Destiny escrita por Vic Teani
Dean estava confuso e assustado. Se aquele era mesmo Loki, ele estava com problemas.
- Que tal transformarmos ele em alguma criatura repugnante? – disse a mulher loira.
- Não – disse Loki – Não há nada mais repugnante que os humanos. Além disso, não sou bruxa de conto de fadas.
O Winchester queria estender a mão e pegar suas roupas, mas tinha medo que o menor movimento fosse entendido como uma ameaça.
- Não me faça rir, humano tolo – disse Loki – Faça o que quiser, você não é ameaça para mim. Além disso, ver um ser baixo como você nu não é uma cena que me agrade.
Dean rapidamente se levantou e começou a se vestir.
- Você lê pensamentos? – perguntou Dean, colocando a camisa.
- E preciso? – ele disse – Humanos caem nessa armadilha por séculos, é algo que já estou acostumado. Bom, acho que o senhor ainda não se apresentou.
- Dean Winchester... – disse ele, não entendendo a formalidade do deus pagão.
- Ah, o Winchester – disse Loki – Quem diria que pegaríamos alguém tão importante assim.
- Como assim? – disse Dean.
- Humanos, que criaturas tolas – disse Loki – Nem sabe o que os deuses reservam para você.
- O que você quer dizer? – perguntou o caçador.
- Nem pense nisso – disse uma voz feminina em um dos lados do quarto.
Skuld havia acabado de aparecer ali com Sam. Ela havia tido uma previsão enquanto dormia, e sabia que Dean estava em perigo.
- Ora, se não é a minha querida deusa do futuro – disse Loki, sarcástico.
- Loki, nem pense em dizer o que você estava prestes a dizer – ela disse, ameaçadoramente – Isso não pode ser revelado para eles ainda.
Os dois Winchesters olharam curiosos para ela.
- Muito bem – disse Loki – Acho que tenho que encontrar um lugar melhor para recebê-los – disse ele, e estalando os dedos, uma mancha negra apareceu no chão. Não, era um buraco saído do nada.
Sam e Skuld caíram e o buraco se fechou.
- O que você fez com eles? – perguntou Dean.
- Não se preocupe, eles estão no porão – ele assobiou e um pastor alemão enorme veio correndo e parou ao lado dele. O mesmo cachorro que estava no beco.
- Fenris, vá cuidar de nossos convidados lá embaixo – ele disse, e o cachorro fez o caminho de volta e desapareceu no corredor.
- Certo – disse Dean – Um de seus filhos é um lobo gigante e o outro uma cobra, e ela é o que? Uma puta que pode seduzir qualquer um?
Os olhos de Loki pareceram queimar, iguais aos do pastor alemão.
- Não fale mal de minha filha! – ele disse, e o chão abaixo dele começou a queimar.
- Pai, se acalme – disse a loira, e o fogo diminuiu – Por que acha que meu nome é Hel? – ela disse, dessa vez para Dean – Cada um dos filhos de Loki foi mandado a um lugar. Fenris foi aprisionado com uma corrente forjada pelos anões, Jormungand foi mandado para os oceanos e eu... Para o mundo dos mortos.
- Hel... Hell... Inferno... – disse ele – Como não saquei isso antes?
- Por que você não tem capacidade para tanto – ela disse – E sinceramente, ninguém me dá o devido crédito. Todos atribuem o domínio do inferno há Lúcifer, ou há Hades, apesar da popularidade dele já ter sido maior. Mas e eu, a coitada Hel, exilada no mundo dos mortos que foi quem deu o nome a esse lugar terrível na sua língua? Afinal, “hell” deriva do meu nome, como deve ter notado. Quem atribui o domínio do inferno a mim? Ninguém. São poucos que hoje ainda respeitam os deuses nórdicos.
- O que vocês querem? – disse Dean.
- Você não sabe nada sobre mitologia nórdica, não é? – disse Loki – Então, vamos explicar. Vocês, cristãos, tem o apocalipse, nós temos o Ragnarok. Não, não é só um RPG que adolescentes ficam jogando. Ragnarok é o apocalipse nórdico, o fim dos tempos. E meus filhos foram banidos para vários locais por causa de profecias. Quando o Ragnarok começasse, Fenris se libertaria da corrente forjada por anões e engoliria Odin. Jormungand voaria sobre os céus e cobriria a terra com seu veneno. E agora aqui estão, meus filhos livres.
