konoha Soldiers escrita por TH-sama


Capítulo 7
Capítulo 7 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas, mas o bloqueio estava muito forte e também depois que comecei a trabalhar quase não tive tempo para escrever, mas como prometido aqui está mais um cap, espero que gostem ♥



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Algum tempo se passou desde o dia em que voltaram da missão, assim que chegaram Sasuke foi levado as presas para um hospital emergencial na vila da terra e os demais foram tratados na enfermaria da base da terra. Naruto havia quebrado 2 costelas, kakashi um tiro de raspão no braço direito, algumas feridas profundas na perna e Sakura, escoriações no corpo, mas nada que fosse preocupante e que não melhorasse em alguns dias.

Depois de ser atendida dormiu dois dias interruptamente, não tinha forças nem para se alimentar, mente perdida em um turbilhão de pensamentos e o corpo fraco demais para reagir, parecia que toda adrenalina que pudesse produzir no seu corpo havia sido gasta nos seus últimos momento lutando por sobrevivência. Estava bem desidratada e também havia perdido uma quantidade de peso razoável para pouco tempo em que esteve em missão.

Todas as medidas haviam sido tomadas e depois de uma longa semana de tratamento intensivo administrado pela Major Tsunada, Sakura finalmente poderia passar alguns dias no seu alojamento. Estava bem, ainda dormia mais tempo que ficava acordada, mas só os remédios a faziam ter um sono tranqüilo, seu inconsciente ainda lhe pregava peças, as vezes sonhava que estava em um tiroteio nas montanhas e sempre ao final do sonho levava um tiro na cabeça, todas as vezes acordava desesperada, coração batia tão forte que as vezes pensava que sairia do peito e a cabeça pesava como se quisesse que ela deitasse novamente.

Dias difíceis, mas não tanto quanto imaginava que Sasuke passava, sabia que tinha que tinha tomado a melhor decisão e dado tudo de si quando cauterizou a ferida dele, mas temia a morte deste por não ter feito a escolha que muitos fariam, era difícil não associar essa tipo de coisa a escolhas pessoais, já que poderia ter escolhido outro método, mas como médica sempre se preocupou em salvar a vida das pessoas, porém com Sasuke sentiu ter sido persuadida excessivamente pelo querer do moreno. Não queria ser culpada pela morte de Sasuke, sempre que pensava sobre, a Imagem do Moreno a protegendo vinha em sua mente, como se fosse um aviso que ela precisava fazer o mesmo por ele e assim pensou ter feito.

Quando Naruto a visitou, contou que o Uchiha havia passado por uma cirurgia e estava se recuperando, seu coração se encheu de alegria, ficou tão feliz que até abraçou Naruto que ficou surpreso com o gesto repentino e pela felicidade excessiva.

Seu coração finalmente estava em paz, após dias não se alimentando direito pela ansiedade e mal estar que predominavam, enfim poderia dormir sem culpa ou remorso, dormirá com uma gatinha preguiçosa e sem remédios, seu sono era tranqüilo e profundo.

Depois de uns 70% recuperada Sakura foi convidada/obrigada a passar por algumas sessões de tratamento com a psicóloga do quartel, Kurenai, uma mulher madura, elegante e muito profissional. Depois de missões desse tipo todos ao soldados eram obrigados a passar por alguns dias com a psicóloga na tentativa de diminuir o número de suicídios devido aos traumas adquiridos depois da guerra. Fizera um pouco mais de 2 meses de tratamento, o recomendado pelo conselho nacional de psicologia.

—Acho que já acabamos por hoje e também com a sessão auxiliar do exercito- disse encerrando a sessão e Sakura agradeceu, pois não agüentava mais todo aquele interrogatório e ficar falando sobre sentimentos remoídos, coisas que para si deveriam continuar guardadas na caixa de pandora.

—Obrigado, doutora - agradeceu exibindo um meio sorriso e seguiu até a porta.

—Sua nova sessão está marcada na semana que vem- informou Kurenai  enquanto remexia em alguns papais em sua mesa totalmente bagunçada.

Sakura parou e fechou a porta que acabara de ser aberta.

—Não entendi, achei que essa fosse minha ultima sessão- disse confusa.

—E foi – respondeu monossilabicamente.

