Like a Rolling Stone escrita por MrsSong
Notas iniciais do capítulo
Tenho justificativa por essa música. Juro.
— Por que vai fazer isso? - Bento insistiu e eu o encarei dando de ombros.
“Porque minha adorada irmã quer dominar minha vida? Por que ela não para de implicar com a sua melhor amiga?” Todas as respostas não eram o que eu desejava dizer. Malu gostava de Bento e eu não queria ser a pessoa que acaba com as chances da minha irmã mais nova e de coração puro.
Por mais irritante que ela consiga ser.
— Porque é o que irmãos fazem, Zé Florzinha. Eles brigam. - respondi cansado, fechando os olhos.
— Eu não vou deixar vocês dois arrumarem confusão na casa da Giane. - ele me avisou e eu bufei.
— Eu posso levar minhas encrencas para minha casa, mas, veja só você, eu saí de casa. - avisei e ele me encarou balançando a cabeça.
— Você é dor de cabeça, cara. A maior de todas. - ele me informou se levantando e colocando a mão no meu ombro. - Vamos para minha casa, porque eu exijo estar presente se ela for falar qualquer coisa sobre a Giane.
— Acredite em mim, ela vai. Parece até que a Giane é o monstro embaixo da cama! - saímos andando cambaleantes para a casa de Bento.
Só percebi que Bento queria evitar que Seu Silvério sofresse vendo Malu falar merda quando chegamos em sua casa. Admito que nunca gostei do cara, sempre o achei um certinho metido a besta, mas essa preocupação com a Giane e sua família me faziam gostar dele.
Nunca tive amigos tão sinceros que não dividissem laços sanguíneos comigo, mas mesmo estes tinham me decepcionado ultimamente. Malu e sua mania de implicar com quem não é tão perfeito quanto ela e meu pai e suas mentiras “para me proteger”.
Começava a pensar que eu era muito fraco e não aguentava a verdade para essas pessoas que diziam me amar… Que amor é esse que sufoca, que mente e que inibe? Que amor é esse que se assemelha ao que julguei sentir por Amora?
Eu sou como sou pelo meio em que estive inserido… Puta merda, Rousseau estava certo o tempo todo. E eu aqui querendo ser um cara diferente que o riquinho mimado que eu sempre fui e nunca vou deixar de ser.
— Você está muito quieto e eu não acredito que essa seja uma atitude comum sua. - Bento comentou e eu o encarei.
— Pensando em Rousseau. - eu respondi sem querer explicar e ele me encarou.
— Não acredito que o meio determina o homem. - ele disse depois de um tempo. - Há mais do que o corrompimento da sociedade.
Eu o encarei nos olhos por alguns segundos e nós começamos a rir.
— Acho que estou sóbrio demais para isso. - ele me informou e eu ri mais ainda.
— Essa seria a minha resposta, mas fiquei com medo de você pensar que eu sou alcoólatra e voltar a me odiar. - fui sincero com Bento e ele me encarou com aqueles olhos ternos.
Admito que entendi porque as garotas se derretiam pelo Zé Florzinha. Ele tinha o tipo de olhar que eu podia classificar como puppy dog eyes. Eu estava quase prometendo para ele felicidade duradoura e eu não me sinto atraído por caras!
— Deve ser difícil ficar pensando em atitudes para evitar que as pessoas pensem mal de você. - Bento disse e isso soava como um pedido de desculpas. Quis rir mais ainda.
Não precisei responder porque Malu chegou e estava pronta para um longo diálogo em que eu provavelmente me sentiria um merda porque Malu está de coração partido e a culpa é toda minha, como sempre.
Ou talvez não porque desta vez luto por Giane. Que ela não me ouça.
— Margot? Fazendo o quê aqui? - perguntei e ela abriu aquele sorriso maternal que eu admirava na Toca do Saci.
— Rita e eu estamos pensando em ficar por aqui. Você sempre disse que este bairro é tranquilo e você sabe como a Rita consegue ser nervosa. - ela me informou e olhou para os lados. - E o seu namorado, minha querida? Eu vi fotografias dele, mas nunca fomos apresentados.
— Fabinho? Deve estar em casa. - respondi tentando desviar o assunto sobre o paradeiro de Fabinho, porque eu sabia muito bem qual o interesse em Fabinho.
— Bom, adoraria conhecê-lo. - ela me disse com um sorriso e eu o retribuí. O super sorriso de modelo brilhando em meu rosto.
— Ah, claro. Tenho certeza de que ele adoraria te conhecer e conhecer a Rita também. - acrescentei inocentemente e notei a ligeira palidez de Margot. Te peguei!
Inventando uma desculpa qualquer, Margot partiu e eu fiquei pensando que o Fabinho ficaria muito feliz com a novidade. Assim que eu conseguisse formular a história.
— Bento, você poderia nos dar um momento? - Malu perguntou e o florista negou com a cabeça.
— Não, eu sei bem o que quer conversar e eu não acho que eu não deva participar desta conversa. Você acha que é quem para falar tanto mal da minha melhor amiga? - Bento perguntou e eu toquei seu ombro.
— Bento, por favor, deixa que eu resolvo. - informei, vendo-o se sentar.
Encarei minha irmã com frieza antes de começar minha tirada. Ia doer em Malu, mas ela precisava ouvir isso e viver mais coisas que só a perfeição em que ela estava envolvida. A Princesa Malu Campana da Torre de Marfim, como a Amora se referia a ela quando necessário.
— Porra, Malu. Custa deixar as pessoas viverem a vida delas? - perguntei e ela abriu a boca, ficando quieta ao receber um olhar enfurecido meu. - Nunca te pedi nada, cara. Só me deixar ser feliz e agora é tudo sobre o fato de que Giane é uma 171 profissional e está pronta para arrancar toda a minha fortuna de mim, sendo que eu estou morando com ela e querendo ter uma vida com aquela maloqueira.
— Eu só quero te proteger, Fabinho… Ela tem um passado bem estranho e- suspeito que ela tenha se esquecido de que o segundo maior fanboy de Giane estava presente na sala.
— Pára de inventar merda sobe a minha melhor amiga, Malu. Que merda é essa? - Bento começou a esbravejar e eu senti pena de Malu.
Mas só um pouco porque ela estava precisando crescer.
— Sua amiga de infância mentiu sobre muitas coisas e... - rla começou e eu bufei.
— Malu, por favor, escuta o que você está dizendo. Cresce e deuxa de ser pau mandada dos outros. - avisei e ela corou, mas parecia decidida.
Malu decidiu ser assertiva justo agora. Merda.
— Ela nunca te contou como foi para a Europa, não? - ela perguntou e eu cocei a nuca.
— Acho que de avião. - respondi e Bento abriu um sorriso.
— Foi. Pegou um avião em Guarulhos.
— Viu? Eu sei. - debochei e minha irmã bufou irritada.
— Você entendeu. - ela me disse.
— Entendi, mas é irrelevante. Eu quero saber de nada que ela não queira me contar.
Bento interrompeu Malu antes que ela começasse sua ladainha mais uma vez.
— Talvez seja melhor você ir embora, Malu.
— Ele não quer me ver. - Malu comentou com a avó, se sentindo rejeitada. - E o Fabinho me mandou crescer.
— Eu te avisei, não avisei Maria Luísa?
Amora abriu um sorriso predador.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Estou de ressaca demais para mais do que isso. Desculpa.