Rolos da Vida escrita por camila_guime


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Prosseguindo a história, depois dos acontecidos...



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Edward PDV

Será que ninguém vai me falar dela?

 

A última coisa de que me lembro foi de chegarmos frente a um prédio. Não dava pra ler nada com minha vista turva. Daí, algumas pessoas de branco me cercaram e me deitaram numa maca. Lembro de não poder me opor a nada que faziam comigo, sequer podia virar a cabeça. Logo, perdi Bella do meu campo de visão. A imagem final que tive dela foi de um médico levando-a nos braços. Jacob Black ia junto ao seu corpo amolecido e indefeso. Então, tudo ficou completamente escuro.

Um chato “bip“ ressoava na minha cabeça, aos poucos, pareceu que ele estava do lado de fora dela também. Demorou algum tempo pra eu lembrar e entender tudo. Este era um hospital. Abri meus olhos, sendo recebido por uma luz que me cegou por uns instantes. Em seguida, procurei entender o cômodo: a cama em que eu estava; uma pequena cômoda de compensado frente a mim; uma prancheta médica no criado-mudo e uma janela com cortinas verdes desbotadas.

Tentei ficar sentado pra procurar detalhes, - hora, dia, telefone, nomes, Bella... -, mas aí, me deparei com uma figura, deitada desconfortavelmente numa poltrona de estofados fundos. Uma mulher ruiva, branca, de óculos escuros, alta e de aparentes trinta anos (apesar de ter mais que isso): Esme.

– Mãe? – chamei. Minha voz saiu tão pouca que nem eu ouvi direito.

Todavia, Esme levantou a cabeça.

– Edward? Filho? – retirou os óculos, mostrando seus olhos rasos e cansados. – Edward que bom que você acordou!

Esme veio até mim e me abraçou delicadamente. Seu doce perfume de rosas tranquilizou minha ansiedade. Percebi o quanto eu já sentia de saudades dela.

– Mãe! Está tudo bem, - garanti-lhe. Ela me olhou torto. – Certo... O que falaram pra você? Melhor! Como você veio parar aqui?

– Ahn... Essa é uma história meio longa... – ela hesitou.

Se tiver algo sobre minha mãe que é imutável é o fato de ela não suportar ocultações. Sempre que Esme está tentando esconder alguma coisa, ela acaba entregando.

– Bem... – ela continuou. – Eu não fui pra Inglaterra por causa do meu doutorado...

– O quê? Mãe? Como assim?

– É. Bem, na verdade, a verdade é complicada demais, mas juro que te conto assim que você sair daqui! – ela emendou ficando corada. Eu sempre tive dó de pressioná-la, e não conseguia insistir com Esme...

– Tudo bem, fica me devendo essa! – falei. Esme sorriu em troca, aquele sorriso doce e materno que sempre me faz bem.

– Então... O fato é que eu já estava vindo pra Forks, pra te fazer uma surpresa. Duas surpresas, já que a outra eu trazia da Inglaterra... – ela fugiu de meu olhar. Deixei que ela continuasse. Ela se veria comigo depois! – A final, hoje é o seu aniversário e...

– Sério?! – interrompi. – Eu não tinha ideia!

– Mas é claro, só podia ser você mesmo! – ela riu. – Enfim, como eu ia dizendo... Hoje é seu aniversário e eu sabia que ia te pegar desprevenido... Só que então, eu chego aqui, e sou eu a surpreendida! Sou recebida por notícias de que meu filho se embrenhou na mata, num ato heróico e que, a última coisa que acharam dele foi um celular boiando no mar!

Pronto. Esme estava me encarando com aquele olhar torto que dizia claramente que eu fui mal.

– Ahn... Mãe... A senhora sabe não é? Bella, os pais dela... – hesitei.

– Se eu sei? Céus! Eu soube! E é um horror esse momento todo, mas não há o que possamos fazer... – Esme disse levantando os ombros. Eu só pude assentir. – E quanto à Isabella... Sinto muito mesmo. Ela deve ser uma boa menina...

– E como ela está? – interrompi, voltando com a ansiedade.

– Oh, bem...

– Mãe, como Bella está? – insisti. Por que Esme estava hesitando? Tinha algo de errado?

– Bem, filho, é que...

De repente, um homem entrou no quarto, interrompendo minha mãe:

– Senhora Müller! – disse ele.

Medi o tal dos pés à cabeça. Parecia jovem demais para um médico, no entanto, seu crachá dizia claramente “doutor Carlisle Cullen”. Um homem loiro e tão branco que se misturava com seu alvo jaleco. Minha mãe atendeu a ele prontamente, com certeza se esquecendo que me devia uma resposta.

