I still walk escrita por Claymore


Capítulo 11
Capitulo 11




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Corri. E foi isso. Pela primeira vez em muito tempo não tinha eu e meu medo do mundo, ou Daryl e nosso inexistente relacionamento ou nossa amizade que eu nem sequer sabia que um dia chegou a aparecer na superfície desse drama todo.

Eu só queria ver minha irmã, porque por um segundo que durou séculos eu pensei em alguém que não fosse eu. Percebi que mesmo que falasse dela o tempo todo, o verdadeiro motivo era a necessidade de não me sentir abandonada e sozinha. Eu a acusei de não pensar em mim, mas e se eu fosse pior e tivesse pensado nela para um bem muito mais egoísta.

Meggie precisava do Glenn, assim como eu precisava do Daryl essa era a verdade. Como pude colocar meus sentimentos acima dos dela? Como pude achar que os meus valiam mais, quando o meu só feria o meu coração e o dela feria três.

Essa era a verdadeira Beth? Egoísta e mimada? A mesma Beth que tentou tirar a vida por achar que não daria conta de lutar por ela?

Agora eu quase estava próxima do Glenn, nos dois corríamos e eu o seguia, lutando para não ultrapassar ele. Chegamos até uma casa menor, como uma casa de carpinteiro, atrás das casas maiores e próximo ao mini lago, ela tinha a pintura nova amarela clara e as telhas do telhado brancas. E logo eu soube que era a casa do Glenn e da Meggie, deis de pequena ela sempre sonhou em uma casa amarela e telhado branco, mas a proporção era diferente. Maggie era do tipo que pensava grande, casa grande e família grande.

Glann abriu a porta e Meggie estava deitada no sofá cinza de dois lugares , com os pés sobre duas almofadas amarelas e um pano bege sobre sua testa. Seus olhos estavam fechados  o que me deu calafrios. Ela estava tão pálida e parecia muito frágil, mas como sempre linda, mesmo naquele cenário.

Michonne estava ao seu lado e falava alguma coisa baixa. Rick esta com Judith no colo e cantarolava em seu ouvido próximo ao sofá .

— Meggie! – Eu gritei da porta e corri para minha irmã na esperança de poder abraça-la sem falar alguma coisa que a machucasse.

— Beth!- Sua voz era baixa e fraca, mas urgente o que me fez ficar com o coração ainda mais apertado.

A abracei com tanta força que tive medo de parti-la ao meio. Pude sentir sua pele fina e seus osso duros com concreto, mas podia ver que sua pele também tinha um tom translucido e fria. Então seu concreto era frágil o que me deixou apavorada.

Ao me ver suas bochechas ganhavam um pouco de cor e meu corpo quente pela corrida a aquecia, o que me deixava um pouco menos culpada.

—Desculpe...Desculpe...

— Não posso te perder de novo Beth, prometi ao papai que cuidaria de você.

— Você não vai me perder, desculpe.

— Eu realmente preciso de você ...

— É...de jeito nenhum você sabe se virar com uma criança...

— Voltou dos mortos para ser babá....

Nos duas rimos e por um momento, olhar nos olhos da minha irmã mais velha e ouvir sua risada aveludada foi como estar em casa de novo.  Na fazenda, quando ela voltava da faculdade para passar o feriado com a gente e contava sobre seu novo namorado . Eu sempre ria e estava disposta a ouvir sobre duas aventuras. Eu ficava contente em fazer parte pelo menos como ouvinte.

Eventualmente ela me perguntava alguma coisa como: “ você sabe como são os homens “ ou “ Você não odeia quando eles dizem que vão ligar?”. Aqueles olhos poderiam me fazer confessar qualquer crime, naquela época eu faria qualquer coisa para fazer parte da vida dela ou para fazer com que ela me aprovasse.  Então eu fazia o que qualquer garota tola na minha situação fazia, eu mentia.  Mas tudo bem, eu mentia e ela acreditava então nos acabávamos rindo e fingindo que éramos melhores amigas. Melhores amigas pelos próximos 3 dias, então ela esqueceria de mim pelo resto do semestre.

