Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei pra caramba e mereço muitos insultos mas eu tava com bloqueio criativo e estou fazendo um curso pro vestibular e blablabla! mas o importante é que eu consegui terminar a bagaça deste capítulo pra vocês!
Curtam!



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POV Cebola

Fracasso...essa é a palavra certa pra me descrever. Mesmo querendo defender uma amiga o machucado da história sempre sou eu!!

Depois de tentar dar uma lição naquele ridículo eu fugi daquela festa, na qual eu não deveria ter ido.

Sei que a Mônica queria me ajudar a acabar com essa minha timidez e insegurança, mas vamos admitir...eu sou um babaca e um ser desprezível(é. Tô sendo cruel comigo mesmo, mas só estou falando a verdade...).

Enquanto ficava perambulando pela vizinhança eu pensava pra onde ir, para minha casa nem pensar! A minha mãe iria me encher de perguntas por eu estar todo ferido e nem na casa da Magali, sei que ela vai me encher o saco dizendo que “ela me avisou” e essas coisas.

Ai de repente me lembro de um lugar que posso ficar em segurança.

Vou correndo para ir ao barraco.

Ah, se vocês estiverem se perguntando o que é esse “barraco” eu vou lhes explicar. É um antigo galpão abandonado e fica a uns quarteirões da minha casa.

Descobri esse lugar quando eu tinha nove anos, tinha ido pro trabalho do meu pai e no horário do almoço dele eu insisti bastante pra irmos tomar um sorvete, depois de conseguir o que queria me deparei com o velho galpão. E como sempre eu fui curioso e perguntei pro meu pai o que era, ele me explicou e eu gostei do lugar.

Dias depois eu levei a Magali para mostrar e então tivemos a ideia de arrumar o local e o transformamos num esconderijo, e demos o nome de “Barraco” por causa do estado que encontramos o lugar.

Abro a porta do barraco e entro, de repente me lembro de algumas discussões com a Maga que tínhamos, pois cada um tinha uma ideia diferente de como decorar mas conseguimos entrar num consenso.

Pego um colchão antigo que ficava ao lado de uns livros de cd’s, que eu e a Magali trouxemos às escondidas, me deito e me rendo ao cansaço dessa noite.

...Dia seguinte...

Acordo com os raios batendo no meu rosto então me levanto pra sair do colchão, porém ao fazer isto sinto uma dor pelo corpo.

— Ai...- Eu gemi de dor.- lembrete pra mim, na próxima vez que vier pra cá trazer um colchão mais novo e confortável.

Mesmo com o corpo doendo me espreguiço pra tirar os últimos vestígios de sono.

Abro a porta do barraco e vou o mais rápido pra casa.

...Em casa...

Entro em casa com todo o silêncio do mundo, porém a sorte não parecia estar ao meu favor...

— Parado aí mocinho...- Minha mãe me chamou. Ai você se pergunta como ela fez isso. Fico parado no mesmo lugar e ela continua.- volta e vem aqui.

Então decidi obedecer minha mãe, pois se ela ficar brava eu já disse que é o apocalipse. Vou até ela e me sento no braço do sofá.

— Onde você estava!?- Ela perguntou, preocupada.- você disse que ia passear com a Magali e chega só agora!!. Está bastante encrencado Cebolácio Júnior Menezes da Silva.

— Descula mãe, eu fui mesmo passear com a maga mas quando fomos pra casa dela a gente ficou ven séries, comendo pipoca e conversando que eu não vi a hora e acabei dormindo lá.- Eu menti. Sim, eu disse que detesto mentiras mas é pra um bem maior.

— Devia ter ligado e nos avisado.- Ela disse, um pouco mais calma.- sabe o medo que seu pai e eu sentimos quando você não havia voltado.

— Devo imaginar...

— Prometa que na próxima vez que for dormir na casa da Magali que vai se lembrar de nos ligar.- Ela disse, depois estendeu seu dedo mindinho pra mim.

