De Repente Papai escrita por Lady Black Swan


Capítulo 5
A volta às aulas


Notas iniciais do capítulo

Uau! Nem acredito que já faz um ano que eu posto De Repente Papai... E que só postei cinco capítulos durante todo esse tempo, eu sou uma pessoa horrível eu sei. -_-
Mas estou tentando melhorar eu juro, então, por favor, não desistam de mim ainda. ó.ò



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A menininha havia voltado para o apartamento de Sesshoumaru em uma viatura da polícia, de mãos dadas com Hana a assistente social no final da tarde do mesmo dia, e para acabar de inteirar elas ainda haviam encontrado com Inuyasha e companhia em frente ao prédio, que confirmaram que a menina morava ali e realmente era filha de Sesshoumaru.

Ele devia mesmo saber que não seria tão fácil assim se livrar dela.

Mas, olhando as coisas pelo lado positivo, pelo menos hoje Pervertido não viera fazer o desjejum.

—Tem alguém na porta! — a garotinha gritou passando correndo em frente à sala.

Ou talvez ele tivesse apenas pensado cedo demais... Mas quem entrou na sala não foi o Pervertido e sim a Domadora.

—Olá Senhor-Sem-Coração-Sama. — cumprimentou lançando lhe um olhar torto.

Ele ergueu os olhos de seu notebook e respondeu:

—Olá amiga do meu irmão que parece que não tem casa.— e voltou a digitar.

Havia acabado de começar o último capitulo de seu livro, onde mataria seu protagonista, afinal ele havia decidido que seria melhor se deixasse os leitores esperançosos até o último segundo.

—Onde está o Inuyasha? — Domadora perguntou sentando-se no sofá, na ponta oposta a de Sesshoumaru.

—Tio Inuyasha pediu o quarto dele emprestado para fazer o dever de casa. — a criança respondeu.

—Eu não acredito nisso! — ela exclamou indignada. — Inuyasha deixou de novo o dever de casa de férias para o último dia?!

Sem deixar de digitar Sesshoumaru deu de ombros e percebeu, pelo canto dos olhos, a menina imitar o gesto. Isso era tão irritante!

—Kagome-chan, nós já fizemos o desjejum, mas eu fiz um pouco a mais porque achei que talvez Miroku-kun viesse comer conosco de novo, então se quiser eu posso fazer um pouco mais de chá e...

—Não precisa Rin-chan, eu já comi.— Domadora recusou, pelo menos dos três ela era a menos esfomeada. — Agora por que não vem se sentar aqui comigo? Eu te trouxe um presente.

—Um presente para mim?!— a menina repetiu, apressando-se a sentar-se entre Sesshoumaru e Domadora — O que é? O que é?

—Um celular! — revelou tirando a caixa com aparelho de dentro da sacola de presente que carregava.

—Uau! — exclamou a criança pegando o aparelho. — Eu nunca tive um celular antes!

Sesshoumaru suspirou salvando o arquivo e desligando seu notebook, adeus inspiração para escrever!

—Ele não é o mais caro do mercado nem nada do tipo, para não deixar as ouras crianças com inveja na sua escola, isso seria ruim, acredite, e não esqueça: celulares são proibidos pelo regulamento da escola, então é melhor mantê-lo bem escondido ou terá problemas. — e provavelmente ela dizia isso por experiência própria — Mas ele tem sistema androide, e você pode baixar bastantes joguinhos.

—Obrigada Kagome-chan! — ela agradeceu olhando cheia de alegria para o celular novo.

—E eu já coloquei na memória do celular o número do Inuyasha, do Miroku, da Sango e o meu também, assim caso Sesshoumaru tente te dar um perdido de novo como fez ontem. — e lançou um olhar acusador a ele — Você pode ligar para um de nós imediatamente, e lembre-se, isso é muito importante: em hipótese nenhuma deixe Sesshoumaru tocar nesse aparelho.

O plano não parecia assim tão brilhante considerando-se que ela estava revelando-o inteiro na frente dele, então Sesshoumaru só precisaria se livrar do celular e fim da história, mas mesmo assim ele não estava disposto a ficar ali ouvindo sermões disfarçados da Domadora, por isso colocou o notebook debaixo do braço e levantou-se, já estava quase saindo da sala quando a criança comentou:

—Minha avó nunca me deixou ter um celular. Ela sempre dizia que crianças tinham que ganhar brinquedos e coisas assim, e não celulares e todos esses aparelhos modernos.

