Uma vida feliz para Arlequina? escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 8
Capítulo 8 – A coisa mais importante do mundo


Notas iniciais do capítulo

Seis que os últimos capítulos estão menores, mas estou escrevendo da melhor forma possível para deixar uma dinâmica legal entre as cenas. Capítulos maiores virão. Espero que gostem! =D

Quero deixar agradecimentos especiais a Clarice e Felipe, que são peritos em DC e estão contribuindo muito para a fic. E por sinal, eles fazem cosplay do Coringa e da Arlequina do filme de Esquadrão Suicida. ♥ Também quero agradecer a quem vem sempre comentando: Aleatória, Kawaii Ana e Irmã do Golden Freddy. Vocês nem imaginam o quanto os comentários de vocês dão força e contribuem para atiçar a criatividade. Muito obrigada mesmo! =D Continuem acompanhando. *-*



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Capítulo 8 – A coisa mais importante do mundo

Estava confuso. De repente não se lembrava de como tinha chegado ali. Estavam em algum lugar em Gotham, o cenário estava um pouco destruído. O Batman o olhava de cima de uma construção. Apenas olhava. Seus velhos conhecidos Charada e Espantalho estavam por perto. Todos estavam machucados de alguma forma. De repente algo lhe chamou atenção. Harley estava na sua frente, ferida e visivelmente abalada. Podia ver bandagens ensanguentadas por baixo da blusa. Ela chorava e tremia, mas isso não era o pior. Ela estava apontando uma arma em sua direção.

— Harley...

— Por que eu tenho que te amar tanto?! – Ela disse entre as lágrimas antes de atirar.

Tudo ficou escuro e quanto acordou estava deitado no chão com Harley chorando em cima dele. Seu sangue manchava as mãos dela, que apertavam seu peito, bem próximo ao coração, mas era inútil, o sangramento não parava. E a bala ainda devia estar cravada nele. Sentia dor, mas não se importava, para uma vida inteira que fora sempre a própria dor, dores físicas não eram um incômodo tão grande.

— Nós dois sabíamos que isso aconteceria um dia, Harley... Eu ou você... – ele riu rapidamente – Pare de chorar, amorzinho.

— O que eu fiz? Me perdoa, Pudinzinho!

Encarou os olhos azuis, vermelhos e inundados de lágrimas, olhando para ele com uma tristeza que ele nunca vira, mesmo em todas as vezes que ele a maltratava. Estendeu a mão para ela, mas nunca a alcançou. Acordou confuso fitando o teto do quarto e verificou o relógio, ainda eram quatro da manhã e alguns poucos minutos. Olhou para Harley que dormia aconchegada nele e tornou a encarar o teto.

— Droga. Não foi o Batman que me matou – falou chateado para si mesmo – O que aqueles dois faziam lá? O que importa...? Só um sonho.

Virou-se para a mulher adormecida e a olhou.

— Por que, Harley? Você seria capaz de se encher de mim? Talvez sob efeito do gás daquele Espantalho de jardim – ele riu com a possibilidade – Você não pode fazer isso comigo, amor. Isso seria realmente... Realmente ruim.

******

— Droga. Por que não atende nem retorna, Selina? Disse que estaria disposta a nos revelar o destino das duas crianças – Pâmela reclamou olhando para o telefone – Já foi minha quinta ligação. Tento de novo depois.

— Pâmela? A ligação está péssima...

— Realmente. Onde você está?! É a quinta vez que eu te ligo. Preciso saber algo importante. Sobre aquele assunto!

— Saber o que?! Pâmela?!

Chiados e silêncio.

— Droga! Onde essa gata se meteu?! Roubando alguma antena de TV no topo de um prédio?! Onde estarão os dois pequenos? – Perguntou angustiada a si mesma.

******

— Pudinzinho...

— Bom dia, amor – disse para a mulher deitada em seu peito, fazendo tudo para provocá-lo deslizando os dedos por suas tatuagens HA HA HA – Agora não, baby. Precisamos sair. Analisar novas armas pra usar contra o Batsy.

— O Batsy! O Batsy! Sempre o Batsy! Parece que quando o assunto é o Batsy você fica completamente louco.

— Nós dois somos completamente loucos.

— Às vezes tenho vontade de dar uma boa surra naquele morcego – ela disse em tom assassino.

— Harley! – Ele gritou como se um alarme soasse dentro dele com a insinuação de ter o Batman morto – Já falamos sobre as condições com o Batsy.

Ela se calou e desviou o olhar, uma nuvem de tristeza nublando seus olhos.

— Seja boazinha e papai pode brincar com você mais tarde – falou a encarando profundamente e lhe dando um beijo suave.

Ela nada disse.

— Se vista e vamos logo – falou saindo do quarto.

