Bebi água naquele bebedouro, que me parecia novo, sentei em umas das cadeiras alí, junto com sora, claro, acho que ali estava a prova que ele realmante era meu irmão. Tímido, não se falava com ninguém, só comigo. Então o professor nos disse:

-Vamos garotos!Vá brincar um pouco com os meninos! Não tem problema! –Ele era gentil.

Quando foi que vi, três pessoas, entrando com o “kimono” e prestei mais atenção nelas. Uma delas era uma garota, tinha cara de séria, mais simpática, o outro me parecia arrogante, com cabelos castanhos, medianos, e o outro, estava um pouco mais atrás, esperei ele ir um pouco mais pra frente para vê-lo.

-VENTUSS??-Eu gritei.

O professor, conveniente, lhe disse seu nome, o que devería ter falado antes, mais tudo bem.

-Meu nome é rikojirou, roxas, mas pode me chamar de rikou. –O nome dele era igual a do meu tio? Hã?

-Ok, senhor, er...Rikou. –Sora e eu dissemos disciplinadamente.

-Roxas!!! Que bom te ver aqui, mermão!! –Ele ainda usava gírias, ah...

-Ventus, er...legal né? –Se minha cara não fosse besta o bastante, não teria enganado ventus.

-É!! Bom, esses são meus primos, quase irmãos! Aqua, e Terra! São quase professores daqui! Somos faixas pretas em kendo. Somos muito experientes, tanto, que temos nossas próprias armas, apesar, de serem de madeira com palha.

Só. Era só madeira, nem podia acabar com alguém. Eu precisava parar com issso, estou ficando sarcástico demais. Ai, ai, ainda bem que luna não estava aqui. Era ela insuportável junto de ventus, agora na academia, nem quero pensar.

 -Quer treinar? –Ele disse animado.

 -Não. –Disse friamente.

Ah, o que foi? Eu estou no meu momento de descanso, estou estressado ao fato de axel, não sei porque, mais ventus, me trazia uma certa irritação. Ele era tão... alegre ... simpático... ao ponto de ser irritante. Não aguentava a felicidade dele, era como um cachorrinho bobo, com um ego grande, que pode latir, mas morder não.

 A meia hora se passou. A aula de kendo era mais liberal. Não tinha todo aquele negócio de cumprimentar não sei oque, depois virar não sei oquê.... Mas era estranho, a aula só tinha eu, sora, ventus, aqua, terra, e uma menina de cabelos castanhos, presos, com olohos azuis vibrantes da cor do mar, e séria, como o resto dalí. Ela era..linda. Tinha os cabelos, ahh, os cabelos...eram lisos. Mas presos como disse. Era magra, baixinha, mais baixa que eu, possuia sua própria arma, como os outros. Mas ela tinha algo especial, não que eu achava ela especial.

 Bom, o professor era o mesmo, rikou. Nós tinhamos alvos de madeira, revestidos por borracha, e que deveríamos arrebentá-los. Eu acho.

-Bom, essa espada, será seu ponto inicial. –Ele me deu uma espada de palha. –Você está só começando. E isso, é perigoso, ao contrário da outra aula que tivemos, de taekwondo.

Hum. Que bom. Não me interessava naquilo, e nem em ninguém. Muito menos em sora, ele que se cuide.

 Acho que devo rever o que eu penso. Sou um rebelde, muitos devem estar pensando. Reclama de tudo e de todos. Mas o que você sentiria se tirassem de você, uma pessoa, uma coisa importante, que antes você nem sabia? Isso não ia com minha natureza, mas eu assenti. Não queria mais pensar em nada e em ninguém por enquanto. Se não tudo ia em direção à ele.

 Uma pessoa entrou na academia, ofegante, já estava com o “kimono” e sua espada na mão, tinha cabelos grisalhos, e... Riku???

-Quem mais que eu não conheça faz academia aqui?? –Eu estava boquiaberta.

-He, he... Riku, vamos! –Ventus disse.

-Tá. Professor, posso entrar? –Ele disse formalmente. Parecia que estava com medo de algo.

 -Pode. –Vendo o professor e o riku juntos, pareciam pai e filho. E o riku ainda estava com o cabelo amarrado igual ao professor. Era assustador.

-Vamos!!Aqua, ajude roxas, terra, ajude sora, e riku, ajude kisu.-Rikou disse.

-Roxas, não é? Bom, como é iniciante, vamos aos poucos. Você segura a espada assim, ok? –Como ela era simpática. Entornou suas mãos rigorosamente fechadas sobre a parte de segurar, que eu não sabia como se falava.

-Ah, sim, hehe! –eu corei.

Ela era adulta, estava óbvio, deveria ter uns, 19 ou 20 anos. Mas me parecia uma estudante colegial, era bela, delicada, e acho, que quando preciso, fica brava. Era só intuição, o que junto com o interesse, não me fazia mais bem. Ela tinha olhos azuis profundos. E cativantes.