Então eu respondia “ Totalmente” ou “ Eu sei”, qualquer coisa que eu achasse que seria a resposta dela, mas eu não sabia. Como eu poderia saber? Meu primeiro namorado só foi acontecer depois que me juntei ao grupo do Rick, e isso porque eu estava com medo de morrer sem dar meu primeiro beijo.  

Sem sentimentos. Só uma experiência estranha foi o que aconteceu. Apesar disso era uma experiência limitada, eu no tinha interesse em aprofundar isso com alguém que eu não sentisse alguma coisa real. Não que eu pudesse ter alguma privacidade na prisão. Foram só um ou dois beijos roubados, e foi isso. Minha experiência romântica só aconteceu basicamente porque um apocalipse rolou então os meninos do mundo não tinham muita escolha.

Era triste pensar que sempre foi assim com a Meggie e obviamente com a mamãe. Sabiam pouco sobre mim. Pouco sobre minha vida. Pouco sobre o quanto eu era infeliz e deslocada na vida.  Mas de certa forma eu apreciava o fato de elas acreditarem que eu era muito mais feliz do que realmente era. A felicidade delas a cegava sobre a real situação do mundo. Eu e meu deslocamento, papai e sua bebida. Éramos iguais em nossas deslocações e mamãe e Maggie iguais em suas perfeições.

Aquela sala era pequena e bem iluminada agora, cheia de pessoas que realmente importavam na minha vida. Em uma vida onde não tinha necessidade de mentiras ou fingimentos sociais. Então eu só tinha vontade de ser a Beth que sempre fui, quebrada e sozinha.

Olhei nos olhos da minha irmã e vi o que esperei ver a vida toda. Uma felicidade real. Ela estava feliz, mesmo no meio de todo esse caos e destruição.

— Não quis te machucar irmã.... eu só...

— E de mais para você?

— Para ser sincera sim, não estava preparada para nada disso. Não sabia se os veria de novo. Eu estava tão cega pela busca que esqueci de sonhar com o que poderia acontecer.  Não quis ser dramática nem mimada. Você obviamente tem muita coisa com o que se preocupar agora. Não posso culpar nenhum de vocês pelo o que eu passei. Estou realmente feliz que vocês estão seguros e felizes. Que encontraram um novo começo.  

Meggie me abraçou e foi doloroso pensar que eu poderia ter estraga tudo e feito ela e meu sobrinho correr risco. Mas por mais que eu quisesse dizer que tudo isso foi por causa da minha irmã eu sabia que em parte tinha haver com o Daryl e com o beijo.

Quando estávamos naquela casa depois do ataque a prisão, eu realmente achei que ele estava admitindo que gostava de mim. E por muito tempo quando eu estava no hospital essa foi minha única lembrança feliz, mesmo que ele não tenha dito, eu podia sentir.  Quando o vi na troca de reféns do hospital meu coração se encheu de alegria e esperança. Mas agora eu podia ver que todos tinham seguido em frente. Ninguém esperaria por um cadáver.

— Tenho certeza que você passou por muita coisa. – Disse Meggie.

— Você não faz ideia. – Respondi com a voz rouca.

— Tudo bem, vamos com calma agora. Vamos dar uma pausa para Beth se adaptar. Tudo foi só um mal entendido.- Me virei e vi Diana sorrindo para mim.

Com o tempo o silencio não existia mais e varias conversas começaram a acontecer, na maior parte como esse mundo maluco podia nos deixar doidos. Fiquei ali calada a maior parte do tempo ouvindo todos contarem historias de como foi a experiência de cada um. Volta e meia eu desviava meu olhar de quem falava e observava o Daryl próximo a porta observando o movimento na sala. Mas seus olhos nunca se encontrarão com os meus. Nem uma vez.

O tempo passou e já era final de tarde, o sol estava indo embora quando Daryl saiu pela porta e logo algumas outras pessoas o acompanharão. Logo alguém me avisou que hoje era dia da fogueira. Aparentemente eles faziam uma fogueira perto da guarita para conversar e tomar chá de ervas que cresciam ao redor de Alexandria sem açúcar.

Quase fomos os últimos a sair, mas por fim eu decidi acompanhar Michonne e Rick para a casa deles. Pensei se o certo não seria ficar com minha irmã, mas lembrei que ela estava “recém” casada e gravida. Portanto seria meio estranho dormir no seu sofá, levando em consideração que a casa não tinha um segundo andar e de onde eu estava podia ver o banheiro e cozinha , então presumi que era melhor ir para a outra casa.