—Então por que outra sessão na semana que vem?

—Sakura – a mulher soltou os papeis na mesa e se concentrou em olhá-la- Você tem um transtorno de ansiedade, acha que eu deixaria você ir sabendo disso? Qualquer um que ler a sua fixa saberá disso devido a sua gastrite nervosa e compulsão em estalar os dedos e massageá-los quando começa a falar sobre assuntos delicados, sua impaciência constante e balançar descontrolado de pernas quando se sente encurralada.

Sakura estava pasma, como Kurenai era tão atenta a pequenos gestos, era incrível.

—Mas na minha fixa não consta gastrite...

—Sim, mas consta a lista de remédios que são retirados da drogaria geral todos os meses – respondeu friamente.

— Olha, tenho que atender outros pacientes antes da hora do almoço, apenas esteja aqui na semana que vem, combinado? – voltou a olhar em seus papeis deixando a Haruno sem mais explicações.

Sakura apenas agradeceu novamente e deixando a sala impressionada com perspicácia da Psicóloga, talvez devesse realmente levar a serio essa coisa de terapia, talvez fosse a hora de realmente encarar seus monstros e achar uma “cura” para suas dores internas ou faria como das outras vezes, não apareceria dia algum e depois isso não passaria de uma boa lembrança do passado .

No dia anterior, Tsunade havia solicitado que ela fosse a sua sala, pois precisaria de si pra outra missão. Não estava muito animada com isso, mas precisava obedecer rigorosamente como um bom cãozinho do exercito.

— Major Tsunade- Disse a médica enquanto batia continência.

—Sakura, entre por favor.

A tenente nem se prendeu a qualquer tipo de etiqueta, apenas se sentou em frente a Tsunade que não pareceu se importar com “abuso”.

—Vou ser bem direta, você será enviada a vila da terra para fazer o reexame de soldados feridos nos últimos meses. Conclusão, você dara alta para eles. Como você está com esse braço machucado, não ainda não pode voltar a coordenar a enfermaria com antes, então até que  melhore por completo, vou deixá-la com esses tipos de trabalho.

Sakura se sentia decepcionada, já imaginava isso quando começou a sentir fortes dores nos tendões da mão, infelizmente a missão, sua recuperação e todo esse estresse tinham lhe causado mais problemas que o esperado. Era terrível pensar que uma médica não poderia usar uma das mãos, mas sabia que esse não era seu caso, eram apenas empecilhos temporários.

—Tudo bem, quando serei enviada para lá?- perguntou seriamente tentando disfarçar um pouco do abalo.

— Amanhã, arrume suas coisas e espero por um carro na entrada do quartel que saíra às 5h da manhã.

—Sim, senhora. Peço permissão para me retirar.

—Esta liberada.

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Quando chegou há quatro meses ninguém poderia imaginar que sobreviveria, seu rim e o fígado estavam perfurados, foram 3 cirurgias  e mais 2 mês na UTI. Até o próprio Sasuke chegou a pensar que não sobreviveria, as noites em claro queimando em uma febre interminável que não diminuía por nada devido a grave infecção que havia contraído depois da primeira cirurgia, nesses momentos passavam alguns pensamentos por sua mente, mesmo tendo passado por árduos treinamentos, já ter passado por sofrimentos piores, aquela situação estava se tornando insuportável , a única visita que recebia era de enfermeiras ou médico,  talvez ter alguém conhecido consigo poderia tornar as coisas um pouco mais fáceis, e estranhamente quando pensava sobre isso lhe vinha a mente uma pessoa especial, uma moça de longos cabelos rosados, mas sempre preferia evitar qualquer coisa sobre ela, possivelmente para não se apegar.

Depois de muito tempo, sua infecção finalmente parecia ter desaparecido e com isso sua melhora fora quase que instantânea. Depois de mais ou menos dois meses o liberaram para voltar periodicamente ao hospital apenas para trocar curativos e observarem o desenvolvimento da cicatrização. Tudo isso lhe rendeu ótimas “cicatrizes de guerra” como Naruto gostava de dizer.  

