I Will Survive escrita por Iphegenia


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada, queridinhos!

Eu demorei, né? Eu sei. Me perdoem por isso.

Agora imaginem a minha felicidade quando entro aqui e vejo que a linda e maravilhosa BeyEvil recomendou a fic... Eu ameeeei!!! Fiquei muito feliz e estou muito, muito, muito grata por isso e pelas palavras que usou para descrevê-la ♥
Além disso, a BeyEvil fez a gentileza de criar uma playlist com as músicas da fic no Spotify. É ou não é um amor?
Vou deixar o link no final do capítulo e na descrição da fic, logo abaixo da sinopse (se alguém souber me ensinar como deixar o link acessível lá na descrição, eu mudo).

Muito obrigada a todo mundo que está acompanhando e que favoritaram, em especial à Ice Queen, que abriu uma exceção em seu coração rs.

Boa leitura!



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Júlia corria de um lado para o outro, segurando o seu amado unicórnio em uma mão e o cisne na outra. Ela viu quando chegaram com as compras feitas para o seu quarto e, enquanto trabalhavam colocando o papel de parede, ela se agitava ansiosa pela sala. Henry se entretinha com o vídeo game e ora e outra passava o olho pelo cômodo certificando-se de que a irmã ainda estava ali.

Quando o som de alguém batendo na porta foi ouvido, Júlia liberou um grito e soltou as pelúcias antes de correr até lá. Tentou alcançar a maçaneta esticando os braços e ficando na ponta dos pés, mas era inútil. Regina tinha se certificado de elevá-las quando Henry ainda era pequeno. Quando Júlia desistiu do ato, ela correu até o irmão, parando a sua frente, bloqueando a TV.

— Porta! – A menina arrastou a palavra bem pronunciada até que o garoto reagisse.

Henry levantou-se e caminhou preguiçoso até a porta. Quando se deparou com a mãe loira do outro lado, suspirou cansado e girou o corpo para voltar ao sofá.

— Por que não entrou?

— Porque seria mal educado!? – Emma pegou Júlia, que tentava escalar suas pernas, e seguiu o filho, ignorando seu mau humor. – De quem é o carro parado ali?

— De quem quer que esteja lá em cima colocando papel de parede no quarto da Júlia.

A pequena sorriu mostrando todos os dentes e apertou as bochechas de Emma, animada. A sheriff riu da menina, finalmente entendendo o porquê das bochechas rosadas e a respiração ofegante.

— Regina está lá em cima? – Emma perguntou diretamente para Júlia, quando percebeu que Henry já havia reiniciado o jogo e estava submerso no fantástico mundo dos zumbis de Resident Evil.

— Mamãe! – Júlia apontou para a escada e balançou as pernas no colo da loira, em um pedido urgente para ser colocada no chão.

Emma passou os dedos pelos cabelos de Henry, entrando em um acordo silencioso em que ele deveria manter os olhos na irmã, e seguiu para as escadas, atrás de Regina. Chegando ao topo, a loira interrompeu os passos dando mais atenção à sua audição, tentando descobrir qual caminho seguir. Em poucos segundos pode ouvir a voz de Regina em uma das portas à esquerda. Swan arrastou os pés até lá e deitou a cabeça para dentro do cômodo, encontrando Regina de costas para a entrada, orientando duas moças que sustentavam espátulas, nervosamente. Emma engoliu a risada para a postura rígida que as mulheres tinham diante de Regina, claramente temendo a rainha mais do que o próprio diabo. A sheriff endireitou a coluna entrando no quarto e correu os olhos pelos desenhos do papel, tentando decifrá-los. Quando percebeu que eles se resumiam, basicamente, em várias bolhas de água, então, a salvadora liberou a risada para tudo que via ali.

— Swan? - Regina interrompeu sua fala e girou nos calcanhares.

— Ariel? Sério? – Emma apontou para o papel, ainda, escorado na parede. – Quão sortuda e Rainha Má pode ser por ter uma filha que gosta da Pequena Sereia?