Quando a porta se fechou Harley abaixou a cabeça fitando os próprios pés. Na maior parte do tempo costumava pensar que para alguém louca como ela o amor era suficiente, pequenos gestos e carinhos eram dispensáveis, mas era em manhãs como aquela que percebia que não.

— Será que ele me ama tanto quanto eu amo? – Perguntou baixinho para si mesma – Ele deve me amar. Se não amasse não ia me querer mais aqui... Mas... No final das contas sempre parece que ele prefere o Batsy. Nunca mais nem falou nos nossos filhos. Será que Pâmela está certa?

Harley sentiu sua cabeça começar a doer, era aquela sensação terrivelmente incômoda que pessoas normais sentiam quando alguma coisa começava a deixá-las loucas e fazê-las perder a razão. Nem se lembrava mais como era. Uma louca não poderia enlouquecer de novo. Ou poderia? Arranhões na porta chamaram sua atenção. Eram Bud e Lou.

                - Harley! – O Coringa gritou do andar debaixo – Se não estiver pronta em vinte minutos não vou esperar você! Alimente as hienas, coma qualquer coisa e vamos embora!

— Já vou, Pudinzinho!

Se arrumou o mais rápido que pode, pegou suas armas e abriu a porta da quarto, finalmente se sentindo feliz ao ser abraçada e recebida com alegria pelas hienas. Alimentou seus bebês, passou pela cozinha para enganar o estômago com alguma coisa e acompanhou o Coringa e os capangas em direção aos carros, ficando calada durante o percurso. O Coringa a olhava de vez em quando, mas sem dizer nada.

— Até quando vai ficar chateada? Pensei que perturbar o Batsy também te divertisse bastante.

— Sim, mas... Você sempre faz parecer que o Batsy é a coisa mais importante do mundo.

— Mas assim deve ser. Eu e o Batsy não podemos existir um sem o outro. Não podemos matar um ao outro sem que algo terrível aconteça, por isso devemos continuar brincando com ele de gato e rato voador. Eu e Batsy só existimos um por causa do outro.

— E eu só existo por sua causa.

— Eu e Batman já estávamos aqui antes, Harley, muito antes. Estamos ligados há tanto tempo que nem sei mais quanto. Você é minha preciosa invenção, por isso é importante que entenda o quanto o morcego é importante.

— Mais do que eu...?

— Já disse que não posso viver sem o Batsy. E o mesmo vale pra ele.

Ficaram em silêncio novamente e Harley olhou pela janela, evitando olhar para ele e lutando para afastar qualquer pensamento que pudesse levá-la às lágrimas.

******

— Preparem o que precisarem. A missão não deve demorar a começar – Waller esclareceu deixando os dois criminosos no laboratório de Arkham.

— Senhora, tem certeza de que não seria melhor injetarmos chips neles?

— Não será preciso, esses dois não recusariam essa missão por nada, e ainda estamos com problemas pra gerar um novo sistema como esse desde a invasão. De qualquer forma, a vigilância com eles está enorme e bem armada. Se algo fugir do controle, a ordem é matar sem pensar duas vezes.

No laboratório os dois vilões trabalhavam no gás da verdade e no gás do medo, rindo mentalmente da tolice de Waller, especialmente o Espantalho. Humanos comuns, com medos e fraquezas, nem de longe poderiam segurá-los se decidissem fugir. Charada soltou uma risadinha, sendo observado atentamente pelos guardas, o que o fez rir mais, mas ainda assim discretamente.

— Não desrespeitar a rainha na frente do rei... – o Espantalho dizia para si mesmo enquanto trabalhava, divertindo-se com a expressão confusa dos guardas.

— Coloca-se na mesa, corta-se, recorta-se, mas não se come... – Charada repetia sua piada – Mas brincar com comida pode ser bem divertido – riu novamente.


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Notas finais do capítulo

Para quem gosta de acompanhar os comentários da fic, vai perceber que nos reviews do cap 8 (este capítulo) há uma resposta duplicada e incompleta. Quando fui responder deu uma doida no meu teclado e a mensagem foi enviada antes de eu terminar. Ç.Ç Para quem ficar curioso, o que eu dizia é que eu creio que originalmente Harley e Pam se conheceram durante um roubo, mas em uma das versões dos vários universos da DC elas se conhecem quando o Coringa amarra Harley num foguete e a atira para o espaço. Ela cai perto de Hera Venenosa, que ao verificar o que houve, encontra Harley ferida e totalmente incapaz de falar ou se mover. Sua primeira intenção é tirar a vida dela, mas fica curiosa e espera até que ela possa reagir. Então Harley conta sua história e Pam cuida dela. Daí em diante se tornam praticamente irmãs. Porém mesmo nos demais universos Pam permanece sendo o anjo da guarda de Harley, como um porto seguro para onde fugir sempre que ela tiver problemas com o Coringa. Pam o detesta, mas jamais deixa de receber Harley de braços abertos.