Sasuke estava impaciente nos últimos dias, não recebia notícias do quartel há algum tempo, sua carta de convocação já deveria ter chego, uma vez que seu prontuário e declaração dos médicos enviados ao quartel indicavam que ele já estava apto para voltar ao trabalho. Inqueto, vestiu uma roupa e saiu de seu apartamento alugado pelo exercito, precisava de resposta e precisava o mais rápido possível, pois sentia que esse tempo em que ficava parado lhe afastava de seus objetivos e saber que existia uma possibilidade de não alcançá-los o tirava do sério.

 Andando pelas ruas com sua blusa branca em gola v por baixo da jaqueta preta marcava não só seus músculos, mas como também o curativo enorme que ficava sob a ferida. Seus passos eram rápidos e não se preocupava com os olhares das mulheres, a masculinidade que exalava de si era quase palpável, com o andar forte, cabelos um pouco úmidos e bagunçados, não havia quem disse não a Uchiha sasuke. Mesmo recebendo tanta atenção, aquilo não importava muito para ele.

Quando chegou a uma pequena sede do quartel nem precisou se apresentar ou pedir permissão para entrar, sua patente era a mais alta tirando a do Velho Hiroshi que era um major prestes a se aposentar.

Passou por algumas salas até chegar na sala de Hiroshi e como de costume apenas abriu a porta, adentrou a sala e fez uma continência.

—Precisamos conversar Major – Disse antes de perceber que o mesmo parecia estar uma reunião com alguma pessoa.

—Sim, realmente precisamos conversar, antes tem uma pessoa que eu quero que conheça – Disse apontando com a mão para a pessoa sentada a sua frente.

Em sua mente aquele momento pareceu estar em câmera lenta, seus olhos seguiram cada movimento da pessoa sentada naquela mesa, o desembaraçar as pernas, seus cabelos caindo para atrás dos ombros e seu rosto delicado virando lentamente em sua direção.

—Sasuke? – Disse um pouco incrédula.

Ela estava lá, Sakura, tão deslumbrante quanto ele se lembrava, usando uma saia preta justa e uma blusa cinza um pouco mais despojada, estava linda.

— Não sabia que se conheciam- Disse Hiroshi sorridente – Já que é assim, vou pedir que o próprio Sasuke a leve para o seu apartamento, pode ser?

Sakura sem pensar muito soltou um “Claro” um pouco desajeitado, olhando para o Major e logo m seguindo voltando seu olhar para os orbes negros.

O telefone do gabinete começara a tocar fazendo com que os dois tenentes se parassem de se olhar.

—Ah... Sasuke acompanhe a Srta. Haruno a portaria, as malas dela estão lá e depois a leve ao apartamento da central, por favor. Preciso atender essa ligação. Olá Corone, como vai?...

Sasuke apenas acatou a ordem seguindo para fora da sala e indo a portaria. Sabia que Sakura estava logo atrás de si, mas não tinha coragem de inclinar para olhá-la.

Chegaram em silencio a recepção e isso se estendeu até aporta do apartamento de Sakura, que por coincidência ficava no mesmo corredor do de Sasuke, em meio a esse constrangimento mutuo, Sasuke resolveu falar quando percebeu que o braço direito de Sakura estava com tala, não tinha visto antes, pois a médica havia jogado um casaco dobrado ao meio sobre o braço.

—O que houve com seu braço?

A rosada se assustou um pouco com a pergunta, mas a respondeu enquanto procurava as chaves do apê em sua bolsa.

—Ah...  Digamos que eu machuquei meu pulso mais do que eu pensava naquela missão, mas já está ficando tudo bem e você como está sua ferida?

—Acho que bem, pelo menos é o que me dizem.

— Alguém te disse sobre o que eu vim fazer aqui? – perguntou enquanto tentava girar as Chaves na fechadura meio desengonçada.

— Não, nem sabia que viria.

— Como estou com o braço machucado não estou podendo fazer muito na enfermaria do quartel, então Tsunade me designou para fazer uma avaliação nos soldados feridos que estão em recuperação nessa cidade para saber se estão habilitados para voltar ao serviço, será apenas uma semana. Se estiver tudo certo com você, acredito que volte junto comigo para quartel – Finalmente havia conseguido abrir a porta.

—E quando será essa avaliação?- perguntou o moreno a ajudando a colocar as malas na sala do apê.