— Eu prometo- Eu disse, e entrelacei o meu mindinho com o dela. Ah, se estiverem perguntando o por que disse vou resumir. Sempre que faço uma promessa com alguém aqui em casa fazemos o “pacto do dedinho”.

— Bom ouvir isso- Ela disse, e me deu um sorriso.- e por que está machucado?

— Tropeceu e rolei a escada quando estava na casa da Maga- Eu menti outra vez. Além de evitar de minha mãe ficar brava não quero que fique mais preocupada ainda.

— Vou cuidar de você.

— Não precisa mamãe.- Eu a impedi.- estou bem.

— Mesmo?

— Mesmo- Eu respondi.

Depois de ter acabado com a preocupação de minha mãe subo as escadas, entro no meu quarto, troco de roupa e me deito na minha cama pra cochilar um pouco. Sim, eu sou um preguiçoso...

...10 minutos depois...

E lá estava eu, num cochilo bom pra compensar a noite mal dormida, quer dizr...teria compensado se não fosse por uma voz buzinando no meu ouvido!!

— Cebola acorda...acorda...acorda!-???

Então sinto algo fofo bater contra meu corpo e resolvo gritar com o ser que teve a ousadia de me acordar.

— Porra maga!!- Eu gritei, ainda com os olhos fechados.- o que você tem na cabeça pra me acordar assim!!!

— Eu não sei você, mas dentro da minha linda cabecinha tem um cerébro igual a todo mundo.-???

Quando percebo que a voz não era da Magali resolvo abrir meus olhos e vejo Cascão segurando um travessiro.

— Como você sabe onde eu moro?- Eu perguntei, enquanto me sentava na cama.

— Tenho meus contatos.- Ele disse.

— Sei...- Foi só o que eu disse. Pois acho que ele pediu pra Mônica.- por que está aqui?

— Vim ver como está. Ele respondeu.- sabem por causa de ontem.

— Eu estou bem...- Eu disse, hesitante.

— Mentira- Ele disse.

— Como sabe que menti?- Perguntei.

— Eu vivo com a Mônica quase vinte e quatro horas por dia, e quando ela hesita quando fala é por que está mentindo.- Ele explicou.- e você fez a mesma coisa.

— Ok, eu menti!- Me dei por vencido.- eu me sinto um lixo! Mesmo tentando defendê-la apanho! Sou um merda!

— Olha o palavriado- Ele brincou.- mas não fique se diminuindo, você foi um bom amigo e o Toni é que foi um babaca, como sempre...

— Eu sei, mas...- Eu ia falar, mas Cascão me interrompe.

— Mas nada!- Ele disse.- não vamos pensar no ontem, vamos pensar no hoje.

— O que quer dizer?- Perguntei.

— Quero dizer pra levantar dessa cama pois nós vamos pro parque passear!- ele disse, alegre.

— Não!!- Eu reclamei, me deitando na cama novamente.- estou muito bem aqui, obrigado.

— Qual é!! É domingo e o dia está bonito pra ficar dormindo!!- Ele tentou me convencer.

— Não tô afim!- Eu disse, e coloquei o braço no meu rosto.

— Deixe de ser reclamão, vamos!

Finjo não ouvir o que ele estava falando pra ver se ele vai embora.

— Então vai ser assim?- Ele perguntou, e depois começou a bater em mim com o travesseiro.- você vai! Você vai!

— Eu disse não!!- Eu disse, enquanto tentava desviar dos ataques.- será que não consegue entender!

— Eu entendi, mas quero te fazer mudar de ideia.- Cascão dissse, enquanto continuava a me bater com o travesseiro.

— Para de me bater!!- Eu gritei.- seu doido!

— Vou continuar te batendo se você não levantar essa bunda e sair um pouco!- Ele disse.

— Tá bem!- Eu disse, já que ele não ia desistir mesmo.- eu me levanto.

Cascão para de me bater e resolvo me levantar.

— Feliz?- Eu perguntei, com sarcasmo.

— Muito- Ele respondeu.- então vamos nessa que a hora é essa careca!!