Assim que chegamos Rick e Michonne foram liberam o Carl de sua função de babá. Mas antes que eu pudesse começar a subir os degraus alguém bateu na porta.

Assim que a abri uma garota da minha altura de cabelos longos e castanhos de olhos azuis estava parada na minha frente e me entregou algumas roupas dobradas com um par de botas marrons por cima.

— O que..?

— Alguém me disse que suas roupas não serviram... não esquece de devolver elas. Pode ficar com essas.

— Há... Obrigado... Você é?

— Enid... você é Beth!

— Sim... como você?

— Um amigo me falou... te vejo na fogueira, até lá.

Então ela foi embora me deixando completamente sem jeito e confusa. Quando me virei um par de olhos me encaravam do pé da escada. Não era um olhar de raiva ou incomodo, somente curiosidade e um pouco de diversão.

Eu sei que não deveria ficar com raiva, afinal ele não estava fazendo nada. Mas essa pose que ele fazia quando estava comigo me deixava louca. Eu não havia engolido o beijo e muito menos o fato dele não ter falado nem uma vez normalmente comigo. Então as opções eram ignorar ele ou bater. E eu definitivamente estava afim de uma briga.

— O que?

Daryl desceu o ultimo degrau e foi ate a cozinha. E u não ia deixar ele escapar tão fácil, então os segui e o observei pegar um copo e beber um pouco de agua da torneira de costas para mim.

— Não vai mais falar comigo?

Seu cabelo estava escuro por cauda da umidade e dessa vez ele usava uma blusa de mangas curtas preta, e definitivamente ele estava  muito sexy de preto com o cabelo caindo sobre os olhos.  Essa imagem combinava com ele, apesar de sempre achar que Daryl era a pessoa mais capaz de conseguir sobreviver lá fora.  Mas agora limpo e de roupas novas ele me parecia mais jovem de alguma forma.

Não que passasse a imagem de sofisticação ou etiqueta. Se você não o observasse de perto ia achar que ele era mais um cara encrenqueiro do subúrbio do sul. Sem nada de especial. Mas eu sempre percebi algo a mais nele. No inicio eu pensava como ele era um cara decentes quando não descansou até achar aquela menina Sophia que estava desaparecida. E depois como se importava com as pessoas que realmente precisava. Daryl era muito mais profundo e puro do que queria aparentar.

Ele virou para meu encontro e encostou na pia, mas tive coragem de me aproximas, seu olhar pela primeira vez me intimidou.

— O que quer que eu diga?

— EU não sei...- Eu disse abaixando o olhar e olhando para o par de botas em cima das peças de roupas dobradas sobre meus braços – Qualquer coisa que não seja uma briga.

— Não sabia que estávamos brigados.

— Não... brigados não...mas parece que você pegou o costume de me ignorar até a morte.

Daryl colocou o copo na pia e se aproximou, me olhando com o melhor olhar de cara mal que ele podia fazer. Isso não me assustava mais. Eu tinha medo da não reação dele. Quando ele me ignorava completamente e fingia que eu não era importante. Era disso que eu tinha medo. Do seu silencio.

— Você não sabe do que estava falando. Talvez devesse procurar seu namorado.

Eu tenho certeza que fiquei vermelha na hora. Eu não esperava por essa.

— O que... do que você...? – Não pude evitar de ficar com a voz em frangalhos.

— O que? Achei que você e o senhor mãos de fada estavam se entendendo. Sabemos que não é difícil para você achar um namorado. Os dois últimos foram bem fáceis.

— Qual o seu problema? Porque é tão mal?- Daryl me olhos por cima, de uma forma que seria melhor se me desse um tapa.

— Não sou mal. Sou adulto.

Então ele saiu e me deixou sozinha com o que de suas palavras rodando a cozinha que estava em silencio. Eu não conseguia me mexer. Queria gritar com todas as minhas forças. Mas não podia mover nenhum músculo. As lágrimas caíram sem que eu pudesse evitar e suas palavras ecoarão na minha cabeça com força.

