O Destino do Amor escrita por Lilissantana1


Capítulo 12
Capítulo 12 - A viagem


Notas iniciais do capítulo

Eles precisam se entender. Acho que essa viagem vai ser uma boa. Vai afastar a Annie de pessoas que perturbam sua visão de Jon.



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 Annie estava acordada a bastante tempo quando Leisa a informou de que o banho estava pronto. E surgiu no hall, arrumada para a viagem alguns minutos antes do horário marcado por Jon. Ele caminhava pela casa nos mesmos trajes que ela se acostumara a ver. Camisa, calça e botas. E quando a viu sorriu. Um gesto que avistado poucas vezes.

— Bom dia! – a voz forte pronunciou.

Annie se aproximou um pouco mais do marido, observando os baús que repousavam próximos a porta e respondeu:

— Bom dia...

Jon estava parado no mesmo lugar a observando. Aqueles olhos, a deixavam nervosa.

— Você já fez o desjejum? – a pergunta era apenas uma confirmação do que já sabia, Leisa subira com uma bandeja farta há poucos minutos.

— Sim... estou pronta como lhe falei que estaria.

— E antes do horário. Isso é muito bom! – os olhos masculinos correram pelo vestido azul que ela usava. Era delicado e de um tecido fino, sua mulher ficava linda nele, mas, Jon não poderia deixar de notar que não poderia ser comparado ao que lhe pedira que vestisse.

— Você pode me acompanhar até o escritório? – perguntou abruptamente encarando-a, como se tivesse lembrado de alguma coisa importante naquele instante.

— Claro! O que deseja? – Annie perguntou enquanto o seguia.

— Você não assinou nosso contrato ontem. – ele explicou enquanto abria a porta do escritório para que ela passasse.

Esquecera do contrato? Annie se perguntou. Como pudera esquecer? Aquele papel era muito importante! Porém, depois da visita de Daisy sua cabeça ficara perdida em pensamentos conflituosos e preocupados.

Jon passou por ela e parou ao lado da escrivaninha, abriu a primeira gaveta, mexeu numa pasta de onde tirou uma folha igual àquela que dera para Annie ler. Já estava assinada por ele, a esposa percebeu assim que pegou o papel. Com calma ela passou os olhos pelos escritos, tomando ciência se naquela folha estavam as mesmas palavras que lera. Especialmente os tópicos que mais lhe interessavam. Após confirmar o conteúdo, a assinou e devolveu para o marido que estava parado ao lado dela. Esperando que concluísse. 

Jon se aproximou para guardar o documento, Annie não se afastou, apenas ficou na lateral para que pudesse se achegar da mesa também. Ele guardou o papel, a encarou de perto, e sorriu novamente. Ela sentiu uma leve vibração no peito, uma sensação gostosa. O rosto dele estava inclinado para o lado, os olhos escuros fixos nos dela. E a cada segundo se aproximavam mais, mais, mais. O ar quente dos lábios masculinos bafejaram sua face e uma onda alucinógena correu pelo corpo de Annie.

Ele não pretendia fazer aquilo, não tinham tempo para ficarem ali, mas, ele queria um beijo. Estava sedento por um beijo. E sua esposa não parecia contrária a isso. Mandando o horário as favas, ele decidiu esquecer do resto. Passou a mão pela nuca dela e a puxou para perto. Annie espalmou a mão em seu peito, mas não o afastou e ele colou os lábios dos dois.

Ela sentia a pressão da mesa contra sua nádegas, as mãos de Jon em suas costas, e a boca dele a devorar a sua. Lentamente decidiu que também queria participar daquele momento. Passou os braços pelos ombros dele e sentiu os cabelos cacheados a roçarem a pele nua do antebraço.

Jon estreitou o cerco feito por seus braços, segurando firme a nuca dela com uma das mãos. Passar duas noites desejando estar com uma mulher o fizera compreender que era capaz de coisas a que nunca se propôs na vida. E uma delas dizia respeito ao autocontrole.