— Careca??

— Um apelido pra você.

— E por que careca?

— Por causa dos seus cabelos de quando você era criança que eu vi numa foto aqui no seu quarto- Ele explicou.

— Você é estranho- Eu comentei.

— E quem não é?- Ele perguntou e saiu do meu quarto.

Ok, nesse ponto eu tinha que concordar com ele.

Quando chegamos nos corredores preste pra ir a escada somos parados pela pestinha da minha irmã.

— Parados ai, forasteiros!- Ela se pronunciou. Estava com uma fantasia de bruxa do halloween do ano passado e com um manto roxo.

— Ai não...

— Quem é ela?- Cascão me perguntou.

— Essa é a Maria, minha irmã mais nova.

— Ah...legal.

— Eu sou na verdade Mariah, a grande e poderosa feiticeira!- Ela disse, enquanto agitava a varinha “mágica” dela.- e ninguém passará por meus domínios.

— Maria, não começa- Eu pedi, tentando não me estressar.- não estou afim de brincar.

— Como ousa falar assim de mim, mortal?- Ela perguntou.- prepare-se pra sofrer um feitiço!

— Estou com tanto medo...- Eu disse, irônico.

— Suas últimas palavras antes de eu te transformar em um sapo.

Não querendo mais prolongar a brincadeira uso a minha arma secreta pra acabar logo com isso,

— Deixa a gente passar senão eu conto pro papai que você manchou a camisa favorita dele.- Eu joguei a carta. E logo deu certo pois Maria fechou a cara.

—...

— E ai?- Eu perguntei, na maior cara de pau.

— Você ganhou esta batalha forasteiro, mas não a guerra!- Ela resmungou, e foi pro quarto.

— E depois eu que sou o estranho?- Cascão perguntou.

— E quem não é- Eu disse a mesma frase dele.

Descemos as escadas, chegamos na sala, abro a porta mas antes de sair grito.

— Vou sair um pouco, mãe!!

Saio de casa acompanhado de Cascão e depois de uns minutos de caminhada chegamos ao parque.

— Então...- Ele ia falar algo mas o interrompo.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Bom, nesse caso você já fez, mas eu permito você fazer outra- Ele brincou.

— Por que está sendo legal comigo?

— Como assim?

— É que a gente não é de se falar muito...

— Olha, é como eu disse antes. Você é amigo da Mônica e todo amigo dela é amigo meu.- Ele explicou.

— Mesmo esse amigo sendo um babaca.

— Você não é babaca- Ele disse.- pare de se diminuir.

— Tá!- Eu disse, e levantei as mãos em sinal de rendição.- mas o que estamos fazendo no parque?

— Além de passear vamoos começar o seu treino de futebol meu chapa.- Ele disse, me mostrando uma sacola. Na qual nem tinha reparado.

— Temos mesmo?- Eu reclamei.

— Sim- Ele afirmou.- eu prometi pro treinador, agora chega de papo e vamos à luta.

Cascão tira a bola de futebol do saco e depois ficou me ensinando umas técnias de jogo. Depois de um tempo me deito na grama, quase suando e muito cansado.

— Arrego!!- Eu gritei.- quero arrego! Alguém me ajuda que eu vou morrer!

— Que isso, nem faz tanto temp que estamos treinando.- Cascão achou graça da minha situação.

— Estamos a quase duas horas nesta meleca!!- Eu disse, irritado.

— No colégio ficamos três ou quatro horas treinando com o Átila.- Ele comentou.- estou até pegando leve contigo.

— Se isso é “pegar leve” nem quero ver o pesado- Eu disse, cansado.-  e cá entre nós Cascão, eu nunca vou ser bom no futebol ou em qualquer outro esporte.

— Não diga isso, esse é só o primeiro treino- Ele disse.- e nao vamos descansar até que você seja o melhor de todos, ou quase...

— Quase?- Eu disse, confuso.

— É por que não tem melhor jogar do que eu, mas vou me esforçar pra te fazer quem sabe o segundo.

