I still walk escrita por Claymore
Saímos da casa e mesmo que eu não quisesse ver o Daryl e a Miss juntos eu tinha que me acostumar a simplesmente ignorar e viver minha vida, ou ao menos o que tinha restado dela.
Demos alguns passos pelo jardim e os dois tinham desaparecidos, e eu tive de me esforçar para não pensar em onde eles estavam ou o que estavam fazendo, mas logo uma pessoa entrou no meu campo de visão e me fez esquecer disso.
— Maggie!
— Finalmente te encontrei.
Nos abraçamos e como eu não havia sentido falta da minha irmã todo esse tempo? Não é como se eu não tivesse pensado nela, havia pensado em todos, mas o meu único pensamento fixo e objetivo era encontrar o Daryl e isso de alguma forma me manteve na linha da sanidade. Me fez ter um objetivo e alguma coisa com o que trabalhar.
— Onde vocês vão? – Maggie me perguntou com um sorriso engraçado no rosto.
— Vou levar a Beth ao galpão para ela trocar algumas roupas.
— Se importa se eu fizer isso?
— Claro que não. Depois eu arrumo um tempo para rouba-la de alguém!
Spenser me deu uma piscadela com um sorriso de menino e foi embora , voltando pelo caminho onde tínhamos vindo mais cedo.
Era estranho andar com a Maggie. Ela não tinha aquela sensação prazerosa de silencio que o Spenser tinha. Com a Maggie sempre foi difícil somente caminha, sempre existia a necessidade de conversar e o que eu esperava que tivesse sumido mas nunca sumiu. Aquela sensação de necessidade da aprovação dela.
— Então? – Eu não sabia como começar essa conversa. Mas achei que a melhor saída era fazer ela começar. Assim ela me daria um parâmetro pelo o que ela gostaria de falar.
— Eu estou tão feliz que você esteja aqui!
— Eu também.
— Quando Deryl veio com você nos braços foi assustador.
— Imagino.
Andamos mais um pouco, e quanto mais nos aproximávamos do galpão que era a construção mais próxima do portão , eu percebia que era como conversar com uma estranha.
— Eu estou gravida.
— O que?
— Eu estou gravida Beth.- Paramos em frente ao galpão e eu não conseguia compreender as palavras que saiam da boca dela.
— Eu não sabia na prisão. Descobri depois. Eu fui atrás do Glenn. Fiz placas na esperança de que ele achasse o mesmo caminho que eu. E com sorte ele achou. Você tinha que ver como ele ficou quando soube. Ainda não contei para muitas pessoas, mas tenho certeza que vai dar tudo certo.
— Papai morreu.
— O que? – Ela me olhava como se eu estivesse falando outra língua ou tivesse perdido a cabeça.
— Você não falou sobre isso.
— É. Ele morreu.
—Você fez placas para o Glenn? Não pensou em fazer para mim também?
— Eu... Beth...
— Você nem chegou a pensar em mim?
Nada. Nenhuma resposta.
— Você me procurou quando o achou?
— Bath... eu estou gravida...
— Eu sei eu ouvi.- Não queria ter gritado, mas gritei. Não conseguia mais aguentar. – Eu fiz uma pergunta. Você cogitou a possibilidade de que eu ainda estaria viva?
Então ela só me olhava. E eu não precisava da resposta. Eu sabia que não teria uma em voz alta.
— Você esqueceu de mim.
— Quando o Daryl apareceu e falou que você tinha ido embora, que ele havia perdido você...
— Vocês não se importam não é?
—Beth...
— Foi mais fácil ?
— Do que você tá falando?
— Eu simplesmente desaparecer. Foi mais fácil eu tenho certeza. Desculpe arruinar sua vida perfeita. Desculpe atrapalhar a vida de todos vocês.
Não pensei. Só deixei ela lá falando sozinha e corri. Corri em direção a casa . No começo eu não sabia mas a decisão já estava tomada. Eu só queria sumir. No que eu estava pensando? O que eu achei que ia acontecer ? Que ela estaria me esperando? Que ela teria ido atrás de mim? Que ele me amaria?
Quando eu cheguei até a casa sumi as escadas o mais rápido possível e antes que eu pudesse perceber estava com as calças jeans e a blusa regata preta. Mesmo que eu não quisesse coloquei o cinto o mais apertado que podia e calcei as botas. Peguei minha besta e as adagas e encaixei nas botas grandes e pesadas. Pequei minha mochila e sem olhar para trás com medo de ver meu reflexo sai correndo dali.
Não pude deixar de notas que Meggie não havia me seguido e aquilo doeu como um inferno. Apressei o paço e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Eu só queria dar o fora dali. Consegui chegar ao portão sem muito esforço. Só parei quando o portão enorme estava na minha frente.
— Vou sair.
— Epá... calma ai garota.
Um homem alto e ruivo desceu da guarita que antes o Glenn estava. A mesma menina de boné e cabelo preso estava lá de novo, mas dessa vez sem o boné.
— Eu estou saindo. – Repeti nervosa, eu só queria dar o fora dali.
— Você não acabou de chegar?
— Sim, só passei para dizer um oi.
— Sua irmã sabe que você esta saindo?
— Claro.
Obviamente ele não estava acreditando em mim. Comecei a bolar um plano de como convencer ele ou passar por cima, mas seu olhar mudou e me fez olhar para trás. E logo que meu olhar focou me arrependi. Não fui rápida o suficiente e entendi o motivo de minha irmã não vir atrás de mim. Ela me conhecia. Me conhecia bem.
