P.O.V Edward.

Estávamos todos meio chocados com o que tinha acontecido. Como assim o garoto Bieber era um canalha? Nem eu, que o odiava pelo fato de ele estar dando em cima dela, achava que ele fosse assim. Mas parece que todos nos enganamos. Agora eu tinha que suportar vê-la chorar em meu colo. Muito obrigado JB, muito obrigado mesmo.

-Eu só... Achei que ele... Era diferente. Eu... Idolatrava ele! – ela desabafava, entre soluços.

-Jacque, relaxe um pouco. Sabe, eu aprendi muito ao longo dos meus dezesseis anos...

-Aprendeu? – Jassy debochou.

-Aprendi sim senhora. Você acha que eu nunca levei um fora pior que esse?

-Já levou mesmo? – ela disse, levantando os olhos inchados.

-Bom, talvez não pior, mas eu já fui traído, já fui descartado, usado... – eu contava nos dedos, e por mais que doesse contar isso, eu queria reconforta-la. – Sabe você não é a primeira.

-Como... Superou?

Eu olhei em seus ternos olhos negros. Ela parecia uma criancinha agora, enroscada em meu colo, seu rosto marejado de lágrimas. E eu acabei sorrindo. E ela sorriu também, era uma das coisas que eu mais gostava que ela fizesse.

-Eu simplesmente esqueci. Você tem que tentar focar a sua mente em outras coisas, eu sei que é difícil, e que vai doer no começo, mas com o tempo você consegue.

Ela ficou pensativa por um tempo, avaliando cada palavra que eu tinha dito. Então se levantou, enxugou as lágrimas, e inesperadamente, me deu um abraço apertado. Eu retribui, fechando meu olhos. Aquilo sim, era o que eu mais queria. Bom, obrigado Justin Bieber, muito obrigado. Ela me soltou e deu um breve sorriso.

-Não sei o que faria sem vocês.

-Nem a gente Jacque, nem a gente. – Aaron disse, por todos nós.

-Que tal a gente sair pra noitada da Califórnia? – Jessy de repente propôs.

-Você está falando de... Bares? – Aaron disse, em um tom animado demais.

-Sim senhor! Vamos colocar nossas melhores roupas, dançar, beber e curtir a noite, quem sabe você não ache um ‘gatinho’ pra você amiga?

O rosto dela se iluminou, ao contrário do meu. Um ‘gatinho’? Como assim, um ‘gatinho’?

-Isso é... A melhor idéia que você já teve!

E o que eu poderia dizer agora? Provavelmente me arrastar para o tal bar e ver ela encontrar um ‘gatinho’ pra ela.

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Eu estava arrasado. Eu tinha mesmo sido rejeitado? De verdade? E agora eu começava a pensar no tipo de vida psicótico que estava levando... Trancado no quarto sem nem ver a luz do sol, beijando garotas por ai... Aquilo definitivamente não estava certo. Sentia uma extrema raiva, porque eu achava que tudo estava certo, mesmo tendo certeza de que estava errado? Se pelo menos meu pai estivesse aqui... Tenho certeza que ele iria me falar na mesma hora o que fazer... Mais ele não estava aqui, e estava em um lugar que eu não poderia alcançar. E de repente tudo passou pela mente, de um jeito muito claro, tudo de novo.

FLASH BACK:

Nós cantávamos e riamos, como uma família normal e feliz. Era tão estranho que estivesse chovendo tanto naquele dia, pois eu me sentia muito ‘ensolarado’. Meu pai dirigia e cantava comigo ao mesmo tempo, minha mãe apenas batia palmas e dava aquele sorriso radiante que eu tanto amava.

-Acho melhor nós pararmos no posto! Preciso ir ao banheiro. – minha mãe anunciou.

-Vou descer com você, quero comprar uma coca.

Deixamos meu pai sozinho no carro, ele tranqüilo, balançava a cabeça conforme a música da rádio. Tudo estava perfeito. Perfeito demais. Eu saí da loja e esperei a minha mãe sair do banheiro, quando tudo aconteceu claramente, bem diante dos meus olhos. Um caminhão vinha totalmente desgovernado em direção ao posto, mas parecia que o motorista não tinha a menor idéia do que estava fazendo, e virava o volante desesperado. E eu sabia exatamente o que ia acontecer. O caminhão se chocou com o nosso carro e explodiu, fazendo o fogo saltar em uma proporção absurda.