— Não que seja da sua conta, mas ela gosta mesmo é da Úrsula. – Regina arqueou a sobrancelha bem feita, provocativa, e acenou para que as moças começassem o trabalho, conduzindo Emma para fora do quarto.

— Ela gosta mesmo da Úrsula? – Swan uniu as sobrancelhas e vagou os olhos pelo corredor, considerando aquilo.

— Eu criei bem a minha filha. Ela não seria fã de alguém que desiste de ser sereia por causa de homem.

Swan sorriu para a observação e recebeu um olhar superior da morena, que logo se uniu a ela no sorriso. Emma perdeu-se na curva dos lábios da rainha. A cada minuto perto da morena era como se seu peito se enchesse mais e mais de carinho, proteção e desejo, e não havia uma forma de interromper esses sentimentos. Swan descobriu, não muito depois que Regina chegou em Storybrooke, meses atrás, que o amor era como um pássaro com asas machucadas, que acredita poder voar, e se joga em um abismo torcendo para que, em algum momento, elas funcionem e o salve. Mas então o chão estava próximo demais e Swan não sabia se seria salva ou se morreria dentro dos olhos castanhos que a fitavam com tanta atenção. No entanto, sobreviver não era a sua grande questão no momento. Quando estava ao lado da morena, tudo podia esperar. Até mesmo uma morte metafórica.

— Vai me dizer por que está aqui, sheriff? – Regina tocou o indicador no distintivo da loira, trazendo-a, novamente, para a realidade.

— Houve uma invasão na loja do Gold. Como suspeito que ninguém seria louco de tentar roubar dinheiro do Dark One, pensei que pudesse ser magia.

— E? – Regina uniu as sobrancelhas, preocupada.

— E se alguém está tentando roubar magia, pensei que você também poderia ser um alvo.

Regina curvou os lábios, pensativa. Fechou os olhos por um momento, fazendo uma suave brisa emergir de seu corpo e percorrer toda a mansão. Quando os abriu novamente, elevou as mãos fazendo surgir o redemoinho de fumaça roxa e desapareceu nele. Antes que Emma pudesse reagir, Regina já estava de volta, passando os dedos pelos próprios cabelos, alinhando-os.

— Tudo certo por aqui e também no mausoléu.

Emma encarou a rainha com as sobrancelhas levantadas e o queixo levemente caído em admiração. Pois, não, Emma sabia, não bastava ser, simplesmente, a mulher mais interessante, instigante e bonita que a loira conhecia, ainda precisava ser a bruxa mais poderosa. Swan estreitou os olhos para o próprio pensamento e soltou a respiração que prendeu quando a brisa passou por ela.

— Você pode me ensinar a fazer essa primeira coisa?

— Quando você souber o básico de magia, que sabe?!

Emma, novamente, mergulhou na beleza de Regina, mas não o bastante para perder o fato de que os olhos da rainha dançaram, percorrendo os traços da pele branca assim como ela fazia. Swan sorriu para a constatação e sentiu o rosto esquentar com o rubor que lhe abatera. Quando percebeu o que estava acontecendo, Regina coçou a garganta e caminhou na direção da escada.

— Eu acho que se alguém estava atrás da magia do Senhor das Trevas, Rumple, provavelmente, já encontrou e está lidando com isso.

— É. – Emma coçou a nuca analisando se poderia considerar isso como o fim de um problema ou início de outro, ciente dos métodos não tradicionais do homem. – Hey, o que Henry tem?

— Tivemos um desentendimento sobre os horários para vídeo game. – Regina girou o pescoço encarando Emma. – Ele acha que pode ter o mesmo tempo para brincadeiras que Júlia tem, como se ela tivesse algo além disso para ocupar o seu dia.

Swan riu e apressou os passos para alcançar Regina, que já descia as escadas, elegantemente, sobre os saltos pretos.

— Acho que isso é ser irmão. – Emma balançou-se sobre os pés quando chegou ao fim dos degraus, buscando, em sua mente, qualquer justificativa que a levasse a permanecer na companhia da morena. – Minha mãe me pediu para enfeitar o Granny’s amanhã, já que ela vai cuidar dos doces, enquanto Granny, cuida do jantar. Será que você poderia me ajudar?