— Acredito que daqui a uns 3 dias devido ao cronograma que me passaram, mas qualquer mudança eu te aviso- disse com um sorriso para agradecer a ajuda com as malas.

—bem,  eu já vou indo. Se precisar de mim, estou no 301 no inicio do corredor – Nem esperou uma resposta da médica e seguiu pelo corredor.

Sakura foi até a porta e o viu seguindo com as mãos no bolso até seu apartamento, ficou curiosa para saber quando o Tenente havia se tornado uma pessoa atenciosa daquele jeito.

Mesmo depois de tudo que passaram se achava uma idiota por achar Sasuke um homem lindo.

 Alguns dias se passaram e a médica trabalhava arduamente nas avaliações, apesar de ser um trabalho técnico precisava de muita precisão, algo que Sakura executava muito bem.

Depois de muitos atendimentos a médica só precisava terminar de preencher o ultimo relatório para estar finalmente livre, estava louca por um banho, um saco de seus salgadinhos favoritos e quem sabe alguns minutos de sono, assim que se levantou deu uma volta pelas macas conferindo se estava tudo em seus devidos lugares e depois de concluir voltou-se para a porta da enfermaria e deu de cara com um moreno de olhos negros, seu coração palpitou tão alto que chegou a soltar um gemido abafado devido ao susto.

—Você me assustou- disse com uma das mãos no peito, na tentativa de acalmar o coração ou algo do tipo.

—Me pediram para vir aqui ver meus ferimentos- disse friamente enquanto a encarava.

—Tudo bem, Sasuke. Deite-se na maca enquanto eu busco algumas coisas- ordenou.

Chegando a maca Sasuke já estava sentando confortavelmente na cama e sem camisa o que fez a médica corar muito só de olhar o abdômen totalmente definido do Rapaz, ela se concentrou em não pensar qualquer tipo de besteira e se manteve firme na frente do Uchiha.Colocou suas luvas de látex e fez a retirada  da bandagem das feridas do Uchiha.

—Disseram algo sobre a cauterização?- perguntou enquanto examinava a queimadura, sentia um pouco de remorso só de lembrar, mas se contentou de que era algo necessário e que já aparentava estar bem melhor de quando se lembrava.

— Não muito- respondeu monossilabicamente, algo que a médica odiava.

—Ela me parece bem melhor do que estava escrito no relatório, acredito que em 2 dois meses já tenha cicatrizado por completo, pelo menos externamente- disse enquanto analisava as feridas

—hum.

 “Como ele é falador”- pensou

—Tem sentido dores, tontura ou vômitos?

E Sasuke apenas respondeu negativamente com a cabeça.

A Haruno limpou a ferida, passou uma pomada antibacteriana e separou algumas gases para que pudesse fazer um novo curativo. Enquanto enfaixava corpo de Sasuke percebeu que ele não tirava os olhos de si, o que já era constrangedor e caso fosse somar o fato que para enfaixá-lo ela precisava ficar muito perto dele.

Limpou as feridas, passou delicadamente uma pomada antibacteriana e recolocou novamente a bandagem.

—E esses dedos como estão? – perguntou na tentativa de ser no mínimo simpática, pois não sabia muito bem como lidar com Sasuke.

—Vou retirar o gesso amanhã- respondeu – nada que interfira em minha coordenação motora.

Sakura logo entendeu que ele se referia em atirar.

—Que bom... – disse sem jeito.

A realidade era que Sakura se sentia uma adolescente perto de Sasuke, como se a menina nerd se aproximasse de seu crush titular do time de futebol americano. Super clichê, mas não tinha melhor forma de exemplificar seus sentimentos subliminares.

Estabeleceu-se um silencio absoluto e Sakura parecia achar seu estetoscópio a coisa mais interessante do mundo só para não ter que olhar para o moreno, Sasuke coçou a garganta e colocou novamente sua blusa.

—Precisa de mais alguma coisa?- Indagou Sakura, ainda entretida com o aparelho em volta de seu pescoço.

—Acho que não – respondeu- Pensando melhor, sim... Estou com uma tosse irritante, você não tem nada ai pra isso?

—hm... Deixe te dar um xarope.

