Não, Hermione Jane Granger. Você e Rony terminaram. Vocês tentaram. Não deu certo. Lembra? - Hermione dizia a si mesma enquanto tomava banho. As imagens do sonho, mesclada com os olhos azuis de Rony a olhando na noite anterior rodopiando em sua cabeça, fazendo-a sentir um peso de ansiedade em sua barriga. - Vocês brigam demais, reclamam demais, choram demais. Lembra? Você não era prioridade na vida dele antes. Agora que ele está com a escocesa é que não vai ser. - Saiu do banho e foi procurar algo para se vestir. - Está definitivamente acabado entre vocês dois a mais de ano. Ele tem namorada. VOCÊ tem namorado. Por que, Hermione, você não sei apaixona por Antônio? Ele é bonito, inteligente e antencioso. Tem diversas coisas em comum com você. O que há de errado com você? - Caminhava de um lado para o outro. Sem saber ainda o que vestir. - Rony sempre foi implicante. E não mudou nada enquanto vocês namoravam. Não era romântico, não era sentimental e ele nem chegou a te amar. Você por tentar tanto não ficar para trás, tentava demonstrar o mínimo. Talvez ele também se sentisse acanhando... Não.  Olha as atitudes dele! Nunca perdeu a oportunidade de te ofender. Mas não brigamos desde que ele voltou... Isso porque você não deu oportunidade, né.  Porque se tivesse dado, poderia esperar a arrogância aflorar nele.

Ouviu um barulho a janela. Era a coruja de Antônio. Abriu a janela e passou rapidamente os olhos pela carta. O garoto estava propondo que ela fosse almoçar na casa dele. Mas não. Ela não queria ver Antônio. Simplesmente não estava conseguindo se entregar a ele. Decidiu que se ausentaria o fim de semana. Iria visitar os pais. Passar algum tempo com eles e aproveitar para pensar um pouco sobre aquilo tudo.

Arrumou suas malas. Ligou para Harry para avisar, para que não ficassem preocupados caso a procurassem. Escolheu Harry porque ele era o único que tinha telefone em casa e ela não queria perder tempo com visitas. Tudo pronto, aparatou. 

O fim de semana passou como um relâmpago. Ela aproveitara bastante a companhia dos pais. E após uma conversa com a mãe, ela decidira tentar com Antônio. Era muito cedo ainda para desistir. Da casa de seus pais, foi direto para o Ministério.  Enviou uma coruja para Gina, convidando-a para almoçar. A garota e Harry tinham passado mais um fim de semana procurando uma casa para morar quando estivessem casados e a morena queria saber se tinham enfim encontrado.

Gina aceitara o convite, e ao meio dia encontraram-se em um restaurante no beco diagonal. 

— E então? - Hermione disse enquanto olhava o cardápio.

— Oh sim! Finalmente encontramos. 

— Aonde?

— Em St. Catchpole mesmo. 

— Achei que morariam na cidade.

— Eu também achei no início, mas depois eu parei para pensar em algumas coisas...

— Que tipo de coisas?

— Bem... quando eu estiver grávida, será difícil ficar aparantando, usando pó de flu. Preciso meios mais fáceis pra chegar na mamãe. E sabe, eu adoro o clima d'A Toca. Adoro a paisagem, o pomar, um lugar aonde podemos jogar quadribol nas horas vagas. E na cidade, as casas ou são pequenas demais ou são caras demais.

— E como ela é? 

— É uma gracinha, Mione! - Nesse momento os olhos da ruiva iluminaram-se. - Vai precisar de uma reforma. E ela só tem três quartos. Mas vamos fazer um projeto para aumentar.

— Vocês precisam de mais pra que? - A morena arregalou os olhos. 

— Bem, Hermione. Os Weasleys costumam ter família bem grande. - Ambas gargalharam. - Um dia você vai entender. 

— Como assim? - Hermione entedera a afirmação, mas preferiu se fazer de desentendida.

Gina por sua vez decidiu não persistir no assunto. Continuaram com o almoço conversando mais sobre a casa. E marcando um dia para visitá-la.

Gina e Harry compraram a casa e logo em seguida começaram a reforma. Todos os Weasleys e amigos próximos trabalharam arduamente nas semanas que se seguiram. 