— Ok...- Eu disse, ainda cansado.

— Agora levanta molenga!!- Ele gritou.- vamos continuar!

— Não!!- Eu resmunguei.- eu tô morto.

— Deixa de preguiça e vamos continuar com...- Ele ia dizendo, porém ouvirmos um barulho.

— O que foi isso?- Eu perguntei.

— Meu celular...

Vejo Cascão tirar o celular do bolso e o atender.

— Alô...ah, oi mãe...voltar!...agora!...sim, eu sei mas...tudo bem, estou indo.

Cascão desliga o celular e então percebendo que tinha me livrado digo...

— Poxa!! Acabou??- Eu disse, na maior cara de pau.- que pena...

— Vai se achando não careca- Ele disse, enquanto guardava o celular e a bola.- pode ter se livrado mas no próximo treino não tem escapatória.

— Ah...

Vejo Cascão se afastar pra ir embora e o ouço gritar.

— Até amanhã na escola!!

— Até...- Eu disse mesmo ele não tendo ouvido.

Então finalmente me dou o privilégio de desmaiar na grama do parque...

— Cebola???

Tava bom demais pra ser verdade.

— Sim- Eu disse, abrindo meus olhos. Ai me surpreendo com quem vejo.- Lúcia?

— Sim- Ela responde.

— O que faz aqui?- Eu pergunto, enquanto me levantava.

— Dando uma volta, mas eu que devia perguntar o por que de estar deitado na grama.- Ela disse.

— Tava tentando jogar futebol com um...amigo.- Eu expliquei, enquanto tirava a sujeira da roupa.

Bom, eu vou logo explicando quem é a Lúcia pra vocês. Ela trabalha junto do meu pai e na última vez que eu fui com ele no trabalho a conheci.

— É bom ver que está fazendo algo novo.- Ela disse, dando um sorriso. E é uma boa ocasião eu ter te reencontrado.

— Por que?- Eu perguntei.

— Preciso de sua ajuda- Ela disse.- a ocasião pra eu estar dando uma volta é por que eu tenho que resolver uma coisa importante do meu trabalho, mas não tenho ninguém pra cuidar da...

— Não precisa nem me pedir.- Eu a interrompi.- adoraria cuidar dela.

— Obrigada- Ela agradeceu.- você salvou minha vida.

— É um prazer.

— Então vamos.

Sigo Lúcia até a sua casa. Quando chegamos a mesma pega sua chave e abre a porta.

— Filha, voltei- Lúcia chamou.- e trouxe visita.

— Eu percebi, ouvi passos e o outro deduzi que alguém estaria contigo.

— Oi Dori- Eu a cumprimentei.

— Pera, essa voz...cebolinha??

— Sim- Eu afirmei, e vou até ela e dou um abraço.- saudades de você, Dorinha.

— Também- Dorinha disse, retribuindo o abraço.

Vocês devem estar pensando que a Dorinha é uma criança, né? Pois estão errados, ela é um ano mais nova que eu e é cega.

 A conheci quando tinha oito ou nove anos, não lembro direito. Meu pai tinha que resolver um assunto do trabaçho com a Lúcia, mas a minha mãe tinha saído com a Maria pra passear, ai ele resolveu me levar junto.

Quando chegamos lá eu conheci a Dorinha, fiquei brincando e cuidando enquanto nossos pais estavam ocupados, mas quando chegou a hora de ir a Lúcia disse que gostou do meu jeito cuidadoso com a Dorinha e perguntou se eu gostaria de cuisar dela sempre que puder. E é claro que eu aceitei, então sempre que podia cuidei dela.

— Bom, agora que meu tesouro está em boas mãos preciso ir- Ela disse, e depois abriu novamente a porta.- sabe o que fazer ou quer que eu te fale de novo?

— Não precisa- Eu disse, e me virei pra ela.- ainda lembro do que devo e não devo fazer.

— Vai ficar bem?- Ela perguntou, um pouco preocupada.