De repente, ouviu passos no corredor. Passos firmes. Eram botas, num movimento rápido se afastou de uma atordoada Annie que pensou estar sendo punida pela recusa da outra noite. Mas que em seguida compreendeu o motivo quando Andrew surgiu na porta do escritório, sério e com o eterno ar de eficiência estampado no rosto.

Jon se adiantou, e encarou o homem dizendo:

— Vocês já carregaram todos os baús? – a voz masculina estava diferente, e soou para Annie como se estivesse rouca.

— Sim senhor. – o homem respondeu rapidamente parecendo ignorar a aparência agitada de seus patrões. – Há algo mais a fazer antes da partida senhor?

— Quanto tempo ainda temos?

— Dez minutos senhor.

Annie se moveu atrás dele, distraindo-o do assunto que seu criado viera lhe trazer.

— Com licença... – Annie disse passando por ele.   

Seus olhos a seguiram até que saísse da sala. Um bom prenúncio Jon pensou vendo a figura feminina sumir no corredor. Ela assinar o contrato. Ela se mostrar receptiva. Ela estar pronta no horário e sem reclamações. Sentia de repente que aquela viagem poderia trazer bons frutos. Quem sabe Annie voltaria grávida de lá?

— Vamos lá Andrew. Vamos ver o que ainda temos para acomodar.

********************************

Annie olhava pela janela da carruagem repetindo a si mesma o que Jon garantira: que a viagem não seria longa. Mesmo assim, a noite chegava e eles estavam apenas na metade do caminho. O que provocou uma parada estratégica para pernoitar e realizar a troca das parelhas de cavalos. A hospedaria escolhida por seu marido não era realmente boa, mas representava o melhor que conseguiram já que o lugar não se tratava de ponto turístico ou ficava em rota importante.

Quatro quartos. Foi tudo que Jon conseguiu. Um deles de casal. O que necessariamente obrigava Annie a passar a noite na mesma cama que o marido. Leisa subiu com a patroa, carregando apenas uma bolsa de mão. E quando as duas entraram na peça se surpreenderam com a limpeza e arrumação do ambiente. O cômodo não era grande, nem tinha muitos móveis. Mesmo assim, estava organizado e limpo.

Annie desejou um banho, e depois desceu para jantar com o marido. Jon estava sentado à mesa, num canto da sala conversando com Joseph. Os dois pareciam muito entretidos em algum assunto importante. Mas quando ele colocou os olhos sobre ela imediatamente dispensou o criado. Ficou em pé e a atraiu para o local.

— Pedi um assado de carneiro, pão e vinho...  você deseja algo mais?

— Está ótimo para mim. – ela respondeu olhando em volta. Havia pessoas de todos os tipos ali, mas em sua maioria eram camponeses, trabalhadores. Jon deveria ser o cidadão mais importante dali. Mesmo assim, ninguém sabia disso, pois ele não usara o próprio nome ao se registrar. Ela sabia que alguns nobres faziam isso. Evitava que assaltantes soubessem da viagem e armassem uma possível emboscada. Por isso não estranhou. Outra coisa que não lhe era estranha dizia respeito à aparência dele.

Jon estava banhado, com os cabelos úmidos caídos sobre os ombros. Vestia a camisa impecavelmente branca sem colete, calças e botas. Seu marido era uma pessoa pouco convencional, precisava se habituar a isso.

— E o quarto? – ele perguntou de repente.

— Bastante agradável e surpreendentemente limpo!

Jon olhou em volta antes de comentar:

— Conheço este lugar há uns seis anos, e é a apenas a terceira vez que me hospedo aqui. Geralmente viajo sozinho, a cavalo. – seus olhos voltaram-se para ela – Mas, esta é uma característica desta hospedaria. A limpeza.  

— Olhando de fora a ideia é diversa. – Annie confessou o erro. Julgara o ambiente sem conhecer.

Ele apoiou os cotovelos sobre a mesa de madeira, encarando-a de frente.

