Mandy Mellark (Hiatus) escrita por Paty Everllark


Capítulo 9
O Teste - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

*Oi galerinha como vocês estão? Espero que bem. Acho que devo me desculpar pela demora né? Pois é, tive duas semaninhas bem difíceis, perdi um ente querido e não tive cabeça para escrever, graças a Deus estou melhor, vida que segue não é verdade?

* Agora quero agradecer a todos que deixaram seus recadinhos, favoritos e também desejar boas vindas aos novos acompanhamentos. Gente vocês são incríveis, obrigada pelo carinho.

*E por falar em carinho, gente MM ganhou mais uma recomendação da minha querida Isabela ThorntonDarcyMellark e sinceramente fiquei muito surpresa e emocionada com isso. Isa muito obrigada de verdade pelo seu carinho e os recadinhos lindos que deixou por aqui.

*Estou faladeira d+ hoje né? Mas, não posso deixar de agradecer também a minha querida Belrapunzel que tem sido uma pessoinha muito especial para mim e me ajudado bastante tirando um tempinho da vidinha agitada dela para revisar minhas fics. Bel obrigada pelo carinho e incentivo!

* Links das músicas nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/711388/chapter/9

Vinte minutos de intervalo entre as audições e o mala do Hawthorne achava-se no meu encalço novamente. Precisei dar uma de ninja para despistá-lo ou não conseguiria chegar ao banheiro sem tê-lo grudado a mim feito um carrapato e como se não bastasse o entojadinho ter me secado a tarde toda tornando impossível uma aproximação minha com a irmã dele.  Se eu acreditasse em vidas passadas ou qualquer coisa do tipo afirmaria que Gale Hawthorne era meu carma. Sentia-me  inclinado a pensar que tinha feito algo realmente imperdoável para o cara em uma outra existência, para que agora o moreno não me deixe em paz nem por um minuto.

— Por que eu tive a brilhante ideia de me inscrever para este teste mesmo? – questionei em alta voz ao me deparar com meu reflexo no espelho do banheiro – Se arrependimento matasse eu estaria morto e enterrado à uma hora dessas. – irritado bufei.

— Falando sozinha fofa? – a pergunta veio de Glimmer Rambin que praticamente se materializou ao meu lado. Sem esperar minha resposta a loira deixou uma bolsa sobre o balcão da pia e segurando os cabelos em um rabo de cavalo no alto da cabeça virou-se para mim num gesto claro para que eu abrisse o zíper do seu vestido.  Demorei um pouco para perceber o que ela queria que eu fizesse até que ela virou o rosto para traz e perguntou:  – Ei garota, está tudo bem com você?

— S-sim está. – respondi gaguejando ao mesmo tempo em que desajeitadamente começava a abrir o bendito fecho.

— Ai, esse vestido está me matando. – com o vestido aberto Glimmer voltou sua atenção para a bolsa que se achava sobre a pia e retirou dela um short e uma camiseta, a seguir me entregou as peças para que eu as segurasse. A Rambin começou a se despir do tubinho preto e sem demora ficou somente de caleçon fio dental de renda preta na minha frente, e pelo Ser supremo! Ela não estava de sutiã. Tudo era surreal demais para ser verdade.

— Nossa! – exclamou exaltada analisando sua imagem no espelho. – Eu estou parecendo uma baleia. – baleia? Ela só podia estar de brincadeira.  O corpo da mulher era muito bonito. Seios fartos, cintura fina, bundinha empinada, pernas torneadas... Fora que ainda estava fresca em minha mente a visão dela sussurrando Crasy in love no palco há poucas horas.

— O que foi?  – me sobressaltei com a indagação que havia me sido feita. Eu devia estar aparentando um completo idiota. Olhos arregalados a encarando, boca aberta enquanto segurava as roupas dela em minhas mãos que aquela altura já manifestava sinais intensos de tremedeira. A fisionomia da Rambin passou de questionadora a preocupada em segundos.  

 – N-nada. – tentei demonstrar tranquilidade, mas a situação em nada ajudava.  

— Você está pálida. Quer que eu vá chamar alguém? A pergunta era simples, entretanto a aproximação da loira tornou-se perigosa e estava difícil se manter na personagem. A garota chegou mais perto e tocou minha testa inocentemente, no entanto os seios dela vieram de encontro ao meu rosto e eu fiquei embasbacado com a visão do seu mamilo rosado. Retirei a mão dela de minha testa e corri para fora do banheiro o mais rápido que pude, mas ainda deu tempo de ouvi-la exclamando:  

— Nossa que menina mais estranha!  

