O mês começou a passar mais rápido do que eu imaginei. As coisas entre eu e Ed tinham ficado normais, porém na minha cabeça tudo ainda estava muito confuso. E de repente, é isso, faltava um dia para a nossa partida para a Califórnia. Eu tinha respondido o e-mail do Justin:

‘ Querido Justin,

Fiquei surpresa por ter me respondido, pensei que fosse impossível, mas em fim, é engraçado você me pedir isto, porque eu estava mesmo de viajem pronta para a Califórnia! Eu e meus amigos íamos fazer o teste para sermos seus próximos dançarinos!

Estou fazendo aulas de dança novamente e agora nada me segura! Então, nos vemos no mês que vem? Deus, nem acredito nisso.

Beijos, Jacque.’

E ele respondeu de volta:

‘Querida Jacque,

Você e seus amigos são dançarinos?! Isso é realmente muito legal! E é bom que você venha mesmo, agora fiquei muito curioso para conhecer a nova você, porque afinal, pelo que parece você mudou muito desde que nos conhecemos.

Beijos, Justin.’

E foi isso. Ele estava ansioso para me conhecer. Conhecer a nova eu. E aquilo, era muito mais do que eu podia querer, ou pedir a Deus, por isso, rezei um milhão de vezes antes de dormir, primeiro para agradecer a oportunidade, segundo para de fato conseguir dormir sem toda a ansiedade que me rondava.

E a manhã chegou tão rápido quanto a noite, e eu estava de pé, no aeroporto, com Jess, Aaron, Ed e minha mãe, esperando o avião que me levaria para, com certeza, uma nova vida.

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Eu estava ansioso para esse dia chegar,. Faziam semanas que eu só falava neste concurso. Ela traria a amiga dela, e era pescaria avantajada para mim. Scooter ficava me perguntando o que essa garota tinha de diferente das outras que eu tinha seqüestrado para meu camarim no último mês, e eu só dizia ‘É um jogo mais trabalhoso.’ , mas tinha algo em mim que dizia que era mais do que isso.

Quanto às garotas... Eu não pude me conter quando milhões delas ficavam na porta do Hotel e dos mini-shows com aqueles shorts pequenininhos, e gritavam que me amavam. Mais não passaram de meros casos, como seria com a Jacque. Eu sabia que (nas palavras de Scooter) isso era meio doentio. Ter casos de um dia só com garotas que eu nem sabia o nome. Mas eu estava em uma fase muito complicada da minha adolescência, e sinceramente? Nada do que ele me dizia importava de verdade.

-Você vai levar isso à diante?

-Vou Scooter. E nós já conversamos sobre isso.

-Eu sei, mais me sinto na obrigação de te dizer que isso é insano e doentio, mais uma vez.

-Eu já ouvi da primeira, não precisa repetir.

-Então porque insiste?

-Porque não para de cuidar da minha pescaria, e vai cuidar do seu confinamento? Daquele que você chama de casamento?

-Esse foi golpe baixo,muito baixo moleque.

-Obrigado.

Quando chegamos ao mini-estúdio onde seria realizado o teste, fui recebido como sempre, garotas gritando, e uma nova vontade de levar mais uma delas para o camarim. Mas me controlei, porque tinha o meu peixe.

A tarde foi o que pode se chamar de monótona. Não era eu quem aprovava os dançarinos ou não, era o coreógrafo e Scooter. Mas eu não estava muito interessado nisso, estava mais interessado em quando ela iria chegar. E para o meu grande alívio, ela estava no penúltimo grupo, ela e sua amiga loira, junto com mais dois meninos com quem conversavam alegremente. Ela tinha mudado mesmo, sociável, bonita, maquiada... Estava mais bonita do que todas as garotas que faziam fila do lado de fora. E sua amiga não passava longe disso. Quando ela me avistou, prendeu a respiração, porém o que mais me ‘assustou’ , por assim dizer, foi que eu prendi a minha respiração também. Não sei porque, quando a vi, meu coração bateu mais forte, e experimentei algumas sensações que até então não conhecia. Foi engraçado testar suas defesas, dando sorrisos e piscadelas para ela. Mas como ele previu, ela resistiu e fingiu que não viu nenhuma as minha provocações, mais o loirinho com elas.. Pode crer que ele viu. E amarrou a cara para mim.