— Claro. Aquele lugar precisa de um pouco de requinte se vamos mesmo passar o Natal lá.

— Eu te envio uma mensagem quando decidir o horário.

Sem qualquer outro assunto em mente, Emma lançou um sorriso de despedida e virou-se para a porta; girando a maçaneta, falou sobre os ombros para que Henry se comportasse, e partiu. Quando Júlia avistou a mãe, correu ao seu encontro até trombar com as pernas morenas presas em uma calça social justa. Regina pegou a filha nos braços, cobrindo seu rosto com beijos.

— Emma! – A pequena falou enquanto se debatia, fugindo dos lábios coruja da mãe.

— Emma acabou de sair, querida. Ela precisa trabalhar.

— Não. – Júlia afastou o rosto da rainha e apontou para o cisne de pelúcia no chão, próximo a elas. – Emma!

— Oh! – A rainha abaixou-se, com a filha ainda no colo, e pegou a pelúcia, entregando-a para a menina. – Parece que você, finalmente, a batizou.

***

Regina caminhou paciente pelas ruas de Storybrooke, com Júlia caminhando preguiçosa, embora rejeitasse, de qualquer forma, o colo. Quando chegaram ao Granny’s, era muito mais tarde do que combinara com Emma. Entraram no estabelecimento e balões verdes e vermelhos estavam sendo preparados por alguém que Regina não conhecia e a árvore era, desastradamente, enfeitada por David, que lhe sorriu assim que o sino tocou indicando sua entrada.

— Hey, Regina! – O príncipe cumprimentou levantando-se e parando diante dela. – Emma foi até o loft buscar as luzes, mas logo estará aqui.

Regina retribuiu o sorriso e caminhou até a caixa com enfeites, logo após deixar Júlia na companhia de alguns brinquedos.

— E Henry? – O príncipe puxou assunto.

— Está na casa de algum amigo que eu não sei quem é. – A rainha resmungou enquanto analisava todas as paredes, segurando alguns enfeites.

— Não era o Ethan?

— Acho que sim. – Regina abandonou a caixa e caminhou até a árvore mudando algumas bolinhas coloridas de lugar. – Você o conhece?

— Sim, de algumas visitas na escola. Nunca deu problema. – O príncipe ofereceu alguns enfeites em formatos de bengalas coloridas.

Regina passou a reorganizar a árvore sob o olhar atento do homem, incisivo, deixando-a desconcertada. Ela passou as mãos pelos cabelos certificando-se de que não estavam despenteados; olhou-se pelo reflexo de uma das bolinhas coloridas, conferindo a maquiagem; passou os dedos pela roupa, alisando rugas invisíveis. Quando não encontrou nada de errado em si para que o príncipe a encarasse de tal forma, suspirou irritada e arqueou a sobrancelha.

— Há alguma coisa que queira me dizer?

— Você e Emma... – Charming sugeriu, esperando que a rainha captasse o restante. Regina arregalou os olhos e deixou cair uma das bengalinhas. – Juntas... – David prosseguiu enquanto Regina sentia o frio subir por sua barriga e congelar seus batimentos. – São bonitas.

O príncipe levantou-se e caminhou até a outra extremidade do estabelecimento, amarrando os balões em um cordão para serem pendurados, deixando uma Regina atônita para trás. A morena sentiu o rosto queimar ao tempo em que um bolo de constrangimento se formava em sua garganta. Regina curvou o corpo na direção da árvore afim de esconder o rubor, mas antes que ele se dissipasse, o sino acima da porta de entrada tocou, anunciando a chegada de Emma.

— Hey, Regina! Pensei que não viria. – Swan colocou as luzes sobre o balcão e parou ao lado de Regina, que estava sentada em um banco baixo, ainda escondendo o rosto.

— Parece que Júlia gosta de caminhar até aqui. – A morena forçou-se a falar e passou a mão pelo rosto, apertando-o, antes de encarar Emma, criando um disfarce para a tonalidade de sua pele.