— Sim, pode ir resolver esse negócio tranquila- Eu garanti.

Lúcia sai de casa então me viro pra encarar Dorinha, que estava com um sorriso.

— Quer se sentar?- Ela perguntou.

— Sim- Eu disse, e estendi meu braço pra ela, que aceitou e a levo para o sofá.

Nos sentamos e então falo.

— Saiba que minutos antes de entrar achei que não me reconheceria.- Eu disse.

— Pra ser sincera, eu duvidei um pouco que se fosse você, pois a sua voz mudou muito- Ela comentou.

— Então se você duvidou, como soube que era eu?- Perguntei.

— Só uma pessoa em todo mundo me chama de Dori- Ela disse.

— Tem razão- Eu concordei- se quiser que eu pare é só me dizer.

— Não- Ela disse.- eu gosto quando você me chama de Dori, é fofo.

— Ok

— Então, como está a sua vida?- Dorinha perguntou.

— A mesma de sempre, nada mudou- Eu disse.

— Mesmo assim, me atuliza- Ela pediu.- faz tempo que não nos falamos.

— Tudo bem

Então comecei a falar como minha vida estava, porém não citei o fato da Mônica e nem do Cascão, pois quando houver uma outra chance de cuidar da Dorinha irei trazê-los e os apresentar.

Enquanto falava sinto minha garganta queimar e meus lábios secos, é isso que dá não se hidratar...

— Droga...

— Que foi?- Eu perguntei, com um pouco de dificuldade.

— É que  eu sou uma péssima amiga, você está aí falando e nem te ofereci algo pra beber.

— Não precisa Dori- Eu disse.

— Claro qu sim!- Ela exclamou.- você deve estar com muita sede.

— Eu não to...

— Nem tente me enganar, eu percebi que enquanto o senhor falava pigarreava e isso significa que está com sede- Ela explicou.

— Ok, eu estou com sede.- Me dei por vencido.

— Vou pegar algo pra bebermos- Ela disse, enquanto se levantava do sofá.

— Eu te acompanho.- Eu disse, me levantando também.

— Não precisa.

— Eu insisto.

— Tudo bem- Ela aceitou e pegou novamente em meu braço.

Então vou junto com ela até a cozinha.

— Pode me soltar Cebolinha- Ela pediu.

— Cebola- Eu disse, enquanto me soltava dela.

— Hã?

— Agora as pessoas me chamam de Cebola- Eu expliquei.

— Ok, Cebola- Ela disse e deu uma risadinha.

Vejo Dorinha ir até a geladeira, a abrir e pegar um jarro de água. Depois ela fecha e vai até o balcão e eu a sigo.

— Deixa que eu pego os copos- Eu me ofereci.

— Não precisa- Ela disse.

— Eu insisto.- Eu disse e não dei a chance dela replicar pois vou até os armários e pego dois copos e vidro, depois volto pro balcão.- aqui.

— Obrigada- Ela agradeceu.

Então vejo Dorinha colocar água em um dos copos e eu sussurro.

— É impressionante...

— O que é impressionante?- Ela perguntou. Uau, eu sempre me esqueço que ela pode me ouvir.

— O jeito de como você coloca água no copo com facilidade.- Eu disse.

— É bem fácil na verdade. É só parar quando sentir que esta gelado- Dorinha explicou.

— Legal

— Quer tentar?

— Quero

Pego o outro copo, a jarra e fecho os olhos e coloco a água, quando sinto o gelado paro.

— Que legal

Depois ouço Dorinha dar risada e eu a acompanho, pego o copo e dou um gole mas quando ia começar outra conversa a vejo pegar um pão e depois uma faca.

— O que você está fazendo?- Eu perguntei, um pouco apreensivo.

— Vou cortar o pão pra fazer uns sanduíches pra gente.- Ela disse,

— Não quer que eu faça pra você?- Eu perguntei, enquanto me aproximava pra pegar a faca.

— Não precisa Cebola.

— Por favor...