— Amanda, onde você estava? Já chamaram as últimas garotas para se concentrar nos bastidores. – Rue me encontrou na saída do banheiro, minha respiração estava alterada e meus batimentos cardíacos acelerados, ela pegou em minhas mãos e disse:  – Amiga você está suando frio. Parece até que viu uma assombração. 

— Está tudo bem... Eu só tive um aumento de pressão, mas já passou. – preocupada a morena envolveu meu braço no seu e me conduziu para onde as últimas “meninas” incluindo Annie e Finnick que aguardavam para realizar seus testes estavam, e eu não parava de pensar na situação constrangedora que acabara de presenciar no banheiro. Uma pergunta rondou minha mente. Quantas situações como esta eu e meu irmão ainda iríamos vivenciar por culpa de Amanda e Fergie Mellark?   

                                   (...)

  Delly Cartwright, a sexta garota a ser escolhida para integrar o time das contratadas, conseguiu o que todas as garotas antes dela não haviam conseguido. Arrancar elogios empolgados de Katniss e Johanna.  A loirinha espevitada subiu no palco totalmente despretensiosa e cantou uma música de Justin Timberlake, Can’t Stop the Feeling. Cantou não, para ser mais exato ela encarnou na própria pele a letra da canção.

 Sorridente e completamente à vontade durante sua performance  a garota não aparentava estar em uma batalha por uma vaga de emprego e sim se divertindo. Aliás desde o momento que eu, Finnick, Annie e Rue  fomos direcionados para  os bastidores junto com ela dava para notar  por sua áurea cor de rosa – palavras de Annie – que ela era alguém do bem e muito generosa.  Quando ela se apresentou para Katniss e Johanna ninguém no interior da Sinsajo deu nada pela baixinha. Sotaque interiorano, roupas simples e sandálias havaianas bem gastas nos pés. Simplesmente era a prova viva do quanto as aparências podem nos enganar. Vimos isso assim que a introdução da música começou a rolar e a baixinha soltou a voz. Sua apresentação fez todos os presentes dançarem. A loirinha pulou , correu, andou entre os integrantes da banda, resumindo, ela arrasou.

 O problema foi quando saiu do palco e Katniss pediu que ela se juntasse as outras escolhidas. A menina foi praticamente jogada no chão por Glimmer que se limitou a sussurrar um pedido de desculpa debochado “desculpa aí baixa renda” e junto com as outras cinco escolhidas começarem a gargalhar.  De onde estávamos dava pra notar que elas já haviam formado uma panelinha.

                                                     (...)        

Dadas as instruções aos integrantes da tributos  de como faríamos nossa apresentação e com os nervos à flor da pele Annie, Rue e eu nos  posicionamos na coxia. Finnick já estava no palco sendo entrevistado pela Everdeen e a Mason  que não faziam  a mínima ideia  que “ele” não se apresentaria sozinho. Nome, idade, experiência profissional, música que interpretaria, eram as perguntas que Finn estava respondendo quando Rue tomou minha atenção para si. 

 – Amanda independente do resultado desta audição foi maravilhoso conhece-la. Sinto como se te conhecesse desde sempre do jeitinho que conheço Annie, e esse sentimento se estende a Fergie também... – a morena encontrava-se chorosa enquanto se expressava e com certeza daria início a um discurso de despedida. Não a deixei completar seu raciocínio usando um abraço carinhoso para e acalmá-la, pois, sabia o quando se encontra nervosa, e precisada da vaga para pagar a faculdade.      

— Ei, a reciproca é verdadeira Rue, mas não baixe a guarda antes de nossa vez. Nós vamos entrar naquele palco ali. – apontei para onde Finn de olhos fechados se posicionava de cabeça baixa e com o microfone na mão para entrar em ação.  – E, dar o nosso melhor e, é certo que sairemos daqui contratadas como as mais novas estrelas da boate Sinsajo pode acreditar.  A ruiva se juntou ao nosso  gesto fraternal e de onde estávamos ouvimos uma contagem regressiva 1, 2, 3. Cruzamos os dedos e respiramos fundo, não dava pra voltar atrás, nossa sorte havia sido lançada. 

 Soltei-me das duas e meus olhos se prenderam a meu irmão que iniciava sua capela sem a interferência da banda. Fique admirado, o caçula da família Mellark aparentava ser outra pessoa. Sexy, de um jeito delicado e não vulgar como era sua intenção, mesmo com sua voz característica  parecia realmente uma garota.  Via-me impressionado, jamais vira o loiro tão entregue ao interpretar uma canção, olhei para Katniss e Johanna e as duas achavam-se boquiabertas com o desempenho dele.  