Emma sorriu ignorante e foi até Júlia, que brincava no chão. A loira sentou-se com a menina e beijou o topo de sua cabeça. Júlia ergueu os olhos e agarrou o cisne oferecendo para a Swan.

— Emma! – Júlia afundou os dedos na asa peluda do animal. – Se chama Emma.

Regina observou a interação de sua filha com a loira, o sorriso que cresceu nos finos lábios quando pegou a pelúcia e abraçou, trazendo Júlia consigo. Regina sentia-se embriagada de ternura. A sua menina se transformava na presença da salvadora, ela brilhava naquela companhia, como Regina sentira falta por tantos meses. A rainha se pegou desejando poder apreciar aquilo mais vezes. Queria aquela cena no café da manhã, durante a tarde, antes de dormir, aos finais de semana e em todos es eventos aleatórios que pensava. A loira estava constantemente em sua cabeça.

Uma mão pousando no ombro de Regina lhe tirou do transe. Uma das funcionárias do Granny’s lhe estendeu uma caixa com presentes que deveriam ser colocados embaixo da árvore. A rainha olhou por trás da mulher e pode ver David saltando seus olhos entre ela e a salvadora, que ainda brincava com Júlia. Novamente, ruborizou e capturou a caixa apressada, passando a fazer o seu trabalho. Um a um, Regina organizou os presentes, deixando os pequenos espalhados na frente. Vez ou outra, seus olhos corriam até David, considerando o que ele havia dito. Se ele estava mesmo insinuando que ela e Emma formam um casal bonito, então não havia outra palavra para definir aquilo do que “loucura”.

— Está linda! – Emma sentou-se no chão, ao lado de Regina, amarrando os balões que David lhe passou.

O coração da rainha saltou e um sorriso tímido dançou em seus lábios antes de olhar para a loira e a compreensão lhe abater ao fato de que Emma se referia à árvore.

— Não graças ao seu pai. – Regina terminou de enfeitá-la e passou a ajudar a loira. – E então, qual desses é o meu? – Apontou para os embrulhos.

— O que te faz pensar que você terá um presente? – Swan agrupou cinco balões vermelhos e os jogou para David pendurá-los junto aos outros.

— Digamos que Henry tem sangue Blanchard correndo nas veias.

— Fofoqueiro. – Emma resmungou e capturou o pacote de bexigas puxando fôlego para enchê-las.

— E então?

— O seu não está aqui. – Swan estreitou os olhos para a ex-rainha má enquanto prendia o balão com um nó e o atirou nela. – Ele não contou o que é, contou?

— Não. Felizmente eu o eduquei melhor do que isso. – Regina alcançou o barbante e passou a amarrar os balões que a loira preparava.

— Júlia disse que você tem um para mim também. – Emma sentiu os olhos de Regina queimarem sobre a menina. – Mas ela logo acrescentou que era um segredo. Acho que ela não entende muito bem como isso funciona.

— Acho que meu destino é lidar com pessoas que não sabem o conceito dessa palavra.

Regina girou os olhos e chamou a filha, que se arrastou engatinhando até ela. A morena trouxe a pequena para o seu colo e se pôs a explicar o que é um segredo e como é importante saber mantê-lo. Emma sorriu para a doçura de Regina até mesmo dando bronca na filha, mas sentiu o peito apertar para o reflexo do trauma de ter seus segredos confessados, embora esse fosse inofensivo. Quando Júlia sacudiu a cabeça, balançando seus cachos, em entendimento, Regina a abraçou iniciando uma sessão de cócegas. Swan, que apenas crescia o seu sorriso diante da cena, no intuito de ajudar a menina, passou a fazer cócegas na rainha e em poucos segundos as três se encontravam jogadas no chão do Granny’s, sufocando em risadas.

***

A canção suave, exatamente a mesma que tocava em cada propaganda sobre o Natal, em cada loja e cada shopping que o bom velhinho visitava, soava pelo Diner. Regina estava sentada sozinha na mesa do canto, de onde tinha visão completa do estabelecimento. Havia passado pouco da meia-noite. Todos já haviam jantado e a troca de presentes estava acontecendo. Regina já havia entregado o de seus filhos, sendo o de Júlia bem mais cedo, pois já fazia horas que a pequena dormia no quartinho que ficava no fundo da cozinha do Granny’s. Apenas o presente de Emma ainda descansava em seu colo.