Ele pronunciava  cada palavra sem emoções, como se estivesse explicando uma coisa para uma criança pela milésima vez. E foi assim que eu descobri que ele possuía a capacidade de fazer o que aqueles cadáveres lá fora não foram. Me matar por  dentro. Se eu ao menos pudesse chorar. Mas nem minhas inimigas lágrimas estavam comigo agora. Eu estava Sozinha.

Depois de um tempo consegui sentir meu corpo novamente e subi para o quarto. Deixei minha mochila com as facas e minha besta de mão na cama. Não queria pensar então me mantive em movimento fui até o banheiro e tomei um banho, depois até o quarto e me arrumei.

As roupas que a menina havia me entregado, eram duas blusas de maga iguais, dessas que você compra em loja de departamento e leva uma de cada cor, essas eram preta e cinza, um calça jeans , que graças aos seus, parecia que eram do meu tamanho, um vestido rodado de alças grossas, verde escuro e as botas com um par de meias dentro.

Optei pela blusa cinza e a calça jeans, coloquei as meias e as botas. Quase parecia eu novamente. Esse era o tipo de roupa que eu usava e era estranho, porque percebi que eu era uma pessoa muito fácil de prever . Bem previsível .

Meu reflexo não parecia ter mudado tanto nesses últimos três anos . Quase a mesma. Nunca fui do tipo de usar muita maquiagem ou acessórios, na maior parte do tempo eu interpretava bem a filha mais nova do veterinário da cidade do interior. Agora eu podia notar algumas marcas que antes não estavam ali, graças a Deus ainda nenhuma marca de sol, mas eu sabia que logo elas surgiriam. Não era fácil encontrar um protetor solar hoje em dia.  Mas acima de tudo eu podia ver meus olhos mudarem todos os dias. Dizem que os olhos nunca envelhecem, mas eu podia ver que os meus envelheceram muitos anos. Eu não tinha mais os lindos olhos verdes e enormes, carentes e ingênuos. Eu era mais, muito mais. Voltar dos mortos faz isso com você. Te muda em um grau que ninguém pode entender.

Então eu me dei conta. Eu não tinha mais 16 anos. Agora eu tinha 18.  Não sabia que época do ano era, mas dava para sentir o clima mudar eu fazia aniversário no inicio do outono e agora dava para sentir o inverno chegando. Eu avia passado o aniversário sozinha . Eu me lembro de perambular sozinha pela floresta quando as arvores deixavam o chão coberto por suas folhas.

E agora eu não sabia se um dia eu chegaria a comemorar meu aniversário novamente. Eu não tinha pensado nisso nos últimos 3 anos. Acho que isso é totalmente irrelevante quando os mortos levantam e correm atrás das pessoas que você ama.

Mas isso me deixava triste, eu adorava aniversários. Não por causa dos presentes e a bajulação, isso não me interessava. Mas papai me fazia panquecas e nos tomávamos café juntos do lado de fora, observando as arvores mudarem de cor e os pássaros cantarem sua ultimas canções antes de se esconderem da neve.

Era disso que eu precisava. Panquecas de mestillo com mel do papai e o chocolate quente da mamãe. Sentar na varanda e ouvir os pássaros cantarem e ouvir meu coração responder em percussão. Mas eu não teria isso nunca mais.

Quando cheguei ate o portão eu vi uma enorme mesa de madeira com tigelas coloridas e bules de metal que reluziam na luz do fim de tarde.

A fogueira estava vibrante com um tom bonito e azul, o tipo de fogo que só pode ser feito com madeira salgada. O cheiro de maçã torradas e pão fresco  me abraçaram e me senti em uma das feiras da igreja. Tive a sensação de que de alguma forma o locutor da feira ia narrar com sua voz grave e bonita sobre as próximas atrações da feira.

Os bules tinham fitas com a descrição dos conteúdos de caneta azul. Chá de morango, chá de laranja e chá de hortelã. Eu ainda não tinha visitado as plantações ou qualquer outra parte importante para a sobrevivência de Alexandria.