— Parece que você gosta de julgar antes de conhecer.

Annie sorriu de leve. A frase poderia ter incomodado se ele tivesse usado um tom irônico ou provocante.

— Muitas coisas, sei apenas pelo que me contam... – não servia como justificativa, ela pensou acreditando que seu marido aproveitaria a brecha para lhe passar um sermão por constantemente o julgar.

— Talvez seja uma boa hora para mudar de hábito.

A esposa não respondeu. Apenas sorriu brevemente, desviando os olhos para as mãos apoiadas na mesa. Annie usava um vestido claro, quase amarelo. Os cabelos estavam presos, mas sempre havia aqueles benditos fios rebeldes que escapavam pelas laterais, ou pela base do pescoço e deslizavam provocantemente pelo peito dela.

Jon evitou pensar que naquela noite sua esposa o aceitaria. Desejava muito que assim fosse, afinal, ela assinara o contrato. E isso queria dizer que estava pronta a cumprir as cláusulas contidas nele. Mas seria bem melhor, ele acreditava, se ela apenas quisesse aceita-lo.

O estalajadeiro se aproximou trazendo o assado e o pão. Acabando por algum tempo com a possibilidade do assunto continuar. O vinho era gostoso. Annie não lembrava de ter bebido tão bem nas outras hospedarias que tivera a oportunidade de estar. E quando o jantar terminou se sentia levemente entorpecida pelo líquido. Além de satisfeita com a comida.

— Precisamos nos recolher... – Jon falou baixo assim que as sobras foram recolhidas. – Amanhã deveremos sair cedo outra vez.

— Sim... – ela olhou em volta procurando pela criada.

— Leisa está ali. – Jon mostrou uma mesa que ficava logo atrás daquela que eles estavam. E imediatamente atraiu a atenção da criada de sua esposa.

A mulher atendeu com rapidez.

— Sua senhora gostaria de se recolher. - explicou enquanto recostava as costas na cadeira dura.

Annie o observou por alguns segundos sem compreender. Ele não subiria com ela? Ia ficar ali. Mas nada perguntou, talvez ele estivesse pouco a vontade naquela hospedaria. Entretanto, o jantar fora tranquilo. Eles trocaram amabilidades, a conversa foi amena, era um bom sinal e ela se sentia satisfeita. O contrato se mostrava possível de dar certo.

— Boa noite... – falou tentando mostrar um sorriso.

— Até já. – ele respondeu olhando-a firme e seu coração disparou.

Estava enganada. Jon iria para o quarto. Estava apenas dando a ela a possibilidade de se vestir tranquilamente. Mas, não haveria tranquilidade. Ela ficaria tensa até que ele cruzasse pela estreita porta do cômodo.

*******************   

Precisava dar a esposa alguns minutos. Ele pensava. Apesar de ter custado muito a ceder-lhe esses minutos. Enquanto jantava buscava uma forma de subir direto, junto com ela. Mas, a busca de Annie por Leisa, atrapalhara seus intuitos. Entretanto. Ela nada dissera contrário a sua despedida. Sinal que o esperaria.

Caminhou até a estrebaria, conferiu os planos de Andrew para o dia seguinte, respirou o ar úmido e fresco da noite, fumou um charuto e finalmente subiu. Tão agitadamente que precisou estacar diante da porta do quarto, com o intuito de não parecer afoito.

Annie ouviu o som dos passos do marido pararem em frente ao quarto. Imediatamente, pegou a escova que estava largada sobre a mesa. Precisava fazer algo para não parecer agitada ou nervosa quando ele entrasse. Cruzou lentamente o objeto pelos cabelos soltos puxando-os para frente, esperando. Jon não entrava, e ela tinha a sensação que se demorasse mais, seu coração ia sair pela boca de tanta apreensão.

Um breve ranger de madeira indicou que ele não apenas entrara no quarto silenciosamente, como estava parado próximo a ela. Voltou-se e o viu. A porta ainda estava aberta, ele mal cruzara a divisa e a observava quase como se a visse pela primeira vez.