—Acho que pessoas velhas são todas iguais.— Domadora riu.

Sesshoumaru parou onde estava, e olhou para trás por cima do ombro:

—Sua avó? — repetiu. — A mãe de Mariko?

—É!— a menina respondeu, provavelmente estava tão eufórica que nem tinha percebido com quem estava falando. — Ela e vovô sempre foram um pouco contra essas coisas tecnológicas, e eles nem são tão velhos assim. Mas me deram um cartão de telefone público, para emergências.

—As pessoas ainda usam telefones públicos atualmente?! — surpreendeu-se a Domadora.

Os pais de Mariko, é claro!

Como Sesshoumaru não havia pensado nisso antes!

Mariko havia nascido e vivido a vida toda no mesmo endereço, óbvio que ela havia continuado a morar com os pais mesmo depois que Rin havia nascido!

—Foi a voz da Kagome que eu ouvi? — Inuyasha perguntou aparecendo feito um desesperado, e empurrando Sesshoumaru de volta para a sala ao entrar — Kagome vem comigo! Preciso de ajuda com o dever de química!

Ele pegou Domadora pelo pulso e puxou-a dali antes que ela tivesse chance de responder.

—Papai. — a garotinha chamou mexendo em seu novo celular, por que ela ainda insistia em chamá-lo assim? — Qual o seu número?  Kagome-chan se esqueceu de te colocar na memória também.

Sesshoumaru girou os olhos e foi embora.

É claro que ele não era nenhum idiota para fazer uma nova tentativa de se livrar da criança menos de quarenta e oito horas depois da última tentativa, não... Primeiro ele precisava deixar “a poeira baixar”.

—Bom dia papai. — foi aprimeira coisa que ouviu da irritante menininha que diariamente ocupava sua cozinha na manhã do dia seguinte. — Dormiu bem?

Ele parou na porta da cozinha e franziu o cenho ao perceber o que ela estava usando.

—Isso é um seifuku?

—Sim senhor! — ela respondeu saltando da cadeira que havia posto em frente ao fogão segurando uma frigideira cheia de omeletes.

—Por que esta usando isso? — perguntou esfregando o rosto.

—As férias de verão acabaram! — ela afirmou — Hoje é o primeiro dia de aula.

—Aula? — repetiu— Que aula?

Eram apenas sete da manhã, e embora geralmente ele já estivesse bem desperto àquela hora, aquele dia era claramente uma exceção, talvez porque ele tivesse praticamente virado a noite digitando em seu notebook, mas agora — embora muito cansado — se sentia satisfeito por estar a poucos parágrafos do final.

—Ainda está dormindo papai? — ela riu — Eu ainda estou no segundo ano do fundamental.

—Ah. — ele puxou uma cadeira para sentar-se — É mesmo?

—É... — ela olhou para o corredor além da porta da cozinha — Se entendi bem, hoje também é o primeiro dia de aula do tio Inuyasha.

—Deve ser.

Concordou apoiando o rosto na mão enquanto a garotinha começava a por o seu café da manhã na mesa, e novamente faltava o peixe grelhado na refeição.

—Ele estuda à tarde? — ela perguntou servindo-lhe uma porção de arroz.

Sesshoumaru bocejou.

—Da última vez que chequei ele ainda estudava de manhã. — respondeu.

Ela parou de colocar chá em sua yunomi quando ela ainda estava pela metade e olhou preocupada para ele.

—Então por que ele ainda não acordou? — perguntou mordendo o lábio inferior.

—Porque ficou mal acostumado com as férias. — Sesshoumaru deu de ombros.

Novamente olhando preocupada para o corredor além da porta da cozinha ela mordeu o lábio inferior e começou a perguntar:

—Então... Não deveríamos...?

—Ai droga! — Inuyasha praguejou lá da sala, segundos depois seu vulto passou as pressas pelo corredor — Por que ninguém me acordou?!

—Eu não sou sua babá. — Sesshoumaru respondeu sorvendo um gole de seu chá.

A porta do banheiro bateu.

—Como está a comida papai? — a garotinha perguntou puxando um lugar para si e começando a se servir.

—Pare de me chamar assim. — reclamou partindo para a sopa miso — E falta sal.

—Eu... Eu vou tentar melhorar amanhã. — ela prometeu baixando o rosto — E... Se quiser aquela oferta para o trato ainda está de pé.

Sesshoumaru franziu o cenho.

—Trato? Mas que trato?

—O senhor sabe, chamá-lo-ei pelo nome se o senhor assim o fizer também.

