Outside Plans escrita por Sany


Capítulo 6
Capitulo 05.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Demorou, mas olha quem voltou.



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— Nossa, eu não me lembro a ultima vez que dancei tanto assim. – Prim comentou enquanto entravamos em sua casa, as sandálias de salto nas mãos e um sorriso genuíno nos lábios. – Sério acho que foi antes da Rose nascer, pensando bem acho que foi na noite que ela foi concebida. – ela riu um pouco mais alto do que o costume e acabei rindo de leve, não que estivesse bêbada, mas sem dúvida estava bem alegrinha. Minha irmã nunca falava sobre como ficou grávida, não que eu não soubesse como, ainda assim ela nunca me disse nada sobre o pai da minha sobrinha mais velha. No início tentei diversas vezes saber quem era e cheguei a cogitar que o pai fosse seu melhor amigo. Principalmente quando ele se colocou ao lado dela apoiando quando ela se negou a dizer qualquer coisa sobre o pai do bebê que esperava.

— Você sempre gostou de dançar, mas nunca pensei que seria tão difícil tira-la da pista de dança. – nunca tínhamos saído antes para esse tipo de programa, ainda sim tinha sido muito divertido passar aquela noite com minha irmã mais nova em uma boate em Oshkosh.

— Você precisava ver quando eu tinha dezessete anos, Peeta precisava me arrastar para fora das festas. – ela sorriu nostálgica enquanto íamos em direção a cozinha. – Eu queria tanto que você fosse com a gente para as festas naquela época. – durante meu período no colegial nunca tinha ido a nenhuma festa, mesmo sendo convidada por ela, Prim como líder de torcida recebia convites para ir a praticamente todas as festas, diferente de mim que não via interesse em festa de quintal e baladas com documentação falsa. Minha irmã caçula raramente passava um final de semana em casa.

— Tinha outras prioridades Prim, e nunca me dei muito bem com a sua turma. Eles não gostavam de mim.

— Você não se aproximava deles, Katniss. – ela pegou a garrafa de água e colocou em cima da bancada se sentando em um dos bancos ao meu lado. - Teríamos aproveitado muito a universidade. Eu ia fazer você ir a todas as festas de fraternidade possíveis e aos jogos. Você teria que ir a todos eles comigo. – brincou com um sorriso no rosto, e eu me vi sorrindo também. Parte de mim sempre pensava em como teria sido se ela tivesse ido para Chicago um ano após minha partida, era inevitável pensar em como teria sido tê-la por perto como antes e em como tudo teria sido diferente nos últimos anos.  – Eu teria feito seus anos na universidade muito mais divertidos, garanto.

— Éramos tão diferentes Prim, você sempre foi tão fácil de lidar, sempre cheia de amigos e eu bem... Eu tinha só você.

— A parte do só, magoou viu – acabei rindo e ela também. – Sempre teremos uma a outra, nunca vamos ficar sozinhas, sabe disso. – concordei com a cabeça, durante minha infância sempre contamos uma com a outra, sempre dividindo os segredos, a falta constante da presença do nosso pai, as lamentações que ouvíamos da nossa mãe e de certa forma no decorrer dos anos viramos o alicerce uma da outra.

— Você se arrepende? – durante os últimos dez anos nunca tive coragem de perguntar isso a ela, mas naquele momento a curiosidade falou mais alto. – De não ter ido para a faculdade? Não ter seguido o que queria? – quando pequena minha irmã sonhava em ser dançarina, esse sonho a seguiu até os quinze anos quando começou a pensar em outras áreas e disse que a dança sempre seria um hobby e não uma profissão ainda assim ela tinha outros sonhos que até sua gravidez precoce incluíam um curso universitário, viagens, um emprego.

