Like a Rolling Stone escrita por MrsSong


Capítulo 27
Smile like you meant it


Notas iniciais do capítulo

Título da música da banda The Killers, passei o dia cantando essa música e é isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718296/chapter/27

“I've seen you fight under the bright lights.

We had cigs in bed 'til our voice was coarse.

Just like my sheets in your body.

My fingertips down your spine with your lips locked on mine.

We were made for each other, but I couldn't handle your force.

And that I still am your fuck buddy.

My amazing warrior, war-lady, G I Anne, the woman who I couldn't tame.

That I won't give a real name.

'Cause I don't deserve the right.”

 

Adolescentes amam essa história de pessoas que não podemos ter. Na verdade, a melhor coisa é estar com alguém que retribui seu… ardor. Alguém para manter o corpo quente e a vontade de continuar tentando. Alguém que te ame.

Mas eu nunca pensei nisso quando tinha 18 anos. Eu só queria ser adorada por alguém depois de tanto tempo sendo menos que um ser humano por tantas pessoas e Andy não me desmerecia… Ele me amava como alguém nunca poderia amar uma pessoa.

Pygmalion não é o melhor homem para se amar, não se engane. O conceito é lindo, My Fair Lady tem versões em inúmeras roupagens e línguas, mas isso não significa nada no fim do dia. A pessoa certa não te verá como uma estátua perfeita.

Ele nunca quis a Giane como mulher e era bonito ser a garota de suas canções sobre a garota poderosa que o beija e o leva para a cama, mas nunca será dele… Mas eu não queria ser só a garota que ele sonha possuir quando estou ao seu lado, usando suas roupas e querendo que me veja mais do que a pessoa que deseja ser.

Admito que senti medo ao me ver como uma musa para Fabinho, porque musas não são amadas, musas são idolatradas e eu não quero passar mais tempo pensando que o que eu julgo ser amor é só uma força de outra pessoa exercer sua criatividade. Eu imploro aos deuses para que os toques de Fabinho não sejam de pura adoração, porque não nasci para Galatea.

 

— Ficou sabendo que seu rockstar vai fazer um show em São Paulo? - perguntei e Giane me encarou por alguns segundos enquanto mudava a marcha da van.

— Ah, sim. Ele me avisou, mas tinha pensado que era mais pro futuro não agora. - ela respondeu enquanto eu mudava de rádio e como a lei de Murphy existe G I Anne começou a tocar.

— Você vai? - perguntei enquanto eu cantava sobre como não gostaria de domar a maloqueira.

Como se eu pudesse. Como se qualquer pessoa nessa terra pudesse.

— Acho que sim. As coisas entre Andy e eu são diferentes, sabe?

— Não. - respondi e ela suspirou estacionando o carro.

— Andy foi alguém que eu pensei que amava, mas não me amou da mesma forma. Até que eu comecei a pensar que eu talvez amasse o jeito que ele me amava. - ela disse encolhendo os ombros. Aquilo soava tanto com a forma que eu julgava amar Amora que doeu.

— Então vocês terminaram. - eu concluí e ela riu sem humor.

— Eu simplesmente fui embora, por isso sou the one who got away e my muse left me behind. - ela me explicou enquanto cantarolava a música que seu ex fez sobre ela. - Ele sempre me mostrou tudo o que escreveu sobre mim antes de gravar.

Como ela podia estar tão calma sendo tão exposta. O cara compôs músicas sobre ter transado com ela por todo o apartamento que ela abandonou e ela só canta sobre isso.

— Seu ex é a Taylor Swift. - comentei e ela riu.

— Andy escreveu sobre o que sofreu, eu não o culpo. Amo essas músicas porque ela são verdade e não são. Eu parti, mas ele nunca me fez a grande vilã de seus problemas… Ele sempre é o errado e ele sabe porque fui embora e não me culpa. - ela disse simplesmente.

— Ah é? E por que partiu?

— Porque um comentário feito por um desconhecido fazia mais sentido para mim do que anos morando com um rockstar que escrevia sobre como minhas pernas eram sua perdição. - ela sorriu com carinho. - Ele me dizia que eu era uma alma andarilha e que eu não ia ficar por muito tempo perto dele. Acho que ele sempre soube.

O quê?

