PVO Dereck.

Ela era absurdamente linda,inteligente,engraçada e eu não conseguia esquecê-la,era tão diferente das outras.

-Dereck.Berrou a professora de história me assustando com aquele grito na minha orelha.

-sim senhorita Fiona.Eu sussurrei levantando a face que  estava encostada na mesa,olhei para os lados e todos prestavam atenção em mim.-a mais bela professora do colégio.

Todos sorriram e eu continuei a encarando com um sorriso convincente.

-obrigado pela gentileza ... aconteceu alguma coisa?.Ela perguntou calmamente.-você parece distante,no mundo da lua,e prestou atenção na aula?.

-que nada,eu estava prestando atenção na suas palavras.Eu disse tentando lembrar de algo,respirei fundo e disse o que escutei a minutos atrás .-humm sobre a revolução inglesa do século XVII,que representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna,identificada como absolutismo,o poder monárquico severamente limitado,cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até os dias de hoje.

-vejo que está prestando atenção.Ela sorriu e olhou para os outros alunos de cara feia.-está vendo alunos como Dereck é aplicado e um ótimo aluno,quero todos igual a ele.

-ahh claro.Rosnou Brian sorrindo sem parar enquanto dava um soco fraco nas minhas costas.

-esse Dereck não presta viu.Disse Ramon um dos meus amigos de time e de sala.

-preciso me mandar antes que o sinal toque.Eu disse levantando e pegando meu material,eles ficaram me encarando sem saber o que estava acontecendo.-senhorita Fiona posso ir beber água?

-sim meu bem.Ela sorriu.

-mas professora pedi desde o começo da aula e você não deixou.Reclamou uma garota da torcida.

-calada.Ela berrou.-não é uma boa aluna,pode ir Dereck...

-até mais pessoal.Eu disse para meus amigos e ‘amigas’ que sentavam próximo.

Sai correndo entrei no carro e fui para a praia,estava louco para encontrar Pérola,dessa vez decidi ir até sua casa,toquei a campainha e esperei.

-Dereck?.Ela sussurrou surpresa enquanto abria a porta.

-boa tarde sua linda.Eu disse lhe abraçando,senti seu corpo quente junto ao meu na mesma sintonia.

-o que está fazendo aqui,neste horário ?.Ela perguntou abrindo o resto da porta para eu entrar.

-vim te ver.Eu suspirei pegando sua mão enquanto caminhávamos até a pequena sala .

-você é louco sabia.Ela sorriu sentando no sofá que estava coberto por uma manta.

-eu sei.Disse sentando ao seu lado e me aproximando.-eu sou louco por você...

Neste instante me aproximei e a beijei com paixão,pela primeira vez meu coração acelerou,suei frio e me senti completamente em paz.

-você não deve fazer isso.Ela levantou e andou pela sala em círculos.-nunca mais...

-mas o que aconteceu...você não curtiu?.Eu perguntei parando em sua frente.

-eu gostei.Ela disse sorrindo timidamente.-vamos esquecer...vem que vou te mostrar minha coleção de livros.

Fomos ao seu quarto eu ainda estava desconfiando de algo mas deixei pra lá,ela jogou todos os livros na cama e todos brasileiros  ‘Dom Casmurro’, ‘A hora da estrela’, ‘A maça no escuro’,

‘antologia poética de Vinicius de Moraes’,’Laços de família’,’Ariana a mulher’, e muitos outros era muitos livros.

-eu adoro uma frase do Vinicius de Moraes.Ela suspirou suavemente.-mas que seja infinito enquanto dure,bom eu amo todos os poemas dele mas essa frase é a principal,você deve estar me achando uma boba mas...

-não,eu gosto.Eu disse sorrindo com sinceridade.

Gostava de como ela era espontânea,inteligente,dedicada e diferente.

-eu não posso continuar com isso.Ela disse abaixando a cabeça tristemente.-tenho que te contar a verdade.

-com isso o que?.Eu perguntei sem entender.-por favor me fala o que está acontecendo.

