Nym-pho escrita por Ugly Duckling


Capítulo 12
Capítulo XII - Eletricidade, Arrepios


Notas iniciais do capítulo

Há quanto tempo...
ups
Decidi voltar. Pergunto-me se alguém ainda vai ler ^^'
Gosto muito desta história e quero continuar a contá-la, ainda que espaçadamente.
Capítulo curto, mas outros maiores virão para breve! ♥
Leonie is back!



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Eletricidade. Choque. Arrepios. A respiração descompassada, os lábios molhados nos meus, mãos por todo o lado. Claramente, Castiel e eu não aguentámos muito tempo a distância que o facto de não fazer sexo implica. Meras vinte e quatro horas depois de nos conhecermos naquelas peculiares circunstâncias, estávamos já a explodir juntos no seu apartamento. Foi tão rápido e espontâneo que nem tive tempo de olhar à minha volta, perceber o que nos rodeava. Não. Abrir e fechar a porta foi um esforço mais do que suficiente, e saciámo-nos ali mesmo na entrada, roupas ainda no sítio.

Castiel era experiente, isso era evidente. Experiência assim excitava-me. Inexperiência também, mas os seus movimentos eram coordenados, sempre com atenção ao prazer de ambos. Que alegria. Amámo-nos repetidamente. No chão, no sofá, na mesa, e, finalmente, na cama. Os meus mamilos eretos contra o seu corpo, todo ele duro e forte, as suas mãos nas minhas coxas. Extasia.

O sol já estava alto quando finalmente acordámos, enrolados nos lençóis e um no outro. A minha cabeça repousava na dobra entre o seu pescoço e ombro, logo acima da sua clavícula. Mordi o lábio. Franzi as sobrancelhas. Aquela simples visão chegou para me acender novamente, mas pensei que talvez me devesse conter. Passei a minha mão no seu cabelo, muito suavemente, e ergui-me ligeiramente para lhe beijar os lábios, que ainda estavam inchados, fruto da nossa violência da noite anterior.

Castiel abriu os olhos, sonolento, e sorriu.

— Estou sem palavras – disse, e beijou-me.

— Ai sim? – falei entre suspiros.

Puxei-o contra mim. O lençol separa-nos.

— Ainda te sentes capaz? – e toquei-o no seu cerne, onde sabia encontrar a promessa matinal.

Riu-se. Pensou, provavelmente, que eu não falava seriamente. Coitado. Destapei-nos e pus-me de joelhos, para poder melhor observar o corpo dele. Beijei-lhe o pescoço. Admirei o seu olhar em mim, cheio de desejo, mas também espanto. Esticou a mão para o meu seio e explorou um pouco, traçando linhas, para cima e para baixo. E então coloquei-me sobre ele e fechei os olhos, e inspirei, e saboreei o divino momento em que ele entrou em mim. Foi lento, dessa vez, como chamas brandas. Pensei na minha primeira vez, mas rapidamente expeli o pensamento da minha mente.

*

— Não consigo competir contigo, esquece – dizia Castiel, já à noite, depois de um dia que se resumiu a comer, foder, repetir. – Onde é que vais buscar toda essa energia?

Saí então da casa de banho, depois de acabar de tomar um duche. Castiel estava estendido na cama, nu, com a cabeça deitada para trás, completamente exausto. Deixei um risinho escapar e sentei-me ao seu lado.

— Mm. Podia fazer isto todos os dias.

Olhou para mim de olhos semicerrados e disse: - Impossível.

— Achas? – fingi estar muito espantada, e depois rimo-nos juntos. – Bem, vou andando para casa. Obrigada pelo serão. Até amanhã.

Vesti-me rapidamente, e Castiel colocou também uns boxers, antes de se voltar a atirar para o colchão e adormecer quase instantaneamente.

— Até. – murmurou.

De volta a casa, pensei em tudo o que tinha acontecido e sorri. Esperava poder contar com Castiel de cada vez que as minhas vontades me assolassem.

*

Só, no meu quarto, no meu país, a força do mundo forçou-me a olhar para dentro.

Vazia. Estava vazia. Faltava-me o contacto de outra pessoa. Solucei.

Essa noite foi complicada para mim. Sentia-me sozinha e fria. Estremecia por baixo das mantas e chorei ao refletir sobre tudo o que já deixara para trás. Repeti e repeti a canção de Lysandre na minha cabeça. Pensei e pensei, mas não tinha razão para me sentir assim. Era uma tristeza intensa, que me arrebatou por surpresa. Tom, os meus pais, os meus avós, o rio, as flores. Lysandre. Leigh. Raimond, Viktor, Ada. Até mesmo Garen e Najda.

Eu não tinha um lar, não tinha onde voltar. O meu lugar era onde quer que o meu sexo estivesse, e talvez esse fosse o verdadeiro conflito: não saber se as minhas emoções eram verdadeiras, questionar o meu bom senso, e chorar ainda mais por ressentir o ardor entre as minhas pernas. Não queria magoar ninguém. Tinha medo de mim própria, das minhas emoções. Perguntei-me o que pensaria Castiel, se soubesse algo mais sobre mim. Perguntei-me qual seria a reação de Lysandre e Leigh. De peito apertado, evoquei os seus rostos perfeitos. Como teriam eles crescido?

Horas depois, acalmei-me. Convenci-me de que tudo isso era natural, que não fizera nada de mal, apenas sobrevivera.

E masturbei-me.

*

Outro dia veio, e outro, e outro. Pintei horas seguidas, até a minha fraqueza me lembrar da necessidade de comer e beber.

Castiel e eu saímos várias vezes. Íamos ao parque, onde eu fazia uns desenhos – das árvores, das pessoas, dele –, fazíamos sexo, passeávamos pela cidade, fazíamos sexo, pintei-o no meu atelier, sexo, e ouvi-o a cantar e tocar na sua guitarra, seguido de sexo.

Conheci também o seu cão, Dragon, que, apesar de assustador, era um doce, mas assim à primeira vista era uma besta, por ser tão grande e enérgico. Nos dias em que Castiel tinha ensaio passei a ser eu a passeá-lo. Ficámos muito próximos. Tirávamos fotografias, víamos filmes juntos e vivíamos praticamente na casa um do outro, mas nunca falámos sobre o tipo de relação que tínhamos ou poderíamos vir a ter; nenhum de nós estava pronto, mas, apesar de eu desconhecer as suas circunstâncias, sabia que a conversa seria inevitável.

Assim passavam as horas, rapidamente, e o verão foi esplêndido. A escola estava já a curtas semanas de começar, e eu ainda só conhecia Castiel, que também ia para Sweet Amoris. A tia Ada ligava de vez em quando, e por lá estava tudo bem. Nunca perguntei por mais nada, e ela também não contou. Assumi que ainda vivessem todos.

França ganhou um novo brilho. Pela primeira vez em algum tempo, senti que tudo estava estável e bem, e que a desgraça me deixaria em paz. Não haveriam mais surpresas. A escola ia começar. Ia ser apenas mais uma estudante, apenas com uma vida sexual bastante ativa. Nada de problemas, nada de corações partidos, ou drama, ou experiências dolorosas.

Mas não; nada disso. Tudo acontece por uma razão – e que razão mais se não tornar a história da vida interessante, ainda que difícil?


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Notas finais do capítulo

Castiel... heh
Que tal?
Se leram até aqui, muitoooooo obrigadaaaaaaaaaaa ♥
Sugestões e opiniões e críticas são sempre bem vindas! Mas um olázinho também sabe bem ♥
Love,
Ugly Duckling



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