Ele comeu pensativo, não lhe custaria nada chamá-la pelo nome, afinal seriam só alguns poucos dias até ir devolvê-la para a avó, e, pelo menos, isso acabaria de uma vez com aquela chateação toda de “papai” pra cá e “papai” pra lá.

—Parece que temos um acordo então. — fez uma pequena pausa — Rin.

Rin sorriu como se tivesse ganhado algum grande prêmio.

—E vai parar de chamar Kagome-chan, Sango-chan e Miroku-kun por apelidos também. — disse.

Sesshoumaru encarou-a por alguns segundos, perguntando-se se ela havia enlouquecido.

—Agora você esta abusando. — avisou.

Rin começou a remexer em sua omelete sem realmente comê-la.

—Mariko detestava apelidos. — resmungou.

Ah sim, Mariko, a doce e educada garota que havia sido babá de Inuyasha quando criança, e alegremente torrava a paciência de Sesshoumaru — da mesma forma que Rin fazia agora — contando a ele sobre seu sonho idiota de um dia abrir uma creche — daí ele chama-la de “professorinha” algumas vezes —, mas ao invés disso engravidara na adolescência e continuara morando com os pais até morrer e deixar aquela bomba nas mãos de Sesshoumaru.

Mas... Bem, Rin só ficaria ali por mais alguns dias, no máximo uma semana, embora ela mesma não soubesse disso, e Mariko, apesar de tudo, ainda havia sido a primeira mulher na vida de Sesshoumaru, no sentindo mais intimo da palavra.

—Muito bem. Em respeito à memória... — de uma mulher morta? Melhor não. —... De sua falecida mãe, vou tentar me conter com os apelidos enquanto você estiver morando aqui.

É, assim havia ficado melhor.

—Obrigada p...! Digo Sesshoumaru-Sama! — agradeceu com um sorriso radiante.

E começou a atacar sua omelete com total voracidade, como se tivesse medo de que ela fugisse de seu prato.

—Coma mais devagar, porque eu não vou mover um músculo se você se entalar. — avisou franzindo o cenho.

—Você também precisa se apressar para comer Sesshoumaru-Sama ou vamos nos atrasar. — avisou terminando sua omelete e pegando a sopa miso.

Sesshoumaru franziu o cenho, assistindo a velocidade com a qual ela conseguia engolir.

Como tanta comida conseguia passar assim de uma vez só por uma garganta tão pequena sem entalar?

—Nos atrasar para que? — perguntou.

—Escola. — deixou a tigela de sopa miso, agora quase vazia, de lado e passou a atacar o arroz.

—Eu não vou mais a escola há muito tempo.

—Eu sei. — respondeu entre mastigar e engolir — Mas precisa me levar.

—Como assim?

—E me buscar também. — acrescentou — É que acabei de me mudar para cá, não quero me perder. Mas vai ser só nos primeiros dias, só até eu me acostuma.

E mais essa agora! O que mais ela inventaria a seguir?!

—Não vou levá-la a lugar algum. — respondeu bebendo um pouco mais de seu chá.

Rin encolheu os ombros e agiu como se não se importasse com aquilo, passando a comer mais devagar e dizendo:

—Tudo bem, então eu vou perder o primeiro dia de aula do segundo período, eu não me importo mesmo, na verdade prefiro ficar aqui com o senhor o dia inteiro.

Sesshoumaru olhou aborrecido para a garota, não queria ficar com ela ali, dia letivo significava paz e tranquilidade para ele trabalhar, mas antes que pudesse retrucar e mandá-la encontrar sozinha o caminho para a escola, Inuyasha entrou correndo na cozinha ainda com a camisa da escola quase toda desabotoada.

—Não acredito que já vou começar a chegar atrasado desde o primeiro dia! — reclamou correndo direto para a geladeira — Eu queria chegar na hora pelo menos na primeira semana de aula!

—Inuyasha vai levá-la! — decidiu de repente.

O irmão engasgou-se momentaneamente com o leite que estava bebendo direto da caixa, e olhou-os sem entender.

—O que? — perguntou — Vou levar quem aonde?

—Vai levar Rin à escola. — explicou gesticulando para a menina.

Inuyasha arregalou os olhos.

—Não dá! Não dá mesmo, eu já estou atrasado! — respondeu e olhou com ar culpado para Rin — Sério pequena, foi mal.

—Tudo bem tio Inuyasha. — ela respondeu — Isso não é sua responsabilidade.