Os cabelos de Annie eram um pouco mais longos do que ele acreditara a principio. Brilhantes, caiam em suaves ondas pelo peito. A camisola era fina, delicada e bordada. Isso não importava. Importava o que ela não conseguia esconder. O corpo esbelto e os seios arredondados que ele já conhecia.

Fechou a porta com uma calma que não possuía, e se aproximou ainda se obrigando a manter o autocontrole. Ela largou a escova sobre a mesa e puxou os cabeços para trás. Não havia mais medo. Constatou e quase sorriu.

Jon não parou, ele simplesmente veio, tocou seu rosto, atraindo-a para perto e a beijou. Trazia nos olhos aquele olhar que parecia capaz de desnuda-la até a alma. Annie não recusou o beijo. Nem mesmo as mãos dele em seu corpo. Queria muito poder agir de forma correta. Cumprir o que prometera ao assinar o papel. Sem perceber que fazia muito mais do que isso.

Annie segurou seu rosto entre as mãos e ele apertou-lhe a cintura com as suas, aprofundando o beijo, passando a língua para dentro da boca dela. A ânsia de possui-la o dominava há dois dias. E parecia mais intensa que a sentida na primeira vez. Desceu os lábios pelo pescoço feminino, puxando a camisola para cima afagou as nádegas nuas, pressionando o corpo delicado contra seu pênis.

Aquele gesto de seu marido poderia parecer assustador. Mas, nada mais que Jon fizesse parecia surpreendê-la ou assustá-la. Todos os toques, movimentos, beijos e gestos dele apenas produziam uma sensação de prazer e formigamento. Ele cheirava a charuto. E seus lábios tinham gosto de vinho.

Estava inebriado. Alucinado e desejando ser tocado. Abriu a parte superior da camisa pedindo:

— Me toque...

Annie olhou para ele, perdida. Mas, logo mostrou que compreendia o que o marido lhe pedia. Passou as mãos para dentro do tecido branco, afagou os mamilos pequenos e Jon arfou. Fechando os olhos. Ela sorriu. Ele gostava daquilo? Impetuosa abriu o restante da camisa, tirando-a de dentro das calças. Como seu marido fizera na outra vez. E quando ele a puxou para perto, passou os braços pelo peito dele, até afagar a pele firme das costas.  

Dando alguns passos para o lado, ele chegou à cama, ainda sem liberar os lábios dos femininos e as mãos do corpo dela. Caiu sentado para trás e a trouxe junto, acomodando-a sobre suas pernas. Annie sorriu junto a boca dele e foi lentamente beijada enquanto uma mão quente e grande cruzou pela camisola e tocou-lhe o seio.

Annie sentiu o colchão contra suas costas, e o corpo de Jon sobre o dela, as mãos dele movendo-se em coordenada sincronia com as sensações que produziam.

A medida que se aproximava do clímax, ele desejava que aquele momento não acabasse. Queria, precisava dar fim aquele desejo, mas ao mesmo tempo precisava, continuar ali. Seu medo era topar com o mesmo olhar e acabar fugindo do quarto dela outra vez.

Annie de repente abriu os olhos e o encarou, lábios inchados, respiração pesada e as unhas a pressionarem suas costas, nada nela indicava que o via da forma que ele não queria ser visto. A mulher gemeu sob seu corpo, arqueando o peito, e ele se permitiu assistir ao orgasmo dela antes de usufruir do próprio.

Jon, ao contrário da outra vez, não caiu sobre ela. Manteve o corpo apoiado pelos cotovelos enquanto a beijava. Depois, lentamente a puxou para cima, para os travesseiros. E silencioso se acomodou ao lado dela, até que um leve torpor sonolento se apoderou deles.    


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Notas finais do capítulo

Que ele está apaixonado e não sabe. Eu sei. Agora a Annie, tudo pode ser possível. BJ. Obrigada meninas pelos reviews maravilhosos.