O tenente desceu da maca  e segurou o braço da rosada para que ela não saísse de perto e a encarou por alguns segundos, ela o correspondia, seus olhos negros eram tão profundos que era até difícil para a médica desviar. Sasuke se aproximou lentamente e a rosada não recuou, apenas o olhava fixamente em seus olhos até ficarem pertos de mais.

—Sasuke... eu..- As palavras saiam da boca de sakura sem que ela pudesse controlar.

Sasuke balançou a cabeça come se pedisse para que ela não falasse, continuou a se aproximar lentamente. Sakura olhando em seus olhos e sentindo os borboletas no estomago, era uma sensação tão estranha, mas ao mesmo tempo tão boa e quando já sentia a respiração de Sasuke bater contra seu rosto, os lábios tão perto foram interrompidos pela porta abrindo bruscamente e se fechando mais rápido quanto abriu seguido de um “desculpe!”. Por extinto se afastaram rapidamente.

A rosada tinha certeza que estava da cor de um tomate maduro, as mãos estavam até suando. Tinha certa estranheza pelo gesto inesperado de Sasuke, mas pouca importância dava, pois só de ter tomado iniciativa para tal já havia ganhado pontos em seu placar interno, não que estivesse apaixonada pelo Uchiha, mas o tenente era daquelas pessoas, com cara de bad boy, atitudes revoltadas e irresistíveis ao toque. Não fazia o estilo de Sakura, já que estava gostava dos mais tímidos, mas não seria nada mal provar outra coisa de vez em quando.

—Estava pensando em sair pra comer alguma coisa mais tarde, já que hoje é o dia do festival terá vararias barracas, você não gostaria de me acompanhar? – Disse sem olhá-lo, ela não queria ser mal interpretada, apenas queria quebrar o clima e levantar bandeira branca para antigas brigas deles pelo quartel.

Sasuke nada disse apenas concordou com a cabeça, então sem esperar muito por qualquer outro possível dialogo que eles viessem a ter o Uchiha preferiu se retirar.

— Passo no seu apartamento as 9 – Apenas afirmou sem aguardar qualquer confirmação da médica e se pois a sair da sala.

Quando o tenente a deixou sozinha, a rosada mal acreditar que algo assim tivesse rolado entre ela e o bad boy do quartel. Precisava de um pouco de ar fresco para colocar a mente em ordem e foi até a janela para olha o final do entardecer e esperar um pouco. Parecia ser ironia do destino, mas inconscientemente o Uchiha resolve usar a saída de serviço do hospital exatamente o local para qual a janela dava visão, então mais uma vez a médica conseguiu observar seu paciente turrão e mal humorado, mas que ainda continuava lindo e encantador com seu cabelo bagunçado.

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Sakura procurou por qualquer coisa em sua mala que se parecesse um Yukata e por sorte encontrou um ponche que lembrava muito uma Yukata e que ainda lhe caia muito bem, como estava sem um pingo de vontade de arrumar as madeixas apenas colocou a franja atrás da orelha e a prendeu com dois grampinhos, aquilo foi o suficiente para se achar totalmente diferente do usual e duvidar que estivesse bonita, mas como não tinha outra escolha e que faltam apenas  alguns minutos para se encontrar com Sasuke então decidiu que não daria tanta importância a isso, seguiu para cozinha e bateu a porta de seu quarto fingindo não ter visto a completa bagunça em que ele se encontrava.

Não teve tempo de tirar a garrafa de água da geladeira quando foi interrompida com uma batida na porta.

“Deve ser Sasuke”-Pensou.

Abriu a porta e se surpreendeu com que via, o Uchiha usava uma Yukata azul escuro de um tecido pouco cintilante, tinha dos cabelos soltos, porém bem alinhados diferente das outras vezes que costumava vê-lo totalmente bagunçado, digamos que uma bagunça arrumada e estava lindo, só para variar.

— Ah... Yukata bonita- disse a rosada meio sei jeito e entrou na casa esperando ser acompanhada.

—Obrigado, era do meu pai...- disse meio cabisbaixo olhando para a própria roupa, a rosada percebeu seu incômodo e preferiu mudar de assunto.

—Quer beber algo?- tentou ser simpática.

O Tenete apenas negou com a cabeça.