Sesshoumaru bufou, com certeza também não era dele!

—Foi mal mesmo Rin. — Inuyasha repetiu pegando uma maçã na geladeira e saindo correndo da cozinha — Ah, e o leite acabou!

—Vou colocar na lista de compras! — ela gritou em resposta antes de ouvir a porta bater, depois se virou para Sesshoumaru com ar vitorioso. — E então Sesshoumaru-Sama? O que o senhor decidiu?

Ele encarou mal humorado seu café da manhã ainda quase intocado, aquele dia mal tinha começado e já estava lhe rendendo uma dor de cabeça horrível, porém tudo só tenderia a piorar se ele deixasse que Rin ficasse em casa com ele pelo resto do dia.

Ainda remoendo a derrota para uma garotinha de oito anos ele levantou-se.

—Tudo bem, vamos. — disse — E vamos rápido antes que eu me arrependa, de qualquer forma meu notebook ainda está carregando.

—É só um segundo! — Prometeu correndo para o quarto de Inuyasha, de onde voltou com uma randeseru azul nas costas.

Ainda no corredor ela tentou agarrar sua mão, mas ele desvencilhou-se e caminhou com passos mais largos.

—Senhor Sesshoumaru! — chamou esforçando-se para acompanhá-lo e, por mais uma vez, tentando pegar sua mão — Senhor Sesshoumaru! Senhor S...!

—,O que é?! — respondeu perdendo a paciência de uma vez.

Rin encolheu-se um pouco assustada com sua reação, e por dois segundos ele quase se sentiu culpado.

—É que... O senhor ainda precisa prender meu cabelo antes de irmos.

Sesshoumaru chamou o elevador.

—Como assim? Por que você mesma não faz isso?

Ela desviou o olhar.

—Eu não...

—Você não o que?

—Eu não sei como fazer. — confessou engolindo em seco.

—Não sabe prender o próprio cabelo? — perguntou incrédulo — Colocar fitas? Fazer tranças? Nem mesmo um coque? Nada?

Envergonhada ela balançou a cabeça.

—Eu... Só sei o suficiente para mantê-los desembaraçados. — admitiu. — Quando tento fazer um rabo de cavalo ele nunca fica no alto como quando mamãe fazia. Se eu tento amarrar dos dois lados sempre reparto torto, e também um lado acaba ficando mais alto que o outro uma vez tentei me fazer uma trança e quase dei um nó...

Olhando para trás Sesshoumaru percebia que isso era verdade, fora o dia em que chegou com os cabelos presos em trancinhas — iguais as que Mariko usava — ela nunca os prendia, não importava o calor que estivesse fazendo ela sempre estava com os cabelos soltos, mesmo na cozinha enquanto cozinhava, mas como era possível que ela soubesse fazer todos aqueles afazeres domésticos, mas não tivesse ideia de como amarrar os próprios cabelos?

O elevador chegou, mas Sesshoumaru nem notou.

—Você não aprendeu esse tipo de coisa brincando com suas amigas ou com suas bonecas?

Para Sesshoumaru as meninas sempre aprendiam coisas desse tipo, como se maquiar, pentear e pintar as unhas, treinando umas com as outras e com suas bonecas.

—Todas as meninas vão para a escola usando os penteados bonitos que as mães fazem nelas. — ela disse ao invés de responder. — Hum... Deixa pra lá, eu não quero me atrasar.

E entrou no elevador arrastando os pés, com Sesshoumaru a seguindo.

E mais essa agora! Agora Rin o estava confundindo com sua mãe, ele sequer era seu pai, — embora ela insistisse em persistir nisso — quanto mais sua mãe! Além disso, Sesshoumaru não tinha a mínima ideia de como fazer para arrumar o cabelo de uma menina, e como poderia? Se nunca havia tido primas ou irmãs, nem mesmo amigas ou qualquer relacionamento desse tipo com o sexo oposto? Era simplesmente absurdo!

Mas... Não podia ser nada tão difícil assim, podia?

Quando as portas do elevador se abriram, no primeiro nível subterrâneo da garagem, Rin saiu correndo feliz com seu novo penteado, que não passava de um pequeno punhado de seu cabelo puxado para cima e amarrado de lado com um elástico, formando assim uma pequena chuquinha, não era nada demais, apenas algo para que o cabelo não lhe caísse sobre os olhos e assim evitar que ela tropeçasse em seus próprios pés.

