Haru Matsuri escrita por Diana Razvan


Capítulo 11
O término


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo o/ Espero que gostem! Por favor, deixem seus comentários, sou dependente deles e.e

Ótima leitura :)



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O TÉRMINO

 

— Bem, parece que está tudo em seu devido lugar, agora! — Sorri, com a mão na cintura, enquanto olhava ao redor. — Nada de pó. Nada de teias de aranhas. Nada de sujeira! Estou pronta para ir! — Eu fui até a janela e encarei o matagal do lado de fora, quase que engolindo o muro sob a luz da lua cheia. — Mas vou deixar isso aí pra amanhã. Estou morrendo de sono…

De forma silenciosa, subi as escadas indo até o quarto, imaginando que Sasuke estaria em seu vigésimo sono. Para minha surpresa, todos os outros cômodos do segundo andar estavam arrumados, o que me levou a crer que o tempo que passei lá embaixo arrumando, ele havia feito o mesmo.

Eu voltei a descer e aproveitei para olhar a dispensa, onde encontrei alguns saquinhos de chá e pacotes de biscoitos, ainda fechados, – o que era bem-vindo para extravasar a canseira que nos invadia.

“Provavelmente o espírito maligno está fadigado…” Pensei. “Se eu fizer o chá, com certeza ele amolecerá e parará de ser tão chato! Preciso convencê-lo a me deixar ir pra casa sem aparar aquele mato!”

Depois de pensar, parei abruptamente tudo o que eu fazia e olhei para as minhas mãos. Estava tão desesperada para agradá-lo que havia me tornado a sua empregada? Tão motivada de que ele me daria esperanças de ser bonzinho? Por que eu precisava da confirmação daquele idiota para ir pra casa? O Sasuke não passava de um egoísta e narcisista, jamais entenderia uma boa ação. Só estávamos ali, trocando favores, certo? Então, por que eu deveria me preocupar se ele estava cansado, com fome ou com sede? Não significava nada pra ele e nem ele pra mim. Aquela minha reação não fazia o mínimo sentido.

Mesmo sendo totalmente contra aquela minha atitude masoquista, terminei o chá que já havia começado e ajeitei os biscoitos na bandeja. Eu subi e desci as malditas escadas trocentas vezes, acreditando que, ora seria uma boa escolha, ora seria a pior delas! Eu ia e vinha apenas duvidando se de sua boca sairiam boas palavras, acreditando que a única coisa que ele teria para me oferecer, seria a sua gargalhada endiabrada e seu olhar de superioridade. Talvez diria que eu não passava de uma imprestável, pois o chá já estaria gelado, ou que eu não servia nem mesmo para arrumar os biscoitos numa bandeja. As coisas que passavam pela minha cabeça não conseguiam ser boas. Era como se eu sempre esperasse pelo pior, mas, mesmo assim, uma faísca de esperança surgia do além para me dar as benditas incertezas, acreditando que, por baixo daquela casca dura como diamante, residia um coração.

— Então eu vou testá-lo, se ele for bonzinho, desço e o sirvo. Se ele for ignorante, como espero que seja, meto o pé nessa porcaria e vou pra casa! — Fiz o acordo comigo mesma.

Voltando a subir as escadarias, encontrei-o num quarto de solteiro, meio que perdido, olhando pela sacada. Segurei a risada ao vê-lo encarar o céu estrelado, sentindo a brisa gostosa lhe ricochetear a face e o ar úmido, anunciando que em breve choveria.

— Já acabei lá embaixo, só falta o quintal pra aparar, mas como está de noite, vai ser complicado — avisei, parada à porta.

— Obrigado.

Eu arregalei os olhos, desacreditada no que havia acabado de ouvir. Ele realmente mereceria o chá com os biscoitos!

— Pode repetir? — Perguntei empolgada, na esperança de que havia tirado uma sorte grande por presenciar pelo menos um ato de bondade.

— Não força — olhou-me, de volta à sua expressão de irritabilidade.

— Foi mal… — Dei um passo para entrar, mas recuei. Ele já havia me dito obrigado, não o infernizaria mais. — Se não precisar mais de mim, eu vou…

Pensei em pegar a bandeja e convidá-lo a se juntar comigo na sala de chá, mas optei em fazer surpresa, então dei a volta nos calcanhares e tentei descer, sendo impedida quando me pegou pelo pulso.

— O que você e aquele professorzinho tem? — Indagou, obrigando-me a voltar a encará-lo.

— Não temos nada — tremi. — Nós não temos nada! — Tentei me desvencilhar e ele me trouxe para mais perto.