— Que eu não era para sempre. Que eu ia partir um dia e ele ia ficar sozinho no nosso apartamento e se perguntando se ele devia ter me amado mais.

— Ele devia? - perguntei me irritando com o carinho que a maloqueira tinha pelo Taylor Swift de jaqueta de couro e cabelo pretensiosamente despenteado.

— Ele devia ter me amado melhor, nunca mais. Deveria ter lutado por mim. - ela me disse.

— Eu vou. - prometi e ela abriu um daqueles sorrisos lindos e meio tristes dela.

— Eu sei. - e me beijou como se eu fosse partir.

Só que eu lutaria por ela até meu último suspiro e ela precisava saber disso. Mas não naquele instante. Eu queria que ela soubesse disso quando fosse sobre nós dois.

— Então, vamos no show de seu ex? - perguntei e ela arqueou as sobrancelhas.

— Vamos?

— Mas é claro. Primeiro que eu não vou te deixar sozinha com o indie sad boy porque vai que você decide que ainda quer ser musa de rockstar de novo.

— E?

— Segundo que eu realmente curto as músicas dele e concordo com o Taylor: Suas pernas são minha perdição. - comentei mordiscando seu maxilar.

— Hm… - Giane começou com um sorriso debochado tão similar ao meu que era até errado me sentir atraído. - Então não vai me deixar ir no show do meu amigo…

Ex-namorado, querida. - lembrei.

— Porque não quer me deixar sozinha com ele por ter medo de rolar um revival? Pensei que um fraldinha como você tivesse mais autoconfiança.

— Eu tenho, mas pra quê vou deixar a minha mulher perto do ex dela que escreve músicas sobre como ele queria que ela tivesse o anel de noivado de sua avó? Vai que ele te convence a voltar para ele? - Giane mordeu o lábio inferior, os olhos brilhando. Quase como se contivesse uma gargalhada.

— Eu te levo junto, que tal? - ela sugeriu e eu bufei.

— Fábio Campana não vai ser segredo de modelete nenhuma não!

— Relaxa que Andy é bissexual e já me disse que entende minha escolha. - ela gargalhou ao notar o pequeno rubor em meu rosto.

— É sempre bom saber que sou considerado atraente. - afirmei e ela me encarou.

— Mas?

— Sem “mas”, é bom. Uma pena que eu só me sinto atraído por um pivete de rua no momento. E eu acredito que isso vai ser por um bom tempo. - a beijei e ela sorriu.

— É bom mesmo, porque eu não sou mulher de dividir.

— Sempre soube que você era mais mimada que eu.

Nosso amasso foi interrompido por um corado Jonas. Não tínhamos mais idade para isso, admito.

 

Inícios e fins têm uma coisa em comum. Os personagens principais são nosso foco total nestes momentos. Alguns fins têm gosto de recomeço e a maioria dos começos são fins em certo sentido. Todos somos protagonistas de nossas histórias e isso é muito importante.

Também é importante lembrar que o mundo continua girando e mudando por mais que não queiramos. Por exemplo, enquanto eu tentava – em vão – confirmar se Rita era mesmo a mãe de Fabinho, Renata saiu do hospital e ainda mantinha a gravidez e isso era maravilhoso, mas os tablóides não deixariam barato a minha presença ao lado de Fabinho no show da Parsonage. Como sempre, eles estavam ótimos e eu pude me divertir no show.

Mas não foi divertido ver manchetes do tipo:

GIANE DE SOUSA TRAZ NOVO NAMORADO PARA OUVIR BANDA DO EX”

GIANE DE SOUSA MOSTRA A ANDREW KIRK POR QUEM ELA O DEIXOU”

ANDREW KIRK CANTA INÚMERAS MÚSICAS SOBRE SEXO COM GIANE DE SOUSA… NA FRENTE DO NOVO NAMORADO DA MODELO!”

 

Nenhuma dessas reportagens contaram que depois do show, saímos com a banda e comemos lanches até as três da manhã e que Andy e eu passamos horas conversando sobre nossas vidas, como dois grandes amigos. Pelo menos não corromperiam o que realmente aconteceu.

Isso foi o que eu pensei com o cérebro cheio de sono nos braços de Fabinho, não significa de que tenha sido a verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Letra inicial é uma tentativa bem fail de letra, porque Senhora Canção não sabe compor. É isso.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like a Rolling Stone" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.