—Tudo bem, vou apenas pegar minha bolsa e podemos ir.

“Parece que aquele climão de mais cedo passou”- Pensou aliviada.

Andaram lado a lado até a saída do condomínio, sentiram o ritmo agitado da cidade era algo nostálgico para os dois, as noites nas cidades grandes tinham algo que nenhum interior podia trazer, sem contar que os festivais da cidade eram enormes e tinham os fogos mais bonitos que a maioria dos lugares.  Sakura se questionou se deveria chamar um táxi ou simplesmente ir andando para o bar mais próximo.

— Vamos andando? – ele perguntou.

Sakura apenas concordou com a cabeça e o seguiu.

—Te um bar próximo daqui, tudo bem para você?

—Por mim tudo bem.

Já faziam alguns minutos que estavam lá, uma música ambiente tornava o lugar mais aconchegante, era um barzinho aberto para rua e decorado com as cores do festival.

—Faz muito tempo que não vem a uma cidade?- perguntou o tenente a rosada.

— Deve ter uns 4 anos. Depois que sai do essex, fui direto ao quartel...

— hm- dava alguns goles na sua bebida enquanto olhava algumas pessoas se divertindo em uma das barracas.

Para a médica, Sasuke não parecia se importar muito para conversa, como se fosse algo desinteressante, mal sabia ela que ele não era muito bom em expressar sentimentos ou puxar conversas, mas no fundo realmente estava preocupado com seu bem estar.

Depois disso pouco falaram, Sasuke sabia que esse silêncio todo se instalara pela sua falta de prática em socializar, fazia tempos que não saía para beber com os amigos, muito menos com uma mulher tão bonita como Sakura.

—Você ficou bem depois que chegou aqui?  – fez uma pausa – Realmente fiquei preocupada pelo jeito em que você saiu do Quartel.

O moreno se surpreendeu com a aquilo, não achava que sentiria um calor no coração ao saber que ela ficará preocupada consigo.

— Posso te levar a um lugar? – Perguntou se levando sem ao menos saber a resposta da Moça

Ela estava com um dos cotovelos apoiados na mesa e a mão segurando o rosto e a outra com  tala passando a ponta do indicador na borda do copo vazio.

—Ah... Por mim tudo bem.

Assim Sasuke se levantou jogou o dinheiro da conta sobre a mesa, nem deixando que Sakura se manifestasse sobre e penas disse: “Vamos”.

Andaram por um longo trecho, se Sasuke estivesse certo daqui a algumas quadras estariam no lugar mais bonito da cidade.

—Estamos chegando? Acho que aquele shot não me fez muito bem – Disse Sakura meio tonta, as bochechas vermelhas deixavam clara a embriaguez.

—Você é fraca para bebidas, né?- indagou Sasuke reparando no andar despreocupado e um pouco atrapalhado dela.

—Eu participava dos jogos de bebida da faculdade, mas quando estava no último ano resolvi parar de beber – Respondeu

—Algum motivo especial? – Perguntou interessado, Sasuke estranhava como as palavras saiam da sua boca quase que inconscientemente, talvez também estivesse sob o efeito do álcool.

—Sempre fazia alguma merda quando estava bêbada- sorriu como se lembrasse de algo.

— A senhora perfeitinha fazendo merda?- provocou

Sakura revirou de olha e sorriu um pouco com a provocação.

— Nunca fui perfeita, estou bem longe disso- deu uma empurradinha em sasuke.

— Me conte uma e eu vou avaliar se você é ou não a senhora perfeitinha. - Disse quanto subia uma velha escadaria de madeira que ficava em um morrinho.

A vista era maravilhosa, a cidade parecia uma pintura com todas aquelas cores e formatos, uma paisagem que Sakura nunca tinha visto e estava apaixonada por aquilo, nem precisava dizer algo, estava nítido em seus olhos.

As luzes das velas espalhadas, pessoas com yukatas coloridas e toda aquela alegria que o festival transmitia, era nostálgico e lembrava completamente dos festivais quem haviam em Konoha quando ainda pequena.

— vamos nos sentar – disse o tenente sentando na grama sem se preocupar muito se estava sendo tagarela ou muito carismático, àquela hora do campeonato já sabia que estava bêbado e só estava deixando as coisas rolarem.