Do lado várias xícaras, algumas lascadas e outras novas. Algumas simples e outras que pareciam de porcelana inglesa com suas flores douradas bordadas a mão.  Peguei uma xícara grande e vermelha e escolhi o chá de morango. Dei um gole e nem me importei em queimar minha língua, o sabor era forte e o chá bem aromatizado. Fiquei grata por não ter açúcar e o liquido quente me aqueceu por dentro.

— Melhor do que vodka clandestina?

Dei um salto com o susto que algumas gotas do chá caíram na minha mão. Olhei para o dono da voz esperando que estivesse com minha expressão de raiva mais ameaçadora , mas fui desarmada com o que vi.  Daryl me olhava com um sorriso e um olhar de curiosidade esperando minha resposta. Ele também tinha uma caneca em sua mão, mas branca, uma cena de tirar o fôlego.

— Depois eu sou a bipolar.- disse para mim mesma em quanto abaixava o rosto.

— O que?

— Nada.

Me virei e fiquei de costa para a mesa e de frente para a fogueira. Tive coragem de olhar para cima e ver que Deryl continuava de costas para a fogueira, mas  olhava para mim e seu lado direito do rosto era iluminado pela luz azul da fogueira.  Podia ver a cor verde do deu olho e seu sorriso transformava tudo .

— Bela fogueira.-  Eu disse apontando para a fogueira, Daryl olhou para minha mão e sua expressão mudou. Ficou serio. Ele se virou e tocou na minha xícara.

— Você se queimou.

Ele estava certo. Minha mão estava com três manchas vermelhas, duas grandes e uma menor.

— E uma pena que não é vodka clandestina.

— Deveria dar uma olhada nisso.

— Não é nada.- Eu disse com desdém .

— Precisa dar uma olhada nisso. – Ele insistiu.

— Você é mandão assim com sua namorada?

Eu sabia que estava passando por uma linha agora, mas eu estava cansada dele poder falar o que quisesse e me ignorar quando eu fazia alguma pergunta.

— O que?- Ele me olhou como se eu estivesse falando grego. Revirou os olhos e se virou para a mesa e pegou mais um pouco de chá de hortelã. Ele não ia me ignorar de novo.

— O que? Era segredo?

Ele continuava me ignorando e agora pegava um pedaço de pão.

— Imagino que ela não queira expor vocês. Mas é difícil guardar segredo quando fazem as coisas na frente de todo mundo.

— Não faço ideia do que esta falando.

— Eu vi Daryl. – Meus olhos se encheram de lágrimas, e foi muito pior falar para ele do que eu imaginei. A intenção era quem sabe fazer com que ele ficasse constrangido. Mas eu e que estava prestes a enfiar minha cabeça na brasa quente. - Eu vi você e sua namorada naquele dia na arvore. Vocês dois se beijando.

Não sei o que eu esperava, mas não era o que eu tive. Daryl ficou só ali me olhando , me avaliando. Talvez até esperando eu chorar.

De alguma forma que esperava que ele negasse ou simplesmente ficasse um pouco vermelho ou quem sabe surpreso, mas ele simplesmente disse “hum”. Um simples grunhido, do tipo que falamos quando alguma coisa que já sabemos e informada e não estamos prestando atenção.

Daryl me deixou sozinha e foi ao encontro de Rick, Michonne, Carl e Judith que estavam sentados próximo a fogueira conversando. Ele se sentou ao lado em um banco de madeira e observou todos conversarem.

Como hoje mais cedo meu corpo não me obedeceu. Porque agora eu só queria correr para o meu quarto e chorar, qualquer coisa que me fizesse desaparecer, mas agora meu corpo estava afim de briga então eu comecei a marchar em direção a ele.

Eu estava cega. Só o que eu via era o meu alvo. Se eu ia chegar lá e gritar com ele, jogar o chá quente no rosto dele ou chorar eu não sabia, mas a cada passo eu estava mais perto de descobrir. Ate que eu ouvi.

— Beth!

E então tão de repente quanto o grito alguém me abraçou. Um abraço de irmão, daqueles que te deixam sem fôlego.

— Beth, eu não acredito. – A voz falava abafada. – Não acreditei quando me falaram.

Então eu reconheci aquela voz.  O garoto era quase do meu tamanho e tinha olhos e cabelos castanhos escuros. Ele usava uma blusa de frio bege.

— Noah.


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