Uh uh uh ohh yeah

I Never Needed You To Be Strong

I Never Needed You For Pointing Out My Wrongs

I Never Needed Pain, I Never Needed Strain

My Love For You Was Strong Enough You Should Have Known

I Never Needed You For Judgement

I Never Needed You To Question What I Spent

I Never Ask For Help, I Take Care Of Myself,

I Don't Know Why You Think You've Got A Hold On Me

And it's A Little Late For Conversations

There Isn't Anything For You To Say

And My Eye's Hurt, Hand's Shiver,

So Look At Me And Listen To Me

Because.

Finnick se calou. Olhou para onde nos encontrávamos.  Era a minha vez.  A banda iniciou os acordes de forma suave, entrei no palco repetindo a primeira estrofe da canção procurando de alguma forma suavizar a voz e mostrar um pouco de sensualidade como meu irmão fizera anteriormente.   Fitei Katniss e esta arregalou os olhos visivelmente assustada. Prontamente pôs-se de pé e rumou em direção ao palco, se colocando bem próxima as cordas que impunham limite à área dos shows sem desviar seus olhos cinza dos meus nem por um instante.  

A Everdeen me encarou como se estivesse me reconhecendo de algum lugar e não era de quando a salvei de uma possível agressão isso era certo pelo modo como me encarava, senti meu corpo tremer, no entanto tentei continuar a apresentação sem fita-la de novo. Troquei um olhar apreensivo com meu irmão que ao perceber minha aflição apenas sinalizou para que eu continuasse a cantar. Será que ela estava me reconhecendo dos estúdios da Lerner?  Foi o que eu pensei.

A banda fez uma leve pausa para iniciar a parte dançante da música,  respirei aliviado. 1,2,3 a batida firme das baquetas na  bateria deram  a deixa para Rue e Annie que entraram realmente marcando presença.

I don't Want Too, Stay Another Minute

I don't Want You, To Say A Single Word

Hush, Hush, Hush, Hush

I’ve Already Spoken Our Love Is Broken

Baby Hush Hush

I Never Needed Your Corrections

On Everything From How I Act To What I Say

I Never Needed Words

I Never Needed Hurts

I Never Needed You To Be There Everyday

I'm Sorry For The Way I Let Go

From Everything I Wanted When You Came Along

And My Eye’s  Hurt Hand’s Shiver

So You will listen When I Say

Baby...

  Na hora do refrão Finn e eu nos entreolhamos e sem nenhuma inibição nos juntamos as duas garotas requebrando como duas gazelas saltitantes sobre o palco numa cena digna de um show de drag queen ah se dona Effie nos visse assim!— de cima dava para ver que todos que os presentes no salão incluindo os seguranças e o entojado do Gale se requebravam nos imitando, todavia,  Katniss que havia se afastado deles e se aproximado do palco continuava com a fisionomia indecifrável e  braços cruzados me observando intrigada.  

Quando a banda por fim fez silêncio nós quatro já nos encontrávamos descabelados, suados e visivelmente sem fôlego.  Não conseguia acreditar no que tínhamos acabado de fazer, a energia da música nos guiou de um modo único, mesmo sem nenhuma intimidade, ensaio prévio ou tempo de preparação, nossa apresentação fluiu de uma maneira linda e singular, como se nós estivéssemos acostumados a sempre fazer aquilo. Naturalmente nos abraçamos e como Rue falara anteriormente, independentemente dos resultados, nossa amizade já era algo palpável. A nossa volta, todos nos aplaudiam e assoviam empolgados nos deixando ainda mais emocionados dentro do abraço coletivo. 

Ainda estava envolto no aperto carinhoso quando senti um puxão nada delicado em meu ombro esquerdo arrancando-me dos braços onde me encontrava acolhido.  Paralisei diante de uma Katniss que me lançava um olha duro, enigmático, como se pudesse enxergar minha alma. Gelei dos pés até a cabeça.  

— Eu pensei que estivesse enganada mais é você... – ela parou de falar por um segundo e me fitou de cima abaixo caminhando a passos lentos ao redor do meu corpo. Todos a nossa volta fizera silêncio e se voltaram para a minha figura. Aquilo me deixou três vezes mais apavorado. Após tanto trabalho e sofrimento corporal para se passar por uma mulher, meu disfarce caíra por terra. Enfim fui descoberto.

  A morena pegou em meu queixo e levantou meu rosto como se eu fosse um escravo preste a ser comprado por algumas poucas moedinhas. Engoli em seco, não tinha mais nada a fazer.

— ... Amanda... é você... você é a minha Marilyn.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...

Comentem! Estou louca para saber a opinião de vocês.

Links das músicas e a tradução
https://www.youtube.com/watch?v=xxa9L7q_cUI
https://www.youtube.com/watch?v=gumbuULRqkU

Beijos tenham uma ótima semana.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mandy Mellark (Hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.