Rick, Michonne , Daryl, Maggie , Glann e é claro para melhorar meu humor a loira sorridente também estava com eles. Eles estavam se aproximando e cada um deles estava com uma expressão de nervosismo no rosto.
— O que esta acontecendo aqui?- Rick veio a frente com o Daryl.
— A garota quer ir embora. – Respondeu o ruivo enorme.
— Beth o que esta acontecendo? Rick não parecia nada feliz.
— Só estou saindo para dar uma volta.
— Com suas coisas? – Glenn segurava a mão da Maggie com força e ela obviamente havia chorado.
— Sou precavida. – Eu não queria falar, queria dar o fora.
— Olha...vamos conversar. Vamos voltar para casa.- Disse Michonne.
— Casa? – Eles estavam falando serio?
— Eu sei que tudo é estranho e as coisas podem não ser o que parecem.- Eu podia sentir a aflição e preocupação do Rick em sua voz, mas eu não queria sentar e ser racional. Ainda mais vendo Daryl e a loira na minha frente.
— Vocês não podem me manter aqui!
Logo atrás deles eu conseguia ver Carl, Spenser e sua mãe que logo tomou a frente junto com Rick e Daryl.
— O que esta acontecendo?
— Eu agradeço a hospitalidade e tudo mais, Seu condomínio e lindo, mas estou indo.
— O que? – Spenser não ficou feliz e veio até mim. Pude ver que Daryl também deu um passo, mas logo voltou atrás. – O que aconteceu? A um minuto atrás você estava bem.
— Estou me sentindo claustrofóbica.
Olhei para ele e pensei por um segundo se deveria ir mesmo. Ele era a parte boa desse lugar, a parte boa do que restou do mundo. Mas cometi o erro de olhar para o Daryl e ver que agora ele estava o mais longe possível de mim.
— Eu estou indo. Abram o portão.
Me virei e fiquei aguardando.
— não podemos mantê-la aqui sem sua vontade. – Ouvi Deanna falar.
Logo o portão estava se abrindo e eu me apressei. Uma mão segurou meu braço e eu nem me dei ao trabalho de virar para ver quem era. Apenas continue andando e logo estava livre.
Andei mais alguns metros e me deparei com meu primeiro Walker, e eu mal o reparei. Apenas peguei minha adaga e a enterrei na cabeça dele. Quando estava quase com o pé na floresta de onde ontem eu havia saído, ouvi o portão se fechando e senti novamente uma mão no meu braço e me virei pronta acabar com o que fosse. Mas a pessoa segurou minha mão.
— O que você esta pensando?
Daryl segurava meu pulso com tanta força que eu podia sentir a dor por de baixo da camada de adrenalina que percorria meu corpo.
— O que você pensa que esta fazendo?- Seus olhos estavam vidrados nos meus e eu não conseguia ouvir mais nada. A única coisa que eu podia ver era ele. Meu mundo era ele.
Logo encontrei minha voz e ela estava tão tremula que eu mal a reconheci.
— O que você esta fazendo? Me deixe ir .
— Você poderia para de ser estúpida por um segundo e pensar?
— E você poderia parar de ser mandão? Cai fora Deryl.
— Eu não vou deixar você ir embora.
— Porquê? Como se fizesse diferença para você. Me deixa ir.
— Qual o seu problema? Quer provar que sabe se cuidar? OK, você já fez isso. Agora vamos voltar.
— Você pode voltar para sua casinha com agua quente e SUA loira oxigenada. – Quis dar muita ênfase na SUA.
— Do que você esta falando? Sobre o que é tudo isso?
— Sobre você é que não é.
— O que aconteceu?
— Nada. Eu só quero ir embora. Só passei para dizer oi, já que vocês não se deram ao trabalho.
Seus olhos verdes tinham ficado escuros e sombrios e sua boca virou uma linha reprimida e sem cor.
— Você não sabe do que esta falando. – Ele falou essas palavras como tanta intensidade e de uma forma tão pausada que me fez duvidar de toda minha atitude. E acho que ele havia percebido a duvida em meu olhar, porque sua intimidação aumentou. – Vamos voltar.
Ele virou para o portão e me arrastou por dois passos.
— Me larga você não é o meu pai.
Ele virou e eu estava tão próxima dele. Seu punho forte ainda segurava com força meu pulso ao lado do seu corpo. Eu tinha que olhar para cima para ver seu rosto.
— Não. Eu não sou seu pai. Nem seu irmão mais velho. Nem seu tio.
— Quem você quer ser? – As palavras saíram da minha boca sem eu perceber.
Daryl ergueu a mão livre e passou pelo meu rosto e pegou uma lag rima que fugiu dos meus olhos sem que eu percebesse. Nossas vozes abaixaram e começamos a cochichar com medo de que as arvores nos ouvissem.
— Não posso te dizer.
— Porque não?
— Porque não seria justo.
— Com quem?
Antes que eu pudesse ouvir uma resposta, ouvi passos e logo o Daryl já estava longe de mim.
— Bath...por favor... sua irmã não esta bem. Ela precisa de você.
Gann tinha uma expressão de tristeza no rosto e todas as minhas forças para discutir haviam sumido. Como ele conseguia me desarmar dessa forma? O que ele queria dizer?
— Onde ela esta?
E antes que o portão fechasse novamente eu já estava novamente dentro de Alexandria.
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