– Pois não, doutor.

– Oh, veja só: Edward, o herói de Forks, já acordou! Que bom, meu jovem. Deixe-me ver sua temperatura...

Doutor Cullen se aproximou e tocou minha garganta e minha testa.

– “Herói de Forks”? Que história é essa? – falei.

– A cidade é pequena, todo mundo já sabe. O senhor está sendo reconhecido como herói por aí! – doutor informou balançando a cabeça, como se não gostasse desse comportamento. Admito: disso até eu não gostei! – Que ótimo! Está com boa temperatura! Como se sente?

– Bem, mas... Doutor, o senhor sabe de Bella?

– Você ainda está com muita fraqueza? – Cullen simplesmente perguntou, ignorando minha ansiedade e indo ver a prancheta.

Prestei atenção ao meu corpo e não achei que estava tão mal.

– Não, doutor, eu estou bem. Muito bem. Mas, e Bella? É o senhor quem está a assistindo? – insisti.

– Sim, meu caro... – ele respondeu, distraidamente, lendo uns papéis.

– E como... – tentei insisti mais, mas Carlisle simplesmente me cortou:

– Dona Esme, pode me acompanha? Preciso lhe entregar umas receitas. Edward teve muito desgaste, precisa de algumas vitaminas...

– Sim, claro! – minha mãe falou prontamente. – Já volto amor...

Ela seguiu senhor Cullen até fora do quarto.

Tudo bem, ok. Fui deixado no vácuo total!

 

 

Isabella PDV.

 

Acordei e reconheci o quarto do hospital municipal de Forks. Estive aqui quando caí de patins de cima da escada e quebrei a perna. Veja-me aqui de novo, quebrada outra vez! Perfeito!

Mal abri os olhos e já me vi cercada por Renné e Charlie, e não sei dizer qual era pior, qual foi mais insistente. Enquanto minha mãe tagarelava histericamente, Charlie me questionava pela minha loucura. Deixei os dois falando e perguntando até que eles se esgotaram e deram brecha pra me pronunciar.

– Mãe, pai, eu estou ótima! – afirmei nada convincente, pra alguém com o tronco enfaixado como eu estava!

Ambos me olharam com uma sobrancelha erguida. Reparei que eles são tão bons juntos, que até suas expressões se parecem. Cara, os Swan são perfeitos como são! então por que eles querem acabar com isso?

 – Eu amo vocês... – declarei num surto.

Normalmente eu não seria capaz de pronunciar aquelas palavras por deficiência e timidez, muito menos no estado emocional em que eles estavam. Mas, depois de ter experimentado quase perder minha vida, aquelas palavras foram o desfecho, para mim, de toda aquela bagunça.

Os dois abraçaram minha cabeça juntos, já que não podiam abraçar minhas costelas.

– Mãe, pai, - resmunguei fanhosa entre o aperto duplo, – vocês já podem parar... Já me sinto amada...

– Nós também amamos você, Bels! – mamãe chorou.

– Ahn, não, mãe, pode parar!

– Nunca mais pense numa loucura daquelas, Bels! Só nós temos o direito de acabar com sua vida! – Charlie brincou.

A propósito, isso me lembrou...

– Ahn... Hum... Gente, por falar nisso... Cadê o Edward?

– Ohw! O Edward! Aquele garoto de ouro! Eu sabia que ele era um bom rapaz! – Renné tagarelou.

– Não levante tanto a bola daquele garoto, Rê! – Charlie disse.

O que? Ele chamou minha mãe de Rê? Há quanto tempo ele não fazia isso? Nossa! Esse é um bom sinal não é?

– Oh, Charlie, deixe de ser carrancudo! O rapaz salvou a vida de Bella!

– Ele só evitou que ela morresse! É o que qualquer um faria!

– Ele a salvou! Não menospreze a coragem do rapaz!

– O que? Agora é fã dele?

– EI! – exclamei. – Gente, dá pra parar de discutir?

– Oh, desculpe, - ambos disseram juntos.

– Ok, cadê o Edward então? – insisti. Meus pais me olharam com os olhos estreitos. Eu reconheci aquele olhar. Meu pai costumava usá-lo comigo quando eu falava no Jacob, mas agora, os dois estão usando o olhar de suspeita de uma vez! Eles estão pensando que...

– Ele estava dormindo ainda... – Renné respondeu.

– Não se preocupe, ele vai ficar bem... – Charlie completou.

 

Então, de repente, a porta do quarto foi aberta e eu quase perdi a noção quando Emmet e Jasper pularam quarto-a-dentro, ambos com chapéus com aquelas molas malucas, segurando uma caixa de bombons cada um.

– Surpresa! – eles gritaram juntos.