Era sábado e Hermione estava com o casal e sua nova casa. A reforma estava quase pronta. Faltava apenas pintar a casa.  Eles decidiram dar folga aos familiares e amigos e fariam aquilo sozinhos. 

Se despediu dos amigos e foi ao encontro de Antônio. Eles iriam ao cinema. Antônio nunca tinha ido ao cinema e nem sabia direito o que era. Hermione ainda estava desanimada diante do namoro, mas ela decidira tentar de verdade. Em seus tempos livres, quando não estava com Gina, se esforçava para ficar com o garoto. Ele era agradável, mas ela se perguntava diariamente se estava agindo certo namorando-o.

Quando Hermione saiu pela porta e aparatou, Harry e Gina se viram sozinhos. Sorriram um pro outro e então pegaram as varinhas e os baldes de tinta. Empunharam a varinha e fizeram a tinta ir até as paredes. Era uma tarefa difícil e eles não eram muito habilidosos, derramando ocasionalmente respingos de tinta um no outro. Quando finalizaram o primeiro quarto estavam completamente sujos. Olharam-se e começaram a rir.

Harry se aproximou e abraçou a noiva ainda sorrindo. Encostou seus lábios nos dela. Ficaram assim por alguns segundos e então aprofundaram o beijo. 

Suas línguas dançavam enquanto Harry passava a mão na cintura da garota puxando-a para mais perto. A garota por sua vez tinha as mãos passeando pela nuca e pelas costas do garoto. Harry colocou a mão por debaixo da blusa de Gina, sentindo sua pele.  Ela estava quente. E ele se sentia ardendo. Descontroladamente interrompeu o beijo e começou a passear os lábios pelo pescoço da garota, dando beijos e mordidas de leve. Sua mão puxou uma perna de Gina e a prendeu em seu quadril enquanto alisava as coxas da garota. Voltou a beijá-la nos lábios. 

Gina passava uma mão nas costas do garoto, por baixo de sua blusa, arranhando-o levemente e sentindo ele se arrepiar. A sede tomava conta dos dois. E era tão simples ceder a ela ali em sua casa nova, sem ninguém por perto. Gina estava maravilhada com o gosto que Harry tinha. Sentia seu corpo vibrar ao toque dele. E podia sentí-lo. Sabia como ele estava se sentindo. 

Com um súbito a consciência bateu em Harry. Ele não queria parar. A sede, ele precisava saciá-la. A garota ruiva botava fogo nele. Mas ele sabia que não era a hora ainda. Se afastou calmamente de Gina e ela entendeu. Parecia suplicante para que ele não parasse, mas sabia que era o certo. 

— Falta pouco - ela disse arfando pela falta de ar que o momento lhe causara.

Isso só piorava a situação para Harry. Olhar a garota daquele jeito, respirando pesadamente, os cabelos maravilhosamente bagunçados, as bochechas coradas, os lábios levemente inchados, seu short subira um pouco revelando um pouco de sua perna, aquilo o deixava louco. E por um momento ele cedeu a tentação e se aproximou novamente, mas então resistiu e se afastou.

— Falta pouco. - Ele repetiu e saiu do aposento, indo para a varanda. Precisava de ar. 

Alguns minutos depois, Gina se reuniu a ele e sentaram no chão. 

— Obrigada por entender e por ser por vezes mais forte que eu. - A garota disse olhando-o.

— Você não é fácil. - Harry sorriu. - Precisa controlar sua chama. Você vai me incendiar. 

— Falta pouco. E eu vou mesmo te incendiar. - Ela sorriu provocantemente. Viu o olhar cobiçoso do garoto em cima dela. Decidiu que era hora de mudar de assunto.  - O que pretende para o nosso jardim? Eu queria construir um espécie de mini campo de quadribol, pra gente se divertir...

Harry sorriu diante da visão. Ele e sua família todos brincando num fim de uma tarde naquele gramado. Era uma visão maravilhosa. Abraçou a ruiva a seu lado e a beijou no topo do cabeça. 

— Vamos acrecentar isso no projeto. Inclusive acho que deveria ser umas das primeiras coisas a acrescentarmos aqui.