— Nem por um minuto. – a resposta veio sem hesitação e sorri com ela. - Teria sido incrível ir para Chicago com você, eu teria amado cada minuto e talvez, aliás talvez não, com certeza minha vida seria diferente. Mas eu nunca vou me arrepender de ser mãe, Rose foi inesperada confesso que senti muito medo na época. Medo de fazer tudo sozinha, medo de falhar com ela, de não ser uma boa mãe. Mas no momento em que a segurei pela primeira vez não havia qualquer traço de arrependimento nas minhas escolhas. Então apareceu o Luca e nossa... eu não poderia amar outro homem como amo o Luca. O modo que ele se esforça pela nossa família, o modo como ele demonstra me amar a cada pequeno gesto. Os filhos lindos que ele me deu, o amor que ele tem pela Rose, não tem como me arrepender, não mesmo. E, a verdade é que, eu não trocaria a primeira palavra da Rose, o primeiro dentinho da Lily, os primeiros passos do Tony ou qualquer momento por menor que seja com eles por nenhuma festa universitária ou viagem pelo mundo.  – a sinceridade em seus olhos era nítida e diferente da decepção que estava acostumada a ver ao longo dos anos no olhar da minha mãe, Prim estava feliz, realmente feliz com a vida que tinha.

— Eu fico muito feliz em saber disso, você merece cada momento feliz da sua vida Prim.

— Você também merece, merece uma família também.

— Tenho uma família. – ela riu.

— Eu sei, sempre seremos família, mas eu quero dizer encontrar alguém... ter filhos.

— Não nasci para isso, não sou boa com relacionamentos.

— Você e sua mania de não deixar as pessoas se aproximarem, precisa parar com isso. – ela suspirou. – Você realizou cada um dos planos que fez. Olha para você agora, se formou com mérito, se mudou da minúscula cidade como tanto queria, está profissionalmente realizada. Sei que têm mulheres que se sentem completas apenas com uma vida profissional bem-sucedida, que estão felizes em não serem mães, com outros planos na vida que vão além de uma família. Mas eu conheço você e por mais que queira fazer parecer que é isso que quer, sinto que não é. Posso estar errada, mas talvez seja a hora de fazer outros tipos de planos Katniss. – por um momento me lembrei do que Gale disse.

— Gale quer um relacionamento, ou algo assim. – soltei e ela sorriu.

— Talvez seja a sua chance de tentar, não que eu goste desse editorzinho. – acabei rindo já que quando esteve em Chicago para uma visita minha irmã conheceu Gale quando o encontramos por acaso e aparentemente não simpatizou com ele. – Mas se ele for te fazer feliz, vou ficar feliz também. Juro que enquanto ele te fazer feliz darei apoio total.

— Eu não sei se é o que eu quero, eu tenho outros planos.

— Oh, não! Mais uma dessas metas de quinze anos, não.

— Na verdade é para os próximos cinco, quero ir embora de Chicago talvez, Nova York quem sabe pensar alto e sair do país de repente Londres.

— Uau! Tudo isso para fugir de um compromisso?

— Não, só não encontrei meu lugar, sei lá. Não quero parar, me aposentar na Chicago Entertainment. Eu quero fazer mais, talvez uma revista maior, um cargo melhor.

— E, você precisa sair do país para isso? Já parou para pensar que talvez você esteja procurando no lugar errado? Fazendo os planos errados? Sua carreira não é tudo.

— Minha carreira é algo seguro Prim, gosto de saber onde estou pisando.

— Você não pode controlar tudo, algumas coisas estão fora do controle, outras parecem ruins no começo, mas não significa que será sempre ruim. Lembra quando éramos pequenas e você dizia querer uma família grande? – concordei com a cabeça me lembrando de quando brincávamos de casinha e eu dizia isso, queria no mínimo quatro filhos, isso antes de entender toda a responsabilidade por trás disso, antes da amargura da minha mãe pelos planos fracassados se tornar insuportável. – Talvez seja a hora de deixar as coisas acontecerem. Deixar todas essas metas e planos de lado e deixar acontecer.

— Planejar é importante e eu consigo fazer dar certo. Quem sabe daqui a uns anos eu não queira novamente uma grande família então eu vou planejar e executar, não preciso de um relacionamento para isso. Posso ser uma mãe independente posso fazer isso sozinha.

— Katniss...

— Você foi mãe solteira por três anos e se saiu muito bem e era jovem, diversas mulheres fazem isso sem a ajuda de um parceiro.  