A enfermeira apareceu logo atrás deles.

– Eu disse para não entrarem! – ela ralhou, dando tapas nos braços dos garotos.

Renné e Charlie estavam com cara de “hã” vendo a cena.

– Mas a gente quer ver nossa Bella! - Emmet choramingou.

– Tudo bem, rapazes, Charlie e eu estávamos indo tomar um café... – mamãe falou.

Bem, se tinha alguém que ela amava como um filho era Emmet, diferentemente de Charlie, que achava Emmet perigoso demais pra mim. Acho que isso tem algo haver com o tamanho dos músculos dele...

– Obrigado dona RÊ! – Emmet disse. Jass o acotovelou discretamente.

– Mais respeito, rapaz! E é dona Renné para você! – Charlie disse, seu tom de policial estava lá.

Renné riu disso e saiu do quarto, arrastando meu pai que ia a contragosto. Antes de saírem, Charlie piscou pra mim e fez um gesto como se apertasse um spray, apontando para meu lado. Quando reparei, um vidro de spray de pimenta estava colocado ao lado do meu travesseiro. Só pude rir com isso. Até parece que um spray de pimenta vai me salvar de Emmet e Jasper!

– Bella, dá pra você me explicar por que quis morrer?! – Emmet começou, sentando do meu lado na cama.

– Oi garotos, senti falta de vocês também!

– Você quase me matou de susto, Bels. Como você foi se afogar? E o Edward foi... Muito corajoso, - disse Jass, gentil.

– Sim, ele foi... – levei minha mão à boca, incrédula por ter dito isso sob um suspiro inconsciente. Emmet riu. – Tá, ok... Mas o caso é que... Você sabe... Eu nunca nadei muito bem... E, independente do que as pessoas possam estar falando... – comecei a pensar nos meus pais... – Acontece que eu só decidi ir pra praia, dar um salto pra sentir adrenalina, só isso... Mas aconteceu o que aconteceu... – menti.

Na verdade, eu estava me sentindo bem por ter visto meus pais juntos e interagindo... E, pode eles se separar ou não, não quero que as pessoas baseiem minhas loucuras na vida particular deles, sendo verdade ou não.

– Hum... Mas, Bella, por que você foi pra praia se o nosso encontro... Era em outro lugar? – Jass indagou. – Sabe, eu e Alice ficamos lá, no shopping esperando, mas ninguém apareceu...

Olhei para Emmet, procurando uma saída, e ele piscou um olho pra mim. Aí eu lembrei: ele conseguiu laçar Rosely naquela noite... E ela não se livrou dele? Quer dizer que... Emmet conseguiu Rose? Será?

– Ahn... Bem... Acontece que eu ia levar Edward, você sabe... Só que nós nos atrasamos... A gente até ia... – Vamos Bella, ponha a cabeça pra funcionar! – E... Bem... Eu passei um pouco mal e Jacob e ele me levaram pra casa, por que a gente já tinha achado do Jake, e tudo mais... Só que, em casa, me deu vontade de sair... Como era noite, Charlie deixou Edward ir atrás de mim, e tudo o que você já sabe aconteceu...

Céus! Desde quando eu aprendi a inventar histórias? Desde que eu passei a andar com Rose? Bem... Talvez!

Jasper me encarou por um segundo. Eu nunca tinha sentido a necessidade de mentir pra ele antes, mas como eu ia dizer que dei um bolo nele só pra que ele e Alice pudessem se conhecer pra ela sair do pé da Rose? Não dava!

– Pois é! – Emmet continuou. – Eu já falei pro Jass aqui que eu estive ocupado àquela noite... Jass já me perdoou, não foi?

– É! Que seja! – Jass deu de ombros. Eu comecei a rir.

– Então está tudo claro? Foi uma noite de maus entendidos... Mas, e você Jass, se divertiu com Alice? – mordi o lábio me segurando.

– Ah, sim, claro. Alice é ótima, - disse ele num tom, para mim, satisfatório.

Jass tinham uns olhinhos dourados que não mentiam: ele tinha mesmo gostado dela. Resta só ver o resultado disso...

– Hum... Bem... E a Rose? – perguntei.

– Ah, bem, ela veio com a gente, - Emmet respondeu. – Ela disse que ia ao banheiro. Mas ela está demorando...

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não foi o melhor capítulo, o seguinte vai estar melhor... Mas eu lhes garanto: Rosely não estava no banheiro. Querem saber onde?
...
ela estava no @#*$%& @# @#$%*&!!!!!!!!!!!!!
Dá pra acreditar!!!!!
Bem, se não deu pra crer, esperem pra ver no capítulo seguinte....
Beijos!!!
Mila.