 -E ai, consegue ir para o próximo passo?

 -Sim! –Tentei ser o mais simpático possível.

-Bom, agora você levanta os punhos, ergue o quadril, direciona até o alvo e.... –Ela bate com tanta força no alvo, que ele chega quase a cair.

Que incrível!!

-Bom, deixe eu tentar. –Levantei o punhos fechados à espada, ergui o quadril, mas tropecei no pé e cai.

 -Hehehehe! Vamos tente de novo!

Enquanto eu estava caído, via os outros.

 -Você segura assim. –Terra mostrava à sora. –Assim, ouviu bem?

 -Tá. –Meu irmão não estava contente.

Ele bate no alvo. Mas...

 -Eu disse pra segurar!! –Terra gritou.

 -Hum.

Me direcionei para riku e a garota dos cabelos presos.

 -Então, kisu, mostre as cinco batidas de diferente lados, já que não é iniciante.

 -Tá. –Ela fazia um sinal positivo com a cabeça.

Ela bate no alvo com tamanha rapidez, técnica, e...perfeição. Ela era um símbolo para ser seguido.

 -Muito bom, mas precisa ajeitar isso aqui... –E riku ajeitava seus quadris, seus braços, gentilmente.

Fiquei vermelho de raiva naquele momento. Mas não sei porque.

Eu olhei para ventus, que estava sozinho.

 -Ele não vai ajudar ninguém? –Eu perguntei à aqua.

 -Não. Ele é o queridinho do professor. É cuidado especialmente. Não me leve à mal.

 -Como assim? –Eu lhe perguntei.

 -Ele entrou aqui, com uma certa tímidez estranha. Eu lhe indiquei aqui, assim como terra. Ele era indefeso, sozinho, sem ninguém. E desde que me viu lutar, quando eu defendi ele de uns valentões, prometeu que iria proteger todos, que não iria ser protegido. Desde então, prometeu ao professor, que iria se empenhar o possível, e chegar ao nível, que estaria muito superior à mim. Para ajudar pessoas.

 -Mas que ciúme, não? –Eu disse.

Ela me olhou friamente. Não havia emoção nenhuma em sua face.

 -Pelo contrário, ele é sozinho, só quer ser alegre, proteger a todos, e ser um herói entre os amigos. Eu não chamaria de arrogância, nem ciúme. Somente carência.

 Eu entendi o que ela quis dizer. Ventus era igual a mim. Sozinho, tímido, e as vezes muito triste.

 -Então, vamos continuar? –Ela prosseguiu.

Por um momento, não foquei em mim, mas sim em ventus e aqua. Pelo lado da moça, ela era um tanto sutil a esse assunto, e era muito amiga de ventus, que finalmente eu entendi. Por lado de ventus, eu tinha um conceito dele, que não devería ter. Ele era alegre, e alegre é uma coisa boa, não?Eu ainda não sabia de que jeito deveria tratá-lo. Mas isso é uma das minhas coisas mais ruins: Pensar em tudo e em todos. E isso me trazia sérias dores de cabeça.

Prosseguimos na aula, até que ela terminou. Não restava muitas pessoas na academia, ela já iria fechar mesmo, ou não...

Eram 6 da tarde.

Eu me troquei e estava a caminho da saída, quando aquela garota “kisu” entrou na minh frente. E ela sem querer, percebeu.

  -Ah, me desculpe, ham...? –Seu rosto era lindo.

  -Roxas.

  -Me desculpe, roxas! –Ela corou.

  -Tudo bem, hehe!-Eu estava sem graça, óbvio.

Cheguei em casa, não restava mais tempo pra nada, acabei que, fazendo o que tinha que fazer, e fui dormir.

Muitos dias se passaram, e percebi que ventus, não era uma pessoa má. Pelo contrário, contagiando os outros com sua alegria, sempre que pode. E luna, bem, teve mais amizade com naminé e kairi, as meninas. Então ela se distanciou um pouco. Sora estava mais retardado do que o normal, já que inventou uma moda de ser o cara junto com o riku. Já teve várias namoradas, sendo que kairi foi uma delas, mas por parte de sora, não chegava à ser extremo, eles tiveram um caso, e simplesmente depois acabou. Mas ainda continuaram amigos. Bom, em relação à amigos, fiquei eu, ventus, sora e riku, quase que uma “turminha” não adorava a situação, nem odiava. Na altura do campeonato, pra mim tanto faz.

 Descobri que a garota bonita de olhos azuis, a “kisu” é da minha escola, na verdade, está no seu último ano, ou seja, é dois anos mais velha que eu. Não que eu me importe. Ficamos muito amigos, e de vez em quando saímos para passear, ou algo do tipo. Seu nome na verdade é kisume, e chamam ela de kisu, por um motivo óbvio, não?