fogo que surgiam e desviando delas. 

Ela hesitou por alguns instantes.

 

Seguiu-o.

—  Onde pensa que está indo, Malfoy? - ela gritou, correndo atrás dele. - Malfoy! - ele não respondia. - Malfoy, espera! - sua mão quase alcançava o braço dele. - DRACO MALFOY! - ela pegou no pulso dele e o segurou com firmeza.

—  Me solta! - ele se debatia, desespero impresso em sua face. - Granger, meus pais estão lá encima! Me solta! ELES VÃO SER QUEIMADOS VIVOS PELO AMOR DE DEUS! - a voz dele saiu tão falha e aflita, como uma voz de choro descontrolado, que Hermione congelou por um segundo. Os olhos dele estavam queimando em lágrimas. 

 

Ela largou seu braço, em choque. Ele continuou a avançar, não sem antes trocar um olhar muito longo com ela, talvez compartindo seu espanto, até ser impedido novamente por um estrondo bem atrás deles. 

 

Os elevadores, bem como a entrada da escadaria pela qual eles circularam desabaram. O teto cor de pavão, aquele belo teto agora chamuscado, também se desfez em algumas partes laterais. 

 

Draco desvencilhou-se e teve o impulso de correr para lá, mas uma nova parede de fogo e destruição havia se formado, de maneira que aquela área agora era inacessível. 

 

Ele ficou parado, olhando o fogaréu em sua frente. Hermione via calor em seus olhos tão gelados, o suor escorrendo pelas têmporas.

 

—  Malfoy, vamos. - ela chamou. - Draco, por favor. - foi estranho chama-lo pelo primeiro nome, mas eficaz. Ele pareceu acordar de um transe.

 

Hermione deu um toque no braço dele e apontou a direção para a qual deveriam seguir, que era o centro do Átrio. A cabine estava lá no final, com a porta aberta, como a linha de chegada de uma maratona. O incêndio fechava um cerco neles, que corriam o mais rápido possível. 

 

Eles continuavam a correr com cautela, o calor inundando seus corpos, a fumaça embaçando e fazendo arder as vistas.

 

O incêndio piorou e eles precisaram apertar o passo. A cabeça de Hermione gritava “VOLTE”, mas seu corpo apenas disparava o mais rápido que podia, desobediente. Passando pelos vultos das estátuas vivas, ela tentava agarrar-lhes os braços ou qualquer outra parte do corpo, mas elas eram como pedra, rígidas, coladas no chão.   

 

Se atropelaram novamente para entrar na cabine. Hermione rapidamente digitou o código e eles começaram a se movimentar. 

 

A luz da rua surgia como um sol ao amanhecer, apesar de já ser noite em Londres, mesmo que tivessem ficado lá embaixo por uma ou duas horas, no máximo. Aquela diferença de noções de tempo provavelmente foi causada pelo lapso temporal no Ministério. 

 

Eles tossiam como loucos, derrotados, no chão daquela imundície de rua miseravelmente.

 

Draco, em especial, talvez não estivesse jogado naquele asfalto só por causa da tosse e exaustão física, mas também porque chorava. Seu corpo doía em todos os sentidos, e sua mente repetia “você não se lembrou deles, não se lembrou de socorrê-los assim que o incêndio começou, não foi rápido o suficiente”

 

Sentiu uma presença ao seu lado, a presença de Hermione, e então percebeu o quão fraco e irracional ele foi, gritando pelos pais, chorando, se expondo a ela. Não podia. Vestiu sua habitual máscara de indiferença, mas não sabia se dessa vez ela seria suficiente. 

 

Draco Malfoy e Hermione Granger caminharam lado a lado de volta para a casa dela. O silêncio mortal compartilhado parecia envolvê-los em uma bolha inquieta e desconfortável que calava tudo ao redor também. A cabeça de Hermione girava em torno de Lucius e Narcisa Malfoy, de seus pais, das pessoas queimando no Ministério e da profecia, mesmo que a última coisa fosse objeto de menor atenção. A de Draco era uma nuvem negra gigantesca de culpa e descrença. 

 

Ele corria os olhos pelas ruas, pelas luzes da cidade. Estava mergulhado num torpor estranho. Os sons, as cores, os cheiros, tudo era completamente insignificante. Sua garganta doía com o nó dentro dela, os olhos ardiam. Não prestava atenção no que estava fazendo, só seguia a sombra de Hermione, acompanhava-a aleatoriamente. Sua mente uma ou duas vezes lhe lembrou que não tinha onde passar a noite, mas ele preferiu espantar o pensamento e esperar no que dava. 

 

Chegaram na porta da casa dela e Draco ainda não tinha ideia do que fazer. Como já dito, encontrava-se sem um tostão num lugar que ele não entendia muito bem, e agora com mais esse peso. Ele não ia pedir, não ia se humilhar dessa maneira. 

 

—  Você pode entrar, se quiser. - Hermione disse, simplesmente, e foi para dentro, deixando a porta entreaberta. 

 

Hermione, mesmo com todo conforto e calor que sua casa lhe proporcionava, não podia ignorar o frio dentro dela, que subia por sua garganta e fazia seu estômago revirar. Aquele dia foi mais intenso que imaginou. 

 

Ela tomou um banho muito quente e vestiu pijamas. Escrevia tudo que lembrava do que havia escutado no Ministério num papel quando ouviu alguém entrar na casa e, apesar de imaginar quem era, foi dar uma espiada na escada e reconheceu a cabeleira platinada de Malfoy. Imóvel como uma estátua, apesar de um leve tremor nas mãos. Ele estava derrotado, e ela achou melhor deixá-lo sem dizer palavra alguma. 

 

Por horas a fio, ela analisou e decifrou os versos, ao melhor estilo Hermione Granger. Ela dividiu-os em três categorias: aqueles que se referiam às pessoas que faziam parte da profecia, os que tratavam de eventos já ocorridos e os sobre coisas que deveriam fazer ou que ainda ocorreriam. E assim ela foi madrugada adentro, até que o sono a venceu e, após vários cochilos, ela finalmente foi se deitar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler este capítulo!

Por favor, comente e acompanhe a história! Isso me motiva muito a continuar, saber se estão gostando ou não!

E um adendo: TÁ CHEGANDO O CARNAVAAALLL!

Obrigada novamente!

Capitu.



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