— Se manchar a minha imagem de novo, eu acabarei com vocês dois — deixou claro. — Sabe quantas garotas foram até mim, achando que meus chifres estavam doendo?! Sabe quantas me ofereceram colo para eu chorar? Não preciso de um monte de puxa-sacos no meu pé, fazendo mimo! — Soltou-me.

— Achei que gostasse, é um verdadeiro narcisista — afastei-me, massageando o pulso dolorido.

— Você não sabe nada sobre o que eu gosto — deu de ombros, voltando para a sacada.

— Não entendo porquê você me trata assim — o segui. — Por que tem que ser tão rude? Por quê, mesmo que eu faça algo, você não consegue ficar feliz? — O empurrei, tentando conter as lágrimas que já queriam explodir. — Eu gastei tanto tempo limpando uma casa que não é minha ou de alguém que conhecesse para ficar de bem com você. Eu até fiz chá e arrumei os biscoitos na bandeja, querendo te fazer uma surpresa, porque vi que você se cansaria, mas… É difícil perceber quando as pessoas querem te fazer algo bom?

Dentro de mim, meu coração parecia querer saltar, gritar, ele próprio esmurrar a cara daquele idiota. Eu estava frustrada por ele nunca deixar as coisas darem certo. Aquele… Aquele Sasuke era um idiota!

— Não gosto de garotas como você… Fáceis de se manipular — rosnou, me deixando incrédula.

— Não gosto de garotos como você… a pior espécie de ser humano — desferi uma sequência de socos nem tão fortes em seu tórax, na esperança de que toda aquela raiva se dissipasse, mas, em vez disso, apenas me trouxe mais dor.

Eu parei, olhando para o chão, vendo as minhas lágrimas despencarem em meus pés, vibrando junto daquele músculo involuntário e solitário que eu chamava de coração. Eu estava derrotada. Deveria desistir…

— Já terminou? — Indagou seco, empurrando-me para trás.

— É! Já terminei — assenti limpando o rastro do choro e o encarando com um sorriso falso. — Nós terminamos — dei as costas, deixando-o para trás.

— Sakura? — Ouvi ele me chamar, mas não me importei. Eu já havia me decidido e aquele seu fetiche por me fazer de saco de pancadas, acabaria naquele momento.

Aquela sensação de deixá-lo me torturava. A cada passo que eu dava, sentia toda a minha vivacidade apodrecer, levando consigo minha fé de que as pessoas poderiam ser boas. Não as pessoas num geral, mas aquelas como Sasuke Uchiha eu adoraria manter distância. Eu precisava de uma pessoa para ocupar o espaço vago que existia no meu coração. Precisava de alguém engraçado, que me entendesse, que soubesse decifrar as minhas emoções e reações. Talvez eu precisasse apenas do Deidara ao meu lado, sendo gentil como ele era…

 

Quando cheguei no portão, dei uma última olhadela e o vi parado na sacada. Ele me encarava com uma expressão séria e confusa, assim como eu. Suspirei fundo e corri. Corri para o mais longe que eu poderia e só parei quando percebi que estava distante o possível daquele lugar. Eu queria gritar, mas acabei me sentando novamente no banco de uma praça… De uma maldita praça!

— Eu o odeio tanto… — Choraminguei, pegando o celular e discando o número da Hinata. — Eu quero que você morra, Sasuke Uchiha!

— Hei, você está bem?

Eu ergui a cabeça, encontrando apenas uma cabeleira ruiva em contraste com a luz do poste, quase me impedindo de visualizar o dono da voz. O rosto foi oculto pelas sombras e suas mãos postas nos meus ombros, havia ainda um par de rodinhas acopladas numa mala de viagem, preta, depositada ao nosso lado.

— Haruno-chan, você está bem? — Insistiu.

Ele se agachou diante de mim e eu pude encontrar um par de olhos claros, brilhantes e preocupados, encarando-me de tão perto.

— Gaara-kun?! — Levantei-me num salto, grudando-o pelo pescoço e o envolvendo num abraço desesperador, mergulhado em lágrimas.

— Haruno-chan, não sabia se me reconheceria quando…

— Ah, Gaara! Eu senti tanta a sua falta!


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Notas finais do capítulo

Gaara *--* Será que ele vai vir pra atrapalhar geral? Será que o Gaara-kun será o novo amor da Sakura? Ou será o Deidara-sensei? Ou será o Sasuke?

Próximo capítulo: Ela é minha!
O que acham que vai acontecer?
Até o próximo. o/



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