— Eu desisto. – ela levantou as mãos em rendição – Melhor irmos dormir, amanhã as crianças voltam cedo do acampamento e acredite elas vão chegar fazendo muito barulho. – aparentemente os Mellark tinham o costume de acampar com frequência, algum tipo de tradição entre Luca e os irmãos que agora contava não apenas com meus três sobrinhos, mas também com os dois filhos da irmã mais velha do Luca.

Subimos em direção aos quartos e acabei pegando rapidamente no sono, talvez por conta da bebida ou do cansaço mesmo. Como minha irmã tinha imaginado pouco depois das sete horas Luca chegou com as crianças que estavam eufóricas e por mais que tenha tentado dormir mais um pouco foi impossível com todo o barulho no andar de baixo. Sem muita escolha me rendi e após escovar os dentes desci para a cozinha onde cumprimentei todos que já estavam tomando café.

— Sinto muito pelas crianças terem acordado você, eu teria ficado um pouco mais no acampamento, mas minha irmã tinha um compromisso antes do almoço na casa da sogra dela. – Luca se desculpou.

— Eu já estava acordada. – menti. – Só enrolando um pouco para levantar. – minha irmã sorriu de leve enquanto terminava de preparar panquecas e meneou a cabeça sabendo da minha mentira.

— A Everdeen costuma madrugar Luca. – olhei surpresa para o loiro que vinha do quintal guardando o celular no bolso da calça jeans. – Aliás, bom dia. – ele se aproximou e pegou a xícara que estava na minha frente que não tinha reparado.

— Bom dia Mellark, tão cedo na casa das pessoas, não tem café em casa não?

— Tenho, mas gosto do daqui. – ele se sentou em um dos banquinhos da bancada com naturalidade. – E, caso você não se lembre costumo ajudar a organizar o churrasco com o Luca.

— Antes das oito?

— Ok, vamos tomar café como uma família normal. – Prim interferiu colocando um prato de panqueca na bancada e outro na mesa – Rachel vem hoje?

— Ela pediu desculpa, mas não vai chegar a tempo. – ele não parecia se importar com a falta dessa Rachel embora eu não fizesse ideia de quem era ela.

— Ufa.

— Tony. – minha irmã reprendeu o filho que sorriu constrangido enquanto o loiro ria.

— Está tudo bem, Prim.

— Não está não, Rachel é sua namorada Peeta, ele precisa ser educado.

— Todo mundo sabe que esse namoro não vai muito adiante mãe, meu padrinho merece alguém melhor. – Rose opinou com naturalidade e recebeu um olhar de repreensão da minha irmã.

— Eu gostava muito mais da Lizzie, ela é uma bella donna zio vocês teriam bei bambini¹.— vi Luca segurar o riso.

— Lily.

— Foi a tia Perla que disse mãe. Ela disse que a Lizzie era uma donna da sposare enquanto a Rachel era para divertire, senza impegno².

— Luca, faz alguma coisa. Eles estão falando da namorada do seu irmão. – meu cunhado não parecia disposto a fazer algo principalmente porque o irmão não parecia estar se importando com os comentários ainda assim ele tentou manter a postura séria.

— Crianças, por favor, escutem a mãe de vocês e mais respeito com a Rachel. Ela é namorada do tio Peeta.

— Mas ela não está aqui pai.

— Mesmo assim Tony, você deve respeitar uma pessoa ela estando presente ou não sabe disso.

— Está bem.

— Aliás os três já terminaram o café então lá pra cima tomar um banho, trocar de roupa e guardar suas coisas antes de sairmos para o desfile. – Prim pediu e os três subiram resmungando e assim que o som de passos na escada cessou minha irmã começou a rir junto com o marido. – Pare de enrolar essa mulher e termina logo esse namoro Peeta, olha o que você está fazendo com meus filhos.