A rainha observou Henry abraçar cada um dos moradores da pequena cidade que ali estavam, com um sorriso simpático, verdadeiro e contagiante. O orgulho crescia dentro de si a cada elogio que o garoto recebia. Quando o filho distraiu-se com alguns colegas da sua idade, Regina capturou o celular no bolso do casaco, conferindo as horas. Faltavam vinte e cinco minutos para uma hora da manhã, mas, além do horário, Regina viu uma chamada perdida de James. Imediatamente, discou o número do amigo enquanto caminhava em direção à saída. Quando o homem atendeu, a morena apressou-se em pronunciar as frases clichês que ele sempre usava naquela data, sorrindo como se estivesse diante dele, e não há quilômetros de distância. Regina sentou-se em uma das mesas que compunham o ambiente externo do estabelecimento, deixando a caixinha com o presente da loira sobre ela.

Emma viu quando a rainha saiu, a sheriff abandonou a conversa que estava tendo sem dar explicações, correu até a parte de trás do balcão pegando um grande embrulho e a seguiu. Quando chegou até a porta, abrindo-a, viu a morena ao lado de fora, falando ao celular. Aproximou-se silenciosamente e pode ouvir a voz rouca pronunciar um “eu também e amo” antes de encerrar a chamada. Um sentimento tão conhecido quanto indesejado passeou pelo seu peito e a salvadora imediatamente o reconheceu como o “ciúme”. Ela estava enciumada com aquele telefonema e seja quem fosse que recebeu as palavras que ela apenas morreria para ouvir.   

— Amigos? – Emma viu o corpo da morena saltar minimamente em susto e desviou os olhos quando a rainha a encarou.

— James. – Regina suspendeu o celular até a altura do rosto antes de guardá-lo, novamente, no bolso do casaco.  Um sorriso suspeito surgiu no canto dos lábios vermelhos e Emma corou por ser pega alimentando tal sentimento.

— Aproveitando que estamos a sós, aqui está o seu presente.

Emma estendeu o grande embrulho vermelho para a rainha, que levantou-se para apanhá-lo. A morena suspendeu levemente a perna, para apoiar o embrulho, enquanto desfazia o laço, também vermelho. Quando o papel foi retirado, Regina deparou-se com uma elegante sela preta, estofada. As extremidades do assento eram estampadas com coroas douradas, costuradas. Na virola encontrava-se bordado o título de Regina: Rainha. A morena sorriu amplamente, passando a ponta dos dedos pelo bordado.

— É linda. A mais linda que eu já vi.

Emma sorriu bobamente, sentindo o coração encher-se de orgulho por ser a responsável pelo lindo sorriso que ainda tomava conta do rosto moreno.

— Mandei fazer especialmente para você.

— Eu amei! – Regina demorou-se mais alguns segundos admirando o presente, até que o depositou sobre a mesa e tomou a sua caixinha em mãos.

— Eu também tenho algo especial para você.

Swan tomou a caixa e puxou a ponta do laço verde até que a tampa pudesse ser completamente retirada. Quando seus olhos se encontraram com o objeto, lágrimas o alcançaram, lutando para cair.

— Isso é o que eu acho que é?

— Vire e veja você mesma.

Emma colocou a tampa e o laço na mesa para retirar um bloco de argila escura da caixa. Nele havia o formato fundo de uma mão pequena. Regina acenou para que a sheriff girasse o objeto e, quando o fez, encontrou, na base do bloco, a curta frase em letras incertas de uma criança: “Feliz dia das mães”. Logo abaixo estava grafado a assinatura do filho. “Henry Daniel Mills”.

— É o melhor presente que eu já recebi na vida. – Os olhos da loira transbordaram em emoção. As lágrimas caindo sobre a argila que representava um dos momentos tão mágicos que ela perdeu.

— Eu não tinha um de Natal, porque nessa época já estão de férias no colégio, mas, em todo caso, esse sempre foi um dos meus favoritos.