— Que tal assim, a gente pode fazer o sanduíche juntos?- Ela propôs.

— Topo- Eu concordei, e peguei os outros ingredientes.

Ficamos fazendo os sanduíches e quando acabamos fomos direto pra sala e nos sentamos novamente no sofá.

— Me fala como você está.

— To na mesma, aqui em casa e estudando com os professores particulares...- Ela disse, um pouco tristinha.

— Desculpa, não deveria ter tocado no assunto...- Eu me repreendi.

— Tudo bem, se quiser pode me ajudar numa coisa- Ela mudou de assunto.

— Qual?

— Um meu professor faltou ontem mas ele tinha deixado um dever de casa quando ele veio na outra semana- Ela disse, e pegou o caderno pra me dar.- pode ver se eu fiz certo e me ajudar com a próxima matéria?

— Claro!- Eu disse, e peguei o caderno dela. Fiquei analisando por uns minutos e dou um sorriso e depois uma risada.- o dever de casa está todo certo.

— Obrigada, mas por que a risada?

— É por que isso me lembrou de quando eu e a Magali começamos a aprender função de segundo grau, a maga não gostou nenhum pouco dessa matéria e toda vez que eu tentava ajudar ela fazia cara de tédio e ficava enrolando pra não aprender.- Eu expliquei enquanto dava risada.- bons tempos...

— Ah...

— Que foi?- Eu perguntei.

— Nada...- Dorinha hesitou.

— Eu sei que esta mentido- Eu disse.- me fala o por que de ficar chateada.

— Você deve ter tido momentos legais enquanto eu tenho que ficar aqui só por que sou defeituosa...- Ela falou.

— Não diga uma coisa dessas!- Eu disse, exasperado.- você não é defeituosa Dori! É na verdade uma garota ótima, eu sempre me impressiono com a sua capacidade de fazer as coisas mesmo sendo...

— Uma cega incomoda- Ela disse.

— Não, eu iria dizer desprovida de enxergar- Eu tentei fazer uma brincadeira, na esperança de que ela melhore um pouco o humor.

E parece que funcionou pois Dorinha está rindo um pouco.

— Obrigada por me animar um pouco- Ela agradeceu.

— Pode sempre contar comigo Dori.

Então começo a explicar a matéria para Dorinha, mas vejo que ela ainda esta triste, tenho que fazer ela se esquecer da tristeza...

De repente uma ideia vem a minha mente...

— Dorinha...- Eu a chamei.

— Sim

— Vocês ainda tem aquele piano aqui?- Eu perguntei.

— Temos sim- Ela respondeu.

— E ele ainda funciona?- Fiz outra pergunta.

— Sim, por que a pergunta.

Me levanto do sofá, pego na mão de Dorinha e a ajudo levantar e vou até o piano.

— Pra onde está me levando?- Ela perguntou.

— Estou te levando pro piano pra eu fazer a sua tristeza sumir.- Eu disse, e ajudo Dorinha a se sentar e depois faço o mesmo.

— Como pretender fazer isto?

— Vamos jogar qual a música

Ai vocês me perguntam “mas você não disse que sabia só tocar violão?” sim, eu sei mas a Magali também sabe tocar piano ai um dia ela resolveu me ensinar, não sou tão bom quanto ela mas sei a medida do possível.

— Tudo bem, pode começar- Ela pediu.

— Vou começar com uma fácil- Eu disse, e comecei a tocar as teclas e depois de um tempo paro.- qual a música?

— Nossa, quando você disse que começaria com uma fácil não tava mentindo- Ela disse, enquanto dava risada.- a música de abertura de Harru Potter! Podia ter escolhido outra!

— Foi a primeira que eu pensei- Eu disse, envergonhado.

— Tudo bem, eu gostei mesmo assim- Ela disse, me fazendo ficar aliviado.

— Ok, agora eu vou dificultar

— Pode mandar, sei que vou acertar.

— Que convencida...- Eu brinquei.

Antes dela responder recomeço a tocar o piano.