— Eu não estou fazendo nada, foi a Perla e a mania dela de ficar opinando na minha vida. E, não estou enganando a Rachel, sabemos onde estamos pisando. – minha irmã revirou os olhos. – Mas aqui entre nós, Lily fala igualzinho a Perla. Daqui a alguns anos ela vai estar praguejando em italiano igualzinho nossa irmã Luca. – meu cunhado cobriu a boca com o guardanapo para esconder o riso enquanto Prim lançava o dela no loiro.

— Minha filha não vai praguejar por aí, Mellark. – ela meneou a cabeça, mas pude ver um sorriso em seu rosto – Mas ela fica linda falando italiano.

O restante da tarde passou sem nenhum grande acontecimento. Pelo bem das crianças evitei ficar próxima do loiro que parecia pensar da mesma forma. Fomos ver o desfile no centro da cidade e confesso que há muito tempo não me divertia assim. Meus sobrinhos eram uns amores e passaram a maior parte do tempo contando sobre o que tinham feito no acampamento. Rose que tinha completado dez anos há poucos meses era a mais contida, segundo minha irmã ela estava entrando na fase do “estou crescendo” embora nitidamente tenha gostado tanto quanto os irmãos do passeio.

Logo após o desfile voltamos para casa da minha irmã onde aconteceria o churrasco e não demorou muito para que Perla chegasse com os filhos e o marido. Minha mãe acabou aparecendo também, mas ficou pouco já que segundo ela teria um encontro aquela noite com seu novo namorado que eu nem ao menos conhecia, mas pelo que minha irmã disse era um bom homem. Pouco antes do pôr do sol seguimos andando em direção ao lago onde aconteceria a queima de fogos. O lago como todo ano estava cheio ainda assim conseguimos um bom lugar próximo a uma árvore onde Prim estendeu duas toalhas no chão para sentarmos, mas acabei sendo a única a sentar e observar o movimento.

— As festividades devem ser bem diferentes em Chicago. – sem perguntar nada o loiro se sentou ao meu lado um pouco afastado.

— Um pouco, mas tem sua similaridade. Não importa se é competindo para ver quem come mais cachorro quente, o tamanho do desfile, o número de bandeiras espalhados ou o número de fogos. O país está comemorando uma coisa só.

— Muito patriota você. – e lá estava a velha ironia.

— Você deveria comemorar essa data?

— Tanto quanto você, já que sou um cidadão americano que não nego minha descendência se, é o que sugeriu. –  Rose apareceu naquele momento com um sorriso enorme e se sentou entre nós.

— Quero uma foto. – pediu entregando o celular para o loiro. – Capricha Dinho, a última foto que batemos os três juntos foi no meu aniversário de oito anos.

— Certo, prontas? – nos ajeitamos e tentei sorrir enquanto ele se preparava para bater a selfie. Vendo a animação da loirinha acabei sorrindo com sinceridade quando ele bateu a foto.

— Deixa eu ver. – ela olhou a tela do celular e sorriu. – Ficou ótima.

— Eu queria bater foto também. – Lily se aproximou e logo Tony estava reclamando por não ter sido chamado.

— São os meus padrinhos.

— Mas são nossos tios também.

— Ok, vamos bater uma foto todos juntos, venham aqui. – não foi preciso um segundo chamado para que os dois loirinhos se juntassem a nós no chão enquanto Peeta posicionava o celular para uma nova foto que acabou sendo seguida por mais algumas e não demorou para Prim e os demais se juntarem em meio a poses e sorrisos em um pequeno grande momento.

 

 

 

 

¹Eu gostava muito mais da Lizzie, ela é uma mulher linda tio vocês teriam lindos filhos.

²Foi a tia Perla que disse mãe. Ela disse que a Lizzie era uma mulher para casar enquanto a Rachel era para diversão, sem compromisso.


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Notas finais do capítulo

É isso, a relação dos dois não é uma das melhores e a dona Katniss anda bem afastada da família. A primeira fase da fic esta acabando e logo teremos mudanças.
Espero que tenham gostado do capitulo.
Beijos.
Obs: Não falo italiano, mas vou estar usando com a ajuda do google tradutor algumas palavras no idioma. Então desde já vou pedir desculpa por algum possível erro nas expressões e palavras usadas.