—Uma vez eu lembro de estar muito doida e quando dei por mim estava em uma cela e o delegado me olhando com a cara feia, nem me liguei naquilo, porque a ressaca estava matando, mais tarde quando meus amigos me encontram descobriram que tinha sido presa por desacato a autoridade, vandalismo e destruição de patrimônio publico. – disse olhando o céu e enquanto lembrava das loucuras sorria.- Eu simplesmente resolvi parar em uma praça com um carinha que eu ficava e não sei como tivemos a brilhante idéia de grafitar nossos nomes na parede, quando a policia nos viu e veio dar um flagra, eu brilhantemente achei que seria legal jogar uma pedra no carro da policia, daí você pode imaginar...

Por incrível que pareça Sasuke estava tranqüilo, rindo daquelas bobagens, era difícil imaginar que Sakura seria um adolescente rebelde.

— Nota 6 pra você – Disse Sasuke ao avaliar sua história.

— Qual foi?! Eu era vândala, tem noção? Isso muito pesado até pra você!- Disse a rosada em meios a risos abafados.

Os dois sentados na grama, olhando cidade e admirando todo seu conjunto, era reconfortante tanto para Sasuke quanto para Sakura, fazia tempos em que finalmente poderiam ser eles mesmos,  sem qualquer preocupação com o quartel ou com outra coisa.

Sakura já tinha aqueles típicos olhinhos miúdos de bêbados, não demorou muito para que cansasse de ficar sentada e logo se jogasse para deixar na grama, e por mais incrível que parecesse o Uchiha a acompanhou.

—Queria tanto poder ter uma vida simples assim.

As palavras de Sakura vaziam um total sentindo naquele momento. Os dois admirando lua fazia parecer que qualquer problema que existisse não tivesse a menor importância, se sentir parte de algo maior afastava da mente deles qualquer coisa de ruim.

A médica olhou para seu relógio de pulso e viu que já passavam das 23hrs, precisava seguir com seu dever.

—Eu não vim aqui só para examinar pacientes- disse a rosada sem olhá-lo.

Sasuke estranhou aquele assunto repentino, por prevês segundos chegou a  pensar que ela talvez tivesse vindo para vê-lo, gostaria que fosse isso.

— Antes de vir para cá, Kakashi me pediu que entregasse algo para você.

Sentiu um leve desapontamento quando entendeu do que se tratava, mas para Kakashi tomar uma atitude dessas deveria ser algo bem sério.

—Acho que é um bom momento para te entregar já que estamos sozinhos, pois ele deixou claro que teriam pessoas te observando – disse ríspida.

De imediato Sasuke ligou os pontos e lembrou que se sentiu vigiado algumas vezes no hospital e quando ia ao quartel, como estava na base do exército não pesou ser possível.

A rosada sentou-se novamente e puxou de dentro da Yukata um envelope pardo pequeno e o entregou a Sasuke.

— A partir de agora eu vou precisar me afastar por um tempo de você. Ordens superiores. – Suas palavras saiam um leve pesar na entonação, como se estivesse se sentindo triste.

Sasuke pegou o envelope e o guardou cautelosamente enquanto ouvia a médica.

— Eu to meio bêbada, mas acho que consigo chegar em casa – Sorriu- Obrigada pelo passeio, Sasuke.

Antes mesmo que ele pudesse dizer algo a rosada se aproximou e depositou um beijo cálido em sua bochecha. Em primeiro momento ele não teve qualquer reação, mas depois de vê-la se afastar se arrependeu amargamente de não ter tomado em seus lábios da médica para si, como gostaria de ter feito na primeira vez que a viu.


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Notas finais do capítulo

Queria fazer só um pedido para vocês, gostaria muito de saber o que vocês tem achado das personalidades dos personagens. Eu não quero fugir da personalidade original deles, então estou tentando não sair de um Sasuke seco a um Sasuke amoroso, quero muito ficar no meio termo, mas isso é difícil pakas, por isso queria saber se estou me saindo bem nesse requisito.
E para fazer vocês me perdoarem definitivamente o próximo cap está quase completo e duvido vocês não ficarem loucas com o Sasuke ciumento que esta por vir.
Beijos leitoras lindas ♥



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