- Então, você quer acabar com o mundo antes de Lúcifer? – disse Dean.
- Olha, o macaco pensa – disse Loki – Mas não, eu não quero acabar com o mundo. O Ragnarok é um ciclo, durante essa luta, todos serão mortos, inclusive eu. Porém, após isso, o mundo será recriado a partir do zero pelos únicos dois deuses sobreviventes. E então, o mundo seguirá até um próximo Ragnarok, e assim as coisas continuarão. É o que eu gosto de chamar de purificação do planeta.
- Vocês deuses – disse Dean – Não sei qual o mais maluco.
- Humano insolente – disse Loki, dando um passo a frente, mas Hel segurou seu braço.
- Pai – ela disse – Não faça nada desnecessário.
- Você e essa sua maldita coisa de não ser boa nem má – ele disse – Quem foi que disse que você era “apenas justa”? Foi a maior besteira que eu já ouvi. Mas parece que você faz jus ao mérito – ele resmungou.
Ela apenas o encarou de modo sério.
- Certo, certo – ele disse – Então, de que forma vamos punir esse ser repulsivo?
- Onde está Dean? – disse Verdandi.
- Achávamos que ele estaria com você – disse Castiel.
- Ele se separou de mim – disse Urd – Eu não devia ter deixado... Agora não encontramos nem ele nem Sam e Skuld.
- Não se preocupe, é para isso que eu estou aqui – disse Verdandi, fechando os olhos e se concentrando.
- Ela é a deusa do presente – disse Urd, vendo a expressão confusa de Castiel – Ela pode ver onde está qualquer pessoa, mas não para onde ela já foi nem para onde irá.
- Resumindo, ela nos dá uma localização exata de onde está qualquer pessoa? – ele disse.
- Sim – disse Urd.
- Achei – falou Verdandi, abrindo os olhos.
- Não vou poder entrar – disse o anjo, olhando os símbolos desenhados nos muros da casa.
- É uma pena – disse Urd – Vamos precisar de toda a ajuda que conseguirmos.
- Teremos que fazê-los sair – disse Verdandi – Voltarei o mais depressa possível – ela disse, dando um beijo em Castiel.
As duas desapareceram.
- Boa sorte – disse o anjo, parado em frente a casa.
As duas deusas apareceram na enorme sala da casa.
- Ele está lá em cima – disse Verdandi – Sam e Skuld estão lá embaixo.
- Eu cuido do Dean – disse Urd, indo em direção a uma escada que dava para os quartos no andar de cima.
- É melhor libertarmos Sam e Skuld antes – disse a loira – Loki está vigiando Dean.
- Eu vou correr esse risco – disse Urd sorrindo e correndo em direção a escada.
Verdandi balançou a cabeça, sabendo que a irmã não mudaria de idéia, e correu até uma porta que dava para a escada do porão.
- E então, como iremos castigá-lo? – dizia Loki, andando de um lado para o outro, calmamente.
- Por que não poupa seu tempo e me liberta? – disse Dean – Ai não vai precisar se preocupar com isso.
- Boa tentativa – disse Loki.
- É, mas a minha é melhor – disse uma voz feminina na porta.
Urd estava parada ali, com a espada negra de Dean em uma das mãos. Ela havia feito a espada aparecer logo depois que se separou de Verdandi.
- Ora, se não temos aqui a queridíssima deusa do passado – ele falou – Você e suas irmãs realmente adoram me dar problemas não é?
- Loki, por que não acaba com seus joguinhos e diz o verdadeiro motivo de estar aqui? – ela disse.
A expressão calma do deus rapidamente passou para raiva.
- O que quer dizer com isso? – ele falou.
- Se você queria iniciar o Ragnarok, não estaria aqui nessa cidade – ela disse – E muito menos capturando os Winchesters. Por que não diz logo o que veio fazer?
- Não sei do que está falando – disse ele.
- Você pode enganar esse idiota – ela disse, apontando para Dean – Mas não engana a mim. Onde está o Loki, deus da mentira, que engana todos? Você realmente enferrujou, não é?
Loki sorriu, e depois soltou uma risada um tanto paranóica.
- Muito bem – disse ele – Acho que está na hora de parar com os joguinhos. Vamos levar as coisas a sério agora.
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