Haru Matsuri escrita por Diana Razvan


Capítulo 12
E ela é minha!


Notas iniciais do capítulo

Oi, galerinha.
Novos leitores, sejam muito bem-vindos. Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura.



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E ELA É MINHA!

— Você sempre está metida em encrencas! — Gaara sorriu, limpando o rastro de lágrimas do meu rosto e me estendendo uma garrafinha de água pela metade. — Eu vou ter que cuidar de você de novo?

Eu gargalhei, tomando um longo gole e erguendo os olhos para encará-lo.

— Não, eu já estou bem grandinha, não está vendo?

— Claro que sim! Mas continua estabanada!

— É! — Bufei. — Talvez realmente seja um ímã para encrencas, mesmo! Mas… vocês estão na mesma casa? — Perguntei tentando mudar de assunto.

— Sim — assentiu, empolgado.

— E o que fazia pra cá? Está um pouco longe, não?

— Meus pais foram transferidos e o patrão veio com a gente, estávamos na casa dele que, por acaso, fica aqui perto — contou.

— Então foi coincidência? — Sorri.

— Quem sabe? Estou voltando pra casa e acabei encontrando uma garotinha frágil, chorosa e indefesa, sentada em uma praça tão tarde da noite! Ela não teve sorte?!

Eu o empurrei, corada.

— Ela tem sim! Estou feliz por te reencontrar, Gaara-kun!

— Eu também — abraçou-me. — Pra onde está indo?

— Pra casa… Podemos voltar juntos?

— Podemos sim — assentiu, me estendendo a mão.

— Obrigada.

 

Gaara e eu nos conhecíamos desde pequenos. Éramos grandes amigos, moramos vizinhos praticamente desde os dois anos e, quando chegamos aos doze, Gaara se mudou com a família por causa do trabalho dos pais. Aquele ruivo diante de mim fora o único garoto que conheci, que teve a audácia de competir comigo no mesmo nível, enquanto os outros me odiavam. Ele sempre me protegeu como um irmão mais velho, defendendo-me de qualquer perigo que ameaçava vir e, parecia, que agora não faria diferente.

— Como era Yokohama? — Puxei assunto, entrando no trem.

— É bonito. Digamos que bastante modernizado e aprazível! — Brincou.

— Eu queria muito ir até lá, algum dia.

— Não me importo em voltar até lá para te apresentar — propôs.

— Jura? — Me empolguei.

— Claro! — Assentiu sorrindo.

— Obrigada, Gaara-kun!

Fizemos silêncio por alguns segundos até encontrarmos dois acentos e nos acomodarmos um do lado do outro. Por causa da hora, não havia tanto movimento e poderíamos desfrutar de uma viagem calma e sem muvuca.

— O Konoha continua do mesmo jeito? — Ele perguntou. — Parece que vou voltar pra lá.

— Vai mesmo? — Vibrei, o encarando. — A Hinata e a Ino também estão lá… E os garotos! A Ino está namorando o Sai, acredita?

— Jura?! — Arregalou os olhos, mostrando surpresa.

— Sim, sim — afirmei. — São uns fofos juntos!

— E quanto a você?

Eu cortei minha empolgação no exato momento daquela pergunta. Depois do Valentine’s Day, minha vida estudantil havia se tornado um inferno.

— Bem, estou tendo que lidar com o Conselho, as aulas que começaram a dificultar e alguns problemas que sempre surgem pra acabar com a gente! — Encostei no seu ombro.

— Mas não precisa se preocupar tanto, eu sei que você conseguirá sair deste emaranhado de encrencas logo!

— Só você pra ver o impossível em mim!

— Você é gente boa, logo conseguirá a ter tudo o que quer. Só relaxe! — Aconselhou, tocando sua testa com a minha.

— Obrigada…

 

No dia seguinte, eu trombei com o Gaara a caminho do colégio e pudemos ir juntos. O percurso, desta vez, foi bem mais divertido e ele me garantiu que sempre passaria em casa para que eu não chegasse todos os dias atrasada. “Como antigamente!” Pensei, sorridente.

— Yokohama, é?! — Ino esbugalhou os olhos, surpresa. — Não sabia que tinha se mudado pra lá, Gaara-kun. Por que não nos contou, Saky-chan?

— Não era segredo, mas eu não sabia que você não sabia! — Respondi.

— O que importa é que está aqui. Seja bem-vindo de volta, Gaara-kun! — Hinata interveio, corada e tímida como sempre.

— Obrigado, Hyuuga-chan — agradeceu ele. — E quanto aos garotos? O que andam aprontando?

— Estão na outra classe — falei. — Nos encontramos sempre no intervalo ou algumas vezes eles chegam pra xeretar o lado de cá! Mas não mudaram nadinha, você vai ver!

— Estou ansioso — Gaara se ajeitou na cadeira.

— Você sabia que a Sakura desencalhou? — Ino o cutucou, me deixando constrangida.

Gaara era a última pessoa que eu gostaria que soubesse de tudo aquilo, principalmente por eu nunca conseguir mentir pra ele.

— Ei! — Resmunguei, e ela me avaliou mortalmente.

— Você não contou pra ele? — Vociferou. — Como pôde esconder? Nosso grupinho está todo in love, Gaara! Agora precisamos arrumar uma namorada pra você!

Ele gesticulou um não envergonhado, enquanto ríamos de suas bochechas vermelhas.

— Falando no sujeito que ajudou ela… — Ino acenou com a cabeça para a porta, onde Sasuke se encontrava encostado.