Era, na verdade, um penteado ― se é que se podia chamar aquilo de penteado ― bem ridículo, mas Rin parecia estar feliz com ele, então era melhor não mencionar isso.

—Coloque o cinto. — mandou quando abriu a porta para que ela entrasse no carro e deu a volta para acomodar-se no assento do motorista — Em qual escola você estuda afinal de contas?

—Colégio Asashi. — ela respondeu — Sabe onde fica?

—Não faço ideia. — respondeu ligando o carro e começando a manobrá-lo pelo estacionamento — Para falar a verdade nunca nem sequer ouvi falar desse colégio.

—Tudo bem. — disse confiante — Eu vou lhe dar o endereço para você colocar no GPS e chegamos rapidinho lá.

—Não tenho GPS. — informou subindo a rampa que dava na rua.

Rin afundou-se no banco, abraçando sua mochila azul com estampa de abelhinhas voando, ― aquelas coisas estavam mesmo cada vez mais modernas, na época de Sesshoumaru elas ainda eram fabricadas apenas em duas cores ―, quando sua confiança começou a esmorecer.

—Ai minha nossa. — lamentou-se — Será que conseguimos chegar lá ainda esse ano?

—Vamos tentar. Comece me dizendo o endereço.

Ele arrancou com o carro, sem ter a menor idéia de que caminho deveria seguir.

Para ter sua manhã de tranquilidade ele ia encontrar essa escola, custasse o que custasse!

Por fim, a coisa toda acabou não sendo tão difícil, ele só precisou pedir informações por três vezes, pegar alguns retornos, quando percebia que havia feito alguma curva errada e dirigir na contra mão — quando decidiu pegar um atalho — por uns 7 km e quebrar alguns limites de velocidade para chegar.

Com o pequeno detalhe de estarem atrasados por mais de meia hora.

—Você tem que deixa-la entrar! — ele disse ao professor que estava de vigia naquele dia. — Nós fizemos uma curva errado ali atrás, por isso nos atrasamos!

Isso não era totalmente mentira.

—Acontece que não tem nem um mês que me mudei para o prédio novo, e ainda não me acostumei com o novo caminho que terei de fazer para vir à escola! — ela acrescentou.

E isso também não era mentira, mas quando Sesshoumaru percebeu que o homem ainda estava em dúvida se deveria ou não deixar a menina entrar, acrescentou:

—E precisei parar para trocar o pneu que furou.

O professor olhou para Sesshoumaru, claramente sem acreditar, mas mesmo assim suspirou e abriu o portão.

—Essa é a primeira e última vez, e só porque ainda estamos no meio da cerimônia de boas vindas, então ela não perdeu muita coisa. — avisou quando Rin entrou correndo — Mas lembrem-se: todas as crianças devem vir sozinhas para a escola, nada de caronas, tenha mais responsabilidade com a sua criança, meu senhor.

—Ela não é minha criança. — Sesshoumaru resmungou voltando para o carro.

Mas antes que pudesse sair dali e ir para casa para terminar seu livro de uma vez, ouviu Rin chamá-lo:

—Sesshoumaru-Sama! — e lá estava ela, pendurada nas grades.

Ele suspirou baixando a janela.

—O que foi agora Rin?

—Eu peguei dinheiro na sua carteira para comprar meu almoço. — informou sorridente. — E o horário de saída é as 15h. Não se esqueça de vir me buscar.

Ele queria poder esquecê-la ali naquela escola e nunca mais ir buscá-la, para nunca ter de vê-la, mas sabia que se fizesse isso a pequena pestinha ligaria para Domadora, não, para Kagome — afinal ele tinha jurado pela memória de Mariko — com aquele maldito celular.

Parando para refletir, talvez esse fosse o plano dela ao presentear Rin como celular e dizer todas aquelas coisas na sua frente afinal: deixar bem claro que estava de olho em todos e quaisquer movimentos seus. Aquela garota diabólica!

Mas nada disso importava, porque dali a alguns dias quando a poeira baixasse e Sesshoumaru devolvesse Rin para os avós — que certamente explicariam para a menina que a mãe dela tinha um parafuso a menos porque ele não era seu pai —, Kagome não poderia fazer absolutamente nada.

Então pelo resto da semana, e a maior parte da semana seguinte, ele continuou com a rotina de amarrar o cabelo de Rin naquela chuquinha ridícula, para ir levá-la clandestinamente até a escola e depois ir buscá-la ― sempre parando três quadras antes da escola para não serem descobertos, é claro.


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Notas finais do capítulo

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