— Qual a música?

— Gift of a friend, Demi Lovato.

— Certa resposta- Eu disse, e comecei a tocar mais uma.- e agora?

— Não tenho certeza, toca mais uma vez- Ela pediu. Então toco mais uma vez a música e depois paro.- acho que...a year without rain, Selena Gomez?

— Isso!

Toco mais uma música no piano.

— Hall of fame, The script. Uma das minhas músicas prediletas.- Ela disse, e abre um sorriso.

Então quando eu ia tocar mais uma música no piano Dorinha coloca sua mão sobre a minha.

— Que foi?- Eu perguntei.

— Será que...eu poderia tocar uma música?- Ela perguntou.

— Claro, pode colocar sua mão sobre a minha- Eu disse.

— Eu quis dizer sozinha...

— Oh, não sei...

— Por favor!- Ela pediu.

— Sua mãe vai me matar se descobrir que eu deixei você tocar- Eu a alertei.

— Ela não vai saber se você não contar. Deixa!- Ela disse, com uma carinha de cachorrinha.

— Você ganhou- Eu disse, e depois me levanto pra trocar de lugar com Dorinha.

— Obrigada- Ela agradeceu.- agora você vai ter que adivinhar.

— Pode começar- Eu a incentivei.

Dorinha começa a tocar as primeiras notas da música no piano. E eu fiquei embasbacado! A cada nota que ela tocava parecia um coro de anjo, havia sentimeto e dedicação em cada mínima tecla.

Então Dorinha para de tocar o piano e pergunta.

— Qual a música?

Porém eu não consgo responder, ainda estava maravilhado com o que tinha escutado...

— Cebola...- Ela me chamou, me despertando de meus devaneios.

— Hã?

— Eu perguntei qual a música- Ela repetiu a pergunta.

— The climb, Miley Cyrus- Eu respondi.- desde quando você sabe tocar piano?

— Desde os nove anos, quando minha mãe saia e me deixava sozinha em casa às vezes, precisava de uma distração e tocava, então meio que aprendi nos erros e acertos- Ela explicou.- porque? Foi tão ruim assim?

— Não!!- Eu exclamei.- foi a coisa mais bonita que eu já ouvi, e olha que a Magali também toca muito bem, mas agora não sei quem fica em primeiro lugar!

Dorinha então começa a rir e eu a acompanho.

— Obrigada pelo elogio- Ela disse, enquanto parava de rir.

— Quando ia agradecer ouço a porta sendo aberta e vejo Lúcia.

— O que estãi fazendo?- Ela perguntou.

— Eu só estou tocando umas músicas no piano pra Dorinha, como nos velhos tempos.- Eu disse. Não menti, foi mesmo pra relembrar mas omiti o fato dela ter tocado.

— Sim, como nos velhos tempos- Ela concordou, enquanto se levantava do piano e eu fazia o mesmo.

— Bom, já resolvi o problema no trabalho, agora tenho tempo pra você minha querda- Lúcia disse.

— Eu sei...

— E obrigada mais uma vez por cuidar da minha pequenina- Ela agradeceu.

— Não há de que, é sempre um prazer ajudar. Acho que já tá na hora de eu ir, minha mãe deve estar preocupada.

— Eu já ligei e disse que você estava aqui- Lúcia falou.

— Obrigado, mas ainda preciso ir.- Eu disse, indo em direção à porta.

— Vai indo sem me dar um último abraço?- Dorinha dissem enquanto fazia um biquinho.

— Eu seria um doido se não fizesse isso.- Eu brinquei, e vou até Dorinha e a abraço apertado.- tchau Dori.

— Tchau- Ea disse, retribuindo o abraço.- vai voltar pra me ver, né?

— Sim, é uma promessa.

Me solto do abraço, vou até a porta e saio da casa de Dorinha. Vou andando tranquilamente até a minha, entro, dou um oi para meus pais, subo as escadas, vou pro meu quarto, tomo um banho, coloco meu pijama e me ponho a dormir.


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