Meu coração deu um salto naquele exato momento e Gaara se levantou, esboçando expressões preocupadas e nada simpatizantes.

— Eu já volto — dei um riso torto para garantir que tudo estava bem e corri ao encontro dele, puxando-o pelo braço.

Nós subimos um lance de escadas e eu escancarei a porta do terraço, soltando-o completamente ofegante. Eu me curvei, depositando minhas mãos nos joelhos, com os cabelos caídos por sobre o rosto, enquanto tentava encontrar uma desculpa convincente para encarnar a maluca e levá-lo para lá.

— O que pensa que está fazendo? — Disse ele calmamente, me fazendo lembrar que não imaginava coisas.

— Cala a sua boca! — Exigi, deixando-o sem jeito.

— Você não pode falar comigo assim — interveio, neurótico.

— Eu falei… Cala. A. Sua. Boca! — Repeti em pausas, tentando recuperar o oxigênio.

— Por que me trouxe aqui? — Cruzou os braços, encostando-se na grade.

— Eu… Eu só vim reforçar que é pra você me deixar em paz. Você não perdeu nada na porta da minha classe e não precisa ficar me rondando! Eu não serei mais a sua empregada e o nosso acordo está cancelado! — Expliquei, ainda fadigada. — Eu terminei tudo, então você pode ficar tranquilo. A nossa relação de mentira acaba aqui e…

— Tem certeza?

Sua voz ecoou carregada de dúvidas. Claro que eu tinha certeza! Por que eu deveria insistir numa coisa que estava acabando comigo?

— Sim — afirmei. — Eu tenho absoluta certeza. Esqueça tudo o que passamos — ergui a cabeça para encará-lo. — Certo?

— Tudo bem — deu um riso de canto. — Estava cansado de ter que lidar com esse fardo, mesmo. Pelo menos diga aos outros que foi eu quem terminou — deu as costas.

— Que foi você quem terminou? — Gargalhei irônica. — Não é você quem está terminando, sou eu!

— E daí? Você tem usado a minha imagem todos estes dias pra alimentar a sua mentira e até ficou famosinha porque…

— Eu fiz tudo que você mandou! — Aumentei o tom da voz. — Eu fui como uma empregada pra você! Não ouse me dizer que eu não paguei essa dívida! Eu vou te matar se sair por aí dizendo que me chutou!

— Por que mudou de ideia tão rapidamente? — Olhou-me demoradamente.

— Porque eu não preciso mais de você — respondi sem pensar, encontrando um traço de ódio nos olhos do meu novo inimigo.

— Sinto pena de você — passou por mim, sorrindo orgulhoso e desaparecendo na porta.

— Idiota! — Joguei para fora todo o ar que consegui, caindo ajoelhada. — Sasuke idiota!

 

 

Eu fiquei ali por alguns minutos, pensando que eu poderia tê-lo machucado e depois xingando a mim mesma por me preocupar. Aquele espírito maligno enviado pelo Rei Demônio não precisava da minha bondade. Depois disso, decidi voltar para a sala e passei as três primeiras evitando olhar para todo mundo que conhecia. Não sabia o que viria pelo caminho e isso me frustrava.

Mais tarde, tivemos uma aula vaga e pudemos nos unir no jardim para colocarmos algumas matérias em dia.

— Saky-chan — Hinata cochichou. — Você está bem?

— Estou — cochichei de volta.

— Vocês brigaram, foi? — Ino chamou a nossa atenção, preocupada.

— Eu acho que tenho uma coisa mais importante pra contar… — Gemi, evitando olhá-la nos olhos. — Eu sei que você pode ficar brava comigo e até deixar de ser a minha amiga, mas não quero mais te esconder isso…

— Você está me assustando, Sakura — Ino se encolheu. — O que houve pra estar assim?

— Se não quiser, não precisa falar — Hinata murmurou.

— Você não parece bem — Gaara deu um passo, me envolvendo num abraço forte.

Eu permiti seu gesto carinhoso, afundando minha cabeça em seu peito e me maravilhando com o cheiro do seu perfume amadeirado. Não estava pronta para falar, mas com o apoio do Gaara e da Hinata, conseguiria fazer qualquer coisa.

— Eu… — Ainda nos braços de Gaara, desviei os olhos para Ino.

Assim que a encontrei, estacionei em Sasuke. Ele vinha na nossa direção rapidamente, sério, focado, parecendo um demônio obstinado a fazer um inferno. Eu vi uma briga surreal, revelando todas as mentiras que eu havia contado naquele mês, deixando-me pior do que estava. Meu coração falhou e a respiração pesou. Mesmo diante de uma porção de eventos catastróficos, eu estava pronta. Estava pronta para confessar também que havia me cansado daquele idiota!

— Sasuke-kun… — Hinata gemeu, virando-se e também o encontrando.

Gaara fitou toda a cena, acompanhando-o trombar com Ino e me puxar pelo punha, arrancando-me de seu conforto violentamente. Eu senti uma pontada fulminante no peito e como que rapidamente, me vi tomada pelos braços daquele ser inútil. Sasuke encarou Gaara friamente e ficou a poucos centímetros de sua face, soltando faíscas pelos olhos, enquanto o desafiava mentalmente.

— Ela é minha! Fique longe! — Ordenou, me arrastando para longe.

— Hei! — Eu exclamei confusa, deixando meus amigos para trás.


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Notas finais do capítulo

Sasuke tomando atitude? Será ciuminho? Será que Gaara revidará? O que vocês acham?
Vejo vocês no próximo o/ Até lá.



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