— Você está bem em me dar isso? Porque, afinal, ele fez para você. – Swan passou o dorso da mão sobre os olhos, secando as lágrimas.

— Ele teria feito um para você também. – Regina tocou o objeto com o indicador e percorreu o contorno da mão de Henry. – Ele é perfeito!

— Sim. – Emma tomou o dedo de Regina entre os seus, percorrendo a mão da morena aos poucos, entrelaçando os dedos. – Ele é.

A respiração da rainha interrompeu-se ao toque da loira. Um calor iniciado em seu peito espalhou-se pelo corpo como se o coração bombeasse os próprios raios solares. Sua perna vacilou quando as írises verdes fixaram-se em seus orbes castanhos. Emma aproximou-se um passo e, sem desviar os olhos da rainha, colocou a caixa com seu presente sobre a mesa. Seus rostos estavam demasiado próximos e o hálito quente de uma misturava-se ao da outra. Os narizes estavam há milímetros de distância até que, finalmente, se tocaram. O toque despertou Emma, fincando seus pés na realidade onde ela não tem permissão de tocar Regina, e ela afastou-se alguns centímetros, apenas o suficiente para que o rosto da rainha se focasse.

— Regina, eu...

— Shhh!!!

A morena pousou o indicador sobre os lábios de Emma, silenciando-a, e escorregou a mão até a nuca da salvadora, mergulhando seus dedos entre os fios loiros. Quando as esmeraldas reluzentes conectaram-se novamente a ela, Regina curvou os lábios em um pequeno sorriso, desceu os olhos para a boca rosada e fechou a distância. A rainha levou sua outra mão até o pescoço de Emma, enlaçando-o, e colou seu corpo ao porte atlético da sheriff. Roçou os lábios com delicadeza e entreabriu a boca deixando sua língua escapulir pedindo passagem. Swan pousou as mãos hesitantes na cintura da morena e aceitou o beijo. Quando as línguas se encontraram e dançaram sobrepondo-se, Emma sentiu a confiança crescer em seu íntimo e deslizou as mãos pelas costas da rainha, apertando-a em seus braços. Qualquer linha de pensamento que elas pudessem ter foram interrompidas naquele momento. Regina sentia a satisfação preencher cada célula de seu corpo que amolecia junto ao da salvadora, suas pernas perdiam a força e ela lançou todo o seu peso sobre a loira, que dançava as mãos por suas costas desfrutando o prazer de tê-la, finalmente.

Tão longo quanto poderia e desejavam, interromperam o beijo apenas quando o fôlego se fez necessário. Ambas sorriram contidas, com as bochechas adquirindo tonalidade avermelhada e com a respiração irregular. Regina manteve os braços envolvendo o pescoço de Emma, que relaxou os ombros e descansou as mãos na cintura de Regina, apertando o local à medida que seus sorrisos cresciam. Regina aproximou-se novamente, fechando os olhos, e selando seus lábios uma, duas, três vezes, em selinhos castos.

— Eu estou te contando primeiro. – Regina afastou minimamente a cabeça, sem desfazer o abraço, fixando-se nas írises esverdeadas.

— É o momento? – Swan, inconscientemente, ficou as unhas no casaco grosso que a rainha usava, lembrando-se da conversa que tiveram meses atrás. Sentiu seu coração pulsar na garganta com a esperança que a dominava.

— Não tenho certeza, mas não quero mais esperar.

Regina fechou a distância, novamente, e iniciou outro beijo, dessa vez mais intenso, onde seus dedos puxavam levemente o cabelo da loira enquanto tinha suas costas e lado pressionados pelos dedos magros que a exploravam.

 

*Link da playlist:

https://open.spotify.com/user/12150797961/playlist/1ZDAHovMR9bC4TT2KOg6OF


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Notas finais do capítulo

Finalmente um beijo decente, uma rainha decidida e uma salvadora feliz. Ou será que não? Espero que tenham gostado ♥

Me deixem saber o que acharam e não deixem de conferir a playlist. Vou responder todo mundo que comentou no capítulo anterior assim que possível. Até o próximo!



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