Eles dançaram com mais outros quatro, mais eu tinha, é claro, olhos apenas para suas curvas, que remexiam sem parar. Era ela, com certeza minha próxima vítima, sem tirar nem por.

Quando o teste acabou, sussurrei ‘Me encontre lá fora.’ , e esperei o último grupo se apresentar, inquieto, para levar meu time para o ataque. Ela estava do lado de fora, com os três amigos, mas quando me viu deu um passo para frente, contra o gosto do loirinho mal encarado.

-Vem comigo?

Ela apenas fez que sim com a cabeça. Pelo ar tímido que ela andava ao meu lado, eu não poderia ser tão direto, como tinha sido esse mês todo, com as Californianas oferecidas, ela era um diamante bruto, tinha que ser polido e depois apreciado. Entramos no camarim, e ela se sentou no sofá.

-Então... O que achou do teste? Fui bem?

-Você esteve ótima. Não sabia que rebolava tão bem. – ela corou loucamente.

-O - obrigada. Isso é muito maluco.

-Como assim?

-Estar aqui. Com você... Meu ídolo.

-Obrigado pelo elogio, agradeço muito. Também me sinto assim... É louco estar aqui com você.

Se é que era possível, ela corou mais. Eu peguei sua mão, e senti que poda ir um pouquinho mais fundo.

- Quando te vi hoje... Acho que nunca vi uma garota tão bonita. – ela não respondeu, corada. – Eu acho que gostaria muito, de ser mais do que um amigo para você.

-O ... O que? Mas... Acabamos de nos ver de novo!

-Mas eu já gostava de você antes de virar famoso. Teve uma época em que gostei de você, mas os outros garotos me fizeram mudar de idéia...

-Justin. Você nunca olhou na minha cara.

-É cla-claro que olhei. – mas era tarde demais. Eu tinha dito a coisa totalmente errada, e tinha gaguejado.

-Eu já estou entendendo. Você não está nem aí pra mim, como nunca esteve, você só quer... Dar uns beijinhos em mim e depois... Nunca mais vai me ver mesmo! Seu imbecil!

Dito isso, ela largou minha mão e saiu correndo do meu camarim, antes que eu pudesse dizer alguma coisa. E eu só senti como se algém tivesse atirado uma flecha em meu peito. Scooter botou a cabeça para dentro, e disse feliz ao ver minha cara de espanto:

-Acho que dessa vez você não acertou o gol garoto.

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-Calma, calma Jacque. – Ed me dizia, enquanto acariciava meus cabelos. – Ele não presta. E nunca prestou aliás...

-Ed, isso não ajuda. – Jess falou, ríspida.

-Me desculpe, só estou tentando fazer ela ver que é errado venerar uma pessoa sem saber como ela realmente é.

-Tudo bem Jess. – eu disse, antes que ela pudesse falar algo, entre soluço. – Ele... Está certo.

Eu estava chorando muito. Ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido... Justin Bieber, meu ídolo, era um canalha. Isso era algo que eu nunca acreditaria se me contassem, mais eu mesma vi, o joguinho barato de sedução dele. E nem ao menos negou tudo o que eu disse! Deus, onde eu estava com a cabeça? Então comecei a ver o quanto a minha vida tinha sido uma mentira, antes de realmente me encontrar com a dança, comecei a ver o quanto eu tinha me dedicado a amar o Justin, esqueci de mim por causa de uma cara que vale menos que uma bala!

Era realmente constrangedor saber que ele era assim, parecia ser perfeito pelas fotos, entrevistas e shows, mas pelo jeito era só imagem...

-Jacque.

-Fala. – disse meio fãnha.

-Estamos todos aqui com você. Este cara não vai te fazer mal. Não enquanto estivermos te protegendo.

Eu dei um enorme sorriso para o Ed, e ele imediatamente fez o mesmo, o que fez eu me sentir melhor, sabe ver o sorriso perfeito dele. Ele pelo menos era verdadeiro, não era um mulherengo cafajeste! Nem o Aaron era tão ruim assim, ele ficava com as garotas só depois de virarem amigos, e só terminava quando ambos os lados concordavam com isso. Mas aquilo... Era totalmente doentio. E eu tinha certeza de que não era a primeira garota a visitar aquele camarim. Tinha certeza absoluta.