Então tudo saiu de foco, haviam gritos, fumaça, fogo, e de repente braços me levaram para longe do posto, que segundos mais tarde, explodiu também.

FIM DO FLASH BACK.

As lágrimas desciam pelo meu rosto sem controle. Era pior lembrar daquilo tudo... Parecia tão real. E ele nunca mais pode falar comigo, me dar conselhos, jogar bola comigo... E eu me tornei um pop star famoso, no começo tudo bem, mas parece que agora eu sinto falta. Sinto falta dele, porque sem ele, alguma coisa definitivamente me falta.

-Justin... Tudo bem garoto? – era Scooter, eu sabia apesar de minha visão estar completamente embaçada pelas lágrimas.

-Hey, hey! Calma...

Ele envolveu-me em seu abraço, e eu não neguei, apenas aproveitei ter um pouco de aconchego, um tanto paternal.

-Eu entendo que você tenha levado um fora, mas é pra tanto?

-Não... Não é... Isso.

-O que foi então? Pode falar pra mim.

Hesitei, mas precisava de um amigo. Precisava de verdade de alguém do meu lado me ajudando.

-Meu pai. – sussurrei.

A expressão de Scooter se suavizou, e ele deu um sorriso terno. Me apertou mais junto ao seu abraço, e simplesmente me disse algo que não esqueci mais.

-Ele está com você pequeno. Nunca vai te deixar. Mas você precisa seguir em frente, ele ia querer que você seguisse em frente. Se concentre na sua vida, e tudo vai voltar ao normal.

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Jessy tinha nos convencido a sair para uma boate. Acho que ela tinha boas intenções, não me leve a mal, mas eu não estava muito para aquilo. Muita gente, muito barulho, muitos casais... Meu coração ainda estava muito frágil. Mas Ed. estava sendo um anjo, mantinha seu braço envolvendo minha cintura o tempo todo, e não deixava as piadinhas fora de hora de Aaron me atacarem. Um verdadeiro anjo.

-Pequena, não precisa ficar aqui sentada à noite inteira. Afinal, a gente está em um lugar legal, música boa... Gente bonita. – a última frase ele disse olhando para mim, porém eu fingi não notar.

-Eu sei... Mais não estou muito feliz...

-Vamos. Só uma dança, e eu prometo que te deixo em paz. – e ele sorriu. Como eu podia falar não para aquele sorriso?

-Ok.

E eu sorri. Fomos para a pista de dança, ele me guiava, nunca soltando minha mão, e começamos a dançar, ao som da viciante Lady Gaga-Telephone. E a alegria era contagiante, não tinha como eu pensar no canalha do Justin Bieber, eu só queria saber de dançar e sorrir para o anjo que tinha em minha frente. Como ele fazia aula há mais tempo que eu, tinha um gingado inconfundivelmente perfeito. Dançava e me levava junto.

Em certa parte da música, ele segurou minha cintura novamente, e dançávamos naquele balanço maluco sem dó nem piedade, como se só tivéssemos uma noite para dançar, e o mundo fosse acabar assim que o sol nascesse.  E meus pensamentos voavam longe de todos os problemas, e eu não me importava com mais nada, só com aquele lindo garoto sorridente em minha frente. E tomados pelo impulso, nos aproximamos, até podermos sentir o hálito um do outro, tinha um leve aroma de mentos...

-Você é maravilhosa. – ele falou em meu ouvido. Eu apenas sorri radiante por alguém achar isso de verdade.

-Você também é. E eu...

Porém, eu não tive tempo de terminar, não tive nem vontade, quando ele chapou-me um beijo na boca. Seus lábios eram leves e macios, porém seus braços agarravam-se a minha cintura como se eu pudesse sumir a qualquer instante. Nunca pensei que fosse pensar aquilo, mas era a melhor noite da minha vida, e com certeza o melhor beijo da minha vida. Ele finalmente me soltou os dois ofegantes, e me disse, meio abobado.

-Desculpe.

-Pelo que?

-Achei que... Você, e o tal do Bieber... E eu... – coloquei o dedo na frente de seus lábios, o calando.

-Não pense nas conseqüências. Eu não quero pensar. Só quero que você me beije agora.

E sem ao menos saber de onde vinha tanta força de vontade, ou melhor, força de mulher, eu o beijei novamente, fazendo aquele lindo sorriso aparecer de novo, e fazendo, a minha noite ser extremamente mágica.