-vamos pra praia.Ela sussurrou sorrindo tristemente.

Andamos devagar sem falar nada,aquele silêncio era estranho,ela sempre tão falante e eu também,mas não tinha o que dizer queria saber essa tal verdade,paramos na beira do mar,ela abriu os braços e jogou a cabeça para trás,parecia calma mas triste.

-o mar se tornou o meu maior refúgio.Ela suspirou ainda de olhos fechados,enquanto a brisa do mar batia em sua face e em seu vestido que voava.-dos dias de dor,dos dias que não quero ver ninguém ou simplesmente dos dias normais como hoje...

-eu não estou entendendo.Eu disse abaixando a cabeça enquanto sentava naquela areia úmida e gelada,fechei a blusa e coloquei a touca,estava frio.

-é fácil.Ela sussurrou fechando o casaco de lã.-você não vai me ter por muito tempo...

-mas por que?.Eu olhei para cima em direção para onde ela estava.

Ela sentou ao meu lado e sorriu tristemente.-a dois anos eu descobri que tenho Sarcoma de Ewing ... câncer nos ossos,é uma doença quase rara .

-mas tem tratamento não tem?.Eu perguntei assustado e ao mesmo tempo com um aperto no coração.-eu conheço médicos,posso pagar tratamento onde for...

-não adianta.Ela sussurrou abaixando a cabeça.-é maligno,meu pai é médico,já tentou descobrir uma cura de todas as formas...mas no meu caso não tem cura,eu vou morrer a qualquer momento...já não tenho força,tenho muita tontura,cada dia estou mais fraca...

Fiquei sem expressão,não sabia o que dizer,o que fazer,a minha maior vontade era correr com ela para o melhor hospital do pais ou do mundo,mas também me bateu o medo de me apaixonar por uma garota que está morrendo aos poucos...eu já estou apaixonado.

PVO Charlote.

Passei a terceira camada de batom,estava impaciente,já havia subido e descido escada umas dez vezes pensando que ele poderia chegar do nada,penteei o cabelo sem parar e os dentes também,não conseguia ficar quieta,troquei de roupa umas cinco vezes e coloquei uma simples mas bem minha cara http://weheartit.com/entry/6706319 ,escutei uma buzina e sai correndo ,respirei três vezes antes de abrir a porta e lá estava Tyler em um carro conversível ao lado de uma linda garota que deve ser a irmã dele,ele saiu do carro e veio ao meu encontro,quando ia me beijar...

-ouu Tyler te busco as oito.Ela berrou acenando enquanto acelerava o conversível vermelho.

-essa Brooke é um sarro.Ele sorriu balançando a cabeça e voltou a me olhar.-eai está bem?

-estou sim e você.Perguntei com um sorriso de orelha a orelha.

-estou ótimo.Ele sorriu passando a mão no cabelo.-vai querer fazer o que hoje?

-não faço a mínima idéia,você escolhe.Eu senti sua mão puxar a minha para perto.

-que tal irmos tomar sorvete?.Ele perguntou segurando minha mão que já começou a suar e eu com vergonha de enxugar.-não estou afim de pegar ônibus e tals,então acho melhor um sorvete e muita conversa.

-então vamos lá.Eu sorri fechando os olhos e abrindo em seguida para ter certeza que aquilo não era um sonho.-vou só pegar minha bolsa.

-não precisa...eu pago.Ele começou a andar devagar segurando minha mão,eu olhava de vez em quando para nossas mãos juntinhas,que engraçado.

-amanhã vou tocar no colégio.Eu disse enquanto saiamos do condomínio.

-sério...caramba queria estar lá mas amanhã tenho prova nas três ultimas aulas.Ele fez careta e voltou a sorrir.-mas ainda quero te ver tocar.

-relaxa,vai ter ainda muitas oportunidades.Eu suspirei sentindo minha mão seca.

‘Eu não estava mais nervosa,ou com vergonha dele’

-é só para os diretores avaliarem se nosso som é bom,para tocarmos no próximo baile.Eu disse o encarando.

-bailes .... não gosto.Ele disse sorrindo.-é uma coisa patética mas sei lá acho que é importante para as meninas não é?

-bom eu não ligo.Eu sussurrei.-mas também nunca fui.

-sério que você nunca foi em um baile?.Ele perguntou me encarando com aqueles olhos claros.

-é sério.Eu sorri timidamente,ele me olhava demais.-sou novata,estou ainda no primeiro colegial.

-ahh é .Ele sussurrou assustado.-achei que estava sei lá no terceiro,mas ai pensei não ela tem cara de treze.

-seu tonto.Eu resmunguei sorrindo enquanto dava um tapa em seu braço.-meu irmão está no terceiro.

-eu também,muita preção.Ele disse colocando o braço em torno do meu pescoço.-escolher uma profissão para o resto da vida,isso é tenso.

-não parece estar no terceiro...achei que estava sei lá no segundo.Eu suspirei quando ele deslizou a mão pelo meu ombro.

-as aparências enganam.Ele sorriu entrando na sorveteria.-e aii garotinha de treze anos o que vai querer?.Ele perguntou sem tirar o sorriso do rosto.

-não fala assim...eu tenho quinze.Eu rosnei sorrindo,enquanto escolhia um sabor.-vou querer de cereja.

-me vê dois sorvetes de cereja,por favor.Ele disse para a balconista,depois voltou com toda atenção para mim.

Comemos o sorvete e ficamos andando perto de casa,já estava ficando escuro e Tyler me deixou na frente de casa,parou na minha frente e sorriu.

-eu vou dar uma passadinha na casa da minha avó.Ele disse pegando minha mão.

-está bem.Eu suspirei olhando seus olhos claros.-nos vemos nesse fim de semana.

-claro.Ele sorriu se aproximando.

Fechei os olhos e deixei ele me beijar,senti seu corpo mais próximo ao meu e seus braços percorrer minhas costas,seus lábios tocaram nos meu gentilmente e nos beijamos,depois de um cinco segundos já estávamos nos beijando de verdade,agora ele segurava meu cabelo e me prensava na parede delicadamente,abri os olhos e ele ainda os mantinham fechados,quando acabou ele deu um beijo na minha bochecha e sorriu.

-você é incrível.Ele sussurrou no meu ouvido.-agora preciso ir,te ligo e nos vemos no sábado.

-está bem.Eu disse tentando manter a calma e não começar a pular como louca.

Ele me deu outro beijo e me esperou entrar em casa,deixei meu corpo escorrer naquela porta branca,sorri aliviada de tudo ter ocorrido perfeitamente,levantei cambaleando e entrei na sala onde encontrei Dereck sentado do sofá com o telefone na mão parecia preocupado.

-oi.Eu disse sentando ao seu lado,ele não falou nada estava com cara de choro e abaixou a cabeça .-aconteceu alguma coisa?

-não aconteceu nada.Ele rosnou colocando o telefone no gancho.

-me conta Déh.Eu o encarei segurando sua mão.-não sou mais criança,sou sua irmã,irmãos conta o que a de errado um para o outro,eu sei que não somos os melhores amigos do mundo ou os melhores irmãos mas eu quero o seu bem.

Nesse instante ele colocou a mão no rosto e sentou novamente só que dessa vez ele estava chorando,coloquei o braço em torno de suas costas e tirei uma de suas mãos da frente de seu rosto,Dereck nunca chorava em público,sempre escondia.

-ah garota que mais amo pode morrer a qualquer momento.Ele soluçou enxugando as lágrimas.-eu amo a Pérola.

-como assim?.Eu perguntei sem entender nada.

-a garota da praia que fico todos os dias,ela tem câncer nos ossos maligno,sem cura ou sem qualquer chance de tratamento.Ele abaixou a cabeça novamente.-ela vai morrer...

Meu Deus nunca havia visto Dereck daquela forma,ele estava acabado,na verdade nunca o vi chorar,mas a coisa era grave e parece que ele realmente ama a garota,o abracei e não falei nada...